Novembro Azul: campanha alerta sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata

O urologista Eugênio Lustosa dá orientações sobre a prevenção e diagnóstico do câncer de próstata (Foto: Pedro França)

Os números referentes ao câncer de próstata são preocupantes: é a forma mais comum de câncer entre os homens, com uma estimativa de 72 mil novos casos a cada ano no próximo triênio, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 1 em cada 7 homens será diagnosticado com câncer de próstata, resultando em 42 mortes por dia causadas por essa doença. Atualmente, cerca de 3 milhões de homens convivem com essa condição de saúde.

O câncer de próstata é caracterizado pelo desenvolvimento de um tumor maligno na próstata, tornando-se uma das neoplasias mais comuns entre os homens e a segunda principal causa de morte por câncer nesse grupo. Esse tipo de câncer se origina de anomalias nas células glandulares da próstata, que, sob condições normais, passam por ciclos de crescimento, divisão e renovação celular. No entanto, o câncer ocorre quando essas células sofrem mutações em seu DNA, levando a um crescimento descontrolado e mais rápido do que as células normais da próstata.

O câncer de próstata, em geral, tende a se desenvolver de maneira assintomática, conforme informações do médico urologista Eugênio Lustosa. “Este câncer tem a peculiaridade de evolução silenciosa. Geralmente, os pacientes eram assintomáticos e as queixas surgem já em estados avançados da doença”

Existem diversos fatores de risco conhecidos e comprovados que aumentam o risco de sofrer de câncer da próstata, entre eles:

·         Idade avançada: homens com mais de 50 anos têm maior risco de desenvolver esta doença.

·         Histórico familiar: o risco é superior se um familiar próximo (como o pai, um irmão ou um tio) sofrer de câncer de próstata.

·         Origem étnica: este tumor é mais frequente em pessoas de raça negra.

·         Testosterona: a causa de degenerescência e multiplicação das células da próstata é a testosterona, o hormônio masculino.

No câncer da próstata, os sintomas são sobretudo relacionados com fatores urinários:

·         O câncer da próstata costuma ser assintomático durante anos. Progride sem manifestar a sua presença. 

·         Todavia, existem alguns indícios que levam a suspeitar da presença do tumor. Os sintomas dependem, naturalmente, do estágio de evolução do câncer. 

·         Nos casos em que o câncer é diagnosticado numa fase precoce, os sintomas manifestam-se devido ao aumento local do tumor. 

·         Mas, vale ressaltar que os sintomas do câncer de próstata não são exclusivos desta doença, ou seja, os mesmos sintomas podem ser encontrados em outras doenças. É por isso que é muito importante fazer uma consulta ao urologista.

·         Dividem-se em três categorias: sintomas de esvaziamento, enchimento e pós-miccionais.

Rastreamento do câncer de próstata

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a detecção precoce de um câncer envolve duas estratégias distintas: uma direcionada ao diagnóstico em pessoas que manifestam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para indivíduos sem sintomas aparentes de doença (rastreamento).

“Seu rastreamento é feito via exame de sangue (PSA – Antígeno Prostático Específico) e do toque retal, a partir dos 50 anos, ou a partir dos 45 anos para homens da raça negra ou aqueles que têm história de câncer da próstata na família. Ou conforme a orientação do médico, seguindo as particularidades de cada paciente.”, informa o médico Eugênio Lustosa.

Quando há alguma alteração no rastreamento do câncer de próstata, é necessária a realização de uma biópsia da próstata. Se o paciente é diagnosticado com câncer de próstata, o médico determinará quais exames de imagem são necessários para concluir o diagnóstico e planejar o tratamento. Os exames de imagem mais comuns incluem cintilografia óssea, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença. Para casos de doença localizada, as opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia e, em algumas situações especiais, observação vigilante. Em casos de doença localmente avançada, a combinação de cirurgia ou radioterapia com tratamento hormonal pode ser utilizada. Para casos de doença metastática, em que o tumor original já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento de escolha é a terapia hormonal. A escolha do tratamento mais adequado é individualizada e deve ser definida após uma discussão entre o paciente e seu médico, considerando os riscos e benefícios de cada opção.

“Quando o câncer de próstata é diagnosticado em estágio inicial, são maiores as opções de tratamento a considerar. Além disso, homens mais jovens e sem outros problemas de saúde, podem até mesmo se dispor a enfrentar os efeitos colaterais de terapias que oferecem melhor chance de cura.”, relata Lustosa.

Exame de toque retal: informações que não são coletadas em outros procedimentos

O exame de toque retal é uma avaliação que oferece dados únicos e imprescindíveis acerca das características deste órgão e necessitaria de experiência para a realização. Informações que nem o PSA ou o Ultrassom disponibilizam, tais como: Tamanho da próstata; Consistência; Tipo e regularidade da superfície; Limites; Presença de zonas dolorosas ou suspeitas (áreas mais duras, irregulares e heterogêneas, nódulos, entre outros achados).

“Apesar dos avanços no campo diagnóstico com a Ressonância Multiparamétrica, o toque não pode ser substituído devido ao risco de informações importantes quanto ao diagnóstico e tratamento passarem despercebidas”, informa o médico.

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