O Recife, “de volta para o futuro” 3

Chegamos ao último episódio da trilogia relacionada aos 500 anos do Recife. Se você não acompanhou os dois primeiros, pode dar uma “espiadinha” (não é o BBB, tá? 🙂 nas duas edições anteriores e ler a coluna, para compreender melhor todo o contexto que permeia o assunto abordado.

E, assim como prometemos na segunda parte, no mês passado, hoje vamos “fechar a conta”, concluindo esta “trilogia”, com uma dica de leitura, que contém todas as informações relacionadas ao projeto Recife 500 anos. Trata-se de uma coleção, lançada em fevereiro de 2022, que inclui os livros Recife 500 anos, Parque Capibaribe e, o que será tema desta coluna: Recife Drenagem Urbana. Consultar versões digitais pelo link: https://editora.cepe.com.br/catalogo/colecao-recife-500-anos

Um trabalho realizado pela Cepe (Companhia Editora de Pernambuco), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e ODR (Observatório do Recife), com o objetivo de colaborar para ser referência e fonte de consulta, para qualquer um de nós, sobre a cidade.

Particularmente, considero que este último pedaço da trilogia é da maior importância para que possamos compreender melhor sobre as realidades com as quais já convivemos, atualmente, e cujas soluções precisam ser validadas, para chegarmos a 2037, lá nos 500 anos do Recife, com problemas mitigados ou até mesmo melhor administrados.

E, a tendência é a de que, com esses aquecimentos sucessivos do clima no nosso planeta, o Recife seja a 16ª cidade no mundo inteiro mais suscetível às mudanças climáticas e ao aumento do nível dos oceanos. Mas, antes que você comece a acreditar que sou o cavaleiro do apocalipse, vou logo dizendo que tem jeito pra isso. E, passa pela drenagem urbana da cidade. O terceiro livro da coleção (veja a coleção toda) traz um diagnóstico, mostrando os obstáculos da nossa drenagem e as opções de solução. Com isso, espera-se colaborar para que essas informações e dados possam nortear a consolidação de um compromisso coletivo (meu, seu, nosso), com o futuro da nossa cidade. Algo que seja economicamente consistente, socialmente justo e ambientalmente sustentável, lá nos 500 anos, para a nossa querida “Veneza” brasileira.

Bora ou Vamos? 🙂

A esta altura, você pode estar se perguntando: “e que realidades são essas?” Vou direto ao ponto. Falo sobre os clássicos (e crescentes) trechos de alagamento da capital pernambucana (e também da Região Metropolitana do Recife). Hoje, pode ser um dia de sol daqueles de “rachar” (hellcife) mas, se tivermos em períodos de lua nova ou cheia, com marés altas a partir de 2,5 cm, certamente, iremos encontrar ruas e avenidas literalmente alagadas em váaaarios bairros, né? Se for no inverno então (raincife), nem precisa falar.

E, sabe por quê? Porque, desde a fundação, o Recife se instalou numa planície que era um estuário natural, a poucos metros acima do nível do mar, onde a cidade foi crescendo e ocupando terrenos baixos e alagados. Essa ocupação, sem um ordenamento, avançou, com o assoreamento dos caminhos de córregos e rios, com aterros sucessivos, que ampliaram as áreas de construção. O resultado está aí para darmos uma de Tomé e “ver para crer”.

Uma vez, realizando um trabalho de faculdade, descobri que, no meio do prédio da Sinagoga Israelita, na rua do Bom Jesus, existe um muro de divisão com o rio, ou seja, dali para trás, tudo é aterro (os prédios do Banco do Brasil, TRF, TRT, e até da Prefeitura, ou seja, o Cais do Apolo inteiro). O Bairro do Recife é hoje 90% aterro e apenas 10% são do istmo original. Vá lá na sinagoga conferir. E creia! 🙂

Deixe seu comentário
anúncio 5 passos para im ... ltura Data Driven na sua empresa

+ Recentes

Assine nossa Newsletter

No ononno ono ononononono ononono onononononononononnon