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A era dos bebês sedentários

Se por um lado a tecnologia trouxe novas e até pouco tempo inimagináveis perspectivas para a medicina, por outro, suas facilidades também estimulam o sedentarismo. Uma situação que nos deixa mais vulneráveis às doenças crônicas, diminuindo nossa qualidade de vida e longevidade. Longas horas diante das telinhas nos fazem esquecer o passar do tempo e a necessidade de manter o corpo em atividade física. Nem mesmo as crianças pequenas escapam dessa sedução causada por dispositivos eletrônicos. E hoje já se fala até em bebês sedentários. “Essa denominação tem sido aplicada em bebês que gastam horas por dia frente a aparelhos com tela, em especial tablets e celulares, ou ficam períodos longos acordados em cadeiras tipo bebê-conforto”, conceitua João Guilherme Alves, diretor de ensino e pesquisa do Imip, um dos palestrantes do CAM FPS. A Sociedade Canadense de Pediatria, segundo o médico, recomenda que crianças abaixo dos 2 anos não utilizem esses dispositivos e permaneçam menos de uma hora em berço ou cadeiras enquanto acordadas. Para as que têm entre 2 a 4 anos, a orientação é de uma hora de tela por dia. “Quando não estão dormindo, elas devem ter menos de uma hora, em berço ou cadeira”, adverte o médico. O Imip também realizou uma pesquisa recente, na qual 84% dos bebês estudados apresentavam um comportamento sedentário, ou seja, tinham várias horas de tela, mesmo ainda sem completar o segundo ano de vida. Esse percentual foi mais alto do que o encontrado no Canadá (68%). Nesse mesmo estudo, observou-se que o primeiro contato da criança com a tela ocorria muito cedo, por volta dos cinco meses de idade. “Também foi observado que quanto mais horas as mães gastavam frente à TV, mais tempo seus filhos eram expostos à tela. Isso parece demonstrar claramente que os hábitos dos pais passam para os filhos”, conclui João Guilherme. Para as crianças maiores, as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) são de que a prática de exercícios na infância seja realizada, no mínimo, uma hora por dia, com intensidade moderada a vigorosa para fortalecimento muscular e ósseo. Deve ser em sua maior parte aeróbica, mas também inclui atividades de força ou anaeróbicas. Exercícios musculares para crianças e adolescentes, segundo a OMS, melhora aptidão física e composição corporal, incluindo aumento da massa óssea-muscular e redução da gordura. “Mas devem ser feitos após avaliação médica, com prática supervisionada por profissional habilitado e exercícios progressivos”, recomenda João Guilherme. Uma boa maneira de estimular a malhação entre os pequenos é a educação física. “Estudos comprovam que se trata de uma importante intervenção para prevenir as doenças crônicas degenerativas que têm início na infância”, ressalta o diretor do Imip. Apesar dessa importância, João Guilherme afirma que essas aulas são negligenciadas. “Em colégio públicos do Recife, menos da metade dos alunos (44,7%) são assíduos, isto é, frequentam ao menos 80% das aulas. Esse percentual nas escolas privadas é mais elevado, 86%”, revela. Os pais também devem ficar atentos para investir em programas de atividade física extraescolar, que podem incluir até academias de ginástica para crianças. Pois é, elas não são feitas só pra gente grande. Mas devem oferecer segurança e orientação de profissionais habilitados. Sair das quatro paredes e fazer passeios com a garotada em áreas verdes e parques infantis é outra dica importante. “Estudos recentes têm evidenciado que quanto maior a área verde de uma cidade e o número de parques, menor é o surgimento de várias doenças em seus habitantes”, justifica João Guilherme. *Por Cláudia Santos, editora da Revista Algomais (claudia@algomais.com)

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Afinal: chupeta faz mal à saúde dos bebês?

Na oitava semana de vida uterina, o reflexo de sucção começa a aparecer no bebê como questão de sobrevivência, já que ele precisa sugar para se alimentar. A sucção também dá prazer, pois promove a liberação de endorfina - hormônio que produz um efeito de modulação da dor, do humor e da ansiedade - provocando uma sensação de bem-estar. No entanto, a sucção do bebê ao mamar no seio materno é diferente de sugar uma chupeta. Para saber mais informações acerca desse assunto que causa tantas perguntas, conversamos com a Dra. Gabriela Trindade, especialista em odontopediatria da clínica Abre o Bocão, no Parnamirim, que explicou algumas questões. De maneira geral, o ideal é evitar que a criança faça o uso da chupeta, pois é um acessório que pode causar alterações na dentição somente resolvidas com o uso de aparelho ortodôntico. "O uso frequente de bicos artificiais trazem prejuízos ósseos e musculares para a face da criança. Mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior, interposição lingual e deglutição atípica são algumas das alterações provocadas por maus hábitos, como chupar dedo e chupeta", explicou a Dra. Gabriela Trindade. CHUPETA ORTODÔNTICA: De acordo com a profissional, por volta dos 2 anos, com o término da fase oral da criança, é o momento certo de remover a sucção não nutritiva, como chupeta, dedo e mamadeira. Entretanto, para não perder o hábito e deixar o bebê sem o objeto que, por muitas vezes, acalma nos momentos mais críticos, os pais têm recorrido ao uso da chupeta ortodôntica, que promete suprir as necessidades dos pequenos de forma benéfica. "É importante salientar que chupeta “ortodôntica” não é um termo aceitável pelos profissionais, já que ela não realiza nenhum tipo de tratamento ortodôntico. No entanto, as empresas de bicos tendem a fabricar chupetas mais anatômicas com design especial, base reta e estreita, causando assim uma menor interferência na oclusão (mordida)", ressaltou a ortodontista. "Portanto, na hora de escolher, a ortodôntica é sempre a melhor opção. O que não invalida a recomendação de uso restrito e remoção de chupeta aos 2 anos", acrescentou. Com tamanhos e formatos de bicos que variam de acordo com cada fabricante, na hora da escolha, é preciso estar atento. "É importante salientar que eles não devem acompanhar o crescimento da criança, estacionando o tamanho por volta dos 6 meses e livres de BPA (composto químico usado na produção de plásticos e resinas muito nocivo à saúde)", finalizou a Dra. Gabriela.

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Estrabismo e retinopatia são comuns em bebês prematuros

Hoje é lembrado o Dia Mundial da Prematuridade. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 12% dos bebês nascem antes das 37 semanas de gestação, considerados assim prematuros. A boa notícia é que quando o parto acontece em centros especializados em medicina neonatal, mais de 80% dos bebês sobrevivem. Entretanto, embora a taxa de mortalidade tenha sido reduzida, graças aos avanços da medicina neonatal, os bebês prematuros precisam de acompanhamento de várias especialidades, como de um oftalmopediatra, por exemplo. Isso porque os prematuros podem desenvolver a chamada retinopatia da prematuridade (ROP) e o estrabismo, entre outras condições. Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra e especialista em estrabismo, a retinopatia da prematuridade é uma das principais causas de cegueira infantil que podem ser prevenidas. “A imaturidade orgânica do prematuro pode levar a alguns problemas. Um deles é a retinopatia da prematuridade que é uma doença em que há proliferação dos vasos sanguíneos da retina e consequente falta de vascularização. Quando não diagnosticada e tratada precocemente, há um risco grande de cegueira ou ainda graves sequelas visuais”. Fatores de Risco Estima-se que um terço dos bebês nascidos com menos de 1,5 kg pode desenvolver a ROP. Já os que pesam menos de 1,2 kg têm 65% de risco. Quanto menor a idade gestacional, maior será o tempo para o aparecimento dos sinais indicativos da ROP. Isso quer dizer que os bebês que nascem muito antes do previsto demoram mais tempo para desenvolver a retinopatia. De qualquer maneira, todo bebê prematuro deve passar pela avaliação de um oftalmopediatra entre a 31ª e 33ª semana de idade gestacional ou entre a 4ª e 6ª semana de vida. Estrabismo em prematuros A imaturidade biológica dos prematuros também pode levar ao estrabismo, condição em que há desvio dos olhos. “Há vários tipos de estrabismo e alguns são mais graves, como no caso do estrabismo convergente que surge já nos primeiros meses de vida. Nestes casos, há indicação de cirurgia ainda no primeiro ano de vida e deve ser feito um acompanhamento regular. Em outros casos, como no estrabismo divergente, é possível esperar um pouco mais”, comenta Dra. Marcela. É importante lembrar que a cirurgia não é estética, pois o estrabismo impacta na visão binocular (estereopsia), que ocorre quando o cérebro funde as duas imagens captadas pelos olhos em uma só. A visão binocular é fundamental para enxergar um campo visual maior e para dar a noção de profundidade, assim como para vermos imagens em 3D. Segundo Dra. Marcela, esta condição quando não tratada também pode levar à perda da acuidade visual decorrente da ambliopia (olho preguiçoso). O diagnóstico do estrabismo deve ser feito de forma precoce. “Sabemos que quanto antes a cirurgia for feita, maior a chance de melhorar ou adquirir certa capacidade de visão binocular, por exemplo”, diz a médica. O bebê prematuro precisará de consultas com o oftalmopediatra de forma rotineira, até que a visão esteja completa, por volta dos sete ou oito anos, mesmo que não apresente nenhum problema na maternidade.

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Por que os bebês têm problema com sono? O que fazer?

Os problemas de sono com os pequenos em geral são um pesadelo para toda a família. Conversamos com Marcia Horbacio, que é doula e consultora do Sono materno-infantil e integrante do corpo docente do International Maternity and Parenting Institute da Califórnia. Confira a entrevista abaixo: Quais os principais motivos ou causas que levam bebês e crianças a terem dificuldades para dormir? Primeiro, gostaria de esclarecer que não são todas as crianças que tem problemas de sono e que precisam de ajuda. Algumas aprendem a dormir sozinhas . O trabalho que faço é para famílias que veem a situação como um problema que impacta a saúde e o dia-a-dia da família. Algumas dessas famílias tem privações severas de sono e é para essas famílias que eu trabalho. Quanto às dificuldades para dormir existem várias causas. Algumas crianças tem problemas de saúde e por isso sempre precisam passar no pediatra primeiro antes de procurar a consultoria de sono. Problemas com refluxo,alergias, problemas intestinais, e outros que podem atrapalhar o sono , devem ser tratados pelo médico. Eu atuo quando depois de todas essas questões avaliadas pelo médico, a criança acorda várias vezes de noite precisando apenas de uma ajuda como colocar a chupeta de volta, mamar ou ser balançada ou ninada, ou seja, quando a questão é comportamental. Crianças até os 6 meses ainda não estão totalmente maduras para dormir como nós adultos, e por isso o sono é fragmentado e muito imprevisível ainda. Algumas crianças até os 3 anos ainda precisam de algum suporte para dormir e isso só é problema se a família não está feliz com isso. A partir de quantos meses é possível iniciar um trabalho de educação do sono do bebê? Um trabalho de educação de sono que vai incluir o uso de uma abordagem para mudança de comportamento ( os chamados treinamentos de sono ) entre 4-6 meses já podemos fazer. Nunca antes dos 4 meses e preferencialmente depois dos 6 meses . Algumas casos fazemos quando a criança tem entre 4-6 meses mas é preciso ser avaliado se a criança está bem desenvolvida, saúde excelente, ganhando peso normalmente, amamentação bem estabelecida e uma privação de sono bem severa. Nesse caso fazemos com crianças entre 4-6 meses. Preferencialmente a partir dos 6 meses. É preciso no entanto diferenciar treinamento de sono e consultoria do sono. Consultoria do sono que é realizada por uma profissional não é sinônimo de treinamento de sono. Nós ajudamos mães gestantes, mães no pós-parto, bebês recém-nascidos e crianças que precisam de orientação sobre o melhor ambiente para dormir, informação sobre a duração de sono , os intervalos de tempo acordado de acordo com a idade, rituais e rotinas e quando é o melhor momento para para implementar, enfim, isso se chama fazer a higiene do sono da criança ou do adulto. Sempre, quando se trata de um bebê antes dos 6 meses, focando nesses aspectos da fundação do sono saudável. Nada tem a ver com educar o sono do bebê. Qual a participação dos pais na dificuldade de dormir dos filhos? Pais ansiosos podem interferir da qualidade do sono dos bebês e crianças? Se a questão é comportamental, geralmente está nas mãos dos pais modificar a forma de colocar para dormir. Muitas vezes na ânsia de resolver a questão porque estão todos muito cansados, eles acabam tentando várias coisas diferentes e é justamente aí que está o problema. A criança precisa que os pais tenham uma mesma resposta aos despertares para que elas descubram como gostam de adormecer. Ter alguma dificuldade de pegar no sono pode ser normal. Mas devem ter casos que os pais devem se preocupar. Em que casos seria mais urgente buscar um profissional para ajudar na melhora do sono da criança? Sim, é muito normal que crianças até pelo menos 3 anos queiram alguma ajuda para relaxar e isso não é geralmente caso para consultoria do sono. Ás vezes só precisam de um pouco de companhia na hora da cama, mas dormem uma noite boa e os pais não veem problemas nisso. Acredito que os pais devem seguir suas intuições e se eles acham que para a família deles, a situação é problema, então eles podem querer procurar ajuda. Alguns pais tem mais tolerância a privação do sono e podem achar que uma criança de 2 anos acordar uma ou duas vezes a noite não é problema. Agora, devo chamar a atenção para o seguinte: Não é só pelos pais que se deve cuidar do sono. É pela criança principalmente. Um sono muito interrompido quando uma criança já tem mais de 1 ano não é bom. Então , às vezes os pais pensam que não precisam mudar nada porque para eles não é problema acordar de madrugada, mas a criança está muito cansada e precisando de um sono melhor. A dificuldade de dormir pode prejudicar a saúde das crianças? Que tipos de desdobramentos podem acontecer na saúde das crianças que tem essas dificuldades? No caso de privação de sono severa, em que a criança está muito irritada e cansada durante o dia, os pais exaustos e isso se prolonga por meses a fio , às vezes até anos, sabemos que estudos mostram que as crianças ficam mais suscetíveis a gripes, podem ter problemas de aprendizado quando forem para a escola, são mais sujeitas a obesidade que outras e além de outros problemas serem crianças mais ansiosas e emocionalmente instáveis. Qual a importância do sono para o desenvolvimento da criança? Durante o sono profundo o hormônio do crescimento é secretado por isso é importante que ela durma um sono de qualidade. É durante o sono também que os órgãos são reparados do trabalho que tiveram durante o dia, a memória se consolida, consequentemente a criança aprende melhor e se relaciona melhor com os outros porque está descansada, o que faz com que se desenvolva intelectualmente também. O sono é vital para o desenvolvimento da criança. Tão importante quanto dar o melhor alimento para a criança é dar o melhor

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