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câncer de próstata

Zika inibe proliferação de células do câncer de próstata

Agência FAPESP – Após revelar de modo pioneiro o potencial do vírus zika de combater tumores no cérebro, um grupo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) liderado pelo professor Rodrigo Ramos Catharino mostrou que o patógeno também pode ser uma arma contra o câncer de próstata. Por meio de experimentos feitos com uma linhagem de adenocarcinoma de próstata humano (PC-3), os cientistas observaram que o zika, mesmo após ser inativado por alta temperatura, é capaz de inibir a proliferação das células tumorais. Os resultados da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram divulgados na revista Scientific Reports. “O próximo passo da investigação envolve testes em animais. Caso os resultados sejam positivos, pretendemos buscar parcerias com empresas para viabilizar os ensaios clínicos”, disse Catharino, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp e coordenador do Laboratório Innovare de Biomarcadores. A linha de pesquisa coordenada por Catharino teve início em 2015, quando foi descoberta a relação entre a epidemia de zika e o aumento nos casos de microcefalia nos estados do Nordeste. Depois que estudos confirmaram a capacidade do patógeno de infectar e destruir as células progenitoras neurais – que nos fetos em desenvolvimento dão origem aos diversos tipos de células cerebrais – o pesquisador idealizou testar o vírus em linhagens de glioblastoma, o tipo mais comum e agressivo de câncer do sistema nervoso central em adultos (leia mais em agencia.fapesp.br/26991). Os bons resultados observados in vitro pelo grupo da Unicamp foram confirmados em modelo animal por cientistas do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP na Universidade de São Paulo (USP) (leia mais em: agencia.fapesp.br/27676). “Como também já foi confirmada a transmissão sexual do zika e a preferência do vírus por infectar células reprodutivas, decidimos agora testar seu efeito contra o câncer de próstata”, contou à Agência FAPESP Jeany Delafiori, estudante de doutorado sob a orientação de Catharino. O trabalho vem sendo conduzido com o apoio do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), um CEPID da FAPESP na Unicamp. Inflamação persistente Em estudo divulgado recentemente, também na Scientific Reports, o grupo de Catharino descobriu que marcadores de inflamação neurológica podiam ser encontrados na saliva de bebês nascidos com microcefalia – e cujas mães foram diagnosticadas com zika durante a gestação – até pelo menos dois anos após o parto. “Isso mostrou que esse patógeno induz uma inflamação que perdura por muito tempo, mesmo após sua eliminação completa do organismo. Na versão ‘selvagem’ [sem passar pelo processo de inativação], portanto, o vírus poderia trazer efeitos indesejáveis e não poderia ser usado como terapia”, explicou Catharino. Os pesquisadores então decidiram testar se mesmo após a inativação o zika manteria a capacidade de destruir células tumorais. Os experimentos foram feitos com uma linhagem viral obtida a partir de amostras isoladas de um paciente infectado no Ceará, em 2015. Após cultivo em laboratório, o vírus foi fusionado a uma nanopartícula e aquecido a uma temperatura de 56º C durante uma hora, com o intuito de inibir o potencial de causar infecção. O passo seguinte foi colocar uma cultura de células PC-3 (adenocarcinoma de próstata) em contato com o vírus inativado e, após 24 e 48 horas, comparar com outro grupo de células tumorais não exposto ao patógeno. “Observamos um efeito citostático [inibição da reprodução celular] seletivo para as células PC-3. Na análise feita após 48h, a linhagem que ficou em contato com o vírus inativado apresentou um crescimento 50% menor que a linhagem controle”, contou Delafiori. Para descobrir de que modo o zika alterou o metabolismo das células tumorais, o material da cultura foi analisado em um espectrômetro de massas – aparelho que funciona como uma balança molecular, ou seja, que permite separar e identificar elementos presentes em amostras biológicas de acordo com a massa. Em seguida, com o objetivo de dar sentido ao grande volume de dados obtido por espectrometria, foi feita uma análise estatística multivariada conhecida como PLS-DA (análise discriminante por mínimos quadrados parciais, na sigla em inglês), que revelou 21 marcadores capazes de descrever de que modo o vírus afeta o metabolismo da célula tumoral e inibe sua proliferação. “Encontramos, por exemplo, marcadores lipídicos envolvidos em condições de estresse e em processo de morte celular, como ceramidas e fosfatidiletanolaminas. Esses e outros marcadores relatados traduzem o remodelamento lipídico induzido pela partícula e o comprometimento de vias do metabolismo de moléculas como porfirina e ácido fólico, que contribuiria para o estresse celular e o efeito antiproliferativo observado”, disse Catharino. Segundo o pesquisador, o conjunto de 21 metabólitos pode auxiliar tanto no entendimento das alterações bioquímicas induzidas pelo vírus quanto na busca de alvos terapêuticos, abrindo caminho para diversos novos estudos. Além de Delafiori, a pesquisa contou com a participação do bolsista de doutorado da FAPESP Carlos Fernando Odir Rodrigues Melo, também orientando de Catharino. O artigo Molecular signatures associated with prostate cancer cell line (PC-3) exposure to inactivated Zika vírus, de Jeany Delafiori, Estela de Oliveira Lima, Mohamed Ziad Dabaja, Flávia Luísa Dias-Audibert, Diogo Noin de Oliveira, Carlos Fernando Odir Rodrigues Melo, Karen Noda Morishita, Geovana Manzan Sales, Ana Lucia Tasca Gois Ruiz, Gisele Goulart da Silva, Marcelo Lancellotti e Rodrigo Ramos Catharino, pode ser lido em www.nature.com/articles/s41598-019-51954-8.

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Vírus geneticamente modificado combate câncer de próstata

Peter Moon - Pesquisadores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) conseguiram manipular geneticamente um tipo de vírus que, uma vez injetado em camundongos com câncer de próstata, destruiu células tumorais. O vírus também deixou as células tumorais ainda mais sensíveis ao tratamento com quimioterapia, chegando a eliminar os tumores completamente. Os resultados foram obtidos pela equipe de Bryan Eric Strauss, diretor do Laboratório de Vetores Virais no Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Icesp, e publicados na revista Gene Therapy, do grupo Nature. O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no âmbito do Projeto Temático “Terapia gênica do câncer: alinhamento estratégico para estudos translacionais”, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Sanofi-Aventis. “No combate ao câncer de próstata, empregamos em camundongos uma combinação de terapia gênica e quimioterapia”, disse Strauss. “Escolhemos a via que consideramos com mais potencial de funcionar como supressor de tumores.” Strauss se refere a um gene conhecido como p53, que controla aspectos importantes da morte celular e existe tanto em humanos como em roedores. Em laboratório, o gene foi inserido no código genético de um vírus (da família Adenovírus). O vírus modificado foi, por sua vez, injetado diretamente nos tumores em camundongos. “Primeiramente, implantamos células de câncer de próstata humano e esperamos o tumor crescer. Quando isso ocorreu, injetamos o vírus diretamente na massa do tumor, procedimento repetido várias vezes. Em duas dessas ocasiões, aplicamos também a droga cabazitaxel, usada comumente em quimioterapia, por via sistêmica. Depois disso, observamos os camundongos para verificar se ocorreria ou não o desenvolvimento dos tumores”, disse Strauss. O experimento fez uso de diversos grupos de camundongos, todos inoculados com células de tumor de próstata. Para verificar a efetividade da terapia gênica, um grupo de animais recebeu um vírus irrelevante – grupo de controle. Um segundo grupo recebeu apenas vírus que codificavam o gene p53. Um terceiro grupo recebeu somente a droga cabazitaxel e, no último, correspondente a um quarto dos animais, foi injetada uma combinação da droga com o vírus. Quando as células tumorais foram infectadas pelo vírus modificado, esse penetrou o núcleo da célula – que é onde os genes agem –, comandando a morte celular. O gene p53 foi especialmente eficaz em induzir morte em câncer de próstata. “Os tratamentos individuais com p53 ou com cabazitaxel tiveram um efeito intermediário em termos de controlar o crescimento do tumor. Mas o resultado marcante foi a combinação, que inibiu o tumor totalmente”, disse Strauss. Os experimentos comprovaram que o vírus modificado, ao infectar as células tumorais, induz a morte dessas células. “A associação da droga com a terapia gênica resultou no controle total de crescimento do tumor. Ou seja, o que se viu foi um efeito aditivo ou até sinérgico. Também pode-se pensar que o vírus com o gene p53 deixou a célula tumoral mais sensível para a ação do quimioterápico”, disse Strauss. O pesquisador ressalta que ainda não é possível simplesmente injetar o vírus na corrente sanguínea. “Para essa terapia surtir efeito, precisamos injetar o vírus diretamente nas células tumorais”, disse. Ele lembra que os tumores podem ser controlados usando somente drogas de quimioterapia, mas que a dosagem necessária costuma ser elevada, resultando em efeitos colaterais. Um deles é a queda de glóbulos brancos na circulação. Essa queda é um dos limites para a aplicação desse tipo de quimioterapia, uma vez que prejudica o sistema imune do paciente. “Em nosso estudo, aplicamos bem menos drogas usadas em quimioterapia. A dose foi subterapêutica, ou seja, não suficiente para controlar o tumor, mas fizemos isso para tentar evitar a leucopenia, que é a redução no número de glóbulos brancos”, disse Strauss. O bioquímico e biólogo molecular californiano de 52 anos vive em São Paulo desde 1998, tendo já trabalhado três anos no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo e 10 anos no Instituto do Coração (InCor), antes de ingressar no Icesp, em 2011. “Foi durante esse tempo que todos os vetores virais que utilizamos foram desenvolvidos. Trata-se de uma tecnologia totalmente brasileira”, disse. Sistema imune Destruir as células tumorais com p53 não garante que todas as células cancerosas serão eliminadas, incluindo as metástases. Para melhorar a abordagem, pesquisadores contam com a ativação da resposta imune. Strauss conta que, se a combinação p53 mais cabazitaxel não for suficiente para ativar o sistema imune, pode ser considerado o uso de um segundo gene aliado ao tratamento com p53. No caso, foi escolhido o interferon beta, chave para a boa função do sistema imune. Interferon é uma proteína produzida por leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células. “Tanto o p53 como o interferon beta podem induzir morte nas células tumorais e a união dos dois faz que a morte das células alerte o sistema imune. É a morte imunogênica”, disse Strauss. Trabalhos anteriores do grupo servem como base para a ideia. Quando a combinação de genes ARF (parceiro funcional de p53) e interferon beta foi inserida no núcleo da célula tumoral, o sistema imunológico dos roedores deixou de reconhecer as células tumorais como pertencentes ao organismo dos camundongos, passando a identificá-las como se fossem agentes externos que devem ser combatidos. “Quando isso ocorre, o sistema imune dos camundongos passa a combater as células tumorais tanto no local do tratamento como em tumores distantes desse local”, disse Strauss. “Nosso objetivo agora é melhorar essas abordagens. Estamos fazendo ensaios para determinar se merecem avançar para a fase de testes clínicos com pacientes humanos”, disse. Por Agência FAPESP

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Prostatite é a doença urológica mais comum nos homens abaixo dos 50 anos

Além do câncer de próstata e da hiperplasia prostática benigna, outra doença muito comum que pode atingir a glândula reprodutora masculina é a prostatite. Caracterizada pela inflamação e infecção do órgão, ela é o problema urológico que mais acomete os homens com menos de 50 anos e o terceiro mais comum nos pacientes acima dos 50. Entre as possíveis causas estão as bactérias presentes na uretra, na bexiga e na urina. Segundo o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife, existem dois tipos de prostatite: aguda e crônica (que pode ser bacteriana, não bacteriana ou assintomática). “Considera-se inflamação crônica quando o paciente apresenta uma dor pélvica por mais de três meses. Ela normalmente está associada a infecções urinárias recorrentes”, explica. Os sintomas mais comuns são dores na região supra púbica, perineal, no pênis e nos testículos, desconforto durante relação sexual, aumento da frequência urinária, ardência ou diminuição do jato da urina e febre. A prostatite ocorre quando bactérias entram pelo canal urinário e penetram no tecido prostático. A principal causa é infecção urinária recorrente, mas ela também pode ser provocada após manipulação prostática, como uma sondagem vesical, cirurgias ou até mesmo sexo anal. “Pacientes que têm disfunção miccional e não conseguem esvaziar bem a bexiga, como diabéticos, doentes neurológicos, que sofreram trauma raquimedular e que não conseguem esvaziar bem a bexiga também podem desenvolver a inflamação”, afirma Maia. De acordo com o urologista, a doença também pode ter origem após uma biópsia da próstata. Para realizar o procedimento, utilizado para diagnosticar o câncer de próstata, o médico insere uma agulha e retira vários fragmentos para análise. Algumas vezes, a ação leva bactérias para dentro da próstata. “Esses casos devem ser tratados imediatamente, pois são mais graves, já que as bactérias foram levadas diretamente da pele, ou da região perineal, para dentro do tecido prostático. Muitas vezes elas são bactérias mais resistentes a antibióticos orais e o paciente precisa ficar internado para tomar medicação intravenosa”, alerta Guilherme Maia. O diagnóstico é clínico, feito numa consulta através da apalpação da área e toque retal. Alguns exames também podem ajudar na identificação da doença, como uma cultura antes e depois de massagem prostática, estudo urodinâmico e ultrassom para avaliar tamanho da próstata. “O tratamento deve ser acompanhado por uma hidratação rigorosa e uso de antibiótico específico para bactérias urológicas no período de 3 a 4 semanas, podendo ser prolongado por até dois meses”, finaliza.

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HIFU: Tratamento inovador, menos invasivo e mais eficiente para câncer da próstata

Ao longo dos últimos 25 anos, a expectativa de vida média para homens aumentou em quase 4 anos e a idade de detecção de câncer de próstata recuou em média 10 anos, com diagnóstico cada vez mais frequentemente realizado em fase precoce onde a terapia curativa é possível. Tais mudanças nas tendências da idade e extensão da malignidade no diagnóstico revelaram limitações nas terapias curativas convencionais para a doença, incluindo um risco significativo de recorrência agressiva do câncer e o risco de morbidade geniturinária de longo prazo e seu impacto prejudicial sobre a qualidade de vida do paciente (QVP). Uma maior conscientização sobre as deficiências na prostatectomia radical, radioterapia externa e braquiterapia levou à busca de terapias curativas alternativas que ofereçam taxas comparáveis de controle do câncer e menor morbidade relacionada ao tratamento para melhor preservar a QVP. O ultrassom focalizado de alta-intensidade (HIFU) possui características que o tornam uma opção de terapia curativa importante. Trata-se de uma abordagem não invasiva que usa energia de ultrassom aplicada com precisão para atingir a necrose das células tumorais sem radiação ou excisão cirúrgica. Na oncologia urológica atual, o HIFU é utilizado clinicamente no tratamento do câncer de próstata em diversos países com diversos estudos¹ comprobatórios de resultados altamente positivos. “Ainda que alguns tratamentos convencionais apresentem índices de cura e de controle satisfatórios, ainda geram efeitos colaterais importantes de transtornos urinários e sexuais e que, no caso do uso do HIFU, são bem inferiores“, relata o uro-oncologista Marcelo Bendhack, Doutor em Uro-oncologia pela Universidade de Düsseldorf, Presidente da Sociedade Latino-Americana de Urologia e especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O HIFU foi desenvolvido nos Estados Unidos, entre 1951-53, e, posteriormente, a pesquisa clínica para câncer de próstata estudado na Alemanha, em meados dos anos 90. Mais de 65.000 pacientes com câncer de próstata foram tratados com a técnica. A ressecção transuretral neoadjuvante da próstata tem sido agora combinada com o HIFU (concomitante) desde 2000 para reduzir o tamanho da próstata, facilitar a destruição de tecido e minimizar os efeitos colaterais. No Brasil, o procedimento foi aprovado pela Anvisa em 2008, porém tem sua aplicação muito aquém do que deveria. “Ampliar a técnica para os serviços públicos e colocá-la no rol da ANS é primordial para difundir e ampliar a cobertura de assistência dos pacientes brasileiros”, contextualiza Dr. Marcelo, que ainda acrescenta um fato importante para a técnica não avançar: a avaliação em andamento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que ainda considera a técnica experimental, o que não se ancora em nenhum argumento técnico e científico. Até o momento, apenas um conselheiro do CFM emitiu opinião, de forma monocraticamente, o que não representa um posicionamento definitivo da autoridade máxima do órgão, a sessão plenária. A Associação Latino-Americana de Uro-Oncologia (UROLA), que discute cientificamente o assunto desde 2006, entende e declara desde 2016 que o HIFU é uma técnica aceita para uso clínico nos pacientes com o câncer da próstata. O HIFU pode não ser visto como um substituto da terapia clássica, mas sim como uma primeira escolha terapêutica em doenças localizadas, primárias ou recidivadas. O uso inicial do HIFU pode ajudar a adiar a necessidade de terapias invasivas associadas a uma maior morbidade, como cirurgia ou radiação, permitindo ao paciente um período mais longo sem o risco de viver com efeitos colaterais geniturinários relacionados ao tratamento. A recorrência local do câncer de próstata ocorre em 10% a 50% dos pacientes, independentemente da abordagem curativa, e o tratamento evoluiu de singular para uma abordagem sequencial e multimodal que acomoda muito o uso de terapias minimamente invasivas, como o HIFU. A técnica pode ser repetida em casos de recorrência local, o que não é uma opção com outras modalidades de tratamento para câncer de próstata localizado, como cirurgia, radiação externa e braquiterapia. O HIFU transretal deve ser considerado seriamente como uma terapia curativa em doenças localizadas, bem como uma terapia adjuvante paliativa em todos os outros estádios tumorais. As melhorias contínuas em tecnologias de imagem qualificam ainda mais a eficácia do HIFU. “Ainda é preciso conscientizar a população masculina da importância dos exames preventivos. A partir disso, dependendo do diagnóstico, o paciente e seu médico devem avaliar a escolha do tipo de tratamento, priorizando a qualidade de vida e os menores efeitos colaterais, que estão cada vez mais reduzidos com o emprego de técnicas avançadas como o HIFU”, diz o médico Marcelo Bendhack.

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Os riscos do colesterol alto para a saúde masculina

Colesterol alto, como se sabe, é um dos vilões da saúde. A concentração exagerada da gordura presente nas células é a responsável pela maioria dos casos de doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o colesterol alto mata mais de 4 milhões de pessoas ao ano no mundo. O que muitos não sabem é que o quadro também está relacionado a outros problemas que afetam a saúde masculina, como disfunção erétil e câncer de próstata. Segundo o andrologista Filipe Tenório, da Clínica Andros Recife, o colesterol alto favorece o aparecimento da disfunção erétil porque ele diminui a capacidade de circulação sanguínea nas artérias. “A ereção acontece quando a primeira camada do vaso sanguíneo libera substâncias que dilatam os vasos permitindo a passagem de sangue nos corpos cavernosos. Quando há obstrução nos vasos causada pelo acúmulo de gordura, eles não dilatam o suficiente e o sangue acaba não chegando ao pênis”, explica o médico. Isso foi comprovado em um estudo realizado pelo American College of Cardiology. A pesquisa entrevistou homens com elevados níveis de colesterol antes e depois de passarem por tratamento médico para reduzir essas taxas. O questionário continha perguntas sobre ereção e desempenho sexual com pontuação equivalentes de 1 a 5. Do início ao final do tratamento, houve um aumento de 24% na qualidade das ereções. Outra doença que é agravada pelo colesterol alto é o câncer de próstata. Uma pesquisa publicada na revista “The Journal of Clinical Investigation” revelou que o nível elevado da gordura contribui para o desenvolvimento do tumor devido a uma alteração química das células tumorais. “No estudo, os pesquisadores perceberam que o colesterol acumulou-se nas membranas externas das células desencadeando o desenvolvimento do câncer e impedindo a autodestruição das células”, afirma o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife. Cientistas do Instituto de Pesquisas Farmacológicas Mario Negri, em Milão, acreditam que a explicação está no fato de o organismo utilizar o colesterol para produzir hormônios masculinos que estariam ligados ao câncer de próstata. “Os hormônios andróginos, que têm um papel fundamental no tecido da próstata, são sintetizados a partir do colesterol, o que sugere uma relação biológica entre a substância e o câncer”, disse Cristina Bosetti, uma das autoras da pesquisa.

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Câncer de próstata deve atingir 61.200 brasileiros em 2016, segundo o Inca

Segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca), 61.200 casos novos de câncer de próstata devem ser registrados no Brasil até o fim de 2016. Conforme estimativa da entidade, 28,6% de todos os registros de casos novos de câncer em homens no País vão ser de próstata. Na população masculina, essa forma da doença só fica atrás do câncer de pele (não melanoma), que tem 80.850 casos estimados para o mesmo período em todo o país. Em São Paulo, o estudo do Inca aponta um número de 12.730 possíveis novos casos, sendo 3.600 na capital. Vale ressaltar que, em 2013, ocorreram quase 14 mil mortes por câncer de próstata. No Brasil, existem mais de 12 milhões de homens com mais de 50 anos. Desses, ao longo dos anos, 2 milhões serão atingidos pelo câncer de próstata. De cada 18 homens atingidos, três morrerão do câncer. De acordo com o médico da equipe de urologia da rede de centros médicos dr.consulta Daniel Cocito Simões, a maioria sobrevive devido ao diagnóstico precoce por meio de exames preventivos.  "O câncer de próstata não produz sintomas nos estágios iniciais, período em que a doença é altamente curável. Por isso, os exames preventivos são fundamentais. Homens com mais de 45 anos devem começar a fazer o exame de toque retal, que é feito em consultório com médico urologista; e o PSA, exame de sangue, que complementa o diagnóstico da doença, a cada ano. Já os que têm casos de câncer de próstata na família devem fazer os dois exames a partir dos 40.”, esclarece. Exames preventivos podem aumentar chances de cura A gravidade do câncer de próstata é avaliada com base no toque retal, valor do PSA e o grau do tumor descoberto na biópsia. Em média, os casos se dividem da seguinte forma: 15% dos casos são do tipo indolente, ou seja, precisa de vigilância com exames periódicos mas não há necessidade de tratamento; 60% são agressivos, mas curáveis, opta-se por cirurgia ou sessões de radioterapia; os outros 25% apresentam lesões avançadas de cura mais difícil. Nesses casos, normalmente, é feito uso de hormonioterapia ou quimioterapia. Duas condições aumentam o risco de contrair o câncer de próstata. 1) Homens da raça negra têm o dobro da incidência de câncer de próstata 2) Ter casos na família: 1 parente = 1.5 vezes o risco; 2 parentes = 3 vezes; 3 parentes= 5 vezes O diagnóstico precoce permite maior chance de cura. Alguns tipos de nódulo podem ser acompanhados por exame, sem necessidade de cirurgia. Paciente com nódulo necessita realizar biópsia de próstata para concluir o diagnóstico de câncer de próstata. O uso do cigarro pode contribuir para o surgimento de câncer de próstata. Pacientes com mais idade têm mais chance de ter câncer de próstata. 50 anos: 10 % 70 anos: 30 % 100 anos: 100% A cirurgia pode causar disfunção erétil. Disfunção erétil (impotência sexual), que varia com a idade do paciente operado: 70 anos: 70% 65 anos: 35% 50 anos: 10% A cirurgia pode causar incontinência urinária. A média é de 3 a 15% dos pacientes operados. Obesidade e vasectomia não aumentam a incidência de câncer de próstata.

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Saiba como prevenir o câncer de próstata

Muitos mitos e preconceitos cercam o câncer de próstata e o exame de toque retal, necessário para realizar o seu diagnóstico. A Algomais participa da campanha Novembro Azul e traz no seu site esta entrevista com o chefe do Serviço de Urologia do Hospital Jayme da Fonte Renato Leal Mathias, que esclarece as dúvidas sobre a doença e sua prevenção. O que é a próstata? A próstata e uma glândula do sistema reprodutor masculino, que localiza-se abaixo da bexiga e anterior ao reto, e sua principal função é a produção do líquido que forma o esperma, que junto com os espermatozoides (que são produzidos pelo testículos), formam o líquido seminal. Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata? A partir de que idade o homem deve fazer o exame? O diagnóstico do câncer de próstata é realizado através da biópsia de próstata, através de exames de PSA, toque retal e ressonância magnética. Os casos suspeitos de câncer são selecionados para realizar a biópsia. Esses exames são realizados em homens a partir dos 50 anos de idade. Em pacientes com parentes de primeiro grau com câncer de próstata ou pacientes de raça negra são orientados a realizar esses exames com 45 anos de idade O exame de toque retal dói? Quanto tempo dura? O exame de toque retal não doí e dura não mais que 30 segundos. O fato de um homem fazer o exame de PSA precisa fazer também o de toque? Não existe um exame único para detectar o câncer de pros tata, eles se complementam, por isso além do PSA é importante realizar também o toque retal. Com que regularidade terá que fazer os exames? Cada caso tem que ser analisado, depende de idade, resultados de exames anteriores, mas em geral o exame é realizado uma vez ao ano, podendo ser antecipado ou postergado. O preconceito dos homens em fazer o exame de toque tem diminuído nos últimos? O senhor percebe um aumento no número de pacientes que o procuram no consultório com o intuito de fazer o exame preventivo? Diminuiu consideravelmente esse tipo de preconceito. Com a mídia orientando sobre os exames e riscos da doença, e familiares apoiando, e de certa forma, pressionando seus entes queridos a realizar os exames, conseguimos diminuir o preconceito e aumentar a adesão aos exames. Dessa forma realmente aumentou o número de pacientes que procuram especialista médicos, mas infelizmente ainda existe muito preconceito sobre o assunto. Qual a prevalência do câncer de próstata no Brasil. A estatística tende a aumentar com o envelhecimento da população brasileira? O câncer de próstata é a neoplasia solida mais comum e a segunda maior causa de óbito oncológico no homem. Em 2015 está previsto o diagnostico de 1.201.619 novos casos com 335.643 óbitos no mundo, no Brasil serão 79.882 novos casos com 18.850 óbitos para 2015. Na medida que o homem vai envelhecendo aumenta a probabilidade de contrair a doença. Além do exame, quais as outras formas de prevenção? É verdade que ingerir alimentos na cor vermelha pode ajudar? Na literatura até o momento não existe nenhum alimento ou medicação que realmente evite o câncer de próstata, alguns trabalhos sugerem que os alimentos ricos em licopeno (frutas vermelhas) podem diminuir os riscos de câncer, mas não existe nenhum trabalho que confirme essa hipótese. Além do licopeno, uma dieta saudável, com menos gordura animal, atividade física, aumento da atividade sexual, raios solares, podem diminuir os riscos de câncer de próstata, mas são suposições em trabalhos com metodologias falhas. Quais os sintomas da doença e o que ela acarreta caso não seja diagnosticada precocemente? O câncer de próstata no estágio inicial não causa sintomas, os sintomas relacionados ao câncer de próstata só são iniciados em casos avançados, nos quais muitas vezes já não se pode obter a cura, apenas tratamento paliativos. Por isso que orientamos os exames preventivos para realizar o diagnóstico precocemente e, dessa forma, obter a cura da doença. A sintomatologia em casos avançados são sangramento de grande volume pela uretra, fratura óssea pelas metástase óssea, dores de forte intensidade muitas vezes não cedendo nem com opioides, insuficiência renal e consequentemente a morte. Como é o tratamento? O tratamento da doença em estágio inicial é feito através de cirurgia ou radioterapia, atualmente a cirurgia consegue ter melhores resultado de cura que a radioterapia e, com o advento da cirurgia laparoscópica e robótica (cirurgia minimamente invasiva) conseguimos resultados mais promissores com recuperação mais rápida. Em casos avançados, em que a cirurgia não e mais indicada, são feitos tratamento paliativo com medicação.

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