Arquivos Cultura Popular - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

cultura popular

Cais do Sertão realiza rodas de conversa sobre mulheres que são Patrimônio Vivo de Pernambuco

Para celebrar o mês dedicado às mulheres, o Centro Cultural Cais do Sertão, em parceria com a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) promove rodas de conversa para destacar a trajetória das mulheres que são Patrimônio Vivo de Pernambuco, a exemplo da cirandeira Lia de Itamaracá e da repentista Mocinha de Passira. Os encontros acontecem a partir desta quarta-feira e até a sexta, sempre começando às 14h30, na Sala Todo Gonzaga, dentro do museu. Outro presente para as mulheres é a entrada gratuita no museu até domingo (15). “As rodas de conversa buscam destacar o protagonismo da mulher pernambucana na cultura e história do Estado. Patrimônios Vivos de Pernambuco vão falar das suas artes e ofícios, da suas experiências, que marcam fortemente a nossa história. Cumpre, assim, o Cais do Sertão, a sua função como centro cultural, de auxiliar na preservação e manutenção da herança cultural e tradições do nosso povo”, destaca o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes. Nesta quarta-feira (11), a temática é a atividade de partejar, mantida há mais de 60 anos por Maria dos Prazeres de Souza, a Dona Prazeres, 82 anos. Durante todo este tempo, foram mais de cinco mil partos - e nenhum óbito no currículo. Além dela, participam da roda de conversa a parteira Dani Siqueira e a psicóloga Dan Gayoso, que atua na preparação e assistência ao parto como educadora perinatal e doula. A mediação é da antropóloga Elaine Müller, da UFPE. Na quinta-feira (12), serão tratadas às mestras nas expressões culturais. O bate-papo vai reunir a cirandeira Lia de Itamaracá, a repentista Mocinha de Passira, a circense Índia Morena e a brincante Cristina Andrade, mestra de ciranda, pastoril e urso. A conversa será sobre a riqueza das expressões culturais de Pernambuco, além de um pouco da trajetória de cada uma delas. Haverá ainda uma homenagem a todas às mulheres Patrimônio Vivo de Pernambuco com um certificado. Selma do Coco e Ana das Carrancas, já falecidas, também serão destacadas. Para fechar a semana, na sexta-feira (13), o artesanato pernambucano ganha atenção. O papo será mediado pela coordenadora de Artesanato da AD Diper, Maria do Socorro Leão, e contará com a participação das artesãs Neguinha e Mauricéia Henrique Silva, da Associação de Artesãs Flor de Barro, de Caruaru. A gestora do Museu do Barro, de Caruaru, Maria Amélia Carneiro Campello, e a doutora em design Ana Andrade, uma das criadoras do laboratóri Imaginário, também participam. SERVIÇO Rodas de conversa com mulheres Patrimônio Vivo de Pernambuco - De 11 a 13 de março, às 14h30, no Centro Cultural Cais do Sertão - Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife, fone: 3182-8266. Entrada franca. MAIS SOBRE AS HOMENAGEADAS: Dona Prazeres (parteira) - Pelas mãos de Dona Prazeres, uma multidão, a parteira tradicional teve seus saberes repassados por sua mãe e que já ajudaram a "colocar no mundo" milhares de pessoas.. Parteira há mais de 60 anos com mais de 5 mil partos e nenhum óbito no currículo, Prazeres tem propriedade para falar da potência de um momento que pode ser a expressão máxima da fortaleza feminina, não só pelo esforço físico, mas também pelo que a maternidade representa. O título de Patrimônio Vivo de Pernambuco foi dado em 2017. Lia de Itamaracá (cirandeira) - Soberana, feito uma deusa surgida das águas do mar ou uma rainha plena de realeza, é assim que Lia sempre aparece, levando-nos ao prazer de ouvir e dançar uma ciranda. Sim, porque ninguém fica imune ao ritmo da ciranda, muito menos aos encantos da filha de Iemanjá, que se habituou a cantar desde criança, na praia de Jaguaribe, localidade da Ilha de Itamaracá onde nasceu em 12 de janeiro de 1944 e vive até hoje. Com o porte e a realeza da soberana Iemanjá, a artista comanda as atividades do Centro Cultural Estrela de Lia, transformado desde 2008 em Ponto de Cultura, onde são oferecidas oficinas de arte, cerâmica, percussão, fotografia, malabares, rabeca, teatro, cavalo-marinho. Permanecem, ainda, as temporadas de apresentação artística: recitais poéticos, bandas alternativas, duplas de violeiros, filhas de Baracho, e, claro, a tradicional ciranda de Lia. Toda a programação cultural é gratuita e sempre conta com o envolvimento da comunidade local, ou seja, os habitantes da Ilha de Itamaracá, e especificamente os da praia de Jaguaribe. Dentre os títulos que conquistou estão o do Ministério da Cultura, que instituiu o Ponto de Cultura Lia de Itamaracá, e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2005. Mocinha de Passira (repentista) - Maria Alexandrina da Silva, com apenas cinco anos de idade, previu: “um dia vai aparecer um rádio em que o cara vai poder ver as pessoas dentro”. Uma verdadeira peleja contra o machismo é o que Mocinha tem travado ao longo de sua trajetória no repente. Em 1976, só após quase 20 anos de estrada, Mocinha teve a oportunidade de registrar seus versos em um disco. Foi a única mulher repentista a participar das gravações de um marco importante para a discografia do gênero, o LP Viola, Verso, Viola, do Estúdio Rozenblit. Além do Diploma de Patrimônio Vivo, que ganhou em 2016, exposto em lugar de destaque na parede da sala, a repentista também guarda em Passira fotografias, recortes de jornais, troféus e outros registros de uma vida inteira dedicada a uma das mais ricas expressões da cultura popular nordestina. Cristina Andrade (mestra )- Representante das manifestações da cultura popular como a ciranda, o pastoril, o urso de Carnaval, a Bandeira de São João, a Lapinha, dentre outras, Cristina Andrade desde criança está ligada à cultura pernambucana. Aos seis anos de idade, começou a dançar pastoril, no bairro do Alto do Pascoal, no Recife. Sua mãe teve forte influência para sua interação na cultura popular. Conhecida como Dona Dengosa, a mãe da candidata criou, em 1958, o Pastoril Estrela Brilhante e, dez anos mais tarde, a Ciranda Dengosa, da qual Cristina posteriormente se tornou mestra cirandeira. Cristina também se tornou

Cais do Sertão realiza rodas de conversa sobre mulheres que são Patrimônio Vivo de Pernambuco Read More »

Carnaval 2020 com muita cultura popular na Casa da Rabeca

Palco genuíno da cultura popular pernambucana, a Casa da Rabeca do Brasil, em Olinda, celebra o Carnaval 2020 reverenciando o criador do espaço, o saudoso Mestre Salustiano. Na programação inteiramente gratuita 16ªedição do Carnaval Mesclado, dezenas grupos se apresentam a partir das 9h, com programação até as 17h O 16º. Carnaval Mesclado da Casa da Rabeca mescla caboclinhos, maracatus, bois, afoxés e passistas celebrando a tradição do espaço e oferece, também, estacionamento gratuito. No domingo (23.02), às 9h, um grande cortejo sai da Casa da Rabeca, seguindo pelas ruas do bairro, retornando ao local para apresentação dos grupos. Estão confirmados o Boi Pintado do Mestre Grimário, os Caboclinho Ubirajara e Tupã, Afoxé Elegbara, a Orquestra de Frevo Amizart, as Passistas Cia de Dança José Andrade, a Família Salustiano e a Rabeca Encantada, fechando com o Maracatu Piaba de Ouro. O Carnaval Mesclado segue na segunda-feira (24.02), com apresentações de grupos de caboclinhos e maracatus também a partir das 9h. Entre os grupos que participam os Caboclinho Índio Brasileiro, da cidade de Itaquitinga, Índio Tupy Guarani e Índio Brasileiro Buenos Aires, ambos do município pernambucano de Buenos Aires e Caboclinho dos Coites, de Tracunhaém, e o Bloco Caravana Andaluza também de Tracunhaém. Ainda, os Maracatus Águia Misteriosa (Nazaré da Mata), Carneiro Manso (Glória do Goitá), Leão de Ouro de (Condado), Leão Formoso (Tracunhaém), Pavão Dourado de (Tracunhaém), Formosa (Tracunhaém). Apoios – O evento conta com o apoio da Fundarpe/Secretaria de Cultura de Pernambuco/Governo de Pernambuco, Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco e Prefeitura de Olinda e é promovido pela Família Salustiano, que reverencia o patriarca, Mestre Salustiano, falecido em 2008. Salu deixou um grande legado e seus filhos, netos e bisnetos seguem com o compromisso de perpetuarem o amor e a tradição à cultura popular. SERVIÇO: 16ª Edição do Carnaval Mesclado Quando: domingo e segunda-feira de Carnaval, dias 23 e 24 de fevereiro Onde: Casa da Rabeca (Rua Curupira, 340, Cidade Tabajara – Olinda/PE) Horário: 9h às 17h Quanto: Entrada gratuita Mais informações: 3371-8197

Carnaval 2020 com muita cultura popular na Casa da Rabeca Read More »

Caboclinho Sete Flexas se apresenta em Boa Viagem

Completando 48 anos de história e resistência esse ano, e considerado Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, o Caboclinho Sete Flexas, fundado pelo Mestre Zé Alfaiate, se apresenta hoje (4), às 19h, na Pracinha de Boa Viagem. A agremiação, uma das porta-vozes desta manifestação cultural que é Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, é comandada há três anos por Paulo Sérgio dos Santos Pereira, ou Paulinho 7 Flexas, filho do falecido Mestre Zé Alfaiate. Figura importante na organização do grupo e um dos mais respeitados dançarinos tradicionais do país, Paulinho 7 Flexas dança desde os dois anos. Natural de Maceió, com 14 anos começou a aulas no Teatro Brincante, na capital paulista, a convite do multiartista pernambucano, Antônio Carlos Nóbrega. Assim como fazia seu pai, Paulinho assumiu as demandas dos desenhos e bordados das vestimentas. No caboclinho, o núcleo familiar lidera todas as atividades: onde há a casa, há a sede do brinquedo, a oficina de dança com os ensaios semanais, as sessões de costura e bordado, as reuniões, os preparativos de cada carnaval, enfim, a colorida e melodiosa alegria, a firmeza dos gritos de guerra do folguedo, mesmo quando em repouso tocadores e brincadores. Guerra, baião, perré, toré de caboclo, guerra: alternam-se nos toques executados pelo baque, assim denominados os músicos. As loas ou versos gritados – os gritos de guerra, e às loas ou versos declamados, improvisados ou não, sincronizados com a regular batida das preacas (conjunto de arco e flecha em madeira), tarol, atabaque, caracaxá marcam a melodia executada pelo gaitista. É obedecendo aos sons dos caboclos do baque que os brincadores exibem coreografia aeróbica, plena de leveza e agilidade. Impossível não encantar-se com a sonoridade e as coreografias de um caboclinho. Os caboclinhos, da linha da jurema, são uma das belas e tradicionais expressões do carnaval pernambucano. Muita lantejoula, semente de ave-maria, cocar de pena de ema, machadinha, cabaça, cipó, lança e preaca são alguns dos elementos que compõem o deslumbrante vigor da cabocaria. Nas manobras e evoluções, as coreografias apontam para a dança do cipó, a dança da rede, a caça do caboclo, o casamento de uma tribo com outra. Os dois puxantes Jupi e Agaci marcam com apito a virada dos ritmos. A apresentação é um encontro de música, dança, teatro e festa e integra as ações do Projeto Recife + Cultura da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer da Prefeitura do Recife em parceria com o Grupo Parvi e incentivo da Lei Rouanet. A produção é assinada pelo Bureau de Cultura e a indicação é livre. O Projeto existe há dois anos e as atividades acontecem semanalmente às quartas-feiras na Pracinha. As apresentações são feitas por grupos de dança e teatro de rua, reconhecidos como patrimônio histórico cultural. Nessa nova fase, a ideia é ampliar e qualificar as ações tendo em vista o enorme potencial turístico da cidade que é considerada um dos principais destinos de eventos e polo cultural do Estado. Ao todo, serão 10 dias de apresentações, sempre as quartas, até o dia 18 de dezembro. Cada dia se apresenta uma atração artística diferente. Além das apresentações dos grupos em Boa Viagem, o Projeto também contou com 5 ações de formação de plateia para alunos e professores da rede da rede municipal de ensino na perspectiva de disseminar e valorizar as manifestações da cultura pernambucana e garantir o acesso desse público às atividades. Todas as apresentações culturais contam com acessibilidade comunicacional para facilitar e permitir que pessoas com deficiência participem das sessões. Também há assentos prioritários, banheiros acessíveis, interprete de libras e um audiodescritor que faz a apresentação dos grupos com detalhes técnicos onde as pessoas com deficiência visual poderão acessar instrumentos, figurino, entre outros.

Caboclinho Sete Flexas se apresenta em Boa Viagem Read More »

Compositor Onildo Almeida ganha filme inspirado em sua obra

O lançamento do longa pernambucano Onildo Almeida: Groove Man acontece no dia 24 de agosto, às 19h, no Sesc Caruaru. A produção teve sua primeira apresentação - para convidados e imprensa - no último sábado (13), dia do aniversário de 88 anos do cantor e compositor caruaruense. O filme fala sobre as músicas de Almeida, autor de clássicos como “A feira de Caruaru”, que em 1957 rendeu a Luiz Gonzaga seu primeiro disco de ouro; e “Sai do sereno”, executada por Gilberto Gil, ainda no exílio em Londres e que marca seu primeiro disco no retorno ao Brasil. A obra é um musical, onde se cria um universo cinematográfico dentro das próprias composições de Onildo. O artista é um nome de peso e uma personalidade de extrema relevância para música popular brasileira. Chico Buarque, Caetano Veloso, Marinês, Jackson do Pandeiro e Maysa são alguns dos que têm ou tiveram em seus repertórios composições de Onildo Almeida, que no alto dos seus 87 anos mantém-se compondo e contando histórias de uma vida inteiramente dedicada à música e à cultura popular. “Groove Man” foi idealizado pelos jornalistas Helder Lopes e Claudio Bezerra e produzido pela Viu Cine. O filme tem a duração média de 80 minutos e foi feito através de um processo de metalinguística, ou seja, onde a obra dialoga com ela mesma. “Groove Man” tem a participação de grandes nomes junto a Onildo Almeida, como Junio Barreto, Maciel Melo, Gilberto Gil, João do Pife e o grupo Cara de Doido. A locação do filme aconteceu pelas ruas de Caruaru, Alto do Moura e Olinda. Para os diretores de “Groove Man” coube o compromisso de reconhecer Onildo Almeida e retribuir os momentos que foram proporcionados por ele através de suas canções. “Desde o começo do ano, estamos dedicados a mapear, ouvir e analisar as mais de 600 músicas de Onildo, pesquisar sobre a história do forró e a importância de Caruaru na sua obra. Agora, chegou o momento de apresentar tudo que foi transformado em cinema e mostrar para o mundo a importância do nosso Onildo Almeida”, comentou Helder Lopes.  

Compositor Onildo Almeida ganha filme inspirado em sua obra Read More »