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Vale do Catimbau CREDITO Jorge Pinho

Que tal um giro pelo interior de Pernambuco em 2025?

Explore as belezas naturais, culturais e históricas do Estado em roteiros inesquecíveis pelo Sertão, Agreste e Zona da Mata *Por Rafael Dantas Janeiro é mês de traçar aquelas metas para o ano e, porque não, também planejar as viagens e se aventurar pelo Agreste, Sertão e Zona da Mata? Preparamos um roteiro com várias indicações para explorar o interior do Estado, com os tradicionais destinos de frio, mas também com boas opções para o verão. Nas indicações estão tanto cidades com roteiros já reconhecidos como aquelas que estão despontando com novidades. Uma oportunidade de vivenciar novas experiências. Aproveitando os primeiros meses de maior temperatura do ano, não é só o turismo de sol e mar que atrai visitantes. O interior tem boas opções de cachoeiras e, mesmo, do ecoturismo que está em alta. O destino mais conhecido das quedas d’águas é Bonito, no Agreste, mas há ainda várias cidades com boas propostas de banho de rio, lago ou com parques aquáticos para se refrescar. “O interior de Pernambuco tem muitos destinos que podemos destacar no verão. Pensamos muito como se fosse só praia e mar, mas temos várias opções com rios e lagos, aventura e o turismo rural. Bonito tem cachoeiras e passeio de balão, Petrolina tem as praias de rio, por exemplo. Petrolândia tem o passeio à igreja submersa”, destacou Eduardo Loyo, presidente da Empetur (Empresa de Turismo de Pernambuco). O consultor em gestão do turismo e diretor da Revista Turismo na Serra, Edivaldo Quirino, recomenda que os pernambucanos conheçam as cidades que fazem parte do Vale do São Francisco. Os destinos se encaixam tanto no perfil do ecoturismo e de águas, como do enoturismo. “Os roteiros podem oferecer serviços que integram cidades vizinhas, como a Ilha de Rarrá, que faz divisa com a Bahia, à Prainha do Sobrado, em Petrolândia. Indicaria também Belém de São Francisco e a própria Petrolina, que têm destinos de águas e balneários”. Vizinhas de Petrolândia, Tacaratu e Jatobá têm apostado no turismo ecológico, de contemplação e de natureza. VINÍCOLAS EM ALTA Um roteiro crescente no interior do Estado, em opções e procura, são as vinícolas. Se antigamente as plantações de uva e produção de vinhos e espumantes eram passeios das cidades gaúchas, hoje Garanhuns e Lagoa Grande oferecem também boas experiências com essa proposta. O Sebrae vem apoiando a estruturação do enoturismo também em Gravatá, que terá a Vinícola do Agreste, mas com previsão de ter a primeira colheita em pelo menos dois anos e meio. Há projetos ainda em Camocim de São Félix e Bonito. Quem deseja viver neste ano uma experiência com enoturismo, Garanhuns oferece duas opções. No Vale das Colinas, além de degustar os vinhos, os visitantes podem fazer um piquenique, realizar o passeio de pedalinhos no lago e, claro, fazer a visitação ao parreiral. A outra alternativa é a Mello Vinícola que está fazendo sua primeira colheita em 2025. No Sertão, uma das grandes apostas da Empetur no segmento é Lagoa Grande. “A cidade abriga grandes produtores de vinhos e espumantes premiados que fizeram uma visita técnica em Bento Gonçalves e estão desenvolvendo a experiência do enoturismo na região”, sugeriu Eduardo Loyo. Um dos destaques da cidade é a Vinícola Santa Maria, que produz o vinho Rio Sol. Dá para fazer a visitação e emendar com um passeio de catamarã pelo Rio São Francisco. A cidade tem ainda a tradicional Garziera e a Adega Bianchetti Tedesco que tem como destaque uma produção orgânica. TURISMO RELIGIOSO Pernambuco tem um potencial de turismo religioso bem distribuído em todo seu território. Embora as igrejas mais conhecidas do Estado estejam na Região Metropolitana do Recife, o interior celebra grandes festividades, como a Missa do Vaqueiro, em Serrita, e as diversas Paixões de Cristo, com destaque para o espetáculo de Nova Jerusalém, no Brejo da Madre de Deus. Um roteiro que está recebendo investimentos para receber melhor os visitantes é o Santuário de Cimbres, em Pesqueira. Os fiéis buscam subir ao local do relato de aparição da Nossa Senhora das Graças, entre 1936 e 1937. A freira pernambucana, a Irmã Adélia, inclusive, que foi a testemunha das aparições, está em processo de beatificação e canonização pelo Vaticano. “Está em estudo a requalificação do Santuário, não só o acesso mas toda a estrutura de apoio aos peregrinos, como as casas de acolhimento e um espaço para realização de missa campal”, explicou Eduardo Loyo. Além da experiência religiosa, a vista do local é também deslumbrante. O passeio em Pesqueira pode ser combinado com uma experiência de hospedagem ecológica da Arawi Pousada, na Serra do Ororubá, além de uma visita ao Museu do Doce, alguns dos atrativos da cidade. Sobre as Paixões de Cristo, o Estado tem apoiado diversos municípios na realização das encenações em referência à Páscoa. Em Nova Jerusalém, os espetáculos acontecem entre 12 e 20 de abril. CULTURA E PAISAGENS As imponentes paisagens do Vale do Catimbau estão sendo recebidas por mais visitantes também. Em 2023, último dado disponível, foram 17 mil turistas circulando pelas trilhas e pelos ateliês de alguns destaques do artesanato pernambucano, como Luís Benício, Simone Sousa e Zé Bezerra. Com apoio do Sebrae, mais da metade dos guias cadastrados na associação já foi qualificada no ano passado. “O Vale do Catimbau tem 60 equipamentos ligados ao turismo, sendo 16 ateliês de artesãos. Não é um destino só para quem gosta de curtir trilhas, ver formações rochosas e pinturas rupestres. Mas é um celeiro de arte. As casas dos mestres-artesãos se tornaram pontos de visitação turística em que pode ser vivida até a experiência de produzir uma peça de artesanato”, destacou Gerlane Melo, gestora de turismo, artesanato e economia criativa do Sebrae Agreste Meridional. Há uma diversidade de hospedagens também, como pousadas, campings, hostels e chalés, para todos os gostos. São mais de 10 trilhas, de diferentes graus de dificuldade, para serem atravessadas pelos turistas do Brasil e também do exterior que estão se aventurando pelas belezas da região. O parque recebe visitantes durante todo o ano mas o recomendável

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Gravatá ganha um complexo ecoturístico

Já está em operação na cidade de Gravatá o complexo ecoturístico Karawá Tã. Localizado a 300 metros da rua do Polo Moveleiro, o empreendimento idealizado pelo arquiteto Paulo Roberto de Barros e Silva oferece aos turistas e moradores da cidade uma alternativa de lazer sustentável, que inclui uma tirolesa de 900 metros de extensão, trilhas ecológicas, uma grande estrutura para prática de arvorismo e uma série de itens de lazer para crianças. . . A área total do Karawá Tã (termo que significa gravatá em tupi-guarani) tem 2 milhões de metros quadrados, entre a Serra do Maroto e a cidade. No espaço há uma reserva natural da Caatinga de 1 milhão de metros quadrados, com mais de 60 espécies do bioma. Toda essa região no passado foi coberta por plantações de abacaxi e agave em fazendas na região. Com o fim da atividade agrícola, a mata nativa ressurgiu naturalmente. Um renascimento que traz o diferencial do parque. “É a maior reserva particular de Caatinga em área urbana do Brasil”, distingue o arquiteto. . . Os visitantes que chegarem de carro deixam o automóvel na entrada do empreendimento. Dentro do parque, o transporte entre as atrações é feito por meio de um veículo especial do Karawá Tã, um trenzinho, que faz o trajeto entre os morros e vales do espaço. Do ponto mais alto, no Monte Orion, foi instalada a maior das três tirolesas do parque, que tem cerca de 150 metros de altura do solo. Há uma outra com 300 metros de extensão e uma infanto-juvenil, com extensão de 80m. São seis trilhas para os mais diversos tipos de aventureiros. Há opções para quem está preparado para um desafio mais intenso, com algumas horas de caminhada em meio às baraúnas e juazeiros da Caatinga. Mas também pode-se fazer caminhadas mais leves, com uma proposta mais contemplativa, de lazer e conhecimento sobre o bioma. Os visitantes contam com instrutores e áreas de apoio nas atividades propostas. O parque também criou uma trilha a ser feita com bicicleta, que pode ser alugada no local. Entre as atividades oferecidas no complexo estão o arvorismo, arco e flecha, paintball, escalada, rapel, tobogã e aquaball (uma espécie de bolha para que o público infanto-juvenil possa caminhar dentro do açude interno da reserva). Uma das novidades será o orbit ball, que é uma bola inflável, com parede dupla, em que os visitantes poderão entrar e descer 100 metros num declive em terra. Nem todas as atividades, porém, estão em funcionamento no mês de inauguração do parque e devem ser entregues nos primeiros meses da operação. Além da preservação ambiental associada ao lazer, o projeto tem um pilar social integrado com a Secretaria de Educação do município. Paulo Roberto explica que o parque receberá turmas da rede municipal nos dias em que o complexo não estará aberto ao público. “Nossa proposta é que as crianças possam fazer as trilhas, conheçam o bioma da Caatinga com aulas, exposições e atividades, como concursos de redação e fotografia”, planeja o idealizador. O parque utiliza uma série de tecnologias e práticas sustentáveis, como uso de energia solar, sistemas de tratamento de esgoto, reúso de água e um programa de resíduo zero, com estações de compostagem e separação de lixo. “Tudo o que precisa de bombeamento no parque é movido com energia solar fotovoltaica. A água que sai dos aparelhos de ar-condicionado segue para a caixa d’água. Toda a água utilizada e tratada irá regar os jardins”, acrescenta o arquiteto. Paulo Roberto relata que o projeto do parque foi construído a partir dos conceitos de outros complexos ecoturísticos de Campos de Jordão, Canela, Gramado e Curitiba. “A partir dessas experiências fizemos uma montagem para a nossa realidade para oferecer um tipo de atividade de lazer que é hoje 74% do desejo das pessoas que vem a Gravatá em segunda moradia ou para os eventos. Um lazer diferente da piscina, da gastronomia e dos shows. Nossa intenção é atendeu essa demanda”. O parque tem estimativa de receber 1,5 mil pessoas por dia, sem lotação. Além dos atrativos de lazer, o complexo contará com áreas gastronômicas, auditório, ambulatório e anfiteatro. EXECUTIVOS Um dos diferenciais do empreendimento é o centro voltado para treinamento experiencial de executivos ao ar livre. No Karawá Tã foi construído um alojamento com 40 leitos, que possui um espaço reservado ao público corporativo com seis atividades de lazer e aventura, como escalada e trilha. “Essa é uma demanda que identificamos das empresas da região que ainda não é ofertada. A incorporação da natureza a um espaço mais restrito, para capacitação e integração de equipes das empresas é muito bom”, comenta Paulo Roberto. O projeto possui ainda um eixo imobiliário. Serão erguidas quatro ecovilas entre 8 e 10 hectares. Apenas a primeira está pronta, com 50 lotes, já tendo sido comercializada dois terços das unidades. As tecnologias sustentáveis também serão estendidas para as vilas. O parque teve financiamento de R$ 6 milhões do Banco do Nordeste e gerou mais de 90 empregos. O corpo de instrutores do espaço é formado por profissionais de educação física, turismólogos e biólogos da cidade. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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