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Hospital das Clínicas realiza procedimento inédito no Norte-Nordeste

O Hospital das Clínicas da UFPE entrou para o seleto grupo de serviços de saúde do Brasil a realizar a Quimioterapia Intra-Arterial para Retinoblastoma (Quiare), procedimento para tratar tumor intraocular, que é mais comum em crianças. Na segunda quinzena de dezembro, o HC tornou-se o quarto hospital no Brasil a realizar essa técnica, sendo o pioneiro no Norte-Nordeste – os outros três estão localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Dessa forma, o HC-UFPE mantém a tradição de vanguarda no cenário nacional de Pesquisa em Saúde com aplicação médica”, lembra o Chefe do Serviço de Radiologia Intervencionista, Laécio Leitão, cuja equipe realizou o procedimento inédito na região. “O tratamento foi realizado utilizando um delicado cateter inserido na artéria femoral na virilha, que, de tão fino, penetrou seletivamente na artéria oftálmica, onde foi injetado o quimioterápico, permitindo altas concentrações na região do tumor ocular, sem os efeitos colaterais da quimioterapia sistêmica, endovenosa”, explica a oftalmologista oncológica, Virgínia Torres, coordenadora do Projeto Quiare. “Conseguimos beneficiar um menino de três anos de idade, que já havia operado o olho esquerdo devido ao retinoblastoma e cuja doença evoluiu no olho direito. O procedimento permitiu aumentar a chance de controle do novo tumor, evitando a cegueira definitiva dessa criança, caso a cirurgia do outro olho fosse realizada”, afirma Virgínia Torres. O HC adquiriu recentemente uma câmara digital de campo amplo RetCam®, que permite mais precisão na documentação inicial do retinoblastoma, bem como nas avaliações periódicas pós-tratamento. “Disponibilizamos ainda a crioterapia e o laser intraoculares durante o tratamento do retinoblastoma, além da quimioterapia endovenosa e intravítrea. Dessa maneira, atacamos esse tumor agressivo em várias frentes, inclusive com a recém-implementada terapia Quiare, colocando o HC no patamar dos principais centros a disponibilizar todas essas modalidades de tratamento em hospital público no País”, completa Virgínia Torres. O incremento do tratamento multimodal e multidisciplinar do retinoblastoma no HC conta com a parceria do Centro de Oncologia Pediátrica (Cenoh), sediado no Hospital Oswaldo Cruz da Universidade de Pernambuco (UPE). RETINOBLASTOMA – O retinoblastoma é o tumor intraocular maligno mais frequente na infância, compreendendo 10 a 15% dos cânceres que ocorrem no primeiro ano de vida. Um estudo mais recente do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revela incidência duas vezes maior do retinoblastoma em nosso País, em comparação com os Estados Unidos (EUA) e Europa. As taxas de sobrevida do retinoblastoma também diferem entre países com diferentes graus de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A diferença é explicada pelo retardo do diagnóstico e a falta de centros de referência para encaminhamento do paciente e acesso a todas as modalidades do seu tratamento. O aparecimento do câncer está relacionado a mutações na célula da criança acometida e pode acometer um ou ambos os olhos. A forma mais comum de apresentação clínica é a leucocoria (75%), chamada também de “olho de gato”, seguida de estrabismo. O diagnóstico da lesão é feito pelo pediatra ou oftalmologista através da fundoscopia e ultrassonografia ocular. (Da Ascom da UFPE)

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Por que é tão difícil emagrecer?

Quem enfrenta a batalha contra a balança sabe que não é fácil ter a felicidade de ver seus ponteiros em direção à perda de peso. Se você é um desses guerreiros, não perca as esperanças. Pesquisadores têm se debruçado sobre essa dificuldade de emagrecer e chegaram a resultados surpreendentes que podem ajudá-lo nessa luta. Estudos indicam que alimentos processados (industrializados e com aditivos artificiais) são tão viciantes quanto uma droga. Entendeu porque é tão complicado resistir à batata frita ou ao refrigerante? “São substâncias que levam à ansiedade e à compulsão de comer mais desses produtos”, explica a nutricionista do Hospital das Clínicas da UFPE Jerluce Ferraz. A irresistível vontade de comer doces também tem explicação. O açúcar, segundo o endocrinologista Ney Cavalcanti, aumenta no cérebro o nível de serotonina, substância que tem ação tranquilizadora. "Isso explica porque algumas pessoas sentem a necessidade de comer alimentos adocicados, quando submetidas a estresses”, esclarece o médico Nos anos 90 foram feitos estudos que lançaram por terra a concepção que basta o obeso ter força de vontade para emagrecer. Nessa época descobriu-se o hormônio leptina, responsável por enviar ao cérebro a sensação de saciedade quando estamos comendo. Ele, portanto, nos ajuda a reduzir a ingestão de alimentos. Mas pesquisadores surpreenderam-se ao descobrir o que parecia uma contradição: obesos possuem grande concentração de leptina. Acontece, porém, que neles o hormônio da saciedade é pouco sensível a sua atuação". “Também se constatou que ao emagrecer o obeso reduz a quantidade de leptina”, acrescenta Cavalcanti. A ghrelina é outra descoberta importante. Trata-se de um hormônio produzido pelo estômago que estimula o apetite. O curioso é que nas pessoas obesas a concentração hormonal da ghrelina é baixa, porém quando elas perdem peso, ocorre uma elevação. Com essas descobertas ficou fácil entender porque ocorre o efeito sanfona. “Quando o obeso emagrece fica com menos concentração de leptina (portanto demora a se sentir saciado e por isso come mais). Além disso, tem o apetite aumentado, porque o nível de ghrelina se eleva. Daí vem a dificuldade de manter o peso", diz Cavalcanti. “Ou seja, quando o gordo emagrece ele não vira um magro. Ele é ‘um gordo emagrecido’ propenso a voltar engordar”, distingue o médico. A obesidade provoca, ainda, alterações que prejudicam o funcionamento de outro hormônio, o GLP1, também responsável pela saciedade. “Ele é produzido no fim do intestino delgado e é estimulado pela quantidade de comida que chega a essa região”, esclarece Cavalcanti. “Como o intestino dos obesos é maior, o alimento demora mais de fazer esse percurso prejudicando a ação do GLP1”, acrescenta. Outra surpresa foi levantada em estudos apresentados no último Congresso Americano de Endocrinologia que rechaçaram a ideia de que fracionar refeições ao longo do dia emagrece durante. "Pesquisa compararam 2 refeições ao dia com 6 vezes, houve uma maior perda de peso e melhora metabólica no grupo de 2 refeições/dia" diz o endocrinologista Luiz Griz, professor adjunto da UPE. "Isso porque com o jejum prolongado há um aumento do GLP-1 (hormônio que diminui o apetite) e redução da ghrelina (hormônio que aumenta o apetite)" conclui. Por todas essas questões a obesidade é considerada uma doença multifatorial e das mais perigosas porque aumenta as chances de desenvolver outras patologias como: hipertensão, doença cardiovascular, níveis de colesterol e triglicerídeos elevados, diabetes, artrite e até câncer. Obesos também são acometidos por inflamações em todo o corpo. “Excesso de gordura produz substâncias pró-inflamatórias indesejáveis para a saúde”, alerta Jerluce, que também é nutricionista das clínicas Santevie e Coenzima. Se obesidade é uma doença, para tratá-la deve-se consultar um médico, no caso um endocrinologista. Abordagens mais recentes incluem consultas com nutricionistas e psicólogos. De antemão, é bom saber existem duas causas: a herança genética e o estilo de vida. Como não é possível interferir no DNA, pode-se modular com correção de hábitos errados adquiridos na vida contemporânea,como alimentar-se com comida industrializada (pobres em vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos) e o sedentarismo provocado pelas facilidades tecnológicas como o automóvel, o celular, o computador. Razões emocionais, segundo Cavalcanti, embora não causem a obesidade, podem ser um agravante. Que o diga a psicóloga Iana Araújo. Ela participa da equipe que atende pacientes a serem submetidos à cirurgia bariátrica (de redução de estômago) no HC. “Há pessoas que tiveram perdas marcantes, como a morte de um parente, e aliviam o sofrimento na comida”, exemplifica Iana. Outro agravante é a ansiedade. “Estudos mostram que só pelo fato de estar ansioso, o indivíduo pode engordar. Isso foi comprovado em pesquisas feitas após a Primeira e Segunda Guerras, quando as pessoas foram submetidas a uma grande carga de estresse”, embasa a psicóloga. Ser gordo também afeta o estado emocional em razão das dificuldades e dos preconceitos enfrentados. “A ansiedade e a depressão estão presentes pelo isolamento social e pelas limitações: é difícil para um obeso amarrar os sapatos, cruzar as pernas, passar na catraca, muitos não vão a eventos porque não encontram roupa que caiba”, detalha Iana. Saiba como tratar Segundo dados do Ministério da Saúde, quase 50% dos brasileiros estão com sobrepeso ou obesos. “Obesidade é uma epidemia mundial provocada por um padrão que que veio junto com a industrialização e o surgimento da alimentação processada”, analisa Jerluce. Por isso, quem quer emagrecer deve eliminar esses produtos da lista de supermercado, além de seguir um plano alimentar com comida natural e fazer exercícios físicos. Mas nem todo obeso chega ao peso ideal com essas medidas, em razão das dificuldades já mencionadas relacionadas ao funcionamento dos hormônios. Menos de 10% deles conseguem emagrecer com a mudança de hábitos. Nesses casos, uma das alternativas é o tratamento com medicamentos. “São medicações que foram aprovadas pela agência norte-americana FDA (Food and Drug Administration) tendo como critério reduzir acima de 5% do peso em pelo menos três meses. Nesse patamar o medicamento já oferece benefícios como melhora do nível de glicose e redução da pressão arterial”, explica Griz. O tratamento medicamentoso é associado à dieta e atividade física e está indicado para pessoa com IMC (índice de

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