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História em Quadrinhos

Que tal apoiar um quadrinho nacional?

*Por Eduardo Martins Já falamos em uma edição anterior da Coluna Gibitown como as plataformas de financiamento coletivo se tornaram uma ferramenta essencial para lançamentos de quadrinhos, sem que necessariamente o autor precise de uma grande editora por trás. E a quantidade e qualidade das obras que nascem através dessa modalidade vem crescendo consideravelmente em 2020. Reflexo da quarentena? Provavelmente. Em uma pesquisa divulgada pela GFK, romances e quadrinhos estão entre os gêneros de livros mais lidos neste período de pandemia. Antes disso, Quadrinhos e Mangás ocupavam a 5ª colocação. Depois da pandemia, o gênero pulou para a 2ª colocação. Por isso, sempre que possível, vamos trazer para você, leitor da Gibitown, uma seleção de quadrinhos em financiamento coletivo que enxergamos bastante promissores. E de quebra, quem sabe, você ainda consegue um sketch autografado pelo autor (um exemplo de mimo por apoiar a produção de uma nova HQ nessa modalidade). Dessa vez, os escolhidos foram apenas artistas e/ou autores com obras nacionais. São 06 quadrinhos e 01 livro especializado sobre a nona arte. Vamos a lista? 01 - Samurai Doggy Se você é fã do filme Kill Bill e adora um cachorro, então essa HQ é para você. Nada melhor que assistir ao vídeo promocional de Samurai Doggy para perceber que não estamos diante de um projeto qualquer. Com roteiro de Chris Tex e desenhos de Santtos, a campanha já ultrapassou mais de 600% da meta inicial. A história gira em torno do cachorrinho conhecido como Doggy, que viu sua mãe sendo brutalmente assassinada e os seus 8 irmãos sequestrados por um homem misterioso. Na tentativa de salvá-los, Doggy lutou bravamente contra o terrível assassino. Assim começa Samurai Doggy e continua em mais de 120 páginas com reviravoltas fantásticas. 02 - Sereia da Floresta “Essa não é uma história apenas sobre bruxas e sereias. É uma história que mistura realidade e fantasia, magia e ciência. O foco está nas mudanças, nas adaptações, na culpa gerada pelas escolhas erradas.”, disse Hiro Kawahara, criador da HQ Sereia da Floresta. Tenho quase certeza que você já se deparou com alguma ilustração de Hiro, enquanto degustava seu lanche em alguma praça de alimentação de shopping. Isso por que, nas palavras do próprio ilustrador, “Eu criei e ilustrei as toalhinhas de bandeja do McDonald's por 27 anos”. Mas engana-se quem pensa que Sereia da Floresta é uma história para criança. Pelo contrário. É proibido para menores. Temas mais complexos como melancolia, solidão, abandono e suas consequências, giram em torno da personagem principal, a sereia/humana Brissen. Sem dúvidas, esse quadrinho deve entrar em listas de “melhores leituras do ano”. 03 - Zênite De um poema nasce uma nova história em quadrinhos: “Um homem atormentado pelo Sol e sua angustiante busca por segurança e abrigo no refúgio da noite”. Essa é a premissa em torno de Zênite, poema homônimo escrito por Gabriel Calfa e transfigurado para os quadrinhos pelo ilustrador Diego Porto. E são justamente os desenhos de Diego que chama atenção e salta aos olhos de quem vê pela primeira vez. Mitologia e psicodelia emaranhadas em um só lugar. Quem disse que toda HQ precisa ter mais de 100 páginas para ser surpreendente? As 20 páginas de Zênite podem te provar o contrário. Zênite é o primeiro de cinco projetos do selo RISCØ que foram aprovados e selecionados no Edital de Fomento às Artes da Prefeitura da Cidade de Niterói em 2019. 04 - Cowboy: Pedro Mauro 50 anos Aqui é para apoiar sem medo. Pode ir de olhos fechados que a coluna Gibitown garante. Estamos diante de um dos maiores ícones do quadrinho nacional, com uma obra exclusiva comemorando 50 anos de carreira do quadrinista Pedro Mauro. Com 172 páginas, “Cowboy” reproduz em fac-símile todas as sete aventuras de faroeste que Pedro Mauro realizou no período de 1970-71. No total foram compiladas sete histórias desenhadas por Pedro Mauro e publicadas pela Editora Taika em diferentes série. Quem é fã incondicional dos sucessos da editora italiana Bonelli, vai gostar de Cowboy. Desculpem o trocadilho, mas aqui é “tiro e queda”. 05 - A Garota Bipolar Vol. 01 Mais um mestre quadrinista nacional que dispensa comentários. Pode ser que você conheça o trabalho de Ota Assunção como editor da revista MAD no Brasil, como pode ser visto no ótimo vídeo promocional na página da campanha.  O livro é uma compilação da série A Garota Bipolar, do Ota, que vem sendo publicada em pequenas edições em formatinho, incluindo as inéditas tiras do quarto volume, ainda não publicado. A edição de colecionador de A Garota Bipolar também traz, além do material inédito, muito material extra e marca o início da coleção de álbuns do Ota, pela Tai Editora. A campanha já chegou a mais de 80% da meta. Corre, que esse é mais um item de colecionador indispensável na sua estante. 06 - Felipe Castilho Diferente do que apresentamos até agora, o escritor Felipe Castilho criou uma campanha “always on”, que não tem uma data final de arrecadação, em uma espécie de assinatura mensal. Segundo ele: “Estou aqui em minha primeira campanha no Catarse Assinaturas trazendo uma ideia um pouco megalomaníaca: quero entregar para os meus leitores uma história em quadrinhos por mês”. Em parceria com artistas nacionais, essas HQs tem no mínimo 5 páginas mensais de histórias autorais, acompanhadas de uma newsletter sobre escrita, fantasia, ficção científica e quadrinhos. Tudo isso em formato digital. Corre lá na página da campanha que já tem quadrinhos de meses anteriores para começar a ler. 07 - A Fantástica História dos Quadrinhos: do surgimento aos syndicates - 1833 a 1967 O projeto seria lançado em livro impresso, mas por conta da pandemia os custos aumentaram, e o criador Thiago Modenesi resolveu lançar a campanha com a edição em formato digital. Doutor em Educação, professor universitário, editor da Quadriculando e autor de vários livros teóricos sobre histórias em quadrinhos, Modenesi levou cerca de 1 ano e meio de pesquisas para conceber “A Fantástica História dos Quadrinhos: do surgimento aos syndicates - 1833 a

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15 clipes musicais inspirados no universo dos quadrinhos

*Por Eduardo Martins O que o clipe da música “Civilized Hell”, do artista folk norte-americano Lukas Nelson e de “Quem tem um Amigo tem Tudo”, do rapper brasileiro Emicida, têm em comum? Além de terem sido lançados recentemente, ambos estão recheados de referências diretas ao universo dos quadrinhos. De um lado, a clássica sequência em tiras de “Uma pequena história da América”, lançada em 1979 pelo cultuado quadrinista Robert Crumb, ganha vida para retratar a transformação urbana e a subsequente deterioração dos Estados Unidos. Do outro, o mangaká Akira Toriyama e a sua maior invenção, o Dragon Ball, são referenciados de um jeitinho, digamos, bem brasileiro. Já não é nenhuma novidade que Hollywood anda de mãos dadas com a indústria dos quadrinhos. Os 23 filmes do “Universo Cinematográfico Marvel” já arrecadaram mais de 21.1 bilhões de dólares em todo o mundo, tornando-se a franquia de maior bilheteria de todos os tempos. Mas e no campo da música? Quais são os artistas e bandas que tem seus clipes influenciados pela nona arte? É isso que vamos descobrir na coluna Gibitown desta semana. A intenção era fazer uma lista mais curta, com 5 a 10 clipes. Mas, quando a pesquisa começou, ficou difícil escolher tamanho o número de opções que encontrei com esta temática. Então, vamos a lista? Aperta o play! 01) A-ha - Take on Me O primeiro da lista não poderia deixar de ser o vídeo de "Take On Me". Lançado em 1984, o clipe é o primeiro com a temática quadrinhos. Conquistou 06 prêmios no MTV Music Awards de 1986, incluindo “Melhor Artista Novo” e “Melhor Direção”. Tudo começa com uma corrida de motos em um plano de arte sequencial feito a lápis. Em seguida, corta para uma cena em um Café, onde uma jovem ler o quadrinho em questão. A partir daí, a mocinha é absorvida para dentro das páginas da HQ, tornando parte da história, onde quadrinhos e realidade misturam-se para criar um final digno dos clássicos filmes românticos juvenis dos anos 80. 02) The Alan Parsons Project - Don’t Answer me A música "Don’t Answer me", do álbum Ammonia Avenue (1984), foi o primeiro clipe da banda e logo de cara, eles produziram uma animação espetacular. O quadrinista Michael Kaluta ficou responsável pelos quadros do clipe, que tem seu protagonista inspirado no detetive Dick Tracy, clássico noir criado em 1931 pelo cartunista Chester Gould. Dirigido por Peter Rosenthal, que também é responsável pelo clipe de Madonna "Who's That Girl", o clipe foi considerado bastante caro para os padrões da época, exigindo cerca de 40 profissionais de animação, em sua maioria, para finalizá-lo. 03) U2 - Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me E se o vocalista da banda U2, Bono, fosse o Batman? No clipe, a banda aparece tocando em plena Gotham City, intercalando com imagens do filme Batman Eternamente, de 1995. A película é um verdadeiro pastelão e fica entre as piores adaptações do morcego, mas isso não impediu que a música alcançasse a posição número #1 da Billboard na Irlanda. A melhor cena é quando Bono é atingido por um carro dirigido por Elvis. Depois corta para ele amarrado a uma cama de hospital. Ele é atingido por um estranho raio, que o transforma em MacPhisto, personagem influenciado pelos quadrinhos, criado pela banda na época da turnê Zoo Tv. 04) Pearl Jam - Do the Evolution O ano de 1998 trouxe dobradinha de clipes do astro dos quadrinhos da época, Todd McFarlane. O criador do Spawn, junto com outros 6 fantásticos quadrinistas, decidiu largar o emprego nas grandes editoras Marvel e DC, e criar a sua própria, a Image Comics. Os holofotes estavam em cima deles, que arrebentaram em vendas, esgotando a maioria dos lançamentos e criando enormes filas nos quarteirões das comics shops americanas. Com status de rockstar, nada mais conveniente para bandas como Korn e Pearl Jam, surfar essa onda e deixar a cargo de Todd McFarlane todo o processo criativo e direção dos clipes de “Freak on a Leash” e “Do the Evolution”. Este último, se tornou um verdadeiro hino do Pearl Jam, bastante influenciado por essa animação. 05) Korn - Freak On a Leash Além do clipe, Todd McFarlane também fez a capa do terceiro álbum do Korn, Follow The Leader. No clipe da música "Freak On the Leash", a arte sombria do artista combinou perfeitamente com o som pesado e angustiante do Nu-Metal, estilo musical onde a banda se tornou o principal expoente. 06) Jascha - Some Hungry Guy O cineasta e cantor Jascha Hoffman criou a animação do clipe de “Some Hungry Guy” em cima de imagens retiradas da famosa tira de quadrinhos Little Nemo, de Winsor McCay, que teve sua primeira publicação em 1905. Toda fantasia e perigos enfrentados nas tirinhas foram fielmente harmonizados com a música. Uma surpreendente homenagem a essa obra clássica, que já entrou em domínio público. 07) Czarface & MF Doom - Bomb Thrown O hip-hop sempre trouxe os quadrinhos para dentro de suas letras. Caso clássico é a junção do supergrupo Czarface com o rapper britânico MF Doom, que usa uma máscara inspirada no super-vilão da Marvel, o Doutor Destino. O cara nunca é visto sem ela, seja em apresentações ao vivo ou em fotos de divulgação. O clipe traduz tudo isso em uma atmosfera ambientada nos quadrinhos, através de técnicas de colagem, onomatopéias, heróis e vilões. 08) Eminen - Without Me Uma paródia dos quadrinhos de super-heróis foi o mote para Eminem e Dr. Dre construir o cenário perfeito para o clipe de “Without Me”. Fantasiados de Batman e Robin, os “heróis” precisam impedir que uma criança coloque o CD "The Eminem Show" para tocar. Tudo por conta das letras explícitas e escrachadas. O vídeo ganhou vários prêmios no MTV Music Awards, entre eles o de melhor "Vídeo do Ano". 09) Lukas Nelson - Civilized Hell Lukas Nelson não só teve a permissão do quadrinista Robert Crumb para usar “Uma Pequena História da América”, como o próprio desenhista enviou para

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Polinização, segundo título do selo Cepe HQ, ganha lançamento no próximo sábado (30)

A Companhia Editora de Pernambuco lança no próximo sábado (30) o segundo título do selo Cepe HQ, iniciativa que pretende dar mais visibilidade às narrativas gráficas produzidas por criadores no Estado. Polinização é a primeira graphic novel do jornalista e crítico de arte Júlio Cavani (roteiro) e de seu pai, o artista plástico Cavani Rosas (desenhos). Um projeto construído ao longo de uma década e que traz, em quase duzentos quadrinhos desenhados e escritos a bico de pena, temáticas como liberdade individual, legalização de substâncias consideradas ilícitas, respeito às culturas de povos tradicionais, repressão política e policial, entre outras questões. O lançamento acontecerá a partir das 16h, no ateliê de Cavani Rosas, no bairro do Parnamirim. Polinização traz a história de Deep River, imaginário país distante de qualquer outra civilização e de sua população – animais que ganham características humanas – às voltas com o direito de consumir o pólen – extraído de uma flor proibida cultivada clandestinamente por agricultores e levemente alucinógena. Assunto de intensos debates, manifestações de rua em torno de sua legalização, que poderia contribuir em tratamentos medicinais e para a redução da violência alimentada pelo tráfico. Apesar da forte carga realística, Júlio Cavani assegura ser ela uma obra de ficção. “Preferi animais para que a história ficasse mais livre dos fatos. Um exercício de livre criação que tem pontos de contato com a realidade. A história não necessariamente faz apologia às drogas ou de outras plantas tradicionais. Acho que ela mostra mais de um lado dessa discussão. A ideia é permitir que cada pessoa interprete e chegue à sua conclusão”, indica. A partir de um argumento inspirado em Animatrix – série de curtas em animação que aborda conflitos entre humanos e máquinas – Júlio Cavani trabalhou o roteiro de Polinização inicialmente pensando em um novo filme de animação (Deixem Diana em Paz, lançado em 2013, também teve desenhos do pai). Cavani Rosas não foi sua primeira escolha, mas Júlio admite que ter produzido o livro em conjunto com ele foi a realização de um antigo sonho. “Como cresci rodeado por suas obras, sempre quis materializar o sonho de fazer uma história em quadrinhos totalmente desenhada por ele”. A rigidez do roteiro - personagens definidos e indicação do que deveria ser desenhado em cada página – acabou flexibilizada pela criação de Cavani Rosas - quadrinista e ilustrador desde os anos 1960, com passagem por diversos veículos, como os jornais Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de São Paulo, Le Monde Diplomatique-Brasil, e com boa produção em HQ em parceria com diversos autores. Dono de uma arte que impressiona pelo nível de detalhe – já produziu desenhos para acervos científicos do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo, Instituto Butantã e do patrimônio histórico –, Cavani Rosas fez surgir em Polinização um bom número de figurantes, novos personagens e cenários não previstos inicialmente. Uma profusão gráfica de texturas, profundidades e movimentos materializada a partir de inspirações diversas – do filme Farenheit 451, passando pelo Pato Donald, músicos, políticos e até o Marco Zero do Recife. “No processo de Polinização eu pedi para ele fazer desenhos mais rápidos por causa dos prazos. Claro que ele não acatou e eu, até hoje, descubro um novo animal, uma nova informação que não tinha visto. Os desenhos geniais fazem da história inesgotável”, assegura o roteirista. Cavani Rosas considera Polinização um de seus projetos mais desafiadores e não faz ideia de quanto tempo gastou para criá-lo paralelamente a outros projetos. “Mas é importante destacarmos a iniciativa da Cepe em criar o selo para quadrinhos porque existem muitas pessoas com roteiros esperando uma oportunidade. Qualquer coisa que a gente consiga desenvolver dentro da área do Nordeste deve ser comemorada”. Serviço: Lançamento da HQ Polinização, de Júlio Cavani e Cavani Rosas Quando: 30.11.2019, sábado Horário: 16h30 Local: Ateliê de Cavani Rosas Endereço: Rua Doutor Virgílio , 71, Parnamirim Preço do livro: R$ 45,00 (impresso) e R$ 13,00 (E-book)

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