Arquivos história - Página 7 de 11 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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420º Seminário de Tropicologia da Fundaj aborda civilização do açúcar em Pernambuco

O Seminário de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) chega à sua 420ª edição, sexto encontro no ano de 2019. Desta vez o palestrante será José Nivaldo Júnior, que é historiador, publicitário e consultor. Marcada para as 14:30 do dia 24 de setembro na sala Gilberto Freyre, no campus Casa Forte, a palestra tem como tema o "Berço do Açúcar: a montagem em Pernambuco da mais complexa estrutura produtiva do mundo no século XVI". O palestrante ressaltou que o encontro será importante para desmistificar equívocos que ainda persistem no imaginário de grandes parcelas da população a respeito do período colonial. A palestra cobre momentos desde o início da colonização até o fim das guerras holandesas. O objetivo é abordar o trabalho do colonizador pela ótica da técnica. Focado nesse ponto, o conferencista pretende desmontar a versão de que existiam "bons e maus colonizadores". Serviço: Seminário de Tropicologia Data: 24 de setembro Hora: 14:30 Sala: Gilberto Freyre Fundaj/Casa Forte - Av. 17 de Agosto, 2187

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8 fotos de Jaboatão dos Guararapes Antigamente

Selecionamos hoje algumas imagens que mostram a segunda maior cidade de Pernambuco, Jaboatão dos Guararapes. De acordo com o histórico do município, descrito no IBGE, a origem da cidade teve o seu povoado fundado a partir de 4 de Maio de 1593, por Bento Luiz Figueira, terceiro proprietário do Engenho São João Batista. Palco das batalhas contra os holandeses em 1648 e 1649, "o primeiro nome da cidade foi Jaboatão, que vem do indígena 'Yapoatan', numa lembrança à árvore comum na região, usada para fabricar mastros e embarcações. A partir de 1989, passou a ser chamada de Jaboatão dos Guararapes, em homenagem ao local das batalhas históricas - os Montes Guararapes", relatou o histórico do IBGE. . Vista panorâmica da cidade . 14º Batalhão de Infantaria . Estádio Municipal Jefferson de Freitas, em 1948 (Inscrição na foto: Oficinas da Rede Ferroviária do Nordeste (RFN) e a Fábrica de Papel Cia. Indústrias Brasileiras Portela) . Palácio Guararapes . Indústrias Rayovac . Praia de Piedade . Praia de Piedade em 1949 . Usina Jaboatão (A Usina Jaboatão é um importante ponto histórico de Jaboatão dos Guararapes. Era o antigo Engenho Suassuna, fundado pelos irmãos Diogo Soares e Fernão Soares, no ano de 1573) . Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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7 fotos da Avenida Boa Viagem Antigamente

Um dos cartões postais do Recife atualmente foi uma avenida pouco habitada, sem prédios e com um ritmo bem mais lento. As imagens da Biblioteca do IBGE e da Fundaj e nos mostram o uso da praia para o lazer dos recifenses. No texto Arruando por Boa Viagem, de Leonardo Dantas, o jornalista, que é colunista da Revista Algomais, escreve que "Aqui tem início a Avenida Boa Viagem, inaugurada no governo de Sérgio Loreto, em 20 de outubro de 1924, quando nela fez implantar uma linha dos bondes da Pernambuco Tramways, transformando-a com o tempo na bela praia da região". No mesmo artigo, ele destacou a menção de Gilberto Freyre no livro Guia prático, histórico e sentimental da Cidade do Recife, sobre a praia mais famosa do Recife. "Pelos recifes ou arrecifes de Boa Viagem é agradável passear o menino, o moço e até o velho, quando o mar está baixo; e os peixinhos, uns azuis, outros amarelos listrados de preto, se deixam ver em toda sua glória de cores, nadando nas poças esverdeadas que o sol aquece. O sol aquece, tempo de verão e de mar baixo, a água das várias bacias que em Boa Viagem são uma verdadeira sucessão de piscinas, entre os arrecifes e a praia. Tem-se a idéia de que, dentro dessas piscinas, alguém prepara a água de banho: uma misteriosa mucama que gradua a temperatura do mar - o mar assim condicionado em piscinas - para regalo dos muitos ioiôs e das muitas iaiás da terra ou vindas do Sul e do estrangeiro que não encontram aqui o frio das águas européias ou mesmo das de Copacabana; e sim uma água ao mesmo tempo verde e morna. Um banho em Boa Viagem é um dos maiores regalos que o Recife oferece a adventícios, tanto quanto a nativos. Uma das experiências mais recifenses que o adventício pode ter no Recife: um mar de água morna, um sol que em pouco tempo amorena o corpo do europeu ou do brasileiro do Sul; vento fresco; recifes; sargaço. Um cheiro bom de sargaço fresco recebe às vezes o turista." Confira abaixo as fotos. Clique para ampliar. . . . Descrição do IBGE da imagem: "Notas: A Casa Navio foi uma obra de Adelmar da Costa Carvalho, empresário, industrial e ex-deputado federal de Recife. Erguida na orla da praia de Boa Viagem, A Casa Navio foi uma residência que replicava com capricho as acomodações do transatlântico Queen Elizabeth. Já teve como hóspede o ex-presidente Juscelino Kubitschek." . Hotel Boa Viagem em 1957 . Foto retirada do Hotel Boa Viagem, em 1957 . Trecho da praia nas proximidades das Ruas Ribeiro de Brito e Bruno Veloso, em 1950. (Acervo Benício Dias) . Automóvel na Avenida Boa Viagem em 1939 (Acervo Josebias Bandeira) . *Rafael Dantas é jornalista, repórter da Revista Algomais e assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com) . LEIA TAMBÉM 10 fotos da Praça da República Antigamente . 5 fotos das Praças de Burle Marx no Recife antigamente

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Trilogia do Feminicídio aborda casos reais em formato de peça teatral

Com incentivo do Funcultura, através da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco, o projeto TRILOGIA DO FEMINICÍDIO traz à tona o universo de quatro mulheres e suas histórias: “APARECIDA”, “TRIZ” e “COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL”, e estreia no dia 04 de setembro no Teatro Hermilo Borba Filho. Baseados em histórias reais, esses espetáculos possuem direção executiva e artística de Eric Valença e foram formulados a partir de pesquisas com vítimas de violência doméstica, delegadas e profissionais em centros de acolhimento. No elenco estão as atrizes Gheuza Senna, Nínive Caldas, Laís Vieira e Tati Azevedo. Em curta temporada, TRILOGIA DO FEMINICÍDIO possui mais três datas no Teatro Hermilo Borba, com apresentações nos dias 05, 11 e 12 de setembro. Todos os espetáculos serão apresentados no mesmo dia, em horários seguidos e com bilheteria diferenciada com valor promocional de R$10 acrescido da doação de um item de higiene pessoal. Toda a renda será revertidapara compra de objetos de uso e asseio para serem doados a mulheres encarceradas e crianças nascidas no sistema penitenciário do estado de Pernambuco. O foco principal destas apresentações cênicas é o drama do feminicídio, onde cada fragmento mostra personagens que vivenciam a violência no cotidiano independentemente de sua condição social, status e história de vida. São relatos de mulheres que foram subjugadas, violadas, assediadas, exploradas, torturadas e perseguidas fisicamente, psicologicamente e moralmente. Para Eric Valença, além da denúncia, um dos objetivos da TRILOGIA DO FEMINICÍDIO é o de fortalecer a rede que cuida das mulheres que estão sendo ressocializadas. “Acreditamos que temos o dever de humanizar esse contexto e acreditamos que será através da arte em forma de teatro que vamos alcançar um maior número de pessoas”, explica. Sinopse dos espetáculos: APARECIDA, interpretada por Gheuza Senna, é o passional que não existe, é a morte em cores apresentada ao público. O desenvolvimento da personagem de Gheuza se deu em pesquisas realizadas no Centro de Referência Clarice Lispector, na Delegacia da Mulher através de boletins de ocorrências e no IML. "Aparecida é também uma referência a Nossa Senhora de Aparecida e gira em torno da força da mulher negra, ao mesmo tempo que questiona a posição da mulher com relação a esse poder que ela tem dentro da sua profissão. Ela faz uma análise entre ser mulher e ser negra dentro do universo da polícia e da investigação dos crimes de feminicídio", conta Gheuza. “TRIZ”, interpretada por Nínive Caldas e Laís Vieira, é onde vemos o círculo vicioso e o abuso introduzido na vida de forma involuntária. A pesquisa dos papéis das duas atrizes foram aprofundada através de conversas com psicólogas, assistentes sociais e advogadas junto ao Centro de Referência Clarice Lispector e a Secretaria Executiva de Ressocialização - SERES. "A peça TRIZ fala não só da violência física mais também da violência psicológica, da pergunta que não tem resposta: O por quê da pessoa se submeter a essa situação?", conta Nínive. “COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL”, interpretada por Tati Azevedo, mostra o que está em todo lugar, com a triste constatação de uma verdade revelada. Para a criação desses personagens, Tati realizou uma pesquisa no Centro de Referência Clarice Lispector, na Igreja Universal do Reino de Deus e na Delegacia da Mulher. A peça traz três personagens: uma mulher trans, a Pastora Adélia e Mainha, uma parteira e rezadeira. "A peça é aquilo que nunca queremos encontrar ou o que temos e não queremos revelar. É a violência domesticada na alma da mulher desde seu nascimento. É uma herança com o manto da obrigação, da subserviência, de não ter vontade própria, de estar à margem da pobreza e da ignorância” revela Tati. Serviço: TRILOGIA DO FEMINICÍDIO “Aparecida” / “Triz” / “Coisas que Acontecem no Quintal” Local: Teatro Hermilo Borba Filho Dias: 04, 05, 11 e 12 de setembro Quarta / 04/09 18:30 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 19:40 APARECIDA 21:00 TRIZ Quinta / 05/09 18:30 TRIZ 19:40 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 21h APARECIDA Quarta / 11/09 18:30 APARECIDA 19:40 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 21h TRIZ Quinta / 12/09 18:30 TRIZ 19:40 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 21h APARECIDA Preço: R$ 10,00 (Promocional) + 1 item de higiene pessoal a ser doado

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Pernambuco conquista 15 medalhas na final da 11ª Olimpíada de História realizada na Unicamp

Equipes de 11 estados conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze na grande final da 11ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) realizada neste fim de semana, dias 17 e 18 de agosto, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O Nordeste é o que mais levou medalhas: do total de 75 distribuídas, 58 foram para a região. A final contou com a participação de 314 equipes, um total de 1,2 mil convocados de todos os estados brasileiros. Foram entregues 15 medalhas de ouro, 25 de prata e 35 e bronze, além de medalhas de honra ao mérito para os demais participantes. O Rio Grande no Norte foi o estado com maior número de medalhistas: 20 no total, seguido de Pernambuco (15), Ceará (14), São Paulo (12), Bahia (4), Piauí (3), Minas Gerais (2), além de Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro e Sergipe, que levaram uma medalha cada. As escolas particulares levaram 43 medalhas enquanto as públicas conquistaram 32. A cerimônia contou com a participação de estudantes, professores, historiadores de relevância nacional e autoridades, como representantes da Anpuh (Associação Nacional de História), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ProfHistória (Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História) e da Unicamp com a presença do reitor Marcelo Knobel. Neste ano, a ONHB teve 73 mil inscritos desde a fase inicial. As equipes passaram por seis etapas online com duração de uma semana cada. A final contou com a realização de uma prova dissertativa no sábado (17) em que foi apresentado um conjunto de documentos com manchetes de jornais dos últimos do Brasil e solicitado aos competidores a elaboração de um texto com os temas: violência, exclusão e banalidade do mal. A coordenadora da ONHB, Cristina Meneguello, afirma que a 11ª edição confirmou o sucesso do projeto. “A cerimônia foi muito tocante, especialmente nas falas dos professores e convidados que destacaram a importância do ensino de História, do papel do historiador, do estudo e da consciência do jovem na sociedade atual. A final veio coroar um esforço de 11 anos muito bem sucedido em nível federal.” Estudantes também concorreram a duas vagas na graduação da Unicamp Finalistas da 11ª edição da ONHB interessados em concorrer a duas vagas no curso de graduação em História da Unicamp realizaram na tarde de sábado uma prova que faz parte do edital de “Vagas Olímpicas”, implantada de forma inédita em 2018 com o objetivo ampliar o acesso à universidade. Interessados que fizeram a prova e conquistaram medalhas de ouro ou prata estão agora concorrendo às vagas na universidade. A nota da Prova Presencial será informada em um certificado até dia 31 de outubro. Como funciona a Olimpíada de História A Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) é um projeto realizado pelo Departamento de História da Unicamp. É composta por seis fases de provas realizadas de forma online, com duração de uma semana cada. As questões de múltipla escolha e realização de tarefas são respondidas pelos participantes por meio de debate, pesquisa em livros, internet e orientação do professor. O método, totalmente inovador, tem como principal objetivo incentivar o desenvolvimento da análise crítica e discussões sobre os mais variados assuntos, por meio de pesquisa e análise de textos, imagens e mapas. Dessa forma, a ONHB consolida-se como uma importante ferramenta de aprendizado do ensino de História. Tem apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e do Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp. Relação de medalhas por estado: Rio Grande do Norte (4 ouro, 7 prata, 9 bronze): total de 20 Pernambuco (3 ouro, 7 prata, 5 bronze): total de 15 Ceará (2 ouro, 3 prata, 9 bronze): total de 14 São Paulo (3 ouro, 2 prata, 7 bronze): total de 12 Bahia (1 prata, 3 bronze): total de 4 Piauí (3 prata) Minas Gerais (2 ouro) Goiás (1 prata) Pará (1 bronze) Paraíba (1 prata) Rio de Janeiro (1 ouro) Sergipe (1 bronze)

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25 anos depois: qual a herança da cena mangue?

*Por Rafael Dantas Modernizar o passado / É uma evolução musical / Cadê as notas que estavam aqui? / Não preciso delas! / Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos / O medo dá origem ao mal / O homem coletivo sente a necessidade de lutar / O orgulho, a arrogância, a glória / Enche a imaginação de domínio / São demônios os que destroem o poder / Bravio da humanidade. O monólogo provocativo de Chico Science dava início ao álbum da Nação Zumbi Da Lama ao Caos. No mesmo ano, o Mundo Livre S/A lançava também seu primeiro disco Samba Esquema Noise. Era o som dos “caranguejos com cérebro” tirando do mangue a diversidade cultural que caracterizou o movimento musical, que se espraiou para o cinema e até para a relação dos recifenses com a cidade. Um quarto de século depois, perguntamos a protagonistas, mangueboys e especialistas: o manguebeat morreu ou se metamorfoseou? Hugo Montarroyos, 44 anos, não tinha nem 20 quando o mix de sons do manguebeat explodiu. Ele era fã do primeiro momento, quando os shows de Chico Science e Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A juntavam pouco mais de 100 pessoas. “A banda e o público se misturavam. Eles terminavam de tocar e desciam para tomar umas cervejas com a gente. Sou de uma geração privilegiada que viveu aquele momento”. . . Frequentador do Circo Maluco Beleza, da Soparia e de outros espaços onde as bandas tocavam, Montarroyos se envolveu muito com aquela cena. “O Recife era um deserto cultural nos anos 80 e 90, principalmente para quem gosta de rock. A cultura forte de raiz estava restrita às periferias. A classe média não tinha se apropriado do maracatu. Até que as pessoas começaram a formar muitas bandas, como Chico Science. Aquilo tomou uma dimensão que ninguém imaginaria”. O mangueboy, anos depois, escreveu um livro sobre a banda Devotos e se tornou jornalista cultural. Tudo isso influenciado pelo movimento. As reuniões, shows e sensações que fervilhavam no final dos anos 80 e início dos 90 permanecem vivos na memória do jornalista e DJ Renato L. Autor do manifesto do movimento, junto com Fred Zero Quatro, ele conta que a metáfora do mangue foi apresentada por Chico Science numa mesa do Cantinho das Graças, um reduto de boêmios. “Nunca perguntamos a ele porque resolveu batizar de mangue. Mas ele chegou no bar dizendo que tinha usado alfaia, como se fosse o bumbo do hip hop, e feito outras inovações na música. E que iria chamar esse novo beat (batida, ritmo) de mangue”, conta. O grupo de apaixonados por música, que se encontravam com frequência, concluiu que a inovação não poderia ser só um beat. Veio a sugestão para que se tornasse uma cena. “Na mesma noite, numa espécie de fluxo de criatividade, veio a expressão caranguejos com cérebro e as metáforas básicas do manguebeat como: queremos criar um ecossistema cultural tão rico e diversificado quanto o mangue é em biodiversidade”, lembrou Renato, que anos depois veio a ser secretário de Cultura do Recife. . Inspirado na obra de Josué de Castro, o movimento falava do homem-caranguejo que vive as contradições sociais da cidade do Recife e a busca por transformá-lo em “caranguejo com cérebro”. Na metáfora da antena parabólica fincada na lama, fez a fusão de ritmos regionais com influências da música global e colocou o Recife em destaque até fora do País. “Há muitos anos não havia uma inovação no cenário brasileiro musical. O manguebeat foi uma coisa que em Pernambuco mexeu praticamente com todos os setores da cultura, como literatura, cinema, artes plásticas. E ecoou fora do Estado e até do Brasil”, analisa o jornalista e crítico musical José Teles. Contraditoriamente, o lugar em que ele tinha mais resistência, segundo Teles, era o Recife. “Não se tocava o manguebeat nas rádios, às vezes era motivo de chacota. Mas chegou logo no exterior. No primeiro disco, chegou em Nova Iorque e na Europa”, relembra. A vocação para inovação é algo que transcende o manguebeat na avaliação do vocalista da banda Mundo Livre S/A, Fred Zero Quatro. “Pernambuco tem uma vocação para o inusitado, para o original, o ousado, o vanguardista. Quando a gente começou a ter visibilidade nacional e ganhar prêmios, muita gente nos perguntava: o que é que tem na água do Recife?”. O interesse por saber o que inspirava os músicos recifenses tinha uma razão. Logo após os “caranguejos com cérebro” saírem do mangue e se conectarem com o mundo, uma leva de novas bandas e de antigos nomes da cultura pernambucana começaram a gravar e exportar os ritmos, batuques e composições locais. “Na sequência dos nossos primeiros discos, teve gravadora de São Paulo que só contratava artista de Pernambuco. Veio um monte de gente como Devotos e Jorge Cabeleira. Todo mundo se espantou”, lembra Zero Quatro. A água do mangue recifense que contaminou a música do manguebeat tem uma história que passa por personagens como Manuel Bandeira, Cícero Dias, João Cabral de Melo Neto, entre outros tantos nomes de destaque da cultura nacional segundo o músico. Rapidamente, o som do mangue desperta o cinema pernambucano. O clássico longa-metragem da retomada Baile Perfumado, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, tem trilha sonora do manguebeat. Em entrevista à Algomais, em 2016, DJ Dolores afirmou que o movimento contribuiu para os cineastas locais descobrirem a capital pernambucana. “Um filme muito próximo do manguebeat foi Amarelo Manga, que trouxe a visão do Centro do Recife, que estava ausente na cinematografia do Estado, ainda muito influenciada por aquela coisa do Cinema Novo. Acho que esse discurso urbano atravessou os anos e, com certeza, interferiu na cinematografia das pessoas que estão realizando filmes atualmente”. A estética do mangue promove ainda a valorização do trabalho do design made in PE, segundo Renato L, Teles e Zero Quatro. Prova disso são as capas dos álbuns pioneiros, que eram produtos conectados com o efervescente momento cultural do Recife. As bandas brigaram com as gravadoras para garantir que as ilustrações que

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6 fotos do Liceu de Artes e Oficios Antigamente

O Liceu de Artes e Ofícios, no Recife, é uma das valiosas peças arquitetônicas no entorno da Praça da República. Vizinho do Teatro Santa Isabel e do Palácio do Campo das Princesas, o tradicional colégio foi construído entre 1871 e 1880. De acordo com Lúcia Gaspar, da Fundaj, a escola inaugurou este prédio no dia 21 de novembro de 1880. O projeto do edifício é do engenheiro José Tibúrcio Pereira de Magalhães, que também assinou outros prédios emblemáticos do Recife, a exemplo da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). "Em estilo classicista imperial, inspirado no neoclassicismo francês, o prédio é composto de dois pavimentos. A fachada sofreu pequenas modificações durante a construção e também no século XX, mas não chegaram a causar uma grande desfiguração do projeto de Magalhães. (...) Como uma das instituições que prestava um serviço à educação popular no Recife, o Liceu ministrava aulas de desenho, música, pintura, marcenaria, arquitetura, aritmética, alfabetização. Possuía uma biblioteca com algumas obras raras e um museu com um bom acervo", escreveu Lúcia Gaspar¹. As imagens abaixo são do Acervo da Villa Digital, da Fundação Joaquim Nabuco. Clique nas imagens para ampliar. . Trem passando na frente do Liceu (Acervo Josebias Bandeira) . Cartão Postal com o Liceu de Artes e Ofícios (Acervo Josebias Bandeira) . Fachada do prédio em 1904 (Acervo Josebias Bandeira) . Liceu de Artes e Ofícios (Acervo Josebias Bandeira) . Foto da Ponte Princesa Isabel, com imagem do Liceu ao fundo, em 1899 (Acervo Josebias Bandeira) . Imagem do Rio Capibaribe, com Liceu na margem esquerda, em  1915 (Acervo Benício Dias)   *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) ¹Trecho extraído do artigo Liceu de Artes e Ofícios. GASPAR, Lúcia. Liceu de Artes e Ofícios, Recife, PE. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em:<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar>. Acesso em: 11 ago. 2018. . LEIA TAMBÉM 10 fotos da Praça da República Antigamente . 5 fotos das Praças de Burle Marx no Recife antigamente

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Tenda Literária da Cepe em Triunfo discute espaços das mulheres no audiovisual

Em seu quarto dia de programação, a Tenda Literária da Cepe Editora, que marca presença no 12º Festival de Cinema de Triunfo, discutiu a representatividade feminina no mercado do audiovisual. O bate-papo contou com a participação da cineasta Juliana Lima, realizadora dos curtas Lá no Alto, Mayra está bem e Psiu!, e Nara Aragão, sócia da Carnaval Filmes, produtora executiva de longas como Viajo porque preciso, volto porque te amo (Marcelo Gomes e Karim Aïnou), Era uma vez eu, Verônica (Marcelo Gomes) e Tatuagem (Hilton Lacerda). A falta de equidade de gênero no audiovisual mobiliza intensos debates devido às discrepâncias que ainda acolhe. Pesquisa da Agência Nacional do Cinema (Ancine), divulgada no ano passado, reforça o que está na base dessa discussão: a indústria cinematrográfica é um espaço masculino e branco. Tendo como base números de 2016, o estudo indicou que 75,4% dos longas lançados no país foram dirigidos por homens enquanto o percentual de mulheres diretoras foi de 19,7% - sem qualquer registro de mulheres negras. O desequilíbrio se observa por toda a cadeia, como na roteirização (67% contra 21%) e fotografia (88% contra 8%). Atuando na produção executiva (nicho onde as desigualdades são menos profundas - 46% contra 41% segundo o estudo), Nara Aragão observa mudanças no funcionamento dos sets em consequência dessa ocupação feminina nos espaços de tomadas de decisões. “Vejo menos tolerância ao assédio, por exemplo. No momento atual, e falo isso enquanto produtora, assumimos uma atitude fundamental de refletir junto à direção, principalmente quando masculina, sobre como está sendo o uso dos corpos femininos diante das câmeras. Ao mesmo tempo, temos grande preocupação na escolha das equipes que atuam por trás das câmeras. Há uma grande carência de profissionais femininas em determinadas funções. Ao atentarmos para isso, reforçando o cuidado nas escolhas, contribuímos para a formação das mulheres e para sua representatividade no setor”. Juliana Lima, que busca um recorte social e racial em sua obra autoral, avaliou a questão na perspectiva de cineasta e negra. “Quando lancei meu primeiro filme(Psiu!), em 2014, não imaginava que encontraria tanta dificuldade pelo fato de ser negra. Não existiam diretoras negras nos sets, não havia a bandeira do cinema negro. Nós temos uma longa luta porque não temos essa representatividade em longas-metragens. Precisamos que as mulheres negras estejam escrevendo e dirigindo cinema não só para contarmos nossas histórias, mas também porque são elas, em funções de lideranças, que escolhem quem atuarão nos filmes”. Juliana iniciou sua militância política a partir de 2012 na tentativa de contribuir para a formulação de políticas públicas afirmativas. “Realizamos uma pesquisa para saber quem acessava os editais do Funcultura Audiovisual (R$ 22 milhões) e identificamos que esse dinheiro estava concentrado nas mãos de diretores brancos. Depois de muita luta conseguimos reverter um pouco isso. Entre 2016\2017 tivemos 30% dos projetos destinados para diretores (as) e roteiristas negros (as) e, no ano seguinte, essa fatia subiu para 42%. Acho que conseguimos mudar um pouco essa cultura em Pernambuco”. A programação da Tenda Literária da Cepe Editora segue até o próximo sábado, quando se encerrará o Festival de Cinema de Triunfo.

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6 fotos de Itamaracá antigamente

Destaque no litoral norte de Pernambuco, a Ilha de Itamaracá possui um dos fortes mais antigos do Estado, construído durante o período holandês. "Em 1631, na entrada sul do canal de Santa Cruz, na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, os holandeses construíram o Forte Orange, com a finalidade de proteger o acesso ao desembarque e embarque de navios destinados aos portos de Igarassu e Vila da Conceição", informa Semira Adler Vainsencher, da Fundação Joaquim Nabuco. De acordo com o histórico da ilha, no site da prefeitura municipal: "Os primeiros habitantes seriam náufragos, havendo também registros sobre a passagem dos portugueses João Coelho da Porta da Cruz e Duarte Pacheco Pereira, em 1493 e 1498, respectivamente". Reunimos abaixo algumas imagens históricas da famosa Ilha de Itamaracá dos bancos de imagens da Fundaj e da Biblioteca do IBGE. Clique nas fotos para ampliar. . Ilha de Itamaracá, em 1880 (Foto de Constantino Barza, no Acervo Benídio Dias/Fundaj) . Vista da Penitenciária Agrícola de Itamaracá (Benício Whatley Dias) . Katarina Real no Forte de Orange, em 1966 (Katarina Real/Fundaj) . .Ilha de Itamaracá, em 1956 (Biblioteca do IBGE) . Casas dos detentos . Pintura de Itamaracá em 1637, por Frans Post . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Histórias do Meu Povo em Camaragibe e Nazaré da Mata

O Projeto Histórias do meu povo, em Petrolina e Passira, foi um grande sucesso de público, discussões, debates e ricas experiências de uma vida cheia de arte. Dando continuidade a essa trajetória de sucesso agora será a vez de Camaragibe e Nazaré da Mata. Projeto incentivado pelo Funcultura mapeou mestres e mestras de tradição oral de Pernambuco e realizou oficinas de contação de histórias em quatro cidades do Estado. O resultado, é o lançamento de um livro e revista com as experiências do projeto. Durante o ano de 2018, o projeto Histórias do meu Povo - Edição: Pontos de Cultura produzido pela Liga Empreendimento Criativo circulou pelas cidades de Camaragibe, Nazaré da Mata, Passira e Petrolina, entrevistando 46 mestres e mestras de tradição oral, pessoas idosas que aprenderam seus ofícios e repassam seus fazeres através da oralidade, como bordadeiras, repentistas e contadores de histórias. Toda essa experiência pode ser conferida na revista Histórias do meu Povo que tem lançamento marcado a partir do dia 31/05 na Universidade de Pernambuco - campus Petrolina e que circulará por mais três cidades até o dia 10/06. Na ocasião também será lançado o livro Histórias do meu Povo, uma coletânea de 118 histórias criadas através das oficinas de contação de histórias e mediação de leitura “Retratos de Memória” realizada pela pedagoga e contadora de histórias Roma Julia. A ação aconteceu em parceria com Pontos de Cultura dos municípios abrangidos no projeto. Algumas das histórias criadas foram gravadas em formato de audiolivro para que pessoas com deficiência visual ou em processo de alfabetização possam ter acesso ao conteúdo. O projeto conta com o incentivo do Funcultura Pernambuco e os lançamentos são gratuitos e aberto ao público. Todos os mestres entrevistados, os participantes das oficinas de contação de histórias e os Pontos de Cultura receberão o kit contendo revista, livro e audiolivro. Segue agenda do lançamento do livro e revista: 07/06 (sexta) - CAMARAGIBE Local: Centro Comunitário Vivendo e Aprendendo Horário: 14h Endereço: Rua Guilherme Veloso, 98 – Celeiro das Alegrias Futuras, Timbi, Camaragibe, PE, CEP: 54774-290 10/06 (segunda) – NAZARÉ DA MATA Local: Associação das Mulheres de Nazaré da Mata Horário: 14h Endereço: R. Cel. Manoel Inácio, 129, Nazaré da Mata - PE, 55800-000

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