Arquivos história - Página 8 de 11 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

história

12 fotos de Caruaru Antigamente

Destacamos hoje a Capital do Agreste. No mês de aniversário de Caruaru apresentamos uma coletânea de fotografias do Banco de Imagens da Biblioteca do IBGE. Trazemos imagens da Feira de Caruaru, da Avenida Agamenon Magalhães, do Hotel Sol, a Prefeitura, o Estádio Luiz Lacerda, entre outras. As descrições das imagens são do IBGE. Clique nas fotos para ampliar.   Feira de Caruaru . Avenida Agamenon Magalhães (Nota-se à direita o Hospital São Sebastião) . Antigo Hotel Sol (Com uma área total de 78.212,33 m² e localizado no Entroncamento da BR 232 com a BR104, o Hotel foi extinto e sua estrutura abriga a unidade de Caruru da Faculdade Maurício de Nassau).   . Praça Coronel Porto . Caruaru em 1955 (Egler, Walter Alberto, 1924-1961; Acervo: Jablonsky, Tibor) . Rádio Difusora de Caruaru . Rua da Matriz . Prefeitura de Caruaru . Terminal Rodoviário de Caruaru . Sociedade Caruaruense de Ensino Superior . Vista aérea da cidade (Nota-se ao fundo a Igreja do Rosário) . Estádio Luiz Lacerda

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Guerreiros do Passo resgatam o legado da origem do frevo

O coletivo Guerreiros do Passo representa a resistência do autêntico folião que brinca nas ruas em Pernambuco. Com o principal objetivo de valorizar as raízes do Carnaval e do frevo, o grupo atua em três diferentes áreas: a formação de passistas, o espetáculo e as pesquisas. O Projeto Frevo na Praça é a principal atividade do coletivo e consiste na formação de novos passistas por meio do método de ensino do mestre Nascimento do Passo, de quem o grupo mantém o legado. As aulas gratuitas acontecem na Praça do Hipódromo, (Zona Norte do Recife), aos sábados e quartas-feiras e contemplam todas as faixas etárias. O fundador e coordenador Eduardo Araújo revela o que é preciso para se tornar mais um guerreiro. “É só chegar e cair no frevo. Até a sombrinha nós oferecemos”. Os responsáveis por ministrar as aulas são os professores Laércio Olívio, Valdemiro Neto e Lucélia Albuquerque. “Durante o resto do ano temos uma média de aproximadamente 30 alunos. Quando está próximo do Carnaval, o número praticamente dobra”, informou Laércio Olívio, que há sete anos chegou como aluno e hoje é um dos professores do coletivo. “Eu me encantei completamente. Tenho muito orgulho de ter ganhado a camisa azul (usadas apenas pelos instrutores).” O grupo vai tão a fundo na vivência de resgatar a origem do frevo que seus integrantes não se apresentam com roupas coloridas como as usadas pelos passistas nas últimas décadas. Suas vestimentas são quase monocromáticas, a dos foliões dos anos 1950, além de dançarem com sombrinhas e guarda-chuva comuns. Pesquisadores afirmam que a versão pequena e multicor foi criada pensando nas crianças e depois apropriadas por dançarinos que participavam de concursos de frevo nas emissoras de TV na década de 1960. O projeto serve também como forma de garimpo para a escolha de novos bailarinos para compor o elenco do espetáculo O Frevo. “Ao longo dos anos foram mais de 100 apresentações”, ressalta Eduardo. A última delas, inclusive, aconteceu no desfile oficial do Homem da Meia-Noite, no Carnaval do ano passado. O espetáculo tem a finalidade de contar um pouco mais ao público sobre a origem do frevo. “Nós produzimos uma encenação para mostrar como foi o surgimento da dança. A apresentação vai desde o início, envolvendo os capoeiristas, até as músicas da época”, disse o coordenador. De acordo com Eduardo, são convocados os alunos que se destacam e têm o compromisso com as aulas. Como forma de relembrar e até mesmo resgatar antigos passos que foram esquecidos com o passar das décadas, o coletivo criou o Laboratório do Passo, que desenvolve um levantamento histórico das técnicas concebidas pelo mestre Nascimento. Com muita pesquisa acerca da história do frevo, os Guerreiros reviveram mais de 15 movimentos que vez ou outra são trabalhados na praça. “Corropio, abanando o fogareiro, salto de canguru, passo do curupira, coice de cavalo, corta-capim e o passo do aleijado são alguns dos movimentos que resgatamos”, listou Laércio. “É muito gostoso e gratificante para nós vermos os nossos alunos tentarem e até mesmo realizarem esses passos que por muito tempo estiveram esquecidos”, emociona-se Lucélia. Tudo teve início a partir do amazonense Francisco do Nascimento Filho, que plantou em cada um dos fundadores as sementes do frevo. Mestre Nascimento do Passo, como era conhecido, desenvolveu uma metodologia de ensino sistematizando os movimentos e as técnicas que seriam repassadas para as novas gerações de bailarinos. O Balé Popular do Recife e o multiartista Antônio de Carlos Nóbrega foram alguns dos contemplados com o seu talento. Em reconhecimento do seu trabalho, o mentor recebeu os títulos de cidadão recifense (1998) e pernambucano (2000). O coletivo surgiu em 2005, a partir da iniciativa de ex-professores da Escola Municipal de Frevo do Recife, que não concordavam com a decisão da diretoria da instituição de mudar o método de ensino da dança. “O mestre Nascimento é a base de tudo. Foi por causa dele que cada um de nós despertou o amor pelo frevo”, disse, emocionado, Eduardo. Ele e alguns amigos decidiram se encontrar na praça do Hipódromo para frevar, o que acabou atraindo muitas pessoas que pediam para também participar da dança “Nós deixávamos, é claro. A gente até levava um pequeno som”. A brincadeira ficou tão interessante que o grupo começou a ser chamado para dar aulas em outros bairros e em Olinda. Por falta de recursos, porém, eles decidiram concentrar as atividades na praça do Hipódromo. "Eles então fundaram a troça carnavalesca O Indecente. "O nome, no entanto, acabou não vingando", conta Eduardo. Foi então que os fundadores se juntaram e decidiram dar um novo nome ao grupo. O costume dos integrantes de se chamarem de guerreiro era antigo, desde os tempos da escola de frevo. “Não poderia escolher um nome melhor para dar continuidade à obra do mestre Nascimento do Passo”. *Por Marcelo Bandeira

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Cepe lança três títulos de Carnaval

Com recortes diferentes de uma das festas populares mais apaixonantes do ano, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lança três importantes títulos para quem quer conhecer a história do Carnaval do Recife, seus personagens e o frevo, ritmo que leva o nome de Pernambuco para o mundo todo. O historiador Leonardo Dantas Silva assina Carnaval do Recife, numa segunda edição caprichosamente ampliada, traz curiosidades sobre os principais signos carnavalescos. Já o jornalista e pesquisador Carlos Eduardo Amaral escreveu o perfil biográfico José Michiles: Recife, manhã de sol. O segundo título de uma série criada pelo maestro Marcos FM, o livro Arranjando Frevo-canção volta-se para a formação de músicos e compositores, abordando aspectos sobre arranjo e orquestração. O lançamento das obras será no dia 23, às 15h, no Paço do Frevo, no Bairro do Recife. Durante o lançamento, a Orquestra do Maestro Formiga tocará os acordes do que há de melhor no Carnaval pernambucano. O clima vai esquentar quando o compositor Jota Michiles se reunir à turma do maestro para cantar um dos seus sucessos, acompanhado da orquestra. Inclusive é sobre a vida e obra de Jota Michiles que o jornalista e pesquisador Carlos Eduardo Amaral se debruçou para escrever o 4º perfil biográfico da coleção Frevo, memória viva, selo da Cepe Editora, que será lançado neste mesmo dia. A marcha de bloco Recife, manhã de sol, composta pelo carnavalesco, dá título ao livro. A canção tornou-se um marco na vida do artista e na história do próprio frevo-canção. Foi com ela que o músico, na época com apenas 23 anos, ganhou o concurso promovido pela Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife, em 1966, que ficou memorável pelas circunstâncias. Até então desconhecido, Jota Michiles desbancou 19 outros finalistas, entre eles nomes como Capiba (com A canção do Recife, em parceria com Ariano Suassuna), Nelson Ferreira, Sebastião Lopes e outras sumidades. Ganhou um vultoso prêmio e uma gravação em compacto pela Rozenblit. Em Carnaval do Recife, o historiador pernambucano Leonardo Dantas Silva convida o leitor a um mergulho profundo no emaranhado de confete, serpentina, purpurina, mela-mela, fantasia, frevo, maracatu e multidão de rua. O pesquisador exibe as entranhas carnavalescas da capital pernambucana. Trata-se de uma segunda edição - a primeira é de 2000. Revisada e, segundo o autor, “muito ampliada, como dizia Gilberto Freyre”, revela as mudanças da folia recifense de 1553 até 2018, em 428 páginas - o dobro da primeira edição. O terceiro título Arranjando frevo-canção preenche uma lacuna histórica, sinalizando caminhos para os interessados em aprender a escrever para orquestras de frevo. É uma contribuição importante para quem compõe e faz música. No prefácio assinado pelo Mestre, Doutor em Música e professor do Conservatório Pernambucano de Música Climério de Oliveira Santos, ele destaca a importância da iniciativa: “Desde que o frevo é frevo, ninguém se atrevera a publicar um livro sobre arranjo e orquestração dessa música – incrível realidade! Com o método Arranjando frevo de rua (Cepe, 2017), o baixista, maestro e compositor Marcos FM já tinha lançado a pedra fundamental de uma nova fase do frevo. É o marco da etapa em que os adidos dessa intrépida cultura musical começam a se sentir aliviados do receio de que o frevo pudesse desaparecer por não terem às mãos escritos da sua sistematização”, afirma no texto. SERVIÇO Lançamento dos livros: José Michiles: Recife, manhã de sol, de Carlos Eduardo Amaral; Carnaval do Recife, de Leonardo Dantas Silva; Arranjando Frevo-cancão, do maestro Marcos FM Quando: 23 de fevereiro, sábado Horário: A partir das 15h Onde: Paço do Frevo Endereço: Rua da Guia s/n, Bairro do Recife

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5 fotos da Igreja de São Pedro dos Clérigos Antigamente

  Localizada no Bairro de Santo Antônio, a Catedral de São Pedro dos Clérigos é um dos edifícios religiosos mais emblemáticos da arquitetura barroca em Pernambuco. De acordo com informações da Fundaj, o templo começa a ser construído em 1728, mas só vem a ser consagrado no ano de 1782.  A Catedral vem a ser tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no ano de 1998. Confira abaixo as imagens que selecionamos dos Acervos da Villa Digital, da Fundaj, e da Biblioteca do IBGE. Fachada da Igreja em 1938 (Acervo Benício Dias, Fundaj) As demais imagens não estão datadas e são da Biblioteca de imagens do IBGE . . . . *Envie comentários e sugestões de novas postagens para rafael@algomais.com

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São José e Santo Antônio: Região de história

Numa caminhada trivial de pouco mais de um quilômetro e meio saindo do Palácio do Campo das Princesas, em Santo Antônio, até o Forte das Cinco Pontas, em São José, é possível transitar pelos lugares que escreveram parte significativa da história pernambucana. Na segunda reportagem sobre esses bairros centrais do Recife, retrocederemos um pouco no tempo para compreender como se deu a formação urbana dessa região e quais os acontecimentos políticos que marcaram esse lugar. De acordo com o arquiteto José Luiz da Mota Menezes, a primeira construção dessa região é um pequeno convento, no ano de 1608, vindo posteriormente poucas residências. “A princípio foi construído em Santo Antônio um conventinho, depois um cristão novo chamado Baltazar fez oito casinhas, do antigo prédio do Jornal do Commercio até a Rua Primeiro de Março. Posteriormente foi erguida a casa de Pedro Álvares. Era apenas isso até a chegada de Maurício de Nassau, que amplia essa área e projeta o bairro de São José em 1639”, explica o especialista. Com o domínio holandês, a Ilha de Antônio Vaz − que abriga os dois bairros − passa a ser conhecida como a Cidade Maurícia. A denominação persistiu até a expulsão dos holandeses, em 1654. Foi neste período em que foram construídas as primeiras pontes para conectar as ilhas recifenses. Também data dessa época a criação de um plano que previa o crescimento da cidade. “Durante o período da invasão holandesa, o conde Maurício de Nassau residiu naquela ilha. Foi lá que ele deu início à sua expansão territorial, fator determinante para o desenvolvimento urbano da época”, revela a pesquisadora Semira Adler Vainsencher em artigo da Fundação Joaquim Nabuco. De acordo com o historiador e professor da UPE, Carlos André Moura, durante o domínio holandês foram construídos o primeiro observatórios astronômico, um jardim botânico e um zoológico na cidade. “Foi erguida a primeira ponte que ligou as ilhas do Bairro do Recife a Santo Antônio, a atual Maurício de Nassau”. Um evento marcante, segundo o historiador, foi o anúncio do conde assegurando que um boi iria voar durante a inauguração. E ele realmente conseguiu o intento. Na verdade, Nassau mandou fazer um boi de palha e couro e o suspendeu por um sistema de roldanas e cordas, permitindo que atravessasse de um lado a outro da ponte para a admiração dos presentes. É dos holandeses a iniciativa de construir o Forte de São Tiago das Cinco Pontas, em 1630. Erguido de taipa nas proximidades das cacimbas do senhor de engenho Ambrósio Machado, essa fortaleza tinha como função evitar a circulação de navios inimigos pelo rio e proteger essa fonte de fornecimento de água potável no bairro de São José, que era ocupado inicialmente apenas por pescadores. Com a derrota dos holandeses o forte foi destruído, sendo restaurado apenas em 1684, com um material mais resistente. Logo após a derrota holandesa, é construída pelos capuchinhos franceses uma das principais igrejas da ilha, o templo original da Igreja da Penha, em 1656 (a basílica que conhecemos foi erguida no mesmo local em 1870). Mas é durante o Século 18 que são edificados muitos dos templos religiosos que conhecemos atualmente. Sobre as trincheiras holandesas e a antiga Casa de Pólvora foi erguida a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio, em estilo barroco colonial. Neste mesmo século são construídas a Capela Dourada, a Igreja de São Pedro dos Clérigos, o Convento Franciscano de Santo Antônio e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares. Além da vida religiosa, esses bairros foram marcados pela atividade comercial, sob forte influência da dinâmica na região do Mercado de São José, que foi inaugurado apenas em 1875. Mas, desde 1787 já existia no seu pátio um comércio de frutas e verduras, chamado de Ribeira de São José. Todas as ruas do seu entorno seguem com intensa atividade comercial, principal vocação do bairro, mesmo em meio a toda dificuldade de mobilidade e de segurança nas calçadas. “Os turistas vêm para ver o diferente. Nós temos, mas não tratamos bem os nossos diferenciais. Nosso Mercado de Ferro é um dos poucos do Brasil. Deveria ser uma obra-prima. Um lugar para as pessoas verem o peixe sendo recortado, comprar os artigos regionais. O mesmo deveria ocorrer com a Casa da Cultura. Mas é preciso preparar essa contemplação. Esses bairros são um museu que poderia ser recuperado”, afirma Mota Menezes. Essa região também foi palco de dois dos maiores movimentos revolucionários de Pernambuco. “A Revolução de 1817 e a Confederação do Equador de 1824 aconteceram principalmente nas ruas desses bairros, onde funcionava a imprensa e onde se encontravam os jornalistas, intelectuais, religiosos e políticos. Muitos moravam e trabalhavam nesta localidade”. A morte do principal nome da Confederação do Equador, o Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo, conhecido por Frei Caneca, se deu também nessa região. “Ele foi preso onde hoje é o Arquivo Público, na Rua do Imperador, e foi caminhando até o Forte das Cinco Pontas, no Bairro de São José, onde foi executado”, afirma Carlos André. No local exato da execução foi erguido um busto em homenagem ao herói pernambucano. Com as mudanças nos bairros, principalmente no século passado, praticamente se construiu uma nova cidade sobre essa região histórica do Recife. “Como bem público, defendo que essa área deveria ter uma rigorosa preservação não da paisagem, mas do subsolo. Em qualquer obra nesses bairros deveria ter o acompanhamento de um arqueólogo”, sugeriu o arquiteto. O processo de “modernização” da cidade – caracterizado pela abertura da Dantas Barreto e derrubada da antiga Igreja dos Martírios – é apontado pelos historiadores como uma das intervenções responsáveis pelo esvaziamento de moradias no bairro. “Essa avenida é construída nas gestões de Agamenon Magalhães e de Augusto Lucena e causou uma grande destruição do patrimônio histórico. Não apenas da Igreja dos Martírios, que foi destombada, mas também de vários casarios”, relata o Carlos André. Parte dos moradores desses bairros era de universitários, que moravam em pensões e repúblicas estudantis para estudar na tradicional Faculdade de

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7 igrejas de Olinda Antigamente

Olinda é um verdadeiro museu da arquitetura religiosa nacional, com igrejas seculares espalhadas pela cidade. Na coluna Pernambuco de Antigamente publicamos hoje uma série de fotos de 7 templos religiosos da Biblioteca do IBGE. Muitos dessas igrejas estão no sítio histórico do município. Clique nas imagens para ampliar.   1. Igreja e Mosteiro de São Bento 2. Igreja da Misericórdia (ou Igreja Nossa Senhora da Luz) 3. Catedral da Sé 4. Seminário e Igreja de Nossa Senhora da Graça   5. Igreja de Nossa Senhora do Carmo 6. Igreja de São Francisco, em Olinda   7. Igreja de São Pedro

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São José e Santo Antônio: região dos contrastes

Santo Antônio e São José são bairros centrais do Recife marcados por diversos contrastes. De um passado protagonista, para um presente coadjuvante na dinâmica da cidade. Do patrimônio arquitetônico de valor mundial, às paredes descascadas e pichadas dos edifícios abandonados. De ruas comerciais com intensa movimentação durante o dia a pátios vazios e marginalizados à noite. Para compreender essa realidade, iniciamos a partir desta edição uma série de reportagens sobre os desafios para reabilitação dessa região histórica da capital pernambucana. O Forte das Cinco Pontas, o Mercado de São José e a Estação Central são algumas edificações que marcam a identidade recifense e pernambucana. Além delas, um conjunto de prédios eclesiásticos que incluem a Basílica da Penha, a Capela Dourada, a Matriz de Santo Antônio e a de São José, entre tantos outros, são relíquias da arte sacra e da arquitetura religiosa que resistem a uma degradação intensa que afeta a região. Lugares com grande potencial para o turismo, mas pouco acionados pelo trade turístico por causa do entorno nada convidativo para os visitantes. Os lojistas se queixam do comércio informal e da falta de segurança. Para os trabalhadores e consumidores do local, as calçadas irregulares e a dificuldade de mobilidade − pelas ocupação desordenada do espaço, e pelo transporte público pouco eficiente − são alguns dos problemas mais graves. Esses são alguns dos principais sintomas dessa região adoecida, que tem como contraponto a todas essas barreiras uma inacreditável dinâmica. O comércio popular forte, com uma diversidade de produtos e serviços que não se encontra em outros lugares da cidade, gera uma circulação de pessoas que se assemelha aos corredores de muitos shoppings. “O principal problema hoje é a falta de ordenamento do comércio informal. O Recife tem muito essa característica do comércio ambulante, não queremos que acabe, mas precisa ser controlado. Isso é fundamental para melhorar o fluxo de pessoas nos bairros. Também pedimos melhorias na segurança, com um policiamento mais ostensivo”, aponta Cid Lôbo, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Recife). Numa caminhada breve pela Rua das Calçadas ou pela Avenida Dantas Barreto é fácil entender o incômodo apontado por Lôbo. Produtos dispostos no passeio somam-se às calçadas desniveladas e feitas com todos os tipos de materiais (com cerâmica, pedras portuguesas, lajota). De brinquedos e eletrônicos made in China, às panelas e frutas de todas as cores compõe-se o painel de produtos dispostos no chão ou pendurados nas paredes. O emaranhado de fios nos postes e as placas e banners expostos nas ruas compõem a poluída paisagem urbana dos bairros, que o leitor pode conferir na foto ao lado. O diagnóstico feito pelo sócio-diretor da tradicional loja Irmãos Haluli, Paulus Haluli, aponta para a necessidade de organizar questões urbanísticas básicas. “Precisamos de ruas onde seja possível o pedestre caminhar, com a garantia de segurança e com banheiros públicos decentes. Nem entro no mérito sobre a necessidade de estacionamento, mas esse tripé básico no cuidado do espaço urbano não existe”, declara o empresário. Paulus afirma que até bem pouco tempo chegava ao trabalho de transporte público, mas a insegurança fez com que mudasse a rotina e passasse a se deslocar de Uber até a loja. “Infelizmente os furtos são uma constante. Desisti de vir trabalhar de ônibus, porque já tentaram me assaltar”. Ele lamenta também a situação do Mercado de São José. “Infelizmente os turistas que visitam o bairro encontram o mercado em condições tristes, com um banheiro da Idade Média”, critica. Para os especialistas, há motivações locais que geraram o abandono de São José e de Santo Antônio, como intervenções urbanísticas pouco eficientes ao longo das últimas décadas. Mas, eles ressaltam que em muitos países houve um fenômeno perverso de esvaziamento dos centros urbanos, que afetou também a capital pernambucana. “Os problemas que encontramos hoje no Centro do Recife são dificuldades sofridas pelas cidades europeias no século passado e que foram superados com muita garra”, afirma a arquiteta e professora da Unicap (Universidade Católica de Pernambuco), Amélia Reynaldo, em audiência pública realizada na Câmara do Recife, promovida pelo vereador Jayme Asfora para discutir soluções para a região. Nessa ocasião, a CDL sugeriu que fosse incluído no Plano Diretor da cidade um dispositivo que obrigue o poder público a fazer um plano específico para o Centro que contemple as esferas econômicas, ambientais, sociais e espaciais. A especialista ressalta que grandes destinos turísticos internacionais dos nossos dias, como Paris e Barcelona, estavam esvaziados, com prédios históricos ameaçados, ruas tomadas por veículos e com área comercial completamente desregulada em meados do século passado. “As cidades fediam, o comércio informal estava colado a edifícios notáveis, que estavam em ruínas. Era uma situação que se parecia muito com a realidade do Recife que conhecemos”, conta a arquiteta. A negação do Centro da cidade no mundo todo teria origem na teoria dos higienistas de que esses locais não serviam para habitação e que todo o espaço precisava ser renovado e, posteriormente dos racionalistas, que sugeriram a demolição das quadras e prédios insalubres para a verticalização das cidades, preservando apenas alguns edifícios simbólicos. No Recife, o processo de “modernização” desses bairros contribuiu significativamente para o esvaziamento do seu uso para moradia. Apesar dessa análise histórica, Amélia avalia que o caso do Centro do Recife − considerando um espaço que extrapola esses dois bairros − tem mais potenciais que dificuldades. “A região é uma oportunidade, muito mais do que um problema. Temos uma geografia fantástica, um patrimônio cultural incrível e um comércio dinâmico, que não existe nada que não se encontre nele”, elogiou a arquiteta. O camelódromo e a localização dos pontos de ônibus são alguns dos aspectos a serem modificados na opinião do arquiteto e urbanista José Luiz da Mota Menezes. “As estações de BRT na Avenida Guararapes deveriam ser removidas e colocadas mais adiante. Quem desce hoje nessa via precisa seguir a pé um longo percurso até a área comercial”. A quantidade excessiva de linhas de ônibus em algumas paradas, como na frente da Praça do Diario de Pernambuco, também foi criticada pelos

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6 fotos da Praia do Pina Antigamente

A praia calma, as jangadas dos pescadores e a vida tranquila do bairro do Pina de décadas atrás estão registrados na seleção abaixo de 6 fotografias da Biblioteca do IBGE. O local, que era uma ilha no passado, teve um forte holandês em meados do Século 17 e abrigava o sítio de André Gomes Pina. Sobrenome que nomeou o bairro. Clique nas imagens abaixo para ampliar. . . 1. Cartão Postal (imagem cedida por Luiz Timotheo da Costa). . 2. Casas na beira da praia, em 1957 . 3. Jangadas, em 1951 . . 4. Prédios na margem da Praia de Pina, em 1957 . . 5.  Ônibus circulando no bairro . . 6. Posto 1 na Praia do Pina . *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Para sugestões de pautas ou contribuição com fotos antigas, envie um e-mail para rafael@algomais.com

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7 fotos aéreas do Recife Antigamente

Do acervo da Biblioteca do IBGE conseguimos uma seleção de 7 imagens aéreas do Recife Antigamente. As fotos revelam uma cidade com menos prédios e mais árvores. Uma dinâmica menos intensa que nos dias atuais. Confira abaixo. Clique nelas para ampliar e contemplar com detalhes de cada retrato. 1. Destaque para a Praça da República e para os palácios do Governo e da Justiça   2. Rua da Aurora. Foto tirada do alto do edifício Capelinha, em 1957   3. Rio Capibaribe, em 1957   4. Ponte Buarque de Macedo   5. Bairro da Boa Vista   6. Avenida Guararapes, em 1952. (Foto: Faludi, Stivan; Santos, Lindalvo Bezerra dos) . . 7. Vista a partir do Forte das Cinco Pontas   *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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8 imagens do Cais da Alfândega Antigamente

Situada entre a Ponte Maurício de Nassau e a Ponte 12 de Setembro, a Rua Cais da Alfândega possui uma das vistas mais agradáveis do Centro do Recife. De acordo com Marcos Albuquerque e Veleda Albuquerque (Revista Noctua, 2017), "Até a primeira metade do século XVII a área onde hoje existe a Avenida Cais da Alfândega, se encontrava sob as águas do rio Capibaribe. Nas proximidades do local já começava a se formar um extenso banco de areia. Embora não se constitua em uma das áreas de ocupação mais antiga da cidade do Recife, o seu entorno, já no século XVI, passara a integrar o conjunto da cidade. Os pescadores que primeiro se instalaram no istmo fronteiriço aos arrecifes, já em 1587 cuidaram de construir uma ermida dedicada ao santo protetor dos marinheiros, São Frei Pedro Gonçalves ou Santelmo. Ermida que futuramente daria origem à capelinha e em seguida à igreja do Corpo Santo. As boas condições de porto, o acesso às águas calmas onde as embarcações podiam ser reparadas, logo tornariam as poucas terras emersas, o “povo dos arrecifes”, um local cobiçado, a porta de entrada para Pernambuco. Logo cedo se construíram armazéns para onde convergiam as mercadorias a serem embarcadas, mormente o açúcar." Selecionamos imagens antigas do local no acervo da Villa Digital (Fundaj) e do IBGE. Confira as fotos abaixo. 1. Grande Hotel O Grande Hotel, de 1940, atualmente abriga o Fórum Thomaz de Aquino. Foi no Grande Hotel que, em 1942, Dorival Caymmi começou a escrever Dora. (Fotografia cedida por Luiz Timotheo da Costa)   2. Ao fundo, ainda em construção o edifício do IPASE (Inst. de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado) e IAPI (Inst. de Aposentadoria e Pensões dos Industriários). Foto: Tibor Jablonsky, em 1957.   3. Embarcações no cais   4. Embarcações no Cais   5. O Cais em 1880 (Autor: Constantino Barza)   6. Cartão Postal do Cais da Alfândega (Acervo Josebias Bandeira)   7. Cais do Alfândega, com foto com dedicatória de 1921   8. Desembarque de açúcar no Cais da Alfândega, em 1937 (Acervo Benício Dias) *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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