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Sem novas linhas de transmissão, setor de energia em Pernambuco pode travar?

Especialistas apontam que o Estado pode deixar de atrair investimentos bilionários em energias renováveis e perder espaço para Estados vizinhos *Por Rafael Dantas Pernambuco, como todo o Nordeste, vem arrematando investimentos bilionários no setor de energias renováveis nos últimos anos. A Zona da Mata, o Agreste e o Sertão estão atraindo empreendimentos em energia solar e eólica. A comparação regional, porém, indica que há uma concentração maior desses projetos em estados vizinhos. Há algumas motivações naturais, mas um gargalo que contribui para isso é a ausência de uma estrutura mais robusta de linhas de transmissão. Elas são as estruturas responsáveis por transportar a energia elétrica das usinas geradoras até as subestações para ser transformada em níveis de tensão mais baixos e distribuída para os consumidores. São como as estradas por onde a produção hidroelétrica, eólica, solar ou térmica percorrem para chegar nas cidades, seja para atender a demanda do setor industrial, residencial ou quaisquer outras. Acontece que os pesquisadores e os representantes empresariais do setor estão alertando para a urgência de o Estado projetar novas linhas de transmissão. Sem elas, os possíveis empreendimentos no interior, ainda que sejam construídos, não teriam como escoar sua produção. A percepção dos representantes da área elétrica é que Pernambuco está no limite. O problema, porém, não é exclusivo local e está sendo enfrentado também em outros estados. “Pernambuco hoje está praticamente sem nenhuma margem a mais, ou seja, os parques que existem já ocuparam todas as barras disponíveis e, se esse trabalho não for feito, a gente compromete o desenvolvimento do Estado no futuro”, afirmou o presidente do Sindienergia-PE (Sindicato das Empresas de Energia de Pernambuco), Bruno Câmara.  "Pernambuco está praticamente sem nenhuma margem a mais [quanto às linhas de transmissão], ou seja, os parques que existem já ocuparam todas as barras disponíveis e, se esse trabalho não for feito, a gente compromete o desenvolvimento do Estado no futuro." (Bruno Câmara) De acordo com o presidente da Aperenováveis, Rudinei Miranda, a infraestrutura existente ficou deficitária pois as malhas de transmissão não foram dimensionadas para um aumento de geração oriunda de outras fontes. Ou seja, o sistema criado para atender principalmente a geração hidroelétrica, hoje recebe a geração solar, eólica e vê a aproximação de outros projetos num horizonte próximo.  “Não houve um planejamento energético para que isso fosse corrigido ao longo do tempo. Isso é um problema de estado, não de governo. Pernambuco perdeu o timing de entender as necessidades energéticas. Então, hoje temos capacidade de captar investidores, temos atratividade pelo posicionamento logístico, mas o Estado esqueceu que a malha elétrica, o planejamento energético, precisa de um tempo maior para acontecer e ser construído”, afirmou Rudinei. "Não houve planejamento energético para que isso fosse corrigido. Temos capacidade de captar investidores e atratividade pelo posicionamento logístico, mas o Estado esqueceu que a malha elétrica precisa de um tempo maior para acontecer e ser construída." (Rudinei Miranda) A realidade apresentada pelos especialistas e representantes setoriais expõe uma gradativa perda de competitividade do setor elétrico, em Pernambuco, que já foi protagonista no Nordeste. No momento em que o mundo volta os olhos para regiões com alto potencial solar e eólico, como o Nordeste brasileiro, a ausência dessa infraestrutura pode reposicionar o Estado a um papel menor na região. Essa percepção fica mais evidente quando comparados os empreendimentos no setor entre os estados do Nordeste. A conta foi explanada durante o evento Exporenováveis 2025 pelo professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPE, Methodio Varejão. “Existe uma realidade bem clara: os investimentos em geração eólica e solar em Pernambuco nos últimos 8 a 10 anos são muito menores. No Ceará, os aportes foram 10 vezes maiores, no Rio Grande do Norte 8 vezes e na Bahia 14 vezes”.  O docente afirma que embora a geração de energia eólica não seja uma realidade para todos lugares no Nordeste, os empreendimentos solares poderiam ter avançado mais no Estado. “Esses outros têm uma condição mais favorável de ventos. Mas, sobre a geração solar não tem justificativa nenhuma. A radiação é alta em qualquer estado. Esse é o ponto principal”.  BARREIRAS PARA ATRAÇÃO DE NOVOS PROJETOS O presidente da Sindienergia-PE considera que esse gargalo na transmissão é o motivo pelo qual Pernambuco não consegue atrair um volume maior de  empreendimentos. “Os investimentos no setor estão indo para Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Esses estados se organizaram melhor, conseguiram criar facilidades e estão atraindo muito mais projetos. Pernambuco é um estado que não ‘exporta’ energia. Todo o resto do Nordeste é exportador. A gente precisa aumentar nossa capacidade para poder se tornar um exportador de energia também”, alerta Bruno.  A fuga de projetos se dá exatamente porque uma das condições para qualquer investimento de geração é a infraestrutura de escoamento. Rudinei Miranda ressalta que esse problema tem afetado especialmente os empreendimentos de usinas fotovoltaicas em Pernambuco. “Hoje, dois critérios são levados em consideração pelos grandes investidores – dependendo da região onde pretendem instalar um projeto solar: como eles vão conectar essa usina; e se a subestação que vai receber essa energia terá condições de escoar. Como temos essa restrição em vários pontos do Estado, algumas usinas deixaram de ser feitas aqui e foram deslocadas para o Ceará ou para estados vizinhos, em virtude do receio de se avançar no projeto e não ter viabilidade.” Methodio Varejão observa o problema também pelo ângulo contrário. Ele destaca que Pernambuco não tem uma quantidade maior de linhas de transmissão, justamente pelo fato de não ter atraído maiores investimentos em geração ou em carga, como os estados vizinhos. Ele exemplifica com o Ceará que atraiu um projeto de data center que representa uma demanda de consumo que equivale a 40% de todo o Sergipe. “Quando esse projeto estiver em plena operação, vai consumir o equivalente a todo o estado do Sergipe. Tendo uma carga dessa, terá investimento em transmissão… ninguém fez uma linha para nada”. "Existe uma realidade bem clara: os investimentos em geração eólica e solar em Pernambuco nos últimos 8 a 10

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Gente & Negócios: Mercado reduz previsão de crescimento da economia para 1,97%

Estimativa para o PIB cai de 1,98% para 1,97%, enquanto Selic segue em alta A projeção do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira em 2025 sofreu uma leve redução, passando de 1,98% para 1,97%, conforme os dados mais recentes do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (31) pelo Banco Central. Para 2026, a expectativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 1,6%, enquanto para 2027 e 2028, a previsão segue em 2% para ambos os anos. É importante lembrar que no ano passado, o Brasil registrou uma expansão econômica de 3,4% em 2024, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento, sendo este o maior avanço desde 2021 (4,8%). A projeção do Boletim Focos no final de março do ano passado era que o País teria um crescimento de 1,8% do PIB. Um erro de estimativa de quase a metade. Expectativa de inflação segue acima da meta A projeção para a inflação oficial (IPCA) em 2025 permanece em 5,65%, acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Para 2026, a expectativa do mercado é de 4,5%, enquanto para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,78%, respectivamente. O impacto da alta da energia elétrica foi determinante para a inflação de fevereiro, que ficou em 1,31%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado foi o maior desde março de 2022 (1,62%) e o mais elevado para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%). Masterboi celebra 25 anos e inaugura novo centro administrativo no Recife A Masterboi, um dos maiores frigoríficos do Brasil, comemorou seu Jubileu de Prata com a inauguração de um novo centro administrativo em Apipucos, Recife, consolidando sua presença em todas as unidades da federação e sua capacidade de exportar proteína animal para 117 países. O evento, que contou com a presença de autoridades locais, foi marcado por discursos do presidente Nelson Bezerra e da vice-presidente Guilhermina Bezerra, ressaltando a trajetória de 25 anos da empresa, que teve início em 2000, após a experiência de Bezerra no mercado de carne desde 1988. Com mais de 4,2 mil funcionários, a Masterboi se destacou por suas práticas de sustentabilidade e governança corporativa, sendo reconhecida em feiras internacionais e expandindo suas operações com novas unidades em locais estratégicos, como Nova Olinda e São Geraldo do Araguaia. Este ano, a empresa reafirma seu compromisso com a excelência na pecuária brasileira, focando em investimentos e práticas sustentáveis, o que a posiciona de forma competitiva no mercado global. Construtora Carrilho alia tecnologia, metodologia e sustentabilidade para impulsionar eficiência A Construtora Carrilho, referência no setor da construção civil, aplica inovações em todas as suas linhas de empreendimentos, adaptando os sistemas construtivos às demandas de cada projeto. Nas linhas Home e Urban, o sistema construtivo utilizado é o moldado in loco (parede de concreto), que garante maior rapidez na execução e precisão na entrega. Já na linha Premium, é empregada a estrutura convencional, ideal para projetos com exigências arquitetônicas mais complexas. Metodologias como Lean Construction e PDCA eliminam desperdícios, otimizam fluxos e promovem melhorias contínuas. O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) reduz até 25% dos resíduos, reafirmando o compromisso com a sustentabilidade. Sustentabilidade influencia decisão de compra de 88% dos consumidores Uma pesquisa da OLX, em parceria com a MindMiners, revelou que 88% dos consumidores optam por marcas com práticas sustentáveis, enquanto 49% já deixaram de comprar de empresas que não adotam essa postura. De olho nessa tendência dos consumidores, a Sorvetes Frosty, que compensou 1.380,56 toneladas de resíduos por meio de iniciativas como coleta seletiva e uso de madeira reflorestada. Segundo Christian Borges, diretor de marketing da Frosty, essas ações fortalecem o vínculo da marca com seus clientes, cada vez mais atentos à responsabilidade ambiental das empresas. “Sempre precisamos realizar aquilo que o nosso consumidor busca em nós. Respeitar o meio ambiente através das nossas ações, é algo que não apenas nos torna uma marca responsável na solução de um problema ambiental urgente, mas também nos deixa sempre alinhado com as exigências dos nossos clientes” Inscrições para o Selo Empresa Verde 2025 são prorrogadas até 11 de abril Empresas pernambucanas que adotam práticas sustentáveis têm até 11 de abril para se inscrever gratuitamente no Selo Empresa Verde 2025, concedido pela Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe). Reformulado para incluir critérios de governança e impacto social, além da sustentabilidade ambiental, o selo reconhece negócios comprometidos com a Agenda ASG. Entre os benefícios estão melhoria da reputação, acesso a linhas de crédito diferenciadas e vantagem em licitações. A certificação terá validade de dois anos, e a premiação está prevista para junho. Mais informações no e-mail seloverde@jucepe.pe.gov.br. Brasil e Vietnã ampliam cooperação econômica e comercial O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, durante o Fórum Econômico Brasil-Vietnã, em Hanói, que a relação entre os dois países entra em uma nova fase de cooperação. A visita resultou na abertura do mercado vietnamita à carne bovina brasileira, além do fortalecimento de parcerias nos setores de bioenergia, aviação e alimentos. Lula também ressaltou a intenção de negociar um acordo Mercosul-Vietnã e ampliar oportunidades em áreas como educação, ciência e cultura. O evento contou com a presença de ministros brasileiros e empresários dos dois países. Pernambuco tem melhor saldo de empregos para fevereiro em uma década Com 7,5 mil novos postos de trabalho, Pernambuco registrou o melhor desempenho para fevereiro nos últimos dez anos, segundo o Novo Caged. O resultado representa um crescimento de 161% em relação ao mesmo período de 2024 e coloca o estado como o segundo maior gerador de empregos do Nordeste. Os setores de Serviços, Construção e Comércio impulsionaram o saldo positivo, com destaque para a educação pública e atividades financeiras e administrativas. Além disso, 56% das vagas foram ocupadas por mulheres, reforçando a presença feminina no mercado formal.

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Complexo de Suape prevê dobrar movimentação de cargas nos próximos anos

Maré favorável: Investimentos, como o novo terminal de Contêineres e a ampliação da refinaria, entre outros, vão proporcional ao complexo alcançar 50 milhões de toneladas de cargas movimentadas por ano. A regulação da BR do Mar e a possibilidade de escoar grãos do Matopiba também trazem boas perspectivas *Por Rafael Dantas O Complexo de Suape pretende dobrar o volume de cargas movimentadas nos próximos cinco anos. Após registrar quase 25 milhões toneladas em 2024, a meta é alcançar 50 milhões toneladas até 2030. O otimismo se justifica pelos investimentos em curso. O porto pernambucano está recebendo aportes significativos, como os destinados ao Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) e ao Terminal de Uso Privado. Além disso, articula sua entrada no transporte de grãos, ampliando sua atuação. Outro fator que impulsiona essa expansão é a chegada de investimentos bilionários. O embarque da European Energy, para a produção de e-metanol, e a ampliação da Refinaria Abreu e Lima fortalecem a competitividade do complexo. No horizonte de curto prazo está ainda a concessão do Terminal de Veículos e a criação de uma Zona de Processamento e Exportação. Apostas em muitas rotas que resultarão em um mar aberto de oportunidades para o desenvolvimento do polo industrial e portuário mais importante do Estado. Esse conjunto de investimentos estruturadores está sendo acompanhado também por melhorias da infraestrutura do Porto de Suape. A restauração do molhe de proteção (R$ 123 milhões) e as dragagens do canal externo (R$ 140 milhões, já concluída) e do canal interno (R$ 199,7 milhões) reforçam a segurança e aumentam a competitividade do terminal portuário. Com as melhorias, desde o ano passado Suape passou a receber navios da classe New Panamax, que é a maior dimensão permitida na América Latina. São as maiores embarcações que atravessam o Canal do Panamá. A rota direta para Singapura é um diferencial das operações possíveis, graças aos investimentos no porto. “Um dos destaques de 2024 foi a inauguração de uma nova rota com destino a Singapura, fortalecendo a conectividade do porto com mercados asiáticos e ampliando as oportunidades de negócios”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti. “Sob a orientação da governadora Raquel Lyra, importantes obras de infraestrutura foram realizadas para modernizar, otimizar a navegabilidade e a eficiência das operações portuárias”. Além de ampliar o acesso a novos mercados, as obras voltadas ao molhe de proteção são essenciais para preparar o porto diante dos possíveis impactos da crise do clima. “Essa infraestrutura é fundamental para garantir a segurança das operações de granéis líquidos, que representam mais de 65% da nossa operação. É uma intervenção importante na preparação para a resiliência climática. Olhando para frente, esperamos ter mais variações do clima. É uma obra indispensável para manter o porto preservado”, justificou Márcio Guiot, presidente do Porto de Suape. MAIS BERÇOS DE ATRACAÇÃO E ACESSO A NOVO MERCADO Outra obra estratégica para o futuro de Suape é a construção de dois novos berços de atracação nos Cais 6 e 7. Com investimentos de R$ 204,5 milhões em dragagem e uma estimativa de R$ 600 milhões para a construção dos cais, a ampliação permitirá a movimentação de novas cargas. Uma dessas estruturas deve viabilizar o transporte de grãos, um segmento ainda não explorado pelo porto pernambucano. A competitividade dessa rota aumentaria significativamente com a integração ferroviária entre Suape e as principais regiões produtoras de grãos do País. A conexão com o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e o Centro-Oeste poderia atrair grandes volumes de carga para Pernambuco. No entanto, mesmo sem uma ferrovia, o intenso congestionamento logístico do Porto de Santos poderia tornar Suape uma alternativa viável para o escoamento da produção nacional. Essa é a aposta local enquanto a Transnordestina ainda é um sonho distante. Márcio Guiot explica que atualmente os grãos do gigante do agronegócio brasileiro são escoados no Sudeste, que enfrenta uma saturação. A conta é de que mesmo passando mais dias nos caminhões até chegar a Suape, essas cargas não aguardariam até 15 dias nos portos para sair, como tem acontecido em Santos. “A gente já busca colher os frutos desse setor mesmo antes da materialização da ferrovia, o que seria inserir Suape na rota do agro. Hoje, Suape não movimenta nenhum grão de soja e nem um grão de milho. Para o nosso mix de carga, vai ser muito saudável conseguir viabilizar as demandas desse setor”, declarou Guiot. A direção do Complexo de Suape já tem feito reuniões com representantes do agronegócio para abrir o caminho dos grãos para o Estado. Também já foi realizado um estudo de viabilidade para a construção de um terminal de grãos no complexo, realizado pela Infra SA. A construção dos Cais 6 e 7 está conectada, portanto, com esse potencial de trazer a produção do promissor setor do agro para Pernambuco. SUAPE E OS INVESTIMENTOS DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA Enquanto o mundo vive um momento de mobilização de investimentos em transição energética, o Complexo de Suape comemorou a vinda da indústria de e-metanol da European Energy (EE). O empreendimento está em fase de licenciamento ambiental e prevê um investimento de R$ 2 bilhões. O e-metanol vem ganhando destaque como uma solução sustentável para a transição energética. “O e-metanol pode ser utilizado tanto como combustível como em processos industriais. Os principais setores que demandam o produto como parte de sua estratégia de descarbonização são a indústria marítima e de plásticos”, explica Alexandre Groszmann, project manager Latin America (diretor de projetos para a América Latina) da European Energy. Essa molécula sintética é produzida a partir da combinação de hidrogênio verde, obtido pela eletrólise da água, e dióxido de carbono biogênico, capturado por meio de processos que envolvem biomassa, como a fermentação do etanol. O projeto atual de produção de e-metanol da empresa tem como foco principal a exportação para mercados que estão dispostos a pagar o chamado “prêmio verde” pelo produto. No entanto, iniciativas futuras poderão considerar o mercado interno. São estimados 250 empregos na fase de obras, além de 40 diretos na operação. O

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Pós-pandemia: "PE pode ser afetado positivamente pelos investimentos chineses"

A China e os Estados Unidos estão no centro de uma disputa de gigantes que deverá afetar a globalização tal qual conhecemos. Para entender as tendências para o País asiático no cenário pós pandemia, conversamos com o cientista político e pesquisador do Instituto de Estudos da Ásia da UFPE e da Rede de Estudos Brasil China (RBChina) João Ricardo Cumarú. Confira! Como deverá ficar a relação da China com a América Latina após essa pandemia, visto que estamos diante de uma tendência de menos globalização e maior protecionismo dos países? No caso da América Latina há uma expectativa, em um primeiro momento, que a região seja fortemente afetada. Um relatório recente da Cepal alerta que o maior impacto da crise econômica gerada pela pandemia será na região, devido à alta dependência das exportações para a China e dos preços das matérias-primas. Entre os países, a maior queda deve ser registrada na Venezuela, onde a estimativa é que o PIB alcance 18% negativo este ano. Equador, México e Argentina devem ter contração de 6,5% na economia, enquanto no Brasil a previsão era de uma queda de 5,2% no PIB, já revisada pelo FMI essa semana para 9,1%. Assim como no continente africano, nos países latino-americanos houve uma queda expressiva na atividade de investimentos chineses. As fusões e aquisições chinesas na América Latina, por exemplo, atingiram 18 transações no valor de US $ 8,9 bilhões em 2019, mas nos três primeiros meses de 2020 totalizaram apenas US $ 163 milhões em três negócios. Todavia, acredito que o continente já tem papel geopolítico bastante relevante para os chineses e, quando eles recomeçarem a olhar para investimentos no exterior a América Latina certamente estará no radar, com o país asiático desempenhando um papel fundamental em projetos de infraestrutura regional e investindo em setores como geração de energia e mineração. Pernambuco poderia ser afetado negativamente ou positivamente? No caso do Brasil, apesar do discurso sinofóbico de figuras expressivas do governo federal, os chineses são muito pragmáticos e sabem que essas desavenças são passageiras. A demanda chinesa e a oferta brasileira de carnes, grãos e de oportunidades na área da infraestrutura mostra a complementaridade entre os dois países. Não podemos esquecer do campo da tecnologia, com o desenvolvimento da rede 5G, chave da guerra comercial China-EUA. O Embaixador chinês Yang Wanming tem afirmado que as relações comerciais sino-brasileiras têm muita margem para serem ampliadas e anunciou recentemente que, em julho, autoridades e empresários chineses farão uma reunião online com o Brasil para tratar de temas como investimentos e obras de infraestrutura. Pernambuco, apesar de concentrar apenas 3% do comércio bilateral Brasil-China, também tem muitas potencialidades a serem exploradas. Além de contar com um dos três Consulados Gerais da China no Brasil, possui uma sede modelo do Instituto Confúcio (instituição de promoção cultural e do mandarim), é uma região com rico potencial de geração elétrica por fonte eólica e solar, rica em recursos agrícolas, possui um porto importante que serve de ligação com outros continentes, o Porto de Suape; além de concentrar um parque tecnológico de relevância nacional, o Porto Digital; e se mantém como um centro de comércio, indústria, serviço e transporte com forte potencial de desenvolvimento. Nesse sentido, acredito que Pernambuco possa ser afetado positivamente pelos investimentos chineses em um cenário pós-pandemia, desde que esteja atento às oportunidades que daí surgirão. Que projetos poderiam ter maior potencial de atração de investimentos chineses para o Estado de Pernambuco? Em um potencial cenário de recuperação econômica, ainda que lenta, grandes obras estruturadoras como o Arco Metropolitano, a expansão do Porto de Suape, a conclusão da Transnordestina e do Projeto de Integração do São Francisco deverão ser retomadas ou aceleradas. Todas essas obras estão no radar de grandes empresas chinesas, como a CCCC, SPIC, Sinopec, entre outras. No campo comercial, em entrevista essa semana à agência de notícias chinesa, Xinhua, a ministra da Agricultura Tereza Cristina, falou que o governo trabalha para ampliar a cesta de produtos agrícolas brasileiros exportados à China e as frutas estão entre as prioridades para venda. Em 2019, o Rio Grande do Norte começou a exportar melão para o mercado chinês; e, segundo a ministra a próxima fruta em negociação é a uva. Essa é uma das janelas de oportunidades que é possível vislumbrar para Pernambuco no comércio com a China, uma vez que 40% das exportações de uva no Brasil são provenientes do Vale do São Francisco, na região de Petrolina e Juazeiro.

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Prefeitura do Recife estabelece meta de R$ 300 milhões de investimentos em 2018

Uma tarde para alinhamento de equipe e monitoramento de ações e metas da gestão. Este foi o objetivo do encontro que ocorreu na tarde desta última segunda-feira (23), no Recife Praia Hotel, no Recife, do prefeito Geraldo Julio com toda sua equipe de secretários. No encontro, onde estiveram presentes todos os representantes das pastas municipais e também os chefes de órgãos da administração indireta, foram alinhadas as metas prioritárias da gestão, que tem como objetivo investir R$ 300 milhões em ganhos para a cidade neste ano. “Estamos aqui alinhando a equipe. Concluímos agora a pactuação das metas e orçamentos com todas as secretarias e unidades da Prefeitura e estamos iniciando o monitoramento das metas prioritárias. São mais de 300 metas prioritárias que serão monitoradas diretamente pelo prefeito Geraldo Julio e é esse monitoramento que mantém o ritmo da gestão”, pontuou o secretário de Planejamento, Administração e Gestão de Pessoas, Jorge Vieira. O secretário explicou ainda que existe um esforço de todas as secretarias para manter as despesas da Prefeitura do Recife no mesmo patamar de 2017 e permitir a ampliação do investimento. “O que a gente fez foi manter os níveis do ano passado e pactuou o orçamento de forma que as despesas de custeio não subam. Em investimentos totais na Prefeitura prevemos o montante de R$ 300 milhões este ano. Um investimento importante numa época de crise econômica nacional como estamos, mas já temos obras andando na educação, saúde e infraestrutura, então a ideia é que mantenhamos nossos comprometimentos, vigiando sempre os gastos e despesas”, complementou o secretário. “Dentre as metas prioritárias de todas as secretarias, que tem ações monitoradas todas as semanas, estão projetos como o programa Novo Clima, que vai chegar a 100% das salas de aulas das escolas municipais climatizadas até o final do ano que vem. Outra obra importante é o Geraldão, que será entregue nos próximos meses para a população. Também já requalificamos até hoje mais de 170 Unidades de Saúde da Família, nos próximos meses vamos entregar mais duas. Ou seja, temos ações e projetos de todas as secretarias, como podemos citar também novas Unidades de Academias Recife, a construção do Hospital do Idoso, que devemos lançar a licitação ainda nesse primeiro semestre e que deve ser concluída até o final da gestão”, elencou o secretário Jorge Vieira.

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BNDES capta US$ 1 bilhão em títulos verdes no mercado internacional

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem (10), a emissão no mercado internacional de títulos verdes, ou green bonds, no valor de US$ 1 bilhão. É a primeira vez que um banco brasileiro emite esse tipo de título no mercado internacional. A emissão foi preparada pelos bancos J.P.Morgan, Crédit Agricole e Bank of America Merrill Lynch. A demanda superou US$ 5 bilhões. Os títulos verdes são títulos de dívida emitidos por empresas e instituições financeiras para viabilizar projetos capazes de trazer benefícios ao meio ambiente ou ainda contribuir para amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Esse tipo de título só pode ser emitido com o objetivo público e único de viabilizar projetos sustentáveis, em um processo que passa por uma verificação feita por consultorias responsáveis em avaliar se os recursos estão sendo investidos em ações ambientais. Essa é a primeira vez em três anos que o banco capta recursos no mercado exterior. O prazo para pagamento é de sete anos. A taxa de retorno é de 4,80% ao ano. Até agora, apenas companhias privadas brasileiras haviam captado bônus verdes no mercado externo. Os títulos serão listados na Bolsa Verde de Luxemburgo (Luxembourg Green Exchange). O diretor da Área de Crédito e da Área Financeira e Internacional do BNDES, Claudio Coutinho, destacou a importância da captação para o banco, não só por seu tamanho, mas pela qualidade da operação. “O bônus verde mostra o compromisso do BNDES com energias alternativas, energias limpas, e é muito importante para a gente marcar essa posição que o BNDES cada vez mais vai ter com os seus qualificadores empreendimentos que sejam ambientalmente consistentes”. Os recursos captados têm de ser usados em projetos de geração de energia eólica ou solar já existentes na carteira do banco, para refinanciar empreendimentos de usinas já aprovados, ou projetos novos que venham a ser apresentados. Semiárido A diretora de Infraestrutura do banco, Marilene Ramos, disse que os projetos a serem contemplados, além das suas características ambientais, são, em grande parte, implantados na região semiárida do interior nordestino, em áreas pobres que não têm muitas alternativas de geração de renda. “A implantação desses projetos nessas regiões também é um fator de desenvolvimento econômico, de geração de renda, traz impactos sociais muito relevantes”. Marilene disse que essas questões foram levadas aos potenciais investidores estrangeiros no road-show (apresentação itinerante) promovido pelo banco na semana retrasada. O superintendente da Área Financeira e Internacional, Selmo Aronovich, disse que a operação tinha valor inicial de US$ 500 milhões, mas as ordens apresentadas por mais de 370 investidores ultrapassaram US$ 5 bilhões, o que levou o BNDES a decidir ampliar a emissão para US$ 1 bilhão. Segundo informou Aronovich, a distribuição foi feita para um grupo de 250 investidores. “Um terço da demanda apresentada foi de investidores especializados em finanças ambientais sustentáveis”. O diretor Claudio Coutinho deixou claro que não há, no curto prazo, nenhuma disposição do banco em fazer uma nova emissão internacional. Aronovich disse que os recursos aplicados serão disponibilizados no site do banco, pelo menos uma vez por ano, até 2024, para comprovação junto aos investidores para quais projetos eles foram direcionados. Eólicas Marilene Ramos disse que no período de 2003 a 2016, o apoio do BNDES no setor de energia eólica registra aprovação de 87 operações de crédito, no total de R$ 28,5 bilhões, o que proporciona aumento de capacidade instalada de cerca de 10,7 gigawatts (GW). Para serem elegíveis para receber os novos recursos, os projetos têm que passar por uma terceira opinião independente reconhecida internacionalmente, que vai dar para os projetos um selo de qualidade tanto em termos ambientais como sociais. De acordo com a diretora, o BNDES demonstrou aos investidores que tem projetos de energias limpas que superam o valor captado. Ela acredita que com a economia se recuperando, no futuro, haverá uma demanda maior por recursos para projetos sustentáveis. “Certamente, em outras ocasiões, nós vamos necessitar fazer captações. Já ter esses contatos, esses ritos e processos estabelecidos, tanto internamente como com nossos financiadores, isso é muito importante”. (Agência Brasil)

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