Walnice Nogueira Galvão, Lilia Schwarcz e Carlos Ruas integram a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco
A Bienal Internacional do Livro de Pernambuco ganha nesta sua décima primeira edição novas ambiências no evento, a ser realizado no Pavilhão do Centro de Convenções, de 6 a 15 de outubro de 2017, que reforça cada vez mais a importância da integração da literatura com as mais variadas vertentes da cultura, da leitura e do comportamento humano. Com o tema “Literatura, Democracia & Liberdade”, a XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco homenageia os escritores Fernando Monteiro (vencedor do I Prêmio Pernambuco de Literatura com o romance "O livro de Corintha") e Lima Barreto (in memoriam), o aclamado autor de clássicos de nossa literatura como “Triste fim de Policarpo Quaresma” (1915) e “Clara dos Anjos” (1948), que se tornou uma das principais vozes da população destacando as grandes injustiças sociais e fazendo críticas ao regime político da República Velha. Desta forma, a temática da XI Bienal figura como mais do que oportuna e sua agenda promete ser rica de atividades para os mais distintos públicos e destacando as mais variadas vertentes. “Como o mais importante evento literário do Norte e Nordeste e o terceiro maior do Brasil, construímos uma programação repleta de ações de conteúdos e atividades que reforçam o papel da literatura, da cultura e da educação como formadores de cidadão com senso crítico diante de um novo cenário de abruptas transformações, como as tecnologias, a sustentabilidade e a inovação. E estamos consoantes com a necessidade de integrarmos essa corrente junto à sociedade”, destaca Rogério Robalinho, empreendedor cultural e diretor da Cia. De Eventos, responsável pela produção da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. E, seguindo os modelos das demais edições, o público poderá esperar boas novidades nos mais diferenciados espaços do Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda: Espaço Além das Letras, auditório Circulo das Ideias, Plataforma de Lançamento, Sala de Oficinas e Bienalzinha. Contudo, nesta edição contará com espaços diferenciados para palestras, oficinas, bate-papos, apresentações infantis e culturais e outras atividades. Grandes nomes nacionais marcam presença como o filósofo e professor chileno-brasileiro Vladmir Safatle que abordará em conferência “O fim da democracia representativa e a emergência da soberania popular; o editor, educador e escritor brasileiro Allan da Rosa, que ministra a oficina de escrita “Branco faz letra e negro faz treta”, a partir da perspectiva afro-brasileira; o escritor, médico e dramaturgo brasileiro Ronaldo Correia de Brito que conversa e realiza sessão de autógrafos sobre “Faca e livro dos homens”, a nova edição conjunta dos seus dois primeiros livros de contos com o curador da Bienal, Schneider Carpeggiani; a escritora paulista radicada em João Pessoa Maria Valéria Rezende que conversa sobre o projeto Mulherio das Letras, que discutirá o lugar da mulher na literatura brasileira em João Pessoa durante o mês de outubro; e o tradutor e professor paranaense Caetano Galindo, que discutirá o romance “Ulysses” de James Joyce, em master class na terça-feira (dia 10). Doutor em linguística pela Universidade de São Paulo, Galindo tem concentrado seu trabalho nos últimos anos numa visita guiada à obra de Joyce, explicando a obra inclusive em seu mais recente livro: “Sim, Eu Digo Sim — Uma Visita ao Ulysses de James Joyce”, finalista do Prêmio Rio de Literatura, categoria Ensaio, 2017. Mas outros destaques importantes são a escritora e ensaísta paulista Walnice Nogueira Galvão e a historiadora e antropóloga paulista Lilia Schwarcz, que contemplam as ações de celebração à Lima Barreto. “Nesta celebração à Lima Barreto, lembraremos como ele dedicou sua obra e sua vida à defesa da República e dos direitos humanos. Escritores de seu tempo, como Euclides da Cunha e Machado de Assis, relacionaram-se de diferentes maneiras com esses mesmos problemas, como veremos”, lembra Walnice. Com trabalho voltado ao estudo da obra de Euclides da Cunha e de Assis neste sentido, a professora emérita de teoria literária e literatura comparada da USP discutirá em palestra “Lima Barreto: República e os Direitos Humanos”. O saudoso e renomado autor de “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” será foco de Lilia Schwarcz, em conversa sobre o trabalho recentemente publicada, a bibliografia “Lima Barreto – Triste Visionário” (Companhia das Letras). Ganhadora em 1999 do prêmio Jabuti de Livro do Ano pelo seu “As barbas do imperador: D. Pedro II”, seus trabalhos se focam em diversos momentos e expoentes da nossa formação e com grande destaque no mundo das letras como a coleção “História do Brasil Nação” (organizada em seis volumes), que também conquistou três premiações Jabuti ao longo dos anos. Professora titular no Departamento de Antropologia da USP, Global Scholar na Universidade de Princeton (EUA), tem atuado como curadora adjunta do Masp e em sua trajetória contabiliza uma série de exposições, entre as quais “Um Olhar sobre o Brasil” (2012, com Boris Kossoy) e “Histórias Mestiças” (2014, com Adriano Pedrosa), ambas no Instituto Tomie Ohtake. Mas outras discussões igualmente importantes tomam posse na programação como a Mesa de Debate sobre o PELLLB (Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas), a acontecer no dia 11 de outubro, das 20h às 22h, que envolverá conversa entre Cida Fernandez (Centro de Cultura Luiz Freire e Fórum Pernambucano em Defesa das Bibliotecas Livro Leitura e Literatura - FPDBLLL), Carla Denise (dramaturga), Mariane Bigio (Secult-PE) e Simone Santiago (SEE-PE). Na ocasião, integrantes do Grupo Executivo do PELLLB farão uma explanação sobre o Plano e os mecanismos utilizados para sua construção, a exemplo das consultas públicas realizadas nas 12 regiões do Estado, e responderão dúvidas do público sobre o processo de elaboração do PELLLB. E, claro, o homenageado da XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, Fernando Monteiro, terá momentos importantes. Escritor, poeta e cineastas, ele comandará entre outras ações uma sessão especial, a ser realizada no dia 14 de outubro, no Cinema São Luiz, na Boa Vista, numa atividade agregadora da plataforma Circuito Bienal. “O escritor cedeu para uma exibição gratuita na histórica sala de uma cópia rara em 35 mm de ‘Ivan, O Terrível’ de Serguei Eisenstein. A sessão será intitulada de Cine Aspades, em referência ao cineasta que protagoniza o primeiro romance