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"Apesar da pandemia, a Cepe continua sendo a maior editora pública do País"

Ricardo Leitão, presidente da Cepe, analisa a influência da crise da Covid-19 na venda de livros, e fala sobre a retomada e as tendências do setor. Também informa os projetos da editora, como a Coleção Recife 500 Anos, a produção de audiolivros e a realização da feira Miolos, dedicada aos editores independentes. Com o isolamento social, seria razoável supor que um número maior de pessoas no País aproveitasse esse tempo em casa para ler mais livros. Não foi, porém, o que aconteceu. O faturamento do mercado das editoras apresentou uma queda de 10% em termos reais em 2020, quando comparado ao desempenho de 2019, segundo a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro realizada pela Nielsen Book. Em Pernambuco, as vendas da Cepe caíram em torno de 20%. Resultado dos períodos em que suas livrarias permaneceram fechadas e eventos como feiras literárias e lançamentos de livros foram suspensos ou adiados. A retomada do setor, segundo seu presidente Ricardo Leitão, já começa a acontecer guiada por algumas mudanças. “A tendência é que não haja mais megalivrarias, mas livrarias de bairros, pequenas, segmentadas”, prevê. Otimista, mas cauteloso com esse novo momento, Leitão, nesta conversa com Cláudia Santos, fala sobre as dificuldades da venda de livros no País, o avanço do e-commerce, a importância das editoras independentes e os projetos da Cepe. Entre eles o lançamento da Coleção Recife 500 Anos e a produção de audiolivros. O primeiro a contar com a narração de atores será o clássico pernambucano A Emparedada da Rua Nova. Qual o impacto da pandemia no setor editorial? O impacto no mercado editorial daqui foi grande. Temos quatro livrarias próprias que ficaram fechadas durante a pandemia. Elas respondem por uma boa venda do varejo da Cepe. Além disso, o Circuito Cultural Cepe, que é uma série de feiras realizadas no interior, também não aconteceu em 2020 e 2021. São dois pontos de venda que a Cepe tem. O Circuito não aconteceu na forma presencial, mas digitalmente, o que perde muito porque o contato estimula muitas pessoas a comparecerem às feiras. Por outro lado, aumentaram as nossas vendas digitais, mas não na proporção para compensar as perdas dos eventos adiados ou cancelados. Qual foi o percentual de redução das vendas? As vendas no varejo caíram em torno de 20% e a receita da Cepe, que é em torno de R$ 50 milhões, reduziu em R$ 10 milhões. Chegamos no final de 2021 com esforço grande. Mas não deixamos de cumprir nenhum compromisso com pessoal e fornecedores. Reduzimos os custos no que foi possível, mantendo a atividade principal, que não é nem venda de livros: a Cepe foi fundada para editar o Diário Oficial que dá publicidade aos atos do governador e das prefeituras. Isso foi mantido rigorosamente todos os dias. Nossa receita caiu também porque não lançamos livro presencialmente. Um livro vende até 30% de sua tiragem num dia de lançamento de autógrafo. Agora estamos melhor, mas reduzindo um pouco a expectativa de lançamentos e o tamanho dos Circuitos Cepe de Cultura, com o objetivo de reequilibrar financeiramente a Cepe e crescer gradualmente as atividades. Nossa meta este ano é chegar a lançar em torno de 80 livros, porque é um bom tamanho. Quantos lançamentos a Cepe fazia antes da pandemia? Chegamos a lançar 100 livros e a Cepe se transformou na maior editora pública do Brasil, e está situada no Nordeste fora do circuito literário principal que é o Sudeste. Publicamos desde títulos infantis até livros baseados em teses acadêmicas. Isso também nos deu sustentação: se um segmento estava ruim, a gente investia no outro, se o livro físico estava ruim, a gente puxava o livro digital. Como estão as vendas do livro impresso? Um tempo atrás se dizia que ele ia acabar e ser substituído pelo e-book, mas não foi o que aconteceu. A expectativa era que a venda de e-book chegasse a 12% do mercado. Chegou, mas depois não cresceu, ficou estabilizada neste patamar. Acho que o gosto pelo livro imprenso se mantém. Também existe livro impresso que não serve para ser transformado em digital, como o livro de arte. Lançamos agora um livro que é uma retrospectiva do trabalho de Tereza Costa Rego, com 300 fotografias. A reprodução daquelas fotos no meio digital perde muito, não dá para ver uma tela de 13 metros de comprimento no visor do celular ou do computador. Existem outros tipos de livros que têm mapas e tabelas em que a leitura digital fica comprometida. Por isso é que eu acho que o livro impresso permanecerá. A televisão não matou o cinema, o livro digital não vai matar o imprenso. Mas o importante é que as pessoas leiam, a mídia é secundária. Leia a entrevista completa na edição 192.3 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Cepe reúne 10 ensaístas para homenagear Clarice Lispector

Da Cepe "O que eu escrevo continua – Dez ensaios no centenário de Clarice Lispector" é o título do primeiro lançamento do ano da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). É também o primeiro evento presencial a ser realizado pela empresa desde o início da pandemia. Organizado pelo poeta e cronista José Mário Rodrigues, o livro será lançado no próximo dia 14, às 16h, no auditório do Centro Cultural Cais do Sertão, localizado no Recife Antigo. Durante o encontro será transmitido um vídeo de Nadia Battella Gotlib, autora da fotobiografia da escritora, falando sobre a vida e obra de Clarice. José Mário reuniu ensaios dos seguintes autores: Raimundo Carrero, Lourival Holanda, Cícero Belmar, Mario Helio, Luzilá Gonçalves Ferreira, Ângelo Monteiro, Fátima Quintas, Fernando de Mendonça, Marilene Felinto e texto do próprio organizador, que ciceroneou Clarice na sua última visita ao Recife, em maio de 1976. Como disse a jornalista Lêda Rivas na apresentação, a escritora emerge entre sombras dramáticas, desafiando os que buscam decodificá-la nesses 100 anos de seu nascimento e 43 de seu encantamento. “Cada autor pinçou uma nuance específica, mergulhou nas suas raízes, perseguiu seus passos, caçou seus segredos. Há depoimentos pessoais, análises críticas, instantâneos inusitados. Labirinto espelhado, caleidoscópico, tudo em Clarice é mistério. Bem que ela avisou: Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo.” Raimundo Carrero conta como foi designado para ir a um almoço com Clarice. “Um encontro para nunca mais se livrar dele”, diz. O almoço havia sido organizado por José Mário, que aproveitou a visita de Clarice para entrevistá-la e aproveitar sua companhia, sendo o cicerone dela e da assistente, Olga Borelli. Em seu ensaio sobre a ocasião, o cronista conta, com devoção, como a salvou de uma crise de pânico e como a escritora chegou a fazer previsões sobre sua vida, tão mística que era, chegando a ser chamada de bruxa. “Clarice possuía uma ‘compulsiva intuição’, como afirmou Otto Lara Resende (jornalista e escritor mineiro)”, conta o organizador. SOBRE O AUTOR - José Mário Rodrigues é poeta, jornalista e cronista. Pertence à Academia Pernambucana de Letras. Sua mais recente publicação foi a reunião de sua poesia, publicada pela Cepe e que tem como título: O voo da eterna brevidade, premiado pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. ENTREVISTA Você teve um contato interessante com Clarice. Conseguiu perfurar a bolha de timidez em que ela vivia, dissipar o pânico e fazê-la enfrentar o público. Como uma mulher que intimidava o seu interlocutor com sua beleza, mistério e inteligência, poderia ser conduzida tal qual uma criança a falar para uma plateia? JOSÉ MÁRIO - Clarice tomava muitos remédios. Era natural que, diante de uma grande plateia, acontecesse uma crise de pânico. E foi o que aconteceu na entrada do auditório do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco, privatizado em 1998), no Recife antigo, onde ela fez uma palestra ou melhor, leu o texto que havia preparado. O auditório estava lotado. Na época em que ela esteve aqui, 1976, não era um nome tão popular, como ficou depois de sua morte, em 1977. Era conhecida nos meios intelectuais. Sempre aos domingos, à tardinha, ia ao Largo Boticário, no Rio de Janeiro, para uma visita ao pintor e poeta Augusto Rodrigues, o criador das Escolinhas de Arte no Brasil. Eu ainda não conhecia, pessoalmente, a autora de Água Viva. Perguntei a Augusto como era Clarice Lispector? Resposta: “Bonita, sedutoramente atraente, às vezes esquisita, misteriosa, muito inteligente e tem algo de bruxa”. O título refere-se à permanência, à contemporaneidade da obra de Lispector? JOSÉ MÁRIO ­- Retirei o título do livro de um texto de Água viva que diz: “Tudo acaba, mas o que escrevo continua. O melhor ainda não está escrito. O melhor está nas entrelinhas”. Toda obra da autora de Laços de família está alicerçada no mistério, na inquietação, no desconhecido. Ela mesma disse em entrevistas: “Escrever é procurar entender, é reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador”. Por que o organizador não prefaciou o título? JOSÉ MÁRIO ­- Não prefaciei o livro porque eu também queria escrever sobre os dias em que fui cicerone, juntamente com o escritor Augusto Ferraz, nos quatro dias em que ela estava revendo o Recife e também alguns familiares. Lembro-me que estivemos no apartamento de Samuel Lispector, primo de Clarice, na Avenida Boa Viagem. Sou o único participante do livro que não é ensaísta. Preferi que a conceituada jornalista Lêda Rivas fizesse a apresentação, que, aliás, está muito bem escrita. Clarice era bem mística e, além de lhe prometer o contato da cartomante dela no Rio, ainda fez uma predição para você. Como foi esse momento? JOSÉ MÁRIO - Clarice tinha participado de um Congresso de Bruxaria na Colômbia, como convidada especial. A promessa de me levar para conhecer a cartomante dela e que morava na Zona Norte do Rio de Janeiro, aconteceu na Oficina de Brennand, numa visita que fizemos ao grande pintor. Fiquei surpreso, a princípio. Mas, em outros tempos, eu era chegado às cartas que não mentem jamais. Uma vez, conheci uma cartomante, em Garanhuns, onde vivi parte da minha vida, e que tinha o mesmo nome de minha mãe: Noemia. Tudo que ela disse sobre meu futuro, aconteceu. Quando conheceu Clarice você já tinha lido que títulos dela? Era um de seus muitos admiradores? JOSÉ MÁRIO - Antes de conhecer Clarice eu tinha lido, apenas, o livro Água Viva. Fiquei encantado com a leitura. Depois que a conheci, li A Maçã no Escuro, A Paixão Segundo GH, Laços de Família, Hora da Estrela e Felicidade Clandestina. Durante alguns anos, sempre aos sábados, ela escrevia crônicas no Jornal do Brasil. Essas crônicas foram reunidas em um livro A Descoberta no Mundo. SERVIÇO Lançamento: O que eu escrevo continua – Dez ensaios no centenário de Clarice Lispector Organizador: José Mário Rodrigues Data: 14 de janeiro Horário: 16h Local: Auditório do Centro Cultural Cais do Sertão (Armazém 10,

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O Recife no escritos de Laís (por Paulo Caldas)

*Paulo Caldas A palavra de ordem dita pela recifense Laís Araruna de Aquino, neste “Juventude” (Editora Reformatório, 2018, projeto gráfico Negrito Produção Editorial, vencedor do prêmio Maraã de poesia 2017, chega na voz de um arauto chamado emoção. Já nos primeiros proclamas é possível perceber que Laís tomou fôlego na reflexão ao conceber o poema “A um bruxo com amor”, recado revelador de sentimentos entre chuvas, sol e vento. Em mensagens outras, se veste de elogiável singeleza quando no texto em prosa poética “Meu Ofício”, como quem beija o sopro da brisa, escreve tal Pena Filho aos rios e matizes: “As águas e os céus se dividem em duas metades de esplêndido azul”. Ainda neste universo tão seu, se atém às raízes quando cita dois meros vendedores de doce japonês mercadejando numa tarde maurícia. Ao lado do filão temático, ungido pela reflexão, não obstante idas e vindas por outros mundos, Laís se esquiva desse contexto, fecha as cortinas e põe os pés travessos nas ruas e casarios, becos e praças, pontes e rios que impõe um lugar único, só seu: o Recife. Há instantes em que autora resgata a voz narrativa na segunda pessoa, prática de um certo antes, esquecida nos poetas do agora. “Não sabes o exato momento em que a tarde cede à escuridão”, no poema “Veloz”, ou “Tudo está bem, mesmo as coisas fora de lugar, és jovem, podes o recurso extremo...”, em “Juventude”, poema título do livro. Os sentimentos propalados no texto de Laís, mesmo quando reflexivos e tangenciam vestígios do hermetismo, seguem numa perene simbiose, envolvidos pelo intimismo do cotidiano e o apego aos elementos da natureza. Assim emerge rumo a Manoel de Barros com quem, de mãos dadas, divide a pantaneira voz: “Poesia não é feita para entender mas para incorporar”.

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O mundo intimista de Val (por Paulo Caldas)

A poesia de Valdenides Cabral faz morada no universo intimista do seu lirismo. Nesse mundo, o Recife é a Meca onde a paraibana/potiguar compõe poemas a mancheia, afagos embandeirados aos rios e pontes, ruas e becos, em companhia de Manuel, o menino alumbrado que empina estrelas. Braços dados com Bandeira, tocam o chão que fora de Mota, Ascenso, Pena, Cunha Melo, eu e outros tantos eus que lemos este Pulsar (Scortecci Editora - projeto visual de Daniela Jacinto). Os escritos transmitem as emoções dos bons livros de poesia, perceptíveis, a exemplo dos versos de “Arrecifes”: “Noites de estrelas vivas, de beijos molhados, de cheiros de amor entranhado na pele do tempo”. No poema “Viagem”, Valdenides escreve: “Sentada no dorso da palavra, levanto voo rumo ao horizonte do improvável. E na turbulência dos sentidos, pouso no mais tênue ramo de girassol”. Nos versos de "Vital" mostra momentos virtuosos: “Preciso que o amor sinta saudade de mim de novo, e me arrebate em meus sonhos de louca e me ensine a viver novamente". Mais adiante, ela declara no “Recife Número 6”,: "Recife se decompondo dentro de mim com esse mar por trás dos meus olhos” *Paulo Caldas é Escritor Aquisição de exemplares com a autora pelo fone: (81) 996018780

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Arte sem sair de casa

Um livro de arte leva ao leitor duas formas de ler: combina narrativas visuais e verbais. A trajetória de um artista visual, de um movimento artístico; ou mesmo uma cidade, um país; ou ainda o design gráfico ou de objetos não se conhece apenas através da narração dos fatos. Por melhor que se os descreva é preciso dar ao leitor a oportunidade de captar a imagem da obra. Nesse momento de quarentena pelo Covid-19, em que o ponteiro do relógio deixou de correr e passou a flutuar, há tempo de sobra para contemplar uma imagem, uma pintura, escultura, ou fotografia, e ‘ler’ tudo o que ela possa nos dizer. No catálogo de livros de arte da Cepe Editora, o leitor encontra títulos dedicados a grandes nomes pernambucanos das artes visuais como Rodolfo Mesquita, Ypiranga Filho e Moema Cavalcanti, por exemplo. Sem falar dos títulos de coletâneas de fotografias, como o de Lula Cardoso Ayres, Fred Jordão e Alcir Lacerda. Em breve, um livro sobre a arquiteta Janete Costa (1932-2008) será acrescido ao catálogo. A obra Janete Costa - Arquitetura, Design e Arte Popular traz textos bilíngues (em inglês e português) de Adélia Borges, Julio Cavani, Lauro Cavalcanti, Marcelo Rosenbaum e Marcus Lontra, além de um amplo acervo fotográfico do trabalho da arquiteta, designer de interiores e de objetos, e montadora de exposições. Conhecida por inserir em seus sofisticados projetos de interiores a junção perfeita entre arte popular e erudita, aliada ao design modernista, Janete agregava várias épocas a um mesmo ambiente. “A edição, como os demais livros de arte da Cepe Editora, busca tanto apresentar a riqueza da criação de Janete como também trazer um conteúdo crítico sobre ela. O volume busca não só valorizar a produção de Janete Costa na arquitetura de interiores e no design, mas também refletir, mostrar os caminhos que ela percorreu e abriu. Além disso também ressalta a sua parceria com a arte e os artistas populares, em uma curadoria que ampliava o alcance e o potencial deles”, declara o editor da Cepe, Diogo Guedes. Moema Cavalcanti: Livre para voar (R$ 100) é uma coletânea de 224 páginas de trabalhos da designer pernambucana que ficou conhecida no Brasil como capista de livros e revistas. A seleção das 200 peças, entre milhares de criações, foi realizada pela própria artista. Dividido em duas partes, o livro traz uma retrospectiva da carreira de Moema ao longo de 50 anos. O segundo bloco é composto pelos chamados presentinhos de domingo, mensagens que enviava semanalmente para amigos e parentes revelando sua face de contadora de histórias. A designer gráfica é responsável pela criação de mais de 1.600 capas, além de ilustrações para a revista Veja. Em Rodolfo Mesquita - A forma custa caro (R$ 200), 300 imagens e textos também bilíngues mergulham profundamente no universo do artista que ficou conhecido por utilizar a arte como plataforma de denúncia contra as injustiças sociais. Além das preciosas imagens de suas obras, o livro traz textos assinados por artistas, curadores e professores, como João Câmara, Montez Magno, Ismael Caldas, Clarissa Diniz e Maria do Carmo Nino. Ypiranga Filho também ganhou publicação semelhante às anteriores, de luxo, capa dura, papel couchê e generosa quantidade de ilustrações coloridas. Pelas mãos do artista pernambucano Ypiranga Filho, 82 anos, a dureza do ferro se fez flexível, ressignificando o material. O trabalho com o metal foi pioneiro em Pernambuco nos anos 1960 e 1970, auge do modernismo e da predominância do figurativismo tropicalista no Estado. Daí se percebe a relevância de Ypiranga (R$ 120), que nadou contra a corrente vigente, apostando no experimentalismo característico da arte contemporânea. Subverteu as linguagens tradicionais da escultura, gravura, desenho e pintura ao criar com a fotografia, o filme, a arte xérox e a arte postal. Sua obra é considerada patrimônio fundamental da arte de Pernambuco e do Brasil. A veia fotográfica de Lula Cardoso Ayres (Lula Cardoso Ayres-Fotografias, por R$70); o Recife visto pelas lentes do fotógrafo Fred Jordão (Recife - Fotografias, por R$ 90); a coletânea de imagens de oito décadas retratando as diversas faces de Pernambuco feitas pelo mestre do preto e branco Alcir Lacerda (Alcir Lacerda - Fotografias, por R$ 90) também estão registradas em livros que podem ser encontrados na loja virtual da Cepe: https://www.cepe.com.br/lojacepe/.

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Veja epidemias do passado em jornais digitalizados no Acervo Cepe

Se você pensa que fake news nasceu nos tempos modernos, saiba que está redondamente enganado. Desde o século passado a população convive com a disseminação de notícias falsas na imprensa. Tal como acontece agora com o novo coronavírus - a maior crise sanitária que o mundo atravessa em muitos anos - também havia disparos de boatos na década de 1930, quando localidades do Brasil enfrentavam surto da peste bubônica. Você pode resgatar essas histórias em jornais antigos digitalizados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O acessso ao portal é fácil (www.acervocepe.com.br) e a ferramenta é gratuita. Um exemplo de fake news das antigas pode ser conferido na edição do Diário da Manhã do dia 9 de junho de 1935. A nota com o título "Contra o derrotismo" reproduz um telegrama enviado pelo então prefeito do município pernambucano de Alagoa Grande (denominado Sertânia desde 1943), Possidônio Gomes, e pelo então juiz de direito Ascendino Neves. Eles negam o surto de peste bubônica no município e atribuem a informação a terceiros. No telegrama, o prefeito e o juiz afirmam se tratar de uma notícia falsa e ressaltam que, se o lugar estivesse passando pelo problema, eles seriam os primeiros a pedir providências às autoridades sanitárias. Os boatos, de acordo com o prefeito e o juiz, circulavam na capital. Sertânia, distante 316 quilômetros do Recife, fica no Sertão do Estado. O surto da peste bubônica era falso em Alagoa Grande, mas a epidemia chegou a outros municípios sertanejos. A edição de 23 de julho de 1935 do Diário da Manhã publica mensagem do governador Carlos de Lima Cavalcanti (interventor federal em Pernambuco de 1930 a 1935 e governador de 1935 a 1937) à Assembleia Legislativa solicitando abertura de crédito especial para combater o surto em Novo Exu e Granito. Na ocasião havia 40 casos confirmados da doença e 14 óbitos na duas localidades. Em 19 de setembro do mesmo ano, o governador pede mais verba para debelar a peste bubônica em Novo Exu, Ouricuri e Granito. Uma das medidas profiláticas adotadas na época, segundo as edições de 4 de setembro e de 20 de novembro de 1935 do mesmo jornal, foi o isolamento de lugares para evitar que a doença se alastrasse (tá vendo a importância de ficar em casa em tempos de coronavírus?) , o saneamento de Novo Exu para acabar com os focos de ratos (transmissor do mal), e a imunização da população. A campanha durou três meses e terminou em novembro de 1935, tendo à frente o higienista Lessa de Andrade (sim, o homem que dá nome a uma das policlínicas mais conhecidas do Recife), que exercia a função de inspetor de higiene municipal. Graças às medidas adotadas, a peste não causou mais vítimas em Novo Exu, segundo relatos no jornal. Em 1926, o surto epidêmico da peste no município de Triunfo, possivelmente o maior da América do Sul, conforme avaliação de especialista da época, deixou mais de dois mil mortos. Serviço único no Nordeste, o website www.acervocepe.com.br tem navegação intuitiva e é acessível em computador, tablet e smartphone. Nele você vai encontrar manuscritos, impressos e fotografias de diferentes épocas. "Não conheço nenhum projeto semelhante a esse no Brasil, um portal voltado exclusivamente para a população, gratuito e que tenha o objetivo de difundir a cultura, a história, a literatura e a música", declara o superintendente de Digitalização, Gestão e Guarda de Documentos da Cepe, Igor Burgos. Inaugurado em 1º de outubro de 2014, o portal abriga edições do Diário da Manhã, jornal fundado na década de 1920 no Recife, e jornais do século 19, todos do acervo do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. "Lá tem mais de 600 jornais dessa época e mais de 14 mil folhas; tem o primeiro jornal com charge no Brasil, O Marimbondo; e a primeira versão do Diário de Pernambuco", destaca Igor Burgos. "É uma coleção bem importante e que não está mais disponível para manuseio de pesquisadores no Arquivo Público, todos os pesquisadores que vão lá são orientados a fazer a consulta no site do Acervo Cepe", observa. Também estão disponíveis documentos da Comissão Estadual da Verdade sobre violação de direitos humanos e documentos do Instituto Dom Helder Camara (mais de 120 mil páginas, incluindo pensamentos do Dom da Paz), além de produtos criados pela Cepe, como a coleção do Suplemento Cultural (atual Pernambuco) de 1986 a 2006. Igor Burgos também cita uma seção para a Revista Continente Documento (54 edições digitalizadas) e o Almanaque Centenário, lançado pela Cepe nos 100 anos da Imprensa Oficial. Em todo o Acervo Cepe há dez seções de documentos com mais de 800 mil páginas digitalizadas. "É uma boa opção gratuita para as pessoas que estão de quarentena em casa nese momento", sugere Igor Burgos. Aproveite a dica e boa leitura!

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Numa ação solidária Cepe disponibiliza 14 e-books

Numa atitude solidária voltada para todos os brasileiros que estão fazendo a sua parte neste momento de necessário isolamento social, em função da pandemia do Coronavírus, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) disponibiliza 14 e-books para download gratuito. Os títulos, alguns premiados, estão disponíveis para o público leitor na loja de e-books da Amazon, Apple, Kobo, Livraria Cultura e Google Play Books, até o dia 31 de março, pelo menos. Porém, a editora considera estender esse prazo, inclusive com a renovação dos títulos. Além dos 14 e-books gratuitos, o público poderá contar também com o conteúdo aberto da revista Continente e do Suplemento Pernambuco no site de cada um dos produtos. O gerente de marketing, Rafael Chagas, destaca o dever da Cepe, especialmente neste momento, de estimular a leitura e facilitar o acesso ao livro. “Entendemos que este é um período em que as pessoas entrarão em contato profundo com suas famílias e consigo mesmas. A oferta de conteúdos diversificados para se enfrentar esta fase da maneira mais proveitosa possível deve ser pensada por qualquer empresa que, de alguma forma, trabalhe com cultura. Disponibilizar parte do nosso catálogo gratuitamente em sua versão digital é justamente isso: fazer com que o leitor viaje, em completa segurança, com a sua própria imaginação”, enfatiza. LANÇAMENTOS De acordo com o editor, Diogo Guedes, mesmo com os eventos presenciais de lançamento suspensos, a Cepe continua com o seu cronograma de publicações, mostrando também um catálogo variado. “Diante de um cenário em que se pede para as pessoas ficarem o máximo possível em casa, a leitura é uma das melhores formas de escapar da sensação de isolamento — afinal, um leitor está sempre em diálogo com quem escreveu e movimenta-se por outras histórias, universos, pensamentos”, diz. Este mês a editora publicou um dos vencedores do Prêmio Cepe Nacional de Literatura, A menina que engoliu o céu estrelado, uma narrativa infantojuvenil que mistura o fantástico com o regional. “Também em março lançamos um romance irônico, Opulência, do escritor e tradutor Luis Krausz, que pensa o excesso e os rituais da burguesia paulista na segunda metade do século 20. Fora da prosa, temos o fundamental lançamento de Poemas reunidos, com os versos de Jorge Lopes, nome fundamental da poesia urbana recifense”, conta. O editor lembra ainda de outros lançamentos marcantes para o catálogo da editora. “A Cepe se debruça sobre o cinema com dois títulos que mostram, de formas diferentes, a vivacidade do cenário local: A história da eternidade, que traz o roteiro original de Camilo Cavalcanti para o seu filme premiadíssimo, e Antologia da crítica pernambucana, de André Dib e Gabi Saegesser, que recupera os textos e debates na imprensa sobre o cinema pernambucano. Também abordando o cinema, mas passando por muitas outras linguagem, com os desenhos animados e a arte contemporânea, a Cepe Editora ainda lançou, pelo Selo Pernambuco, o livro A arte queer do fracasso, estudo essencial e criativo de Jack Halberstam sobre identidade LGBTQI+, gênero, a ideia de fracasso no capitalismo e, claro, Bob Esponja, Procurando Nemo e Fuga das galinhas.” SERVIÇO Confira a lista dos 14 e-books disponíveis para download e a sinopse deles: Caminho áspero e outros poemas (poesia) Autor: Severino Filgueira Sinopse: Normalmente associado à chamada Geração 65 da literatura pernambucana, Severino Filgueira é, na verdade, um poeta que escapa de classificações, que talvez se enquadrasse mais na famosa tradição de poetas “malditos”. Caminho áspero e outros poemas é uma coletânea em que se percebem as múltiplas facetas deste artista singular, um grande esteta de formas fixas, em especial do soneto. Mulher sob a influência de um algorítimo (poesia) Autora: Rita Isadora Pessoa Sinopse: Em Mulher sob a influência de um algorítmo, a autora percorre dezenas de possibilidades de existências femininas autônomas, relacionadas entre si ou arbitrárias, em busca de uma mulher que sempre escapa, fugidia. Nesse livro de poemas de Rita Isadora Pessoa, o algoritmo da linguagem tem a função de oráculo e a contingência dos números acompanha o gesto de desaparecimento de uma mulher que se recusa a ser escrita em linguagem java ou html. O livro foi vencedor da categoria Poesia na terceira edição do Prêmio Nacional Cepe de Literatura. Vácuos (poesia) Autor: Mbate Pedro Sinopse: Em sete poemas distribuídos nas 80 páginas do livro, o moçambicano Mbate Pedro empreende uma profunda busca de si mesmo, através da escrita. São poemas longos, que transportam cada leitor como sombras no vácuo, em uma leitura fluida, leve e ilimitada que passeia entre a dialética do amor e a morte, a perda e a vulnerabilidade, entre outros sentimentos e formas de sentir. Em um jogo de palavras difícil de determinar onde os poemas começam e terminam. O filho das viúvas (ficção) Autor: Pedro Veludo Sinopse: A descoberta acidental de um livro num sebo é o ponto de partida para esta história. Enquanto o texto relata a busca intensa de Catrônfilo, o protagonista, pela identidade da mãe, o narrador procura obsessivamente a identidade do autor do livro. Qual das quatro “mães” será a do protagonista e quem escreveu a história? A busca do autor passa a ser o mote da vida do narrador. Diversos enredos se desenvolvem e entrelaçam neste livro, vencedor do Prêmio Cepe Nacional de Literatura 2018, seguindo uma linha que tange o realismo mágico, levando a um surpreendente final. Os olhos de Diadorim e outros ensaios (ensaios) Autor: Wander Melo Miranda Sinopse: Neste conjunto de ensaios, o autor parte de uma indagação renovadora sobre as condições da própria crítica literária atual, a partir da qual testa hipóteses e soluções na tentativa de descrever e resolver impasses, reunindo textos dispersos, escritos e maturados em sua totalidade, no seu característico estilo dinâmico e enxuto que singulariza sua escrita. 30 entrevistas da Continente (ensaios) Organizadora: Adriana Dória Sinopse: “São trinta copos de chopp, são trinta homens sentados, trezentos desejos presos, trinta mil sonhos frustrados”, escreveu o porta Carlos Pena Filho. Neste livro, são 30 entrevistas publicadas na revista Continente, selecionadas entre tantas outras, no intervalo de 10 anos. Aqui, o leitor

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Crítica literária: Mantas e lençóis

*Paulo Caldas Concebido em tons agrestes, o livro de A J Fontes se veste no intenso brilho da ficção. Mantas e lençóis tem no pano de fundo contos de real maturidade, para quem encena sua primeira aparição no palco das letras em Pernambuco. No ponto de vista conteudístico, a pena do autor desliza sobre o papel temas telúricos, relações amorosas nascidas de sentimentos platônicos, conflitos familiares, aspectos sociológicos disfarçados no cotidiano dos protagonistas, apresentados em cenários concebidos com esmero, a exemplo do drama urbano À margem do cinza, que se destaca pela aspereza cruel do viver miserável. No prefácio do escritor Ed Arruda, A J Fontes é um maestro que escolhe e deita as metáforas na pauta em clave de sol para que o leitor as desperte, sob o acorde da exclamação. Na contracapa, a escritora Fátima Brasileiro comenta: “Mantas e lençóis seduz pela delicadeza do tecido tramado fio a fio, feito um ninho”. E arremata: “rico em imagens, sentimentos, aromas e sabores”. O livro, que traz o selo da Editora Bagaço e capa da artista gráfica Bel Caldas, pode ser adquirido na Livraria Jaqueira ou com o autor pelo WhattsApp (81) 99132.0783. *Paulo Caldas é escritor

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Um drinque para distrair

*Por Paulo Caldas Em Carapaça Escura, Frederico Toscano (Editora Patuá - 2019. Edição de Eduardo Lacerda, projeto gráfico de Leonardo Mathias, revisão André de Cena), no conto que refere ao título do livro, depois do sofrimento do leitor na cena protagonizada pelos mergulhadores Tadeu e Delmiro, o autor concede um alívio: uma dose de uísque com gelo, um drinque para distrair, acompanhado de um breve périplo histórico por um Recife esquecido. Tal ação dilui o peso da quase morte na folgança da orgia mundana e na ternura dos conselhos próprios de um avô. Às virtudes criativas soma-se o apuro técnico visto no emprego dos tempos verbais, por exemplo, conferindo movimentos do personagem na cena; ao apego das sutilezas presentes nas símiles estendidas, como no conto “Cabidela”, elipses narrativas, precisão das metáforas, a magia sedutora do clímax e anticlímax, costurada com esmero, além da expertise do tema, mostrada no “Carapaça Escura”. No conteúdo como um todo, numa análise mais detalhada, o insólito sobretudo criativo permeia a atmosfera do livro e deixa entrever uma caprichosa conspiração entre o eclodir do pensamento (inspiração) e o ato de escrever com primoroso emprego dos detalhes. Toscano contorna, disfarça e oculta o previsível, é intenso a cada cena e conduz o leitor aos sentimentos e emoções dos protagonistas. Carapaça Escura pode ser adquirido com o autor via email fredericotoscano@hotmail.com. R$ 40, mais custo de entrega. *Paulo Caldas é escritor

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Biblioteca da Fundaj reúne quadrinhos da geração de 1980 a produções contemporâneas

Em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional, celebrado em 30 de janeiro, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) destaca os 340 títulos de histórias em quadrinhos, HQs de luxo e fanzines presentes na Biblioteca Blanche Knopf (Rua Dois Irmãos, 92. Apipucos, Recife). A coleção doada, em 2018, pelo servidor público Rodrigo Bastos de Freitas, reúne desde produções da vanguarda européia da década de 1960, nacionais da geração paulista dos anos 1980, a independentes deste século. "É uma coleção diversa com obras de grande valor para a história deste gênero literário e artístico no Brasil e no mundo", aponta a diretora da Biblioteca, Nadja Tenório Pernambucano. Dentre os destaques do acervo, está a coleção de sete números da revista "Chiclete com Banana". O título da década de 1980, publicado pela Circo Editorial, reuniu uma geração de quadrinistas brasileiros que contou com nomes como Glauco, Angeli e Laerte. As obras refletiam a situação política e social da década, de modo que os quadrinhos de humor investiram em críticas ao 'modo de vida pequeno' do burguês dos centros urbanos, conforme destaca Roberto Elísio dos Santos, em seu artigo "O quadrinho alternativo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990". O autor aponta, ainda, a influência do comix underground norte-americano e do humor europeu. Uma seleção de histórias publicadas na "Chiclete com Banana" e na "Geraldão", entre 1985 e 1989, pode ser conferida, aliás, em "Seis Mãos Bobas: Laerte, Glauco e Angeli" (Devir, 2006). A edição especial traz textos e fotos que contextualizam as circunstâncias em que as artes foram produzidas e como era o processo de criação dos desenhos. Outro título desta geração disponível para a consulta é a revista "Striptiras" (1993), publicação de Laerte, que lançou personagens como Fagundes o Puxa-saco, Gato e Gata, além de Piratas do Tietê. Estas produções são verdadeiras compilações das tirinhas publicadas pelos jornais paulistanos. Dos mais contemporâneos, a coleção conta com a primeira publicação de "Malvados" (Gênese, 2005) em livro, do carioca André Dahmer. As tirinhas da série foram publicadas no Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e até nas revistas Piauí e Caros Amigos. Nelas, Dahmer tece críticas aos costumes e prisões do dia a dia através dos diálogos dos personagens Malvadinho e Malvadão. "O Livro Negro" (Desiterada, 2007) é outro título de Dahmer presente no acervo. O sarcasmo desta época pode ser conferido, também, no quarto HQ especial do gaúcho Allan Sieber: "Assim Rasteja a Humanidade" (Desiterada, 2006), considerada uma obra da "revelação do desenho humorístico da virada deste século". Ganhador do Troféu HQ Mix de 1998 - equivalente ao Oscar do gênero no Brasil - na categoria "melhor projeto editorial", a coleção "miniTonto" também está presente neste acervo. São inúmeros livretos (formato 10,5 cm x 15 cm) que, no fim da década de 1990, apresentava um autor a cada nova edição. Entre os título disponíveis na Biblioteca, estão "Mulher Preta Mágina", de L. F. Schiavo; "Urrú", de MZK; "Pinóquio vai à Guerra", de Elenio Pico; e "Últimas Palavras", de Allan Sieber. "A Blanche Knopf se orgulha de abrigar estas produções. Demonstra assim o valor das publicações clássicas, mas, também, das obras independentes", destaca Nadja. A Biblioteca Blanche Knopf funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h. Não é necessário agendamento prévio para visitar o acervo.

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