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Atenção auditiva é afetada por alteração do ritmo cardíaco causado por estresse

Elton Alisson - Em situações de estresse é comum a perda momentânea da capacidade de perceber sons do ambiente. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com colegas da Oxford Brookes University, da Inglaterra, fizeram uma descoberta que pode ajudar a compreender esse fenômeno. Segundo o estudo, publicado na revista Scientific Reports, a atividade cerebral relacionada à atenção auditiva acompanha o ritmo do coração. Dessa forma, a alteração na frequência cardíaca induzida pelo estresse compromete a percepção auditiva. A pesquisa, que abre novas perspectivas para o tratamento de distúrbios de atenção e de comunicação, teve apoio da FAPESP e contou com a colaboração de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina do ABC. “Constatamos que pequenos níveis de estresse já são capazes de alterar o ritmo do coração e, dessa forma, comprometer a atenção auditiva”, disse Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa, à Agência FAPESP. De acordo com Valenti, estudos publicados nos últimos anos já indicavam que estímulos auditivos são capazes de induzir flutuações da frequência cardíaca e que o condutor dessas alterações é o nervo vago. Esse nervo, que percorre grande parte do corpo, indo do cérebro ao abdômen, desempenha funções motoras e sensoriais, diminui a frequência cardíaca ao ser ativado. Além disso, o nervo participa da atividade do sistema nervoso parassimpático – responsável, entre outras coisas, por desacelerar os batimentos cardíacos. Em estudos prévios com animais, observou-se que a atividade do nervo vago aumenta durante a estimulação auditiva relaxante e ativa a expressão de uma proteína chamada c-Fos no córtex auditivo. Essa constatação indicou uma associação entre o processamento do som no córtex cerebral e o sistema nervoso parassimpático, explicou Valenti. “Não estava claro, porém, a influência dos estímulos sonoros no controle da frequência cardíaca pelo nervo vago e se há interação entre o controle do ritmo do coração e a atividade cortical cerebral relacionada com a atenção auditiva em humanos”, afirmou. A fim de elucidar essas questões, os pesquisadores fizeram agora um experimento com 49 mulheres em que a regulação do ritmo cardíaco foi submetida a uma sobrecarga induzida por um teste de estresse leve. O teste consistia em falar o maior número possível de palavras em português que começassem com a letra A, sem repeti-las ou usá-las no aumentativo ou diminutivo, em até 60 segundos. O tempo foi limitado para que não houvesse interferência do sistema nervoso simpático – que estimula ações de resposta a situações de estresse, como a aceleração dos batimentos cardíacos, por meio dos efeitos da adrenalina – e da liberação de cortisol na atividade cerebral das voluntárias. Foram avaliadas, antes e depois do teste, a variabilidade da frequência cardíaca e a atividade cerebral das participantes por meio de um exame conhecido como potencial evocado auditivo de longa latência (P300). A variabilidade da frequência cardíaca permite mensurar o controle autonômico do ritmo cardíaco em níveis variados de estresse. Já o potencial evocado auditivo de longa latência possibilita analisar o nível de atenção auditiva a um estímulo sonoro por meio do monitoramento da atividade do córtex pré-frontal e do córtex auditivo por eletrodos colocados na região do osso frontal e na região das articulações dos ossos parietal e frontal. Os resultados dos testes indicaram que o pequeno nível de estresse a que as voluntárias foram submetidas foi suficiente para alterar o ritmo do coração, e que isso aconteceu paralelamente à atenuação da atenção auditiva medida pelo potencial evocado auditivo de longa latência. As análises estatísticas de correlação e regressão linear mostraram que o controle autonômico do coração por meio da atividade do nervo vago e o processamento cerebral dos estímulos auditivos trabalham em consonância. “Isso indica que, em situações de estresse, a informação auditiva é processada de um jeito pior do que seria se a pessoa estivesse em um estado mais tranquilo”, disse Valenti. “Dessa forma, em uma situação de estresse, ao se respirar mais lentamente, por exemplo, é possível ativar o sistema nervoso parassimpático e, com isso, diminuir o ritmo do coração e melhorar a percepção da informação auditiva”, explicou. Na avaliação do pesquisador, a descoberta abre novas perspectivas para o tratamento de casos relacionados com distúrbios de atenção e de comunicação com base na ativação do nervo vago por meio de estímulos elétricos na região auricular para controlar o ritmo do coração. Estudos que utilizam esse método, feitos por pesquisadores do Departamento de Fonoaudiologia da Unesp de Marília com crianças autistas, têm apresentado resultados promissores. “Os dados dos estudos mostraram que as crianças com autismo tiveram uma melhora significativa dos sintomas por meio desse método de tratamento”, afirmou Valenti. Por Agência FAPESP

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Aparelho portátil permite diagnosticar doenças oculares a distância

André Julião – Um aparelho portátil ligado a um smartphone faz imagens precisas da retina, permitindo detectar retinopatias a um custo bem mais baixo do que os métodos convencionais. Criado pela Phelcom Technologies, o Eyer tem ainda a vantagem de possibilitar o diagnóstico por telemedicina, a quilômetros de um médico oftalmologista. A empresa recebeu apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP pela primeira vez em 2016, para desenvolvimento e validação de um protótipo. Recentemente, teve aprovado projeto de comercialização e fabricação do produto no âmbito do Programa PIPE/PAPPE, resultado de parceria da FAPESP com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) (leia mais em: agencia.fapesp.br/30590). Além disso, a Phelcom é incubada na Eretz.bio, do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos investidores. Em março, começou a operar sua fábrica em São Carlos, depois de conseguir as certificações do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, são produzidas 30 unidades do Eyer por mês, número que deve chegar a 100 até o fim do ano. O dispositivo já sai da fábrica acoplado a um smartphone de última geração e custa cerca de US$ 5 mil. O aparelho convencional mais usado hoje precisa ser ligado a um computador e custa em média R$ 120 mil. Na frente da câmera do celular, fica um conjunto óptico projetado para iluminação e imageamento da retina. Quando as imagens são produzidas, o aplicativo que opera o aparelho as envia pela internet para um sistema web – chamado Eyer Cloud – que permite armazenar e gerenciar os exames dos pacientes. Caso não haja acesso a wi-fi ou rede 3G ou 4G no momento do exame, as imagens ficam salvas no aparelho e são enviadas para a nuvem assim que houver conexão com a internet. “Houve um esforço grande na área de óptica. Um dos desafios foi fazer uma versão portátil de um equipamento que normalmente é bem grande. Outro foi habilitar a operação não midriática, permitindo capturar exames de retina de qualidade sem a necessidade de dilatação da pupila do paciente”, disse José Augusto Stuchi, CEO da empresa à Agência FAPESP. Não por acaso, o nome da empresa é um acrônimo em inglês das três áreas: física, eletrônica e computação (physics, electronics e computing). Os outros sócios fundadores da Phelcom são Flávio Pascoal Vieira, diretor operacional (COO, na sigla em inglês), e Diego Lencione, diretor técnico (CTO). Os três se conheceram no Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa Opto Eletrônica, em 2008, e se aproximaram durante o mestrado na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. O Eyer Cloud é uma inovação da equipe que vem se destacando por armazenar todas as informações adquiridas nos exames e organizar em um banco de dados. Os equipamentos atuais são, na maior parte, off-line, operando junto a um computador que salva as informações em um disco rígido. O usuário do Eyer, por sua vez, deve criar uma conta, como a de e-mail ou de rede social, na qual são salvas automaticamente as imagens adquiridas pelo dispositivo. “Tivemos de garantir a segurança dessas informações e um meio de subi-las rapidamente para a nuvem, para que se pudesse fazer a imagem em um lugar e ela já aparecer on-line”, explicou Stuchi. Esse último fator é essencial para realizar a chamada telemedicina. O Eyer permite que um técnico treinado ou um médico generalista possa fazer as imagens, enquanto um oftalmologista especializado em retina as analisa e emite um laudo de outro lugar. A empresa atualmente realiza parcerias com médicos oftalmologistas para a emissão de laudos da retina. Enviadas as imagens, o médico parceiro emite o parecer no próprio sistema. O pagamento se dá por meio de planos mensais. A depender da quantidade de laudos emitidos, cada um custará entre US$ 5 e US$ 10. Inteligência artificial Além de representarem um novo serviço, os laudos emitidos alimentam um banco de dados que pode ser usado para “ensinar” o computador a identificar padrões associados às principais doenças que afetam a retina, principalmente a retinopatia diabética. Atualmente, a empresa tem mais de 10 mil retinas fotografadas e projeta ter, em pouco tempo, o maior banco de dados do gênero do mundo. Só para o próximo ano, os sócios projetam ter 50 mil pacientes examinados. No ano passado, a Food and Drug Administration, agência que regula a venda de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos nos Estados Unidos, aprovou pela primeira vez um algoritmo para diagnóstico de uma doença. A empresa IDx conseguiu autorização para usar um algoritmo que detecta justamente a retinopatia diabética, maior causa de diminuição da visão e de cegueira entre adultos norte-americanos. No Brasil, estima-se que 7,6% da população urbana entre 30 e 69 anos tenha diabetes e, destes, metade tenha retinopatia diabética. “O uso da inteligência artificial para diagnóstico ou para auxiliá-lo é uma tendência no mundo todo. Os computadores processam os dados, enquanto o médico atua na tomada de decisão”, disse Stuchi. O empreendedor afirmou que o sistema da empresa tem atualmente precisão próxima de 80% para detectar retinopatia diabética, sem a necessidade de intervenção humana. Com o aumento de sua base de dados, em breve essa taxa deverá chegar a 95% de precisão, quando a aplicação poderá começar a ser comercializada. O algoritmo norte-americano tem atualmente até 89,5% de chances de dar um diagnóstico correto. “Com o apoio do PIPE, conseguimos contratar um time e manter o foco no projeto, deixando nossos empregos”, disse Stuchi. Com projeções de colocar 150 Eyers no mercado brasileiro nos próximos 12 meses e obter R$ 3 milhões em lucros, a ideia dos sócios agora é expandir as vendas para outros países da América Latina e depois para os Estados Unidos e a Europa. Dispositivo vestível A Phelcom Technologies também tem o apoio do PIPE para desenvolver outro produto inovador. Trata-se de um par de óculos que, quando colocado pelo paciente, faz o exame da retina e também mede a refração, principal exame oftalmológico realizado hoje. O exame de refração define

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Estudo aponta que Pilates diminui sintomas depressivos e ansiosos

Nos últimos anos, diversos estudos comprovaram os benefícios do Pilates para a saúde física. Mas, será que o Pilates também pode melhorar a saúde mental? A resposta é sim! Uma meta-análise, que acaba de ser publicada no jornal Complementary Therapies in Medicine, mostrou que os benefícios de praticar o Pilates se estendem para a saúde mental. Os pesquisadores revisaram oito estudos clínicos, realizados com pessoas que faziam Pilates e com grupos controles (que praticavam outras modalidades esportivas ou eram sedentárias). A conclusão, baseada nas evidências, foi que o Pilates melhora, de forma significativa, a depressão, com redução de até 81% dos sintomas depressivos. A ansiedade também entrou na conta, com redução de até 46% das manifestações ansiosas. O método ainda reduz a fadiga (cansaço), aumenta a energia e alivia o estresse. E tem mais: os benefícios funcionam em diferentes populações, como idosos, universitários e pessoas com doenças crônicas. Opinião da especialista Para a fisioterapeuta e especialista em Pilates, Walkíria Brunetti, não há dúvidas de que o Pilates trabalha o paciente de uma forma global, ou seja, atua tanto na saúde física como na mental. E isso hoje é fundamental. “O aumento da longevidade já é uma realidade, temos pessoas que vivem até 100 anos de idade, graças aos cuidados com a saúde física, sejam eles preventivos ou curativos, por meio de novas tecnologias, como medicamentos, exames, entre outros”, reflete Walkíria. “Por outro lado, quem padece para que vivamos mais tempo é a nossa saúde mental. Vivemos hiperconectados, trabalhamos mais do que deveríamos, usamos o celular o tempo todo e temos hoje altos índices de estresse por conta desta rotina. Portanto, não adianta apenas cuidar do físico, é imprescindível promover práticas que atuem na nossa saúde mental”, E isto já é uma forte tendência dentro das empresas, por exemplo. Recente pesquisa feita por uma rede de academias mostrou que a atividade física é o foco dos programas de qualidade de vida oferecidos pelas corporações, sendo o Pilates uma das atividades mais procuradas. A pesquisa apontou uma tendência de troca de práticas como a musculação, por exemplo, pelo Pilates. Por que o Pilates é um aliado do cérebro? Para Walkíria, há vários fatores que explicam os benefícios do Pilates para a saúde mental. “Um deles é a interação social, principalmente quando olhamos para a população idosa. O momento do Pilates é especial, pois obriga o idoso a ir até a clínica e lá ele acaba encontrando pessoas, conversa e se exercita. Estes fatores, aliados à liberação dos neurotransmissores, como a serotonina, acabam melhorando o bem-estar de uma forma geral”, reforça. Walkíria diz ainda que esta hipótese é válida também para pessoas com depressão, de uma forma geral, uma vez que o isolamento social pode agravar os sintomas depressivos. “Já para os estressados e ansiosos, a respiração profunda e diafragmática acaba causando um efeito muito relaxante, além do fato da necessidade de focar no momento presente durante os exercícios. Este aspecto do Pilates ajuda a desacelerar os pensamentos, se desligar do mundo, dos problemas e, como consequência, diminui o estresse e os sintomas ansiosos, explica a fisioterapeuta. Pilates para todos O estudo também apontou que por ser um método de baixo impacto, pode ser feito por pessoas com doenças que possuem contraindicações ou ainda com limitações para outras práticas, como musculação ou exercícios aeróbicos. “Neste grupo, além dos idosos, podemos citar gestantes, mulheres no pós-parto e pessoas com problemas mais graves na coluna. Lembrando que para estas populações é indicado o Pilates Studio, aplicado por um fisioterapeuta especialista no método”, encerra Walkíria.

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Pesquisa: violência sexual e física são as principais preocupações das mulheres

Violência sexual e física são as principais preocupações das mulheres no Brasil e no mundo, revela pesquisa Ipsos Igualdade salarial lidera a preocupação em países desenvolvidos, como Canadá, Holanda, Suécia e Grã-Bretanha A violência sexual é o problema mais importante enfrentado pelas mulheres e meninas no Brasil, aponta a pesquisa global “International Women’s Day 2019 – Global atitudes towards gender equality” da Ipsos. Para 39% dos brasileiros, a violência sexual é a questão mais significativa, seguida por violência física (34%) e assédio sexual (28%). A preocupação com a violência física cresceu 6 pontos percentuais em comparação com 2018, quando marcou 28%. O índice de violência sexual, no entanto, diminuiu; foram 8 pontos percentuais em relação a 2018 (47%). Já o assédio sexual registrou 38% no ano passado (uma queda de 10 p.p). “No ano passado, tivemos um aumento considerável no número de feminicídio e tentativas de assassinatos de mulheres no Brasil. O país é hoje o quinto que mais mata mulheres do mundo. Estes casos estão sendo amplamente noticiados pela imprensa que coloca a questão em maior evidência, se tornando o cerne da preocupação das questões de equidade de gênero no país”, afirma Maiani Machado, diretora da área de reputação corporativa na Ipsos. No mundo, os maiores problemas listados são os mesmos do Brasil, mas a ordem é diferente. Assédio sexual lidera o ranking (30%), violência sexual está na segunda colocação (27%) e violência física e igualdade salarial ficaram em terceiro lugar, com 22%. O quarto tema globalmente mais citado, também relacionado a violência, é o abuso doméstico, com 20%. O assunto também aparece em quarto lugar no Brasil, com 19%. No Brasil, a igualdade salarial é o quinto assunto mais crítico para 17% dos entrevistados. Por outro lado, o tema lidera em outros países, como Chile (38%), Canadá (35%), Hungria (33%), Holanda (33%), Suécia (31%) e Grã-Bretanha (29%). Igualdade de gênero Para sete em cada dez entrevistados globalmente (69%), a equiparação salarial é a ação com impacto mais positivo para alcançar a igualdade entre homens e mulheres. A criação de leis mais duras para prevenir a violência e o assédio contra as mulheres é a segunda atitude (68%) que mais deve ajudar a promover a igualdade. Dividir a responsabilidade da criação das crianças e do cuidado do lar (66%), educar meninos e meninas sobre a importância da igualdade de gênero na escola (66%) também estão entre as ações que podem ajudar a alcançar a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Globalmente, dois terços dos entrevistados (65%) concordam que as mulheres não vão atingir a igualdade sem que os homens também tomem ações para apoiar os direitos das mulheres. No Brasil, 60% concordam com essa afirmação. O Peru (76%), a Sérvia (76%) e a África do Sul (75%) são os países que mais concordam com essa visão. Por outro lado, Japão (47%), Polônia (51%) e Itália (53%) apresentam os menores índices. Na média global, mais pessoas discordam (49%) do que concordam (42%) que dar direitos iguais a homens e mulheres foi longe demais. Para dois terços dos entrevistados (65%), alcançar a igualdade de gênero é pessoalmente importante para eles. Os índices mais altos são do Peru (80%) e Colômbia (78%) e os mais baixos aparecem no Japão (36%) e Rússia (45%). O Brasil aparece com 61%. Homens e mulheres O Brasil é o terceiro país que mais concorda com a afirmação “um homem que fica em casa para cuidar das crianças é menos homem”, com 26%. A Coreia do Sul é a nação que mais concorda com essa frase (76%), seguida pela Índia (39%). Globalmente, o índice é de 18%. Uma em cada três pessoas (33%) se descreve como feminista, uma queda em relação ao ano passado (37%). O maior percentual foi encontrado na Índia (50%), seguido por África do Sul (44%), Espanha (44%) e Brasil (41%). Os mais baixos foram encontrados no Japão (18%), Hungria (20%) e Rússia (20%). No mundo, cinco em cada dez entrevistados (52%) acreditam que existem mais vantagens em ser homem do que mulher atualmente. O Chile lidera nessa questão, com 72%, enquanto o Brasil aparece em 22º lugar, com 45%. Metade dos entrevistados (50%) acredita que as mulheres de hoje em dia têm uma vida melhor do que as da geração dos seus pais. Chile (75%), Colômbia (69%) e Índia (66%) são os países que mais concordam com esse tema, enquanto o Japão é o que menos concorda (27%). No Brasil, o índice é de 50%. Discriminação por área A educação é a área em que as pessoas acreditam que a igualdade será alcançada primeiro – cerca de metade dos entrevistados (47%) estão confiantes que a discriminação contra as mulheres na educação terá terminado em 20 anos. No Brasil, o índice é de 57%, 10 pontos percentuais acima da média global. Entretanto, as pessoas estão menos confiantes de que isso vá acontecer no governo e na política (37%). No Brasil, 47% estão confiantes que a igualdade nesse tema será alcançada nos próximos 20 anos. Os mais pessimistas quanto a isso estão na Hungria (65%), Chile (54%) e Japão (53%). A pesquisa foi feita em 27 países, incluindo o Brasil, com 18.800 entrevistados, sendo 1.000 brasileiros, entre os dias 21 de dezembro de 2018 e 4 de janeiro de 2019.

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Adolescentes brasileiros ficam 12 horas por dia no celular

"Quantas horas por dia o celular está ao alcance das suas mãos?" Essa foi a pergunta feita no questionário on-line Phone Life Balance, realizado globalmente pela Motorola em 2018 e que, no Brasil, contou com a participação de mais de 65 mil adolescentes. As respostas dos jovens, cujas idades variam entre 10 e 19 anos, refletem a importância do telefone celular na vida deles. Seis de cada dez adolescentes têm o celular ao alcance das mãos 12 horas por dia. Em outras palavras, 60% dos jovens têm o smartphone em mãos durante metade do dia. A relevância do celular na vida cotidiana dos jovens fica ainda mais clara quando se analisam os dois extremos da tabela: somente 1% disse ter o celular ao seu alcance por uma hora ou menos. Já no outro extremo, 30% afirmaram ter o celular ao seu lado durante as 24 horas do dia, ou seja, o deixam próximo até enquanto dormem. "Assim como a pesquisa realizada no Brasil, as internacionais também confirmam que os adolescentes mantêm o celular ligado 24 horas por dia. A pergunta da pesquisa da Motorola dá um passo a mais: o telefone não só está ativo, como também fica nas mãos deles praticamente o tempo todo. Não é que eles tenham acesso enquanto realizam outra atividade, a atividade é o próprio celular", explica Roxana Morduchowicz, especialista em cultura juvenil, consultora da Unesco e autora do livro Ruídos na Web. Por ser um dispositivo portátil, o celular faz com que sua tela seja a que mais acompanha os adolescentes durante o dia. Em todo o mundo, o celular é a tela principal (e em muitos casos, a única) na vida dos jovens. Eles realizam todas as suas atividades nela: falam com amigos, escutam música, buscam informações, jogam e realizam as tarefas escolares. "A vida diária dos adolescentes do século 21 se define por sua relação com as telas. As tecnologias vêm transformando a maneira como eles aprendem, leem, se informam, se divertem, assistem a filmes, séries, escutam música e se relacionam com os amigos. Trata-se, sem dúvida, de transformações muito recentes e muito dinâmicas: há 10 anos, nenhum adolescente acessava as redes sociais e, hoje, não existe nenhum fora delas. Em apenas uma década, as redes sociais se converteram na principal atividade dos jovens, quando navegam pela internet", afirma Roxana. Por isso, segundo a especialista, não é de surpreender que eles deixem o celular ligado as 24 horas do dia, ou que, como demonstra o estudo, esteja ao alcance de suas mãos durante metade do dia. Essa situação se intensifica quando chegam as férias. Durante o recesso escolar, os jovens têm mais tempo livre e, portanto, muito mais horas para passar navegando pela rede no smartphone. Um bom ponto de partida para tentar resolver essa questão é entrar em um acordo com o jovem, quanto ao tempo de uso do dispositivo e as tarefas que ele deve realizar. Dessa maneira, pais e filhos podem decidir em quais momentos podem ficar livres das telas e quais outras atividades podem realizar, para que a tecnologia não ocupe a totalidade do tempo livre nas férias. Ler um livro, compartilhar uma atividade em família, ir a uma praça, a um clube, ao cinema, ao museu ou à casa de um amigo podem ser momentos apropriados para ficar livre da tecnologia e deixar o celular em segundo plano. A respeito da relação dos mais velhos com os celulares dos filhos, é importante que os adultos estejam atentos à maneira que eles usam as tecnologias. Isso se reflete na necessidade dos pais de incorporar uma nova pergunta ao diálogo familiar: "O que você fez hoje na internet, quais páginas você conheceu, com quem se comunicou, houve algo de que você gostou ou não?" Essa é a melhor maneira de conhecer, saber e compartilhar o uso que os filhos fazem das tecnologias, conclui a consultora.

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Oito em cada dez idosos têm percepção positiva da terceira idade

O aumento da população idosa, que deve triplicar nas próximas quatro décadas no país, impõe uma série de desafios para a sociedade. Para entender como os idosos enxergam essa fase da vida, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) realizaram uma pesquisa, em todas as capitais, com a população acima dos 60 anos. O levantamento revela que em cada dez entrevistados, oito (82%) encaram a terceira idade de forma positiva e, atribuem, em média, nota oito para o grau de felicidade com o atual momento. Os sentimentos positivos que os entrevistados mais vivenciam nesse estágio de vida são tranquilidade (36%), felicidade (30%), disposição para realizar atividades do dia a dia (22%), independência (20%) e produtividade para manter-se ativos (20%). Há ainda 18% de idosos que se consideram saudáveis e 12% que possuem planos para o futuro. A pesquisa demonstra que, ao contrário de décadas atrás, pertencer à terceira idade hoje em dia não significa, necessariamente, sentir-se velho. De modo geral, 75% dos idosos atribuem à essa etapa da vida características positivas como ter mais sabedoria (40%), orgulho das próprias realizações (37%) e sensação de dever cumprido (35%). Embora 42% dos entrevistados não tenham respondido o quanto esperam viver, a expectativa entre os que responderam é de 90 anos, em média. Mesmo que a terceira idade seja vista de maneira positiva para a maioria dos idosos, 56% dos entrevistados enxergam algum atributo negativo atrelado à essa fase da vida, sobretudo pela perda da saúde (29%), não encontrar oportunidades no mercado de trabalho (15%), sentir-se desrespeitado (14%) e depender de outras pessoas (14%). “Os brasileiros estão envelhecendo melhor. Hoje, a população acima de 60 anos está mais ativa, gosta de manter um bom convívio social e de estar bem informada, além de ter uma preocupação maior com a aparência e até fazer planos para o futuro, porque ainda espera viver muito mais”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Para maioria, retardar efeitos do envelhecimento não é prioridade; 61% se sentem jovem para aproveitar a vida Até que ponto o envelhecimento chega a ser uma preocupação? A pesquisa indica que 34% têm se sentido mais vaidosos — percentual que sobre para 40% na população entre 60 a 69 anos — e boa parte procura se cuidar com frequência para viver mais, seja por meio medicamentos para melhorar a saúde (71%) ou por tratamentos e atividades físicas (37%). O avanço do tempo é visto com naturalidade por muitos, sem que haja uma obsessão por aparentar uma idade que não condiz com a realidade. Prova disso é que 58% não se sentem incomodados ao perceber os efeitos do envelhecimento. Além disso, 81% mostraram-se pouco dispostos a gastar tudo o que têm em troca de uma aparência mais jovem e 80% disseram não fazer qualquer tipo de tratamento para retardar os efeitos do envelhecimento. Ainda de acordo com o estudo, 61% afirmam sentir-se jovens para aproveitar a vida, enquanto 38% reconhecem já ter sofrido algum tipo de discriminação por não serem mais tão novos. Também há uma nítida preocupação com a autoestima e experiências que preencham o tempo de maneira gratificante. Indagados sobre o que fazem para se sentir bem, 44% dos idosos buscam se alimentar de forma saudável, 37% tingem o cabelo, 36% procuram visitar regularmente o médico e 31% controlam o peso. Em contrapartida, 17% garantem não fazer nada a esse respeito. E ao contrário do que se imagina, a terceira idade não impede de pensar em fazer planos para o futuro. Dentre os desejos citados pelos entrevistados para os próximos dois anos, destacam-se a possiblidade de aproveitar a vida com familiares e amigos (32%), viajar pelo Brasil (21%), pagar dívidas pendentes (14%), comprar ou reformar a casa (13%) e viajar pelo mundo (11%). Sobre os medos em relação ao que pode acontecer, 33% mencionam a chance de ter uma saúde física deficiente, 32% temem ficar doentes a ponto de depender de outras pessoas e 31% citam a perda da lucidez. 68% dos idosos acessam a internet; seis em cada dez têm smartphone Aprender novas habilidades, estimular a capacidade cognitiva e cultivar a convivência social são essenciais para manter-se ativo na terceira idade. E a tecnologia vem contribuindo quanto às formas de se relacionar com as pessoas e com o mundo. Dados da pesquisa mostram que 68% dos idosos acessam a internet, dos quais 47% costumam ficar conectados todos os dias, com uma média de acesso de seis dias por semana, e 63% possuem smartphone. Dentre o público da terceira idade que utiliza a internet, 77% acessam por smartphone, 40% pelo computador, 30% por meio do notebook e 14% pelo tablet. Segundo os entrevistados, os principais motivos para navegar na internet são manter o contato com conhecidos (68%), ficar informado sobre os principais assuntos que acontecem no mundo (47%), buscar informações sobre produtos e serviços (44%), fazer transações bancárias (28%), não ficar ultrapassado (21%) e fazer compras (21%). Quando se avalia os itens mais adquiridos pelos idosos que usam a internet, destaque para eletroeletrônicos (60%), eletrodomésticos (56%), viagens (43%), livros (33%), móveis (30%), roupas (30%) e remédios (28%). Apesar do hábito de fazer compras virtuais, oito em cada dez (80%) que utilizam a internet preocupam-se com fraudes, como o roubo de informações de cartões e documentos (80%). Além disso, 80% temem pela segurança e privacidade das informações pessoais durante a compra online via dispositivos móveis. 52% encontram dificuldades em achar produtos para a terceira idade Dados da pesquisa também revelam o expressivo potencial de consumo ainda inexplorado pelo mercado em relação a esta parcela de brasileiros. Mais da metade dos entrevistados (52%) considera difícil encontrar algum produto específico para a terceira idade, principalmente alimentos próprios para a faixa etária (17%), locais para sair que tenham público da terceira idade, como bares, restaurantes e casas noturnas (16%), aparelhos celulares com letras e teclados maiores (15%) e roupas (12%). Outros 37% concordam que há poucos produtos voltados para o público da terceira idade. Já

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Setor de turismo deve crescer 2% em 2018, aponta pesquisa Fecomercio

O turismo brasileiro deve registrar crescimento anual de 2% em 2018 em relação ao ano passado, segundo o Índice de Atividade do Turismo (IAT), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que está sendo lançado hoje, data em que se comemora o Dia Mundial do Turismo. O valor do IAT representa a soma das receitas operacionais das atividades características do turismo, com base em dados do IBGE e cálculos elaborados pela Entidade. O início da série histórica é 2007, ano em que o montante das receitas auferidas pelo turismo foi transformado no número índice 100. Em 2017, o IAT marcou 156 pontos, o que representa um crescimento de 56% em relação ao início da série e uma evolução média anual de 4,5% nos 10 anos seguintes. Segundo a assessoria econômica da Entidade, o turismo brasileiro teve seu melhor ano em 2014, quando o IAT marcava 170 pontos, com crescimento de 6,3% em relação a 2013. Em 2015 e 2016, o setor foi diretamente atingindo pela crise econômica registrando quedas anuais de 7,1% e de 5,1% nas receitas, respectivamente. Em julho de 2018, último resultado disponível, o turismo brasileiro cresceu 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado.   A Federação ressalta que apesar de ter crescido 4,0% em 2017 e de se projetar um novo aumento de 2,0% para esse ano, o setor de turismo ainda não retornará aos patamares pré-crise. A se manter o ritmo de crescimento atual, de 2%, o IAT voltará a seu pico histórico apenas em 2022, registrando os mais de 170 pontos de 2014, estima a Entidade. A presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, comemorou o lançamento do IAT. Segundo Mariana Aldrigui “o Brasil é um dos poucos países de grande extensão territorial, diversidade e população a lançar um indicador como este. Economistas de todos os países têm buscado informações para medir o turismo em larga escala. Somente o Canadá, atualmente, tem algo comparável”. “Há muita confusão e equívocos nos números do turismo brasileiro. As diferenças entre as vocações econômicas de cada estado e região, a variação tributária e as distâncias determinam muito do que se pode chamar Economia do Turismo. Os modelos internacionais não costumam funcionar aqui, sem adaptações. Estamos, na FecomercioSP, muito empenhados em interpretar as informações existentes de maneira a produzir melhores dados sobre as atividades do turismo, e o IAT é nosso primeiro resultado”, diz ainda. Envolvendo diferentes atividades econômicas, e com características plurais, o turismo brasileiro tem grande capacidade de absorção de mão de obra, gerando empregos e renda, e estimulando a economia de diferentes cidades. Mas, para isso, depende de aspectos como segurança, redução na burocracia, estabilidade econômica, infraestrutura e regulamentação adequadas. O crescimento de 2% projetado pelo IAT é positivo, mas não deve ser encarado com muito otimismo, já que falta muito para chegar a um patamar similar ao de 2014. A incerteza com os rumos do país certamente afeta a decisão de viagens, tanto de pessoas como de empresas. Previsibilidade e Investimento são as duas palavras fundamentais que o país precisa para voltar a crescer, criando oportunidades de emprego e aumentando a capacidade de consumo das famílias. Sobre o IAT O Índice de Atividade Econômica – IAT da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) foi desenvolvido como instrumento de mensuração do nível de atividade econômica do turismo em âmbito nacional, estimando as receitas operacionais líquidas das empresas que compõem as atividades características do turismo. O Indicador é confeccionado com base nas estatísticas de movimentação de passageiros do transporte aéreo. O IAT estima o nível de atividade econômica do turismo através do resultado de modelagem estatística a partir de dados históricos dos resultados do setor (obtidos junto à Pesquisa Anual de Serviços do IBGE) e suas correlações com os dados mensais disponibilizados da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC de grande precisão e presteza na sua publicação. Sobre a FecomercioSP  A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 137 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro – gerando em torno de 10 milhões de empregos.

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53% dos brasileiros estão pessimistas com as eleições presidenciais

Faltando pouco mais de duas semanas para a votação que definirá o novo presidente do país, a maior parte dos brasileiros afirma estar pessimista com as eleições. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) nas 27 capitais revela que mais da metade (53%) dos consumidores está com uma percepção negativa sobre as eleições presidenciais – o percentual sobe para 59% entre a parcela feminina de entrevistados. Somente 18% das pessoas ouvidas reconhecem estar confiantes com a eleição, enquanto 26% estão neutros. Para os pessimistas com o processo eleitoral, a maior parte (34%) afirma não ter boas opções de candidatos à disposição. De forma semelhante, 30% não confiam nos nomes que disputam o Planalto, ao passo que 28% não acreditam que o novo presidente será capaz de promover mudanças positivas para a população na economia. Há ainda 27% de pessoas que estão desacreditadas com a possibilidade de renovação na política. Considerando apenas a opinião dos brasileiros otimistas com as eleições, 39% acham que o novo governo terá mais estabilidade política para aprovar matérias de interesse para o país e 35% depositam esperança no fato de a sociedade estar mais vigilante com os políticos. Outros 18% de entrevistados esperam uma melhora porque haverá mudanças com relação às políticas adotadas pelo atual governo. Brasileiro está dividido sobre futuro da economia pós-eleições: situação ficará melhor para 34%, mas 33% acham que tudo ficará igual O levantamento demonstra que muito da percepção negativa sobre as eleições decorre da constatação de o país ainda sofre consequências da crise. Seis em cada dez (63%) brasileiros avaliam que a situação econômica do país está pior do que há um ano, enquanto 24% consideram que a situação é a mesma e somente 13% acham que ela está melhor. Para os brasileiros, mesmo com o fim da recessão, a maior parte dos impactos da crise ainda persistem, como desemprego elevado (90%), aumento de impostos (89%), endividamento das famílias (88%) e inadimplência crescente (86%). Indagados sobre a situação da economia do Brasil após as eleições, a opinião pública mostra-se dividida: 34% esperam que a economia fique melhor sob o novo governo, mas uma parcela semelhante de 33% acredita que tudo continuará igual. Há ainda outros 17% que acreditam em uma piora do quadro. Sob o novo governo, quatro em cada dez (44%) pessoas ouvidas acreditam que haverá aumento dos preços, aumento do dólar (44%) e elevação dos juros (42%). Quanto aos rumos do desemprego, as opiniões mais uma vez estão divididas: 33% acham que haverá mais cortes de vagas, enquanto 32% acreditam em criação de novos postos de trabalho. Para 28%, a situação permanecerá a mesma. Diante da expectativa de um cenário macroeconômico mais difícil, 45% dos que estão pessimistas acreditam que terão de economizar mais e manter a disciplina nos gastos depois das eleições e 43% disseram que será mais complicado manter as contas em dia em 2019. 69% esperam grandes mudanças com presidente eleito. Para entrevistados, combater corrupção, desemprego e criminalidade devem ser prioridades De modo geral, em cada dez entrevistados, sete (69%) esperam que o presidente eleito faça grandes mudanças em relação ao que vem sendo feito. Outros 26% argumentam em favor de mudanças pontuais, desde que sejam mantidos determinados programas e reformas já colocados em práticas. Somente 5% desejam a continuidade das políticas do atual governo. Na avaliação dos entrevistados, o combate a corrupção (47%) e o desemprego (45%) lideram como os temas nacionais a serem tratados com prioridade pelo novo presidente e sua equipe. A criminalidade é citada por 38% das pessoas ouvidas e a precariedade da saúde pública por 32%. Outros assuntos considerados relevantes para a nova gestão são a necessidade de ajuste fiscal (23%) e corte de impostos (22%). Embora elejam uma série de temas a serem enfrentados pela nova gestão, um quarto (25%) dos entrevistados acha que nenhum problema será de fato resolvido pelo novo presidente. Além disso, 87% concordam que os candidatos fazem mais promessas na campanha do que podem cumprir depois de eleito. Dentre as diretrizes que vão nortear o novo governo, 61% discordam da avaliação de que o presidente deve intervir menos na economia. Dessa forma, 88% pensam que o vencedor deve fortalecer a produção nacional e 73% concordam que a prioridade deve ser a distribuição de renda. Outros temas que recebem destaque são o estímulo ao comércio internacional (70%) e a garantia de direitos às minorias (67%). Indagados sobre o Brasil que querem para o futuro, 44% dos entrevistados desejam um país em que políticos corruptos sejam presos e cumpram suas penas até o fim. Já 39% querem um sistema de saúde mais eficiente e 33% almejam um país mais seguro. 70% querem candidato que ‘põe a mão na massa’ e 53% valorizam honestidade; 24% dos brasileiros discutem eleições nas redes sociais A CNDL e o SPC Brasil também investigaram o que os brasileiros esperam das habilidades do novo presidente. De modo geral, a população procura um candidato com perfil proativo e ao mesmo tempo articulado, com capacidade de se comunicar com a população e dialogar com a classe política. Para 70% dos entrevistados, é importante que o presidente eleito seja alguém que ‘ponha a mão na massa’ e realize projetos de melhorias em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Para 30%, o candidato precisa ser uma pessoa próxima do povo e para 22%, ser um político influente para aprovar projetos no Congresso. A pesquisa revela também que algumas características pessoais pesam na hora do eleitor decidir seu voto. As mais mencionadas são honestidade (53%), cumprir o que promete (37%), saber abrir mão de interesses particulares em detrimento do interesse da população (34%), ser sensível aos problemas da população (33%) e ter ‘pulso firme’ (31%). A maioria (60%) dos brasileiros disse rejeitar candidatos envolvidos em escândalos de corrupção, enquanto 59% descartam a possibilidade de votar em candidatos desonestos e que mentem. O levantamento ainda revela que parte considerável dos brasileiros tem se engajado nas eleições: 36%

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Descoberto alvo terapêutico potencial para insuficiência renal

Maria Fernanda Ziegler/via Agência FAPESP Uma proteína produzida pelo corpo humano desponta como candidata a novo medicamento para condições que levam à insuficiência renal aguda. Foi o que mostrou um estudo realizado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto. Resultados do trabalho, publicados na revista Scientific Reports, indicam que a proteína galectina-1 tem ação anti-inflamatória capaz de minimizar o dano celular causado no rim em situações de hipóxia (falta de oxigênio nos tecidos) e reperfusão (restabelecimento do fluxo sanguíneo), processo lesivo inerente aos procedimentos de transplante e que resulta em insuficiência renal. “A galectina-1 já é comercializada como proteína recombinante [produzida artificialmente]. Embora ainda não tenha uso clínico, no futuro poderá se tornar uma alternativa ao corticoide para esse tipo de lesão. Mostramos que essa proteína diminuiu marcadores de inflamação como as citocinas, responsáveis por ativar e modular a resposta imunológica. Além disso, houve redução da morte celular e do estresse oxidativo causado pelo dano celular”, disse Carla Patrícia Carlos, primeira autora do artigo. “O interessante é que a galectina-1 teve ação na diminuição dos marcadores pró-inflamatórios e aumento dos anti-inflamatórios”, disse Carla à Agência FAPESP. O trabalho é resultado do pós-doutorado da pesquisadora com Bolsa da FAPESP. O artigo descreve a simulação de situações de isquemia e reperfusão realizadas em ratos e em cultura celular que, quando submetidas previamente à administração de galectina-1, mostraram efeito similar ao do corticoide dexametasona. O medicamento geralmente é utilizado como anti-inflamatório e imunossupressor, podendo apresentar uma série de efeitos adversos, como hiperglicemia e tendência ao diabetes, dependência, vulnerabilidade a infecções e câncer, hipercoagulabilidade sanguínea, entre outros. No estudo, o grupo de pesquisadores simulou uma situação de hipóxia comum em transplantes de órgãos. Isso porque, a despeito de todos os cuidados necessários para o transplante, quando o órgão é retirado do doador e fica fora do organismo imediatamente entra em isquemia – perda do suprimento sanguíneo por redução do fluxo arterial no tecido e falta de oxigenação (hipóxia). Já quando o órgão é implantado no receptor e os vasos sanguíneos são “religados”, ocorre o restabelecimento do fluxo sanguíneo (reperfusão) após um período de isquemia. Esses dois processos – que não ocorrem apenas em situações de transplante – geram danos ao tecido que podem levar à insuficiência renal. A lesão tecidual ocorrida durante os processos de isquemia e reperfusão pode ser muitas vezes irreversível, provocando até a rejeição do órgão transplantado pelo organismo do receptor. “É por isso que o tempo é essencial em um transplante. Quanto mais rápido o órgão chegar ao receptor, menor será o dano por hipóxia e a inflamação será menos grave. Encontrar alternativas que diminuam esta inflamação, como o uso da galectina-1, são extremamente importantes”, disse Carla. Outros órgãos O potencial anti-inflamatório da galectina 1 é objeto de estudo para outras situações patológicas nos demais órgãos. O grupo de pesquisa liderado por Sonia Oliani, professora titular do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp, e com participação de Cristiane Gil, professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também estudou os efeitos da galectina-1 na uveíte, conjuntivite e dermatite. “Esse trabalho foi feito no sentido de proteger danos causados por isquemia e reperfusão nos rins, porém, aparentemente, há uma possibilidade de a proteína ser usada como um anti-inflamatório, seja em outras situações ou em outros órgãos. Estamos trabalhando nesse sentido mais amplo”, disse Oliani, coordenadora do estudo. No trabalho sobre a ação protetora da galectina-1 no sistema renal, a ação da proteína foi comparada à do corticoide. Em testes in vivo, ratos receberam solução intravenosa de galectina-1 30 minutos antes de serem submetidos à isquemia e reperfusão do rim. Nos testes in vitro, a cultura celular de células humanas do rim (células epiteliais do túbulo contorcido proximal) imersa em solução com galectina-1 foi submetida à situação de hipóxia e reoxigenação. “O que vimos no modelo animal foi confirmado na cultura celular. Ocorre diminuição na liberação de fatores inflamatórios, o que aumenta a viabilidade das células. Embora a galectina 1 não proteja totalmente o tecido, não há medicamento que promova proteção total. No entanto, essa proteína melhora alguns aspectos importantes da lesão”, disse Carla. A descoberta de que a galectina-1 protege o rim de inflamações abre caminho para novos estudos. “Nossa pesquisa indica um caminho importante para futuros trabalhos. A ação protetora foi testada, mas podemos investigar sua ação na insuficiência crônica e verificar como o rim reage a longo prazo”, disse Carla. O artigo Pharmacological treatment with galectin-1 protects against renal ischaemia-reperfusion injury (doi: 10.1038/s41598-018-27907-y), de Carla P. Carlos, Analice A. Silva, Cristiane D. Gil e Sonia M. Oliani, pode ser lido em www.nature.com/articles/s41598-018-27907-y.

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Filtro colorido aumenta velocidade de leitura de crianças com dislexia

André Julião/via Agência FAPESP Uma das maiores dificuldades das crianças com dislexia, a leitura, pode ser melhorada com o uso de lentes verdes. Um estudo publicado por brasileiros e franceses mostrou que voluntários de 9 e 10 anos que usaram os filtros na cor verde tiveram um aumento da velocidade de leitura. Em crianças sem dislexia, os filtros não surtiram efeito. Esses filtros coloridos foram patenteados em 1983 e já foram indicados não só para crianças com dislexia como para portadores de autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “No entanto, os estudos feitos sobre sua eficácia tinham deficiências metodológicas. Pela primeira vez foi usada uma metodologia bastante rigorosa”, disse Milena Razuk, primeira autora do artigo, publicado na Research in Developmental Disabilities. A falta de estudos sobre os filtros faz com que eles não sejam muito usados no Brasil, embora alguns países como a França o adotem. Razuk, que concluiu em abril o doutorado na Universidade Cruzeiro do Sul, realizou o experimento durante o período que passou na Université Paris Diderot-Paris 7, em estágio de pesquisa com apoio da FAPESP. Foram selecionadas 18 crianças com dislexia e outras 18 sem a condição, todas atendidas no Hospital Robert Debret, em Paris. Para o experimento, os cientistas escolheram os filtros amarelo e verde. “São 12 cores disponíveis, mas chegamos a essas duas porque seria uma dificuldade muito grande para os voluntários ficarem tanto tempo submetidos ao teste”, disse José Angelo Barela, professor do Instituto de Biociências da Unesp, em Rio Claro, e coordenador do projeto. Melhora na velocidade da leitura As 36 crianças foram postas para ler, em uma tela, trechos de livros infantis indicados para sua faixa etária. Diferentes trechos eram lidos sem filtro, com o amarelo e com o verde. Durante todo o tempo, elas usavam um aparelho apoiado na cabeça que mede os movimentos dos olhos, o Eye Tracker. Trata-se de óculos com duas câmeras que enviam sinais infravermelhos para os olhos e detectam onde o usuário está fixando o olhar e qual o tempo dessa fixação. “A criança com dislexia precisa fixar mais tempo o olhar nas palavras para conseguir compreender o texto, por isso a velocidade de leitura é menor”, disse Barela à Agência FAPESP. Enquanto em crianças sem dislexia não houve mudança na velocidade de leitura com os filtros, o Eye Tracker detectou que crianças com dislexia passaram a fixar trechos de palavras ou de frases por 500 milésimos de segundo usando o filtro verde. Com o amarelo e sem filtro, o tempo era de 600 milésimos de segundo. Ainda assim, o período é superior ao de crianças sem dislexia, cuja fixação é de 400 milésimos de segundo. Os autores do estudo enfatizam que não avaliaram se o filtro verde melhorou a compreensão do que foi lido. Condição pouco conhecida Não se sabe quais as causas da dislexia, que faz com que os portadores tenham uma integração sensório-motora menos acurada. “É como se houvesse algum ruído que atrapalha a comunicação do cérebro com o resto do corpo”, disse Razuk. No entanto, a condição não significa uma deficiência intelectual. “Para o diagnóstico de dislexia, o Q.I. tem de ser normal ou acima da média”, disse. No estudo, os autores apontam que a melhora no tempo de leitura com o filtro verde pode ser por conta de mudanças no estímulo visual disponível para processamento no sistema nervoso central. Outros estudos sugeriram que os filtros reduzem a excitabilidade do córtex cerebral, que pode ser maior nos disléxicos e por isso atrapalharia a leitura. Nessa hipótese, o filtro diminuiria o estímulo visual e, consequentemente, melhoraria a leitura. Essa possibilidade ganhou mais força depois que estudos com ressonância magnética funcional (fMRI), publicados em 2015, mostraram uma ativação significativa do córtex de voluntários durante a leitura com filtros coloridos (nesse caso, azul), comparada com a de outros que não usaram filtro algum. Essas lentes, portanto, diminuiriam o estresse visual e a distorção do texto, aumentando o processamento visual e a performance de leitura. O próximo passo da pesquisa será verificar a atividade cerebral das crianças disléxicas durante a leitura por meio de um aparelho de fMRI, já adquirido por Barela com apoio do CNPq. O artigo Effect of colored filters on reading capabilities in dyslexic children (doi: 10.1016/j.ridd.2018.07.006), de Milena Razuk, Faustine Perrin-Fievez, Christophe Loic Gerard, Hugo Peyre, José Angelo Barela e Maria Pia Bucci está publicado em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0891422218301677.

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