Arquivos Poesia - Página 2 De 2 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Rumo à poesia de Valda Colares

*Paulo Caldas “Rota do Âmbar” – Editora Confraria do Vento - 2018 - livro de estreia de Valda Colares na galeria dos Poetas de Pernambuco, traz no prefácio assinado por Magna Santos, uma espécie de carta náutica que traça com fidelidade a viagem da autora, de velas enfunadas, rumo a poesia. Nessa travessia, ela navega com perícia e durante o curso manobra o leme dos sentimentos. Assim, a cada píer, a cada porto, a bordo, estibordo, bombordo, boreste, oferece mimos de emoções singrados em versos curtidos a suor, vinho e lágrimas, e outros tantos ornados por rimas internas,metáforas bem compostas, símiles criativas. E já no primeiro ancoradouro, de nome “Não espera”, iça as estrofes: “Seus olhos de fome observam o dia que já vai longe, sol a pino na retina, íris dentro da íris, porque ele reflete nela e só ela sabe que o espera, e ele não sabe nada de sua história, mas sabe bebê-la com os olhos”. No porto “Flores de Frida Kahlo”, Valda escreve: “Joguei fora os sonhos junto com as flores de Frida e desde então as cores desistiram, amontoavam-se em sépia até a noite era sépia, a sépia como tu não gostas, sépia a comida que passa disputada”. No píer chamado “Abismo”, onde a palavra não sai, fica presa na garganta, engasgada, estrangulada, a autora clama: “Fecha a cortina, encosta a porta, traz-me a garrafa de água benta de vinho tinto, e o livro com as folhas amassadas, como a saia de cetim que arrancaste de mim, com tua áspera sensualidade”. Nascida maranhense, Valda Colares homenageia Pernambuco, seu porto abraçado, com a sequência: “Sou Pernambuco sedutor, filha bastarda de uma explosão de amor, o tenho forte em mim, em cada ponte, concreto em mim, em cada rio caudaloso em mim, em cada beco estreito em mim, sombrio em mim, cheios de sombras sem fim”. Quase ao fim da rota, ao atracar no “Réquiem Aeternam”, decreta: “Também se morre na alma, quando a espada afiada da palavra crava no peito, e decreta a morte de uma intrépida fantasia”. E arremata: “Também se morre no leito,quando a febre da saudade pega de jeito, e sem anunciar se instala atrevida, aquilo que impende do fruto brotar”.

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A nova cara da poesia oral

Feita da relação entre voz, verso e corpo, a poesia oral ganha ares contemporâneos graças às influências das batalhas de MC’s e das temáticas políticas e sociais comuns ao rap e hip hop. Assim se faz ouvida a palavra marginalizada de mulheres negras, moradores de periferia ou que estão fora dos grandes centros urbanos. O assunto, que virou matéria de capa da edição de maio da revista Continente, publicação da Cepe Editora - Poesia do Corpo, assinada pelas jornalistas Erika Muniz e Lenne Ferreira -, também é mote do evento Encontro, Poesia, Corpo, Protesto. Neste domingo, 20 de maio, das 15h às 18h, na Torre Malakoff, o público poderá conferir, ao vivo e gratuitamente, como são esses desafios poéticos, e o que tem a dizer essa nova geração de jovens declamadores. “Para uma mulher negra, feito eu, fazer poesia é militância. Quantas mulheres negras a gente reconhece como escritoras e poetas?”, questiona, em trecho da matéria da Continente, a poeta Bell Puã, que estará presente no evento, ao lado de Patrícia Naia, Bione, Adelaide Santos, Joy Tamires, Luna Vitrolira, e os poetas Gleison Nascimento, David Henrique, Pierre Tenório e Philippe Wollner. Na programação, exibição de vídeos, música, declamações, performances e rodas de conversa. SERVIÇO Encontro, Poesia, Corpo, Protesto Quando: 20 de maio (domingo), das 15h às 18h Onde: Torre Malakoff Entrada gratuita

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Pernambuco recebe circulação do espetáculo Pólo Marginal

Poesia, música, teatro de rua, passado e atualidade. Reunindo os versos do poeta pernambucano remanescente da geração de 65, Marco Pólo, com as músicas do grupo Ave Sangria, o Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel, dá início, no próximo dia 21 de abril, ao projeto “Pólo Marginal – Opereta de Rua - Circulação Urbana”, incentivado pelo FUNCULTURA/FUNDARPE/Secretaria de Cultura/ Governo de Pernambuco. Trata-se da circulação do espetáculo Pólo Marginal - Opereta de Rua por seis municípios e/ou comunidades da região metropolitana do Recife durante os meses de abril e maio. Serão realizados ensaios abertos e apresentações. Ao final de cada exibição, um debate com o público presente. O primeiro ensaio será no sábado (21), às 17h, na Praça do ABC, bairro da Mustardinha, Recife. O segundo, no dia seguinte (22), também às 17h, em frente à Escola Capitão Luiz Reis, no Alto da Bondade, em Olinda. As apresentações começam no dia 28 de abril, às 19h, na Rua Vespasiano, Alto José do Pinho, Recife. Confira cronograma abaixo. A proposta do grupo é levar a música e poesia marginal pernambucana, por meio da linguagem do Teatro de Rua, para um público com menos acesso aos bens artísticos e culturais. Pólo Marginal – Opereta de Rua – Opereta de rua elaborada a partir da obra poética de Marco Pólo Guimarães - jornalista, poeta e músico, remanescente da geração de 65 - com roteiro e direção de Carlos Salles (In Memoriam) e assistência de direção de Rodrigo Torres. A primeira apresentação do espetáculo aconteceu em 12 de março de 2010 na Praça Maciel Pinheiro, centro do Recife, como parte das ações do aniversário da cidade, com apoio da Prefeitura. Conta a história de um grupo de artistas – poetas - saltimbancos que personificam a figura do pirata e aportam no centro de uma cidade. Eles levam a força da poesia como forma de provocar as pessoas com relação à sensibilidade e a emoção presente em cada delas, ora utilizando versos livres, ora rimados. São poemas fortes e lancinantes que falam das várias facetas do poeta como: solidão, tristeza, fugacidade, o vazio existente em cada um. Por meio destes versos, espetáculo propõe também uma radiografia dos problemas comumente observados nos grandes centros urbanos, tais como a prostituição, a religiosidade do povo, a miséria, a fome, os meninos em situação de rua, ou seja, o homem contemporâneo, suas angústias e seus medos. A trama é reforçada pela música da “Ave Sangria” célebre banda recifense dos anos 70 - pioneira na fusão sonora de ritmos locais com o rock e o blues – que voltou, há aproximadamente três anos, à cena musical e da qual o autor era vocalista e compositor. No elenco: Anderson Porcino, Chico Vieira, Erico Barreto, Franklin Moura, Roberta Lúcia, Rodrigo Torres, Sandro Sant’na e Walgrene Agra. Grupo de Teatro de Rua Loucos e Oprimidos da Maciel – o grupo surgiu em julho de 2007, por meio de um coletivo de artistas frequentadores da Praça Maciel Pinheiro, reduto da boemia do centro do Recife. Em outubro do mesmo ano, estrearam o espetáculo “Do Moço e do Bêbado Luna”, baseado na obra literária e musical do polêmico poeta Erickson Luna, abrindo o 5⁰ Festival de Teatro de Rua do Recife, realização do Movimento de Teatro Popular de Pernambuco - MTP/PE. O objetivo do grupo, que possui três espetáculos autorais, é trabalhar a poesia genuinamente pernambucana com pesquisas, laboratórios e jogos teatrais, buscando uma linguagem própria para o fazer teatral de rua da trupe. Em dezembro do ano passado, em comemoração à década de existência, realizaram o projeto “10 Anos Loucos”, com apresentação do grupo e participação de vários outros artistas de Pernambuco, no Mercado da Boa Vista, Recife. Cronograma - Ensaios Gerais Abertos (Com Intérprete de LIBRAS) • 21/04, Sábado às 17h – Praça do ABC – Mustardinha/Recife; • 22/04, Domingo às 17h – Em Frente a Escola Capitão Luiz Reis - Alto da Bondade/Olinda. Apresentações (Com Interprete de LIBRAS) • 28/04, Sábado às 19h – Em Frente ao Espaço Cultural POESIS, Rua Vespasiano – Alto José do Pinho/Recife; • 29/04, Domingo às 17h – Bairro João Paulo II – Camaragibe; • 03/05, Quinta às 20h – Pátio Externo – SESC/Piedade – Jaboatão dos Guararapes; • 05/05, Sábado às 16h – Quadra da Comunidade do Tururu/Janga – Paulista; • 06/05, Domingo às 16h – Em Frente ao Preto Velho – Alto da Sé – Olinda; • 12/05, Sábado às 20h – Em frente à Igreja Matriz da Boa Vista/Praça Maciel Pinheiro – Recife.

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Olha! Recife Circuito da Poesia acontece neste domingo (18)

Nos sobrados da cidade, pelas ruas e pontes, nos bares e festas populares, a poesia está sempre presente. Recife é uma fonte de grandes poetas, que tornam imortais as emoções que a cidade produz em cada coração. É passeando por pontos turísticos da capital pernambucana que você pode encontrar alguns dos mais importantes poetas da história recifense. O Olha!Recife a pé, deste domingo (18), convida seus participantes a conhecer este roteiro repleto de belos versos e paisagens de nossa cidade. O conjunto de estátuas em tamanho natural homenageia poetas, músicos e escritores que por aqui viveram e estão em locais relacionados com a vida e obra dos artistas. No roteiro, serão visitadas as esculturas de Antônio Maria, Naná Vasconcelos, Chico Science, Joaquim Cardoso, Carlos Pena Filho, Capiba, entre outros. As inscrições abrem na sexta-feira, dia 16, a partir das 9h. O passeio sai no domingo às 09h da Praça do Arsenal. Olha! Recife Um Noite no Museu acontece na próxima terça (20) O Olha! Recife Uma noite no Museu acontece na próxima terça (20), no Cais do Sertão. Atores dão vida às peças e personagens da história, fazendo intervenções artísticas em meio ao museu. Nesta edição, serão homenageadas figuras femininas da literatura e da cultura popular do sertão e do Recife, como Maria Bonita, Clarice Lispector e figuras das músicas como Sebastiana de Jackson do Pandeiro e Mulher Rendeira. As inscrições abrem na sexta, dia 16, a partir das 9h através do www.olharecife.com.br. No dia 20, o passeio sai às 18h, da Praça do Arsenal. (Prefeitura do Recife)

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Exposição de Ianah Maia transforma lembranças de viagem em poesia visual

Depois de um ano viajando por dentro e para fora do Brasil, a artista visual Ianah Maia retorna ao Recife com a exposição "Algumas coisas bonitas que encontrei". Por meio de pinturas, desenhos e fotografia, a ilustradora apresenta encantos de cidades por onde passou, como Salvador, Japaratinga, Aracaju, Petrolina, Arles e Paris. A mostra será aberta ao público no dia 1º de março, às 19h, no ZV Tattoo e Galeria, que fica na Joana D'Arc, no Pina. Sempre relacionando seus trabalhos à natureza, ao feminismo e à cultura negra, Ianah captou com os olhos e com o coração tudo o que se dispôs na sua jornada, transformando em poesia visual, elementos e paisagens que lhe chamaram atenção. "Aparentemente não tem tanta conexão entre elas, mas foram coisas que me despertaram, coisas que encontrei dentro e fora de mim, e agora trago como se fosse uma lembrancinha de viagem", descreve. As obras estarão dispostas em dois formatos: em papel aquarelável ou de fotografia, em tamanho A5, pronto para emoldurar, e também com a versão em papel vegetal, pronto para tatuar. A ideia é que as pessoas possam levar as duas obras consigo, tanto a pintura corporal quanto para decoração de um ambiente, basta agendar a data da tattoo. Os valores serão próximos daqueles praticados apenas para uma tatuagem. Ao montar a exposição nesse formato, Ianah pensa ter encontrado a solução para algumas questões. Passa a atender ao desejo de clientes que gostavam tanto da tattoo que queriam ficar com o desenho - só que dessa vez irão levá-lo em um formato adequado para exibição - e também à sua vontade, de preservar sua expressão artística para além da pele. A proposta surgiu a partir de uma enquete feita por Ianah nas redes sociais. As pessoas deveriam responder o que prefeririam, caso ela sorteasse, gratuitamente, uma tatuagem ou uma pintura, do mesmo tamanho e valor. A resposta foi unânime: tatuagem. "Sinto que quando se fala em pintura, em obra de arte, a galera fica com o pé atrás. Então, esse formato tem muito essa ideia de aproximar o público da linguagem e do consumo de obra de arte", explica. A mostra "Algumas coisas bonitas que encontrei" fica aberta para visitação de 1º de março a 1º de maio, de quarta a sábado, das 14h às 21h. O acesso é livre. Oficina - No dia 07 de abril, Ianah irá oferecer a oficina de Pintura com Terra. Durante a atividade, que será realizada das 14h às 18h, no ZV Tattoo e Galeria, a artista visual ensinará a fazer pigmentos utilizando, principalmente, barro e argila. As vagas são limitadas e as inscrições, que custam R$ 50, podem ser feitas pelo email agendamentozvtattoo@gmail.com. Tattoo e Galeria - Funcionando desde 2011 na Galeria Joana D'Arc, o ZV Tattoo expandiu suas atividades e a partir de outubro de 2017 passou a abrir espaço também para exposições, cursos e residências, a fim de estimular a troca de experiências entre as variadas formas de manifestação da imagem, envolvendo artistas locais, nacionais e internacionais. O espaço funciona ainda como um coworking para tatuadores. Serviço: "Algumas coisas bonitas que encontrei" - Exposição de Ianah Maia Data: 1º de março de 2018, quinta -feira Hora: 19h Local: ZV Tattoo e Galeria - Galeria Joana D'Arc (Av. Herculano Bandeira, 513 - Pina) Visitação da galeria: quarta a sábado, das 14h às 21h

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Chuva de Poesia da Igreja da Sé homenageia mulheres poetas pelo mundo

A tradicional Chuva de Poesia, um dos eventos mais festejados pelo público do MIMO Festival, fará este ano um tributo às grandes poetas, a partir da divulgação de obras de escritoras de diferentes épocas, estilos, vivências e nacionalidades. Em Olinda, serão atirados vinte e oito mil tiras de papéis coloridos com poemas do alto da Igreja da Sé. O evento acontecerá no dia 18 de novembro (sábado), às 18h. O público terá ao seu alcance nesta edição poemas das brasileiras Ana Cristina Cesar, Cecilia Meireles, Hilda Hilst e Maria do Carmo Ferreira; da portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, da russa Marina Tsvietáieva, da norte-ameri cana Emily Dickinson, da grega Safo, da indiana Madeviaca, além dos haikais de Chiyo-ni e Sono-jo, do Japão, e da Instapoet indiana radicada no Canadá Rupi Kaur. Idealizado pelo poeta, artista gráfico e editor mineiro Guilherme Mansur, o evento ocupa desde 1993 as torres das igrejas de Ouro Preto e foi incorporado à programação do MIMO Festival. SERVIÇO: O que: Chuva de Poesia MIMO Festival 2017 Quando: 18 de novembro | 18h Onde: Igreja da Sé Quanto: Gratuito

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A II Festa Literária do Paulista abre sua programação com Frevo e poesia

A II Festa Literária do Paulista abre sua programação com muito Frevo. A Orquestra do Maestro Leonildo, ao todo composta por 27 músicos e fundada no município do Paulista, leva a ardência do ritmo pernambucano à primeira noite (12/setembro) da FLIPA. O evento vai até o dia 17 desse mês e acontece no Paulista North Way Shopping. O cantor Eli Vieira também chega para abrilhantar o espetáculo junto à Orquestra, que além do frevo vai apresentar outros ritmos populares que compõem seu repertório. A cerimônia de abertura, que ainda vai contar com poesias de Edgar Diniz, começa às 19h, já a festa como um todo, no entanto, funciona a partir das 9h com palestras e oficinas distribuídas ao longo do dia. A Frevo e Poesia na abertura da II Festa Literária do Paulista (FLIPA) entrada é gratuita. Um pouco sobre a FLIPA Pela segunda vez, depois de cinco anos, a maior Festa Literária está de volta à região. Ela volta encorpada e cheia de novidades, para se ter uma ideia a Flipa está ocupando uma área de, aproximadamente, 1.500 m², espaço equivalente a uma das grandes lojas âncoras do Paulista North Way Shopping, local que acolhe essea contecimento literário. Editoras, colégios particulares, escolas das redes de ensino municipal e estadual, entidades educacionais, faculdades e toda a população do município participam dessa ode à cultura. Desde o início do semestre que os organizadores vêm trabalhando arduamente. Em julho, durante coletiva de imprensa, o tema foi anunciado: Brasil-Resiliência. A temática tem tudo a ver com o momento, significa vencer os obstáculos e voltar ao estado de origem – e todos sabem que criar uma manifestação cultural em meio à crise econômica que o país se encontra, por si só já é uma vitória. A homenageada também foi anunciada durante a coletiva, mais conhecida por Dona Lilá, a escritora Leocádia Maia recebe as honrarias in memoriam. A diretora da Flipa, Patrícia Guedes, destaca que Dona Lilá, além de trazer a marca poética do município, é um exemplo de que sempre é tempo de começar. “Conheci dona Lilá na primeira edição da Flipa em 2012 e fiquei encantada com a sua suavidade, doçura e história. Ficava pensando; como aquela pessoinha que parecia tão frágil, na verdade era um grande exemplo de mulher, mãe e uma talentosa escritora. Começar a escrever aos 80 anos foi consequência da boa leitora que era. Então, quando a escritora Ângela Paiva sugeriu a próxima homenagem nem pensei duas vezes”, pontua Patrícia. Outra figura que ganha destaque, também em memória, é o escritor Gilvan Lemos. Ele é considerado pela crítica especializada como um dos grandes nomes da prosa pernambucana, e, consequentemente, da brasileira. Importantes críticos, como o professor da UFPE, Lourival Holanda, e escritores do porte de Raimundo Carrero, Pedro Américo e Luzilá Gonçalves debatem sobre o autor de São Bento do Una no espaço que leva o nome “Gilvan Lemos”. Outra autoridade na obra gilvaniana e que também participa dos debates é o desembargador Nivaldo Mulatinho, que se dizia irmão de alma do autor.O cinema marca presença com a exibição do documentário Gilvan Lemos. Produzidos pela jornalista Cida Pedrosa e a produtora cultural Mariane Bigio. Escritores que também participam da festa literária: Lívia Valença, Josué Limeira, Elizabeth Brandt, Isabel Maia, GabiLayme, Fábio Paiva, Amaro Poeta, Thiago Corrêa, Nivaldo Mulatinho, Ângela Paiva, José Vilarim, Ágatha Félix, Edgar Diniz, Fabiana Guimarães entre outros. A programação da Flipa é dividida no auditório da Faculdade Joaquim Nabuco, anexo ao shopping, onde acontecem palestras e capacitações; num charmoso Café Literário que além de servir saborosas comidas, é cenário para lançamento de livros, saraus poéticos, pockts shows - clássicas, jazz e MPB - mesas de debates e bate papo com autores; na Pracinha do Coreto, poetas, cordelistas, violeiros, musicistas e apresentações culturais acontecem num clima de cidade de interior; já o Palco de Eventos traz shows, apresentações culturais, bandas, teatro, contação de histórias e muitas outras atrações. A Flipalança para o mercado pop, uma programação com concurso de k-pop, desfile de cosplayers, uma área só pra HQ e uma disputa de players com times importantes dos jogos eletrônicos do país, além da gastronomia, futebol e até assombrações! Um pouco sobre o Maestro Leonildo No total, 27 músicos formam a orquestra do maestro, orquestra esta fundada no município do Paulista. O ano de 2017 foi bem especial para todos eles: no dia 09 de fevereiro comemoraram dez anos de arte, de luta e de resistência em prol da cultura de Pernambuco. Uma data bem especial, já que no dia 09 também se celebra o dia do frevo (110 anos), Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Na trajetória do Maestro, estradas se cruzam. Uma década de viagem levando a música pernambucana para cidades litorâneas e para as regiões em que a água pouco aparece. Mas se engana quem pensa que a orquestra só executa frevo! No repertório também estão inclusos ciranda, maracatu, caboclinho e até baião. Segundo o Maestro, os ritmos são referências da sua educação musical. “Eu tinha 16 anos quando comecei a aprender música. Foi na Escola Estadual Cônego Jonas Taurino, em Olinda, em 1978. Fui aluno de Ademir Araújo, José Amaro, José Caetano e Geraldo Santos. Iniciei com o trombone”, pontua Leonildo. Orgulho da cidade, o maestro é membro fundador da Academia de Letras e Artes do Paulista (ALAP) e, em 2008, recebeu a Comenda Padre João Ribeiro, a mais alta condecoração do município. Um reconhecimento por suas ações e contribuições no âmbito artístico-social-cultural. Ordem da abertura / Auditório Joaquim Nabuco 19h às 20h30- Abertura da FLIPA Palestra de abertura Cerimonial Patrícia Guedes – Presidente da Flipa Maestro Leonildo e Orquestra – espetáculo de abertura Selma Ratis – Presidente da ALAP Lívia Valença – Presidente do Instituto Lívio Valença – ILV Glaydson Santiago – Gestor de Educação – GRE Metronorte Edgar Diniz - Poeta Luciano Meira – Fala sobre“O futuro do livro é digital?” Maestro Leonildo e Orquestra + Eli Vieira – encerramento OBS. Em anexo está a programação completa do evento. SERVIÇO: II

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marcelino freire

Meus textos são gritos

Escritor sertanejo, radicado em São Paulo, Marcelino Freire é dono de um texto forte e enxuto, que tem sido reverenciado pelo público e crítica. Em 2006 ganhou o Prêmio Jabuti com Contos Negreiros. Na entrevista concedida a Cláudia Santos e Rafael Dantas, regada a risos e reflexões, ele fala sobre sua trajetória e critica a glamourização da literatura. Como foi sua infância no Sertão? Sou de Sertânia. Tem 26 anos que moro em São Paulo. Recentemente comecei a pensar de novo na saída da minha família do Sertão de Pernambuco para ir morar em Paulo Afonso, na Bahia. Quase me torno cidadão baiano. Quando eu tinha 8 anos de idade a família veio para o Recife. Minha mãe teve 14 gestações. Dessas, 9 vingaram e eu sou o caçula. Essas mudanças foram motivadas por trabalho? Foi a procura por melhores condições. Agora vocês viram que Sertânia foi manchete nacional, em função da Transposição do Rio São Francisco. Estou agora com 50 anos. Eu estaria esperando água até agora se estivesse na cidade, estaria pulando e fazendo festa naquele lago artificial como meus conterrâneos estão fazendo agora. (risos). Curiosamente, apesar de ter saído muito jovem, Sertânia não saiu de mim. Indiretamente eu peguei essa herança de meu pai. Ele tinha muito receio de que a gente, chegando no Recife, disesse que era do Recife. Acontece muito isso, quando você chega na capital, vindo do interior, você não é de Sertânia, de Cabrobó, você é já do Recife. Eu cheguei com 8 anos e fiquei até os 24. Fiz faculdade na Unicap, não terminei o curso de letras. Depois tive esse chamamento para São Paulo, deixei faculdade, deixei tudo. Lá todo mundo me perguntava de onde eu era, porque eu falava diferente. E eu afirmava com todas as letras: Sou de Ser-tâ-nia. Levei essa herança para São Paulo e estou lá até hoje. Como a literatura entrou na sua vida? Dessa necessidade de ler, de aprender logo. De ganhar uma profissão. Minha mãe insistia que a gente estudasse. Então muito novinho, uns 7 anos, eu já lia. Em um momento, com uns 8 ou 9 anos de idade, a poesia de Manuel Bandeira atravessou o meu caminho. Uma poesia que eu vi em uma gramática de um irmão mais velho. A poesia se chamava “O Bicho”. A partir dessa leitura eu quis ser aquele poeta. Eu gostei daquilo que ele falou para mim. Eu não sabia que existia um homem catando comida na minha rua. Eu via, mas não enxergava. Eu pensei: se ele diz uma coisa que eu não sei, ele deve ter outras coisas que eu não sei para me dizer. Fui atrás do livro do Manuel Bandeira, de outras poesias dele, numa casa que ninguém lia. Não havia biblioteca, daí uma professora sabendo desse meu encantamento, me deu uma antologia do Manuel Bandeira. Eu quis ser poeta a partir dessa contaminação que Manuel Bandeira exerceu em mim. Aí fui atrás de outras poesias e fiquei um menino melancólico. Um menino que achava que iria morrer tuberculoso. Manuel Bandeira tinha tuberculose, fui descobrir outros poetas com a mesma doença, Castro Alves, Augusto dos Anjos. Eu achava que iria morrer cedo. Eu tinha muita melancolia. Nunca fui de exercitar os músculos do corpo. Nunca fui bom de futebol ou de educação física. Eu era bom de escrever e ler poesia. Eu exercitava os músculos da alma. Qual foi a reação de sua mãe ao saber que você queria ser poeta? Nunca vi uma mãe criar um filho e querer que seja poeta quando crescer, mas dessas profissões que você sabe as funções que ela tem. Você sabe para que serve um médico, um engenheiro. Mas para que serve um poeta? Agora, curiosamente, o primeiro lugar que fui respeitado como escritor foi na minha casa, porque eu não era bom para exercitar esses músculos cotidianos. Levantar uma pedra, carregar um balde, fazer uma feira. Era péssimo. Agora me colocasse para escrever! Eu escrevia as cartas da casa. Lia as bulas de remédio da família inteira. Lia a Bíblia para minha mãe. Aí ela dizia: não mande Marcelino fazer isso, mande ele escrever. Eita menino que escreve bonito!. Porque o grande momento meu da criação era quando ela mandava eu escrever as cartas para as comadres dela. Eu escrevia aquelas cartas muito bonitas a partir do que ela noticiava para mim. Eu enfeitava e no final eu lia. E ela se emocionava. Na leitura da Bíblia, lembro que eu inventava milagres. Ela estava acompanhando a leitura, aí ela dizia: Jesus fez isso? Eu dizia: fez. (risos)! Nunca tive muita disposição para as coisas práticas, mas eu lia bastante. Lendo romances, contos, poesias, fui percebendo o poder da leitura. Ora, eu operava milagres (risos)! Eu emocionava pessoas escrevendo uma carta. Eu lia as bulas de remédio da família inteira. Se eu lesse uma bula errada eu matava todo mundo. Desconfie daquele que você julga o mais fraco da casa. (risos). Como foi participar das oficinas de Raimundo Carrero? A partir da leitura de Bandeira comecei a escrever poesia, participando de grupos de poesia já aqui no Recife. Participei de um grupo chamado Poetas Humanos. Paralelo a isso eu trabalhava em um banco. Fui office boy, escriturário e revisor de textos, no finado Banorte. Estava muito cansado do banco, eu ia ser chefe de seção. Quando me vi chefe de seção, eu disse: vou fechar a bodega, minha trajetória não vai por aí não. Cheguei em casa dizendo que fiz um acordo lá e deixei o trabalho. Meus pais disseram: meu filho, o que você vai fazer? Eu disse: vou dar o dinheiro da indenização para vocês e vou passar um tempo conhecendo os escritores dessa cidade. Olha que coisa, no final dos anos 80, deixei o banco numa semana, na outra eu vi um anúncio no jornal dizendo que o Carrero, que eu conhecia de livros, estava criando a primeira turma de criação literária no Recife. Eu disse: é isso! Me escrevi. Acontecia

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5 poetas para conhecer a literatura pernambucana (dicas de Cícero Belmar)

Pernambuco tem uma vasta história na literatura poética. Mas o Estado não tem apenas grandes poetas do passado. Cícero Belmar, jornalista e membro da Academia de Letras de Pernambuco (APL), indica para os amantes da literatura 5 poetas contemporâneos para conhecer mais sobre versos e composições pernambucanas. Confira abaixo as indicações: Cida Pedrosa Sertaneja e atual secretária da Mulher da Cidade do Recife, a poetisa Cida Pedrosa lançou recentemente nova releitura do livro As Filhas de Lilith (poemas). A publicação já foi citada como uma declaração de amor às mulheres, mais do que simplesmente um livro de denúncias. Ela lançou o seu primeiro livro em 1982 (Restos do Fim) e coordenou na década de 80 o Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco. Ela tem 7 livros publicados e participações em antologias pelo País e pelo exterior, com discurso feminista e libertário. José Mário Rodrigues Belmar indica também o poeta, jornalista e advogado José Mário Rodrigues. Nascido em Flores, ele é autor do livro "Os Motivos da Eterna Brevidade" e membro da Academia Pernambucana de Letras desde 2014. Na lista de obras do autor estão também: A estação dos ventos (1973); Os motivos (1975); Declaração da eterna brevidade (1979); Para exorcizar a ilusão (1979); Respiração do absoluto ou Ar da solidão (1983); O eterno de todo dia (1987);Trem de nuvens (1997); As rédeas da solidão (1993); Alicerces de ventania (2003). Marco Polo Guimarães Autor do livro "Autopsia do Bípede" (editado pela Confraria do Vento), Marco Polo Guimarães tem um caminho bem diversificado. Músico,integrou a banda Ave Sangria na década de 70. Foi jornalista do Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio e revista Continente, entre outros veículos. Tem uma produção literária vasta. Além da poesia, ele envereda também pela crônica em algumas de suas obras. Raimundo de Moraes Belmar destaca que Raimundo de Moraes é o único poeta pernambucano vivo a usar heterônimos (quando não é criado apenas um nome fictício, mas uma nova personalidade para o próprio escritor). Entre as produções do escritor, Belmar destaca o livro Tríade, quando ele uma paródia de três 3 mulheres do sabonete araxá, de Manuel Bandeira. Gerusa Leal Da obra da recifense, Gerusa Leal, Belmar destaca o livro "Versilencios". Com essa obra ela venceu o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007 da Academia Pernambucana de Letras. Ela tem poemas e contos publicados ainda nas coletâneas Contos de Oficina, organizadas pelo escritor Raimundo Carrero. Entre os prêmios da carreira da poetisa estão nos concursos da Fliporto (com o poema Momento) e do Prêmio Maximiano Campos com Os brincos prateados.

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