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Lia Glaz: "O professor começou a encarar a tecnologia como aliada"

*Por Rafael Dantas Os novos desafios postos diante dos professores durante a pandemia foram o tema da edição 175.2 da Revista Algomais, publicada na semana passada. Uma das pesquisas que apresentou os principais problemas enfrentados e observados pelos docentes, que citamos na reportagem, foi desenvolvida pelo Instituto Península, uma organização social fundada pela família Abilio Diniz em 2010, que tem como foco a melhoria da qualidade da educação brasileira. Conversamos com Lia Glaz, gerente de projetos do Instituto Península, sobre os principais resultados desse estudo e sobre as possíveis soluções para os atuais dilemas do trabalho desenvolvido pelas escolas. Confira abaixo! Quais as principais dificuldades que têm levado os professores a aumentarem seu estado de ansiedade e de cansaço? A maior preocupação dos professores nesta quarentena (75%) é em relação à saúde emocional dos alunos, à frente até mesmo da sua própria saúde mental (54%). Na fase anterior a maior preocupação deles era em relação a saúde de seus familiares. Outro fator que preocupa os docentes é o retorno às escolas (Em uma escala de 0 a 5, na qual 0 indicava “nada confortável” e 5 “muito confortável” com o retorno ao ensino presencial, a média dos respondentes foi de 1,07) e o principal motivo, para 86%, é o receio de contaminação e de implementação dos protocolos sanitários. . . Quais os caminhos ou soluções para resolver essas questões? É necessário apoiar e acolher o professor, além de manter uma comunicação frequente e transparente acerca do retorno, dando visibilidade à adequação das escolas e treinamento para a implementação dos protocolos. A perspectiva sanitária, no entanto, não é suficiente. Como a retomada das aulas presenciais é algo que preocupa os docentes, o IP elaborou um documento de apoio à ação de Secretarias de Educação e unidades escolares na retomada das aulas, dentro de uma perspectiva integral de Educação e inspirados na Política de Humanização do SUS. A partir das informações levantadas com os dados dos questionários é possível pensar em um plano de ação que seja sensível às necessidades dos educadores de cada escola e dar início a rodas de acolhimento, um convite para compartilhar acontecimentos e sentimentos marcantes na vivência de cada um durante a pandemia. O passo seguinte é definir espaços individuais de escuta, ambientes de pensamento, duplas de suporte, realização de rituais e criação de grupos restaurativos. Muitos dos professores afirmam ser necessário ter conhecimento de novas ferramentas para fazer uma aula online, não basta transpor o conteúdo de uma aula presencial para a internet. Como ter essa competência? Os educadores se fazem ainda mais relevantes em um cenário de dados e informações em abundância, atuando como verdadeiros mediadores de conhecimento durante a aprendizagem. Por isso, são fundamentais políticas públicas voltadas à formação e capacitação dos docentes para os novos desafios. O interessante é que em abril e maio, na segunda fase da pesquisa, 83% dos professores afirmaram que não estavam preparados para o ensino virtual. Após a prática ter sido imposta pela pandemia, agora esse percentual é de 49% afirmando que a falta de formação é um desafio para ensinar remotamente. Como consequência, 94% dos professores indicaram que agora enxergam a tecnologia como muito ou completamente importante no processo de aprendizagem dos alunos. Antes, apenas 57% tinham essa percepção. . . A apatia dos alunos é outro fator que acaba por desmotivar também os professores. Quais os caminhos para transpor essa apatia? Realmente, constatamos que 64% dos professores relataram dificuldade para manter o engajamento de seus alunos e 41% deles teve a percepção de que poucos deles aprenderam o esperado nas atividades avaliativas. Um caminho para transpor essa questão é colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem, buscando formas de personalizar o ensino, tendo a percepção da necessidade de cada aluno. Nesse quesito, alguns dos legados da pandemia levantados pelos professores foram a importância de estratégias pedagógicas com recursos de acessibilidade e estratégias de reforço/recuperação para alunos com dificuldade de aprendizagem. . . Com o retorno das aulas presenciais de forma gradual, há uma perspectiva de que o ensino híbrido se torne uma realidade no Brasil. Que novos desafios são colocados para os docentes em um cenário de convivência da educação presencial e remota? A terceira etapa da pesquisa mostrou que o próprio professor começou a encarar a tecnologia como uma aliada, sendo que ela é capaz de ampliar sua capacidade de ensino. Além disso, precisamos considerar os recursos educacionais digitais como parte essencial do processo educacional. Um grande desafio enfrentado pelos professores hoje, nessa situação de ensino remoto, é a barreira da conectividade, nem todos seus alunos possuem, internet ou um computador. Precisamos democratizar esse acesso para podermos realmente avançar na questão do ensino híbrido. *Rafael Dantas é repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)       . LEIA TAMBÉM Patrícia Smith: “O cenário aponta para uma perspectiva híbrida: ensino presencial e remoto” Live Algomais discute se é hora de voltar às aulas   Educação que Transforma  

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Professores também querem aprender

As novas tecnologias digitais mudaram a maneira como os estudantes adquirem informações e, por consequência, estão pressionando uma transformação da escola. O acesso a conteúdos do mundo inteiro ao alcance de poucos cliques empoderou os alunos. Aulas em vídeos, textos e infográficos de diversos autores além de jogos educativos são atualmente alguns dos caminhos mais dinâmicos e lúdicos trilhados pelas crianças e adolescentes no processo de aprendizado. Um cenário que desafia o professor a assumir um novo papel, não mais de transmitir os assuntos. O educador do Século 21 está se transformando em um curador na sala, um profissional que orienta a construção do conhecimento. Além disso, é incitado a ter um trabalho mais dinâmico na condução das aulas. O protagonismo do aluno na sua própria formação, um dos temas mais recorrentes dos últimos anos na discussão sobre a aprendizagem, suscitou uma nova atitude também dos docentes. “Uma das demandas que estamos enfrentando é a necessidade de um protagonismo do professor”, aponta Patrícia Smith, professora do Departamento de Métodos e Técnicas da UFPE e doutora em Educação pela University Of Newcastle Upon Tyne. Para Patrícia, as dificuldades do professor para alcançar o engajamento dos estudantes são diversas. Currículo denso, pressão do tempo e da aprovação dos exames de acesso à universidade e a própria estrutura física das escolas são barreiras. Entraves também identificados pelos alunos, que os levam a perder o interesse pelo espaço de aprendizagem formal, que é a aula. “Nos últimos anos temos uma escola desinteressante para os estudantes. Mas eles são sociáveis na sua vida, são protagonistas no seu meio e alguns deles são até líderes. Mas quando chegam na sala não decidem nada. Todo mundo diz a eles o que devem fazer”, exemplifica Smith, apontando uma das raízes da desmotivação dos jovens nas instituições de ensino. No workshop Algomais Educação 2018, realizado em setembro, alunos de 10 escolas públicas e privadas do Recife e de Olinda falaram sobre o que consideram positivo e negativo no aprendizado. O estudante Cassiano de Oliveira, da Escola Municipal Vila Sésamo, aponta que uma boa aula é aquela em que o professor consegue a atenção dos alunos sem ser rigoroso. “Na nossa escola já aprendemos usando música. Também fizemos um trabalho sobre fotografia, produzindo imagens sobre o que nos representa e o que não nos representa. Algumas dessas experiências são únicas, em que conseguimos aprender até brincando. Precisamos de mais aulas dinâmicas”, deseja. Outra demanda quase que unânime dos estudantes é por práticas pedagógicas que apresentem o conhecimento aplicado. As teorias e aprofundamentos de conteúdo descontextualizados são apontados como fatores que reduzem o interesse na escola. “Vejo que a maior dificuldade é pôr em prática o conhecimento. Sempre me pergunto: como vou usar isso na minha vida? Acho que todos já fizeram esse questionamento como aluno”, disse Ana Camila Nogueira, aluna do Colégio Madre de Deus. A dificuldade em aplicar o tempo necessário para promover a aprendizagem é outro desafio apontado pelo estudante Johnny Hsu, do Colégio Marista São Luiz. “Existe a necessidade de termos mais qualidade na didática. Mas outro problema é a duração das aulas. Como promover uma abordagem mais dinâmica em uma aula de 45 minutos? O pensamento fica inconcluso e já passamos para a aula seguinte”. Além das dificuldades e anseios apontados pelos estudantes, o docente atravessa atualmente um novo momento dentro das escolas. Ao mesmo tempo em que é cobrado para ser o protagonista da organização de uma aula mais atrativa, ele passa a ter um papel de curador. Um profissional que indica as fontes de estudo de qualidade, estimula a pesquisa e contribui para que o estudante alcance maior autonomia na sua formação. Um orientador do processo de aprendizado dos alunos, perfil que há pouco tempo era mais comum apenas no ensino superior. O sociólogo francês Edgar Morin, no projeto Fronteiras do Pensamento, definiu por meio de uma ilustração, o novo papel do docente. “Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um estudante, que vai buscar uma resposta na internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado. É preciso desenvolver o senso crítico". Para Rogério Cavalcanti, professor de geografia do Colégio Fazer Crescer, o grande desafio da docência é justamente aguçar a curiosidade dos alunos e estimulá-los a pensar na aplicação dos conteúdos. “Educação não é um banco de conhecimento. Paulo Freire defendia que é preciso colocar uma fagulha, de alguma forma acender a curiosidade dos estudantes”. Rogério faz uso de práticas pedagógicas que privilegiam o diálogo para estimular o interesse dos alunos pela aprendizagem. Ele trabalha com as redes sociais e as novas tecnologias que são usadas pelos alunos e promove momentos de reflexão aplicada sobre os assuntos de aula. “Uma das atividades é fazer com que os estudantes se imaginem como gestores públicos que precisam resolver ou minimizar um problema real de um bairro ou de uma cidade. Assim discutimos em sala conteúdos como urbanização e formação econômica do Brasil. Os conhecimentos são socializados e apontam para uma aplicabilidade”, afirma. Para produzir aulas mais dinâmicas e assumir esse papel de curadoria, o grande problema, mencionado por especialistas e reconhecido pelos professores, é que a formação docente nas universidades não os capacitou com as competências exigidas por esse novo aluno e por essa nova escola. “Sentimos falta de oficinas mais práticas para exercer o nosso trabalho. Na universidade tínhamos muitas discussões acadêmicas, que são importantes, mas que não nos habilitaram a exercer nosso trabalho no dia a dia, da própria prática na sala de aula”, aponta o professor Jefferson Góes, do Colégio Equipe. Segundo pesquisa da ONG Todos pela Educação e do Itaú Social, realizada pelo Ibope Inteligência neste ano, “71% dos professores estão insatisfeitos com sua formação inicial. Para eles, faltaram conhecimentos sobre gestão de sala de aula (22%) e fundamentos e métodos de alfabetização (29%). Ou seja, a prática da profissão”. Para reduzir as dificuldades da formação

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IFPE abre seleção para professor substituto

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) abriu processo seletivo para contratação de professor substituto para as disciplinas de Língua Portuguesa e Língua Espanhola. As vagas são para o Campus Cabo de Santo Agostinho e as inscrições podem ser feitas presencialmente no período de 12 a 16 de abril. Para se candidatar, é preciso ter o curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Língua Espanhola. Para efetuar a inscrição, é preciso pagar a taxa no valor de R$ 55 (via Guia de Recolhimento da União), em qualquer agência do Banco do Brasil, entregar a documentação prevista no edital. Os candidatos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico – e forem membros de família de baixa renda, poderão solicitar isenção da taxa de inscrição através de requerimento protocolado no próprio Campus. A seleção será por meio da análise de títulos. A remuneração pode variar de R$ 3.121,76 a R$ 5.732,14 (com gratificação por doutorado) para uma carga-horária de 40 horas. O resultado preliminar será divulgado O Campus Cabo de Santo Agostinho funciona no prédio da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas do Cabo de Santo Agostinho (FACHUCA), na Rua Sebastião Joventino , S/N – Destilaria – Cabo de Santo Agostinho-PE, CEP 54.510-110. O edital está disponível no site ifpe.edu.br

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Aberta seleção para Professor Executor EAD do Ser Educacional

Está aberto o processo seletivo destinado à contratação de professor executor para os cursos de Graduação das áreas de Saúde, Exatas e Humanas, na modalidade de ensino distância - EAD - do grupo Ser Educacional. Os interessados devem realizar a inscrição até o próximo dia 8 de dezembro, através do e-mail indicado no edital, de acordo com a vaga que deseja concorrer. Ao total estão disponíveis mais de 150 vagas, além do preenchimento do cadastro de reserva. Para participar da seleção o candidato deve ter título de Doutor ou Mestre e disponibilidade para as atividades docentes presenciais no Edifício Trianon, sede dos cursos EAD. Ainda é pré-requisito o Curriculum lattes atualizado e comprovado, contendo a relação dos títulos acadêmicos e de experiência profissional, de também de atividades de magistério superior e realizações científicas, técnicas, culturais, humanísticas ou artísticas; assim como ter Pós-graduação específica na área da disciplina. A seleção ainda será composta por prova escrita sobre tema relevante e pertinente ao assunto da disciplina. Esta etapa é classificatória para a realização de uma avaliação didático-pedagógica que constará de uma web-conferência com duração de 20 minutos, para avaliação o candidato, que terá prévio conhecimento sobre o tema a ser desenvolvido. O processo seletivo será realizado presencialmente, entre os dias 13 e 15 de dezembro, no Trianon. A seleção será organizada pela Direção EAD e acompanhada também pela Gerência Acadêmica do Ser Educacional e pela Coordenação do Curso responsável por cada disciplina com vaga disponível. Uma Comissão de Avaliação Docente será responsável pelo julgamento e classificação dos candidatos. Confira o edital completo - http://sereduc.com/uNdB9P - composto por -mails para envio do Currículo Lattes, disciplinas com vagas disponíveis e outras informações sobre o processo de seleção de professores executores EAD. O Edifício está localizado na Av. Guararapes, 283, Santo Antônio.

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