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“O dinheiro público acabou”, analisa Gustavo Franco

A política econômica do País está na direção correta, mas sem a intensidade necessária. Essa é a avaliação do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, que esteve no Recife a convite da Finacap e Guide Investimentos para falar sobre Perspectivas econômicas e reformas em um novo ambiente político. No evento, que teve o apoio da Revista Algomais, o economista falou sobre o Governo Bolsonaro, discorreu sobre a necessidade da injeção de mais recursos privados nos investimentos e respondeu a várias perguntas dos participantes sobre a lenta recuperação da crise que se instalou no País. Como explicar a tímida recuperação da economia mesmo após a aprovação de reformas apontadas pelos economistas como necessárias para a retomada? Para responder a esse questionamento da plateia, Franco falou sobre confiança empresarial e comparou o atual momento político do País com aquele vivido por ele quando era presidente do Banco Central, no governo de Fernando Henrique Cardoso. “O dilema da confiança é o que explica o fato da agenda econômica ser correta, mas pouco eficaz. De alguma maneira não estamos acreditando que vamos levar essas coisas às suas últimas consequências. Talvez a resposta não esteja na economia”, ponderou. De acordo com as últimas estimativas do Ministério da Economia, o PIB de 2019 deve ter um crescimento na ordem de 0,8%. Enquanto isso, o desemprego gira em torno de 12% no Brasil. O economista avalia que o Governo Federal tem feito entregas razoáveis no campo econômico (em referência à aprovação de leis como a da Liberdade Econômica e a Reforma da Previdência). Mas a confiança do mercado não acontece devido à agenda econômica neoliberal não partir do patrocínio do presidente. E para explicar essa conjuntura, recorreu a uma analogia inusitada: “Vemos um casamento de conveniência entre Jair Bolsonaro e o liberalismo econômico. Como todo casamento por conveniência, não é orientado por amor sincero, mas por entregas. Elas têm sido razoáveis, mas não estão sendo o ideal para contemplar a agenda econômica de modernização do Brasil. O presidente não tinha essa pauta como sua, mas ela veio pela via matrimonial. Não está no sangue dele e isso faz com que ela seja conduzida num tom ligeiramente abaixo do ideal”, ilustrou. A situação, na análise de Franco, é diferente daquela dos anos 90, em que FHC (1994-2002) implantou no País uma agenda neoliberal. “Fiz parte de um time muito unido pelo imperativo econômico, que não é o que temos hoje. Não foi o imperativo econômico que elegeu o atual presidente e estruturou a sua agenda”, comparou. Na palestra, uma das críticas do ex-presidente do BC foi para o atual programa de privatizações. Apesar de Paulo Guedes ter afirmado em entrevista ao Valor Econômico do seu interesse em passar para a iniciativa privada todas as estatais brasileiras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobras são algumas das empresas que permanecerão sob comando do Governo Federal, segundo o secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, Salim Mattar. O tema ainda conta com a oposição da população. Segundo recente pesquisa da Datafolha, dois em cada três brasileiros (67%) são contrários às privatizações e uma parcela de apenas 25% é a favor da venda. A próxima pauta econômica de Guedes, a reforma tributária, é vista como necessária pelo economista. No entanto, ele avalia que o texto que será aprovado deverá ter um caráter moderado. “Não será a reforma tributária dos sonhos. Há um consenso para a simplificação dos impostos indiretos. Mas essa é a reforma que deveríamos ter feito há 20 anos. Será bem-vinda, é claro. Mas, a segunda, que busca eficiência e equidade, não será feita”, prospecta Gustavo Franco. “Infelizmente as ambições reformistas atuais não são tão grandes, são modestas. Mas tudo o que se conseguir de reforma tributária será bom para o País. Não dá para se queixar de ter sido moderada. Vamos fazê-la para fazer depois uma segunda temporada”, afirmou. INICIATIVA PRIVADA Outro fator que tem atrapalhado a retomada do País é a baixa taxa de investimento privado. Sobre os recursos governamentais que sustentaram o crescimento econômico na última década, o especialista foi taxativo: “o dinheiro público acabou”. Franco criticou, inclusive, os cálculos dos governos estaduais que tentam exibir relatórios positivos de investimentos. “O Estado brasileiro faliu nos três níveis. Alguns Estados chegam a comprometer 80% da sua arrecadação com a folha de pagamento. Ainda acham que vão investir? Não têm a menor chance”, sentenciou. Para ele, o novo ciclo econômico do Brasil precisa passar necessariamente por mais recursos privados do que públicos. “O investimento privado tem que aumentar. O investimento público, no seu conjunto, já foi 7% do PIB na época do milagre econômico e, agora, está abaixo de 0,5% do PIB. O Estado está inchado e doente. Um relatório recente do TCU indicou que das 40 mil obras em andamento no Brasil, 37% estão paradas. Isso indica a incapacidade de execução no setor público”, concluiu.

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Gustavo Franco palestra no Recife sobre as reformas e perspectivas econômicas

O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, fará palestra no Recife no dia 1º de outubro no JCPM Trade Center. O evento, promovido pela Finacap Investimentos e pela Guide Investimentos, terá como tema "Perspectivas econômicas e reformas em um novo ambiente político". O encontro, que tem apoio da Algomais, contará ainda com a participação de Evandro Buccini, economista-chefe da Rio Bravo Investimentos. Mais informações sobre o evento pelo telefone: (81) 3134-1740 Gustavo Franco, apontado como um dos pais do Plano Real, é Ph.D pela Universidade de Harvard, sócio fundador da Rio Bravo Investimentos e presidente do Conselho de Governança do Instituto Millenium. .

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CNC: Otimismo do empresário do comércio recua em maio, mas situação está melhor que em 2018

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 122,4 pontos percentuais em maio, acima da zona de satisfação (100 pontos), porém teve queda de 0,8% na comparação com abril e um avanço de 7,6%, ante maio do ano passado. Ainda assim, todos os componentes do Icec revelam uma situação mais favorável do que há um ano. "Os dados apresentados demonstram uma melhoria quando comparados com mesmo período do ano anterior. Acreditamos que, com as reformas essenciais como a da Previdência, poderemos mudar esse quadro e diminuir a cautela dos empresários”, aponta José Roberto Tadros, presidente da CNC. Diante desse cenário, a entidade reduziu de +5,4% para +4,9% sua previsão para as vendas este ano. A projeção vem gradativamente diminuindo desde os 6,0% calculados em janeiro. Subíndices   Este mês, 52,7% dos varejistas consideram as condições atuais da economia, um dos subíndices do Icec, melhor do que há um ano – percentual menor do que o registrado há três meses (59,9%). Ainda assim, esse percentual se mostra maior do que o registrado em maio de 2018 (42,7%). Já o subíndice que mede as perspectivas de melhora da atividade econômica para os próximos meses registrou a terceira queda mensal consecutiva (-2,1%). Mesmo assim, 92,2% dos entrevistados ainda mantêm o otimismo que, mesmo em alta, passa por um processo de redução gradativo (em fevereiro, por exemplo, o percentual era de 95,3%). A avaliação dos investimentos nas empresas cresceu +0,7% este mês, mas o resultado somente repõe a queda de 0,6% registrada em abril. Já as perspectivas de contratação de funcionários e a avaliação do nível de estoques recuaram, respectivamente, 1,2% e 0,2%, de abril para maio. Do ponto de vista da contratação de funcionários, a CNC projeta saldo positivo de 105 mil postos de trabalho em todo o varejo este ano. Se confirmado, esse será o maior quantitativo de vagas abertas no setor desde 2014 (154,4 mil).

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Pesquisa: 61% dos empresários estão otimistas com reformas

Com a perspectiva das medidas econômicas e a reforma da previdência aprovada este ano, o Brasil vai crescer em 2019. É o que mostra pesquisa da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) realizada com 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos. O otimismo do setor privado na aprovação de reformas econômicas está alto. A área que os executivos mais sentem confiança em relação ao novo governo é na economia (61%), com expectativa de aprovação de reformas como a previdenciária e tributária. A maioria dos empresários acreditam que a reforma da Previdência vai ser aprovada esse ano, mas com ressalvas. Essa é a reforma possível para 63% deles, que responderam a pesquisa “Plano de Voo Amcham: perspectivas e análises Brasil 2019”. Para eles, a expectativa é de aprovação de um projeto que não consiga abarcar todos os setores da sociedade, mas que ainda assim terá um impacto positivo nas contas do governo. “O clima é de otimismo. Detectamos que os empresários brasileiros estão confiante na capacidade do governo de conduzir o comunicar os motivos da reforma e os efeitos que pretendem ser alcançados”, comenta Devorah Vieitas, CEO da Amcham Brasil. A Câmara Americana de Comércio reúne no Brasil 5 mil empresas, em 15 cidades, sendo 85% delas de origem brasileira. A aprovação de uma reforma estrutural e ampla, que consiga abarcar todos os setores – incluindo militares e todos os servidores públicos – até o final do ano, foi votada por 20% do público. O otimismo do setor privado é grande. Só 16% acham que a reforma ainda enfrentará certa resistência para ser aprovada, provavelmente não sendo aprovada até o fim do ano. E só 2% não acreditam que ela sairá em 2019. Articulação com o Congresso Mas, para a reforma sair esse ano, vai ser preciso uma grande capacidade de articulação do governo com o Congresso. Para os empresários, o tema demanda três focos de trabalho do novo governo. O fator crucial para o Governo Bolsonaro endereçar seu texto, pelo menos para 32%, é manter a defesa e o debate da proposta, assumindo a condução da disputa sobre pontos com menores concessões (ex: militares e servidores públicos). Mas 30% responderam que o fator decisivo será o protagonismo do Presidente na discussão, direcionando seu capital popular para essa pauta estratégica e abrindo mão temporariamente de temas de grande popularidade. Outros 29% acham que é importante dialogar mais com o Congresso, com envolvimento de todas as lideranças partidárias para aprovação da reforma no Congresso, pausando temporariamente o discurso bélico contra opositores. Só 9% responderam que, antes do grande teste da Previdência, o governo deve priorizar a aprovação de outras pautas, testando e mapeando as alianças costuradas e números de votos conquistados. Os primeiros 40 dias e outras reformas A avaliação do governo nos primeiros 40 dias é bem positiva. 60% respondeu que os anúncios de medidas econômicas é positiva, com perspectivas de melhora da economia, geração de empregos e aumento de competitividade. Pouco mais de um terço (36%) achou neutro, uma vez que não houve tempo ou marcos suficientes para avaliação da gestão. E 4% acharam que o começo foi negativo, com pouca perspectiva de crescimento da economia. Além da Previdência, o governo terá algum folego para aprovar outras reformas. A que tem mais chances de acontecer, para 41%, é um ambicioso programa de privatização e prestação de serviços de infraestrutura. Em seguida, vêm a mudança do sistema tributário (15%), reforma administrativa e liberação comercial (com 13% cada), redução e racionalização dos subsídios concedidos da União, e autonomia do Banco Central (9% cada). Baixa confiança Por outro lado, o público está pessimista em relação à atenção que o governo vai dedicar a algumas áreas importantes. 37% dos respondentes estão menos confiantes em medidas para as áreas social e cultural. Em seguida, vêm a área ambiental (24%), educação e saúde (23%) e relações exteriores (10%). Das reformas com menos chance de acontecer nos próximos 4 anos, a mudança do sistema tributário foi a mais votada, com 37%. Também há baixa expectativa de reforma administrativa (19%), redução e racionalização dos subsídios concedidos da União (17%) e autonomia do Banco Central (15%). No tema da competividade, os empresários entrevistados pela Amcham esperam medidas importantes. Quase metade (48%) votou na simplificação e redução de carga tributária. O restante ficou dividido entre atração de investimentos (20%), desburocratização (15%), ajuste fiscal (10%) e combate à corrupção (6%). A PESQUISA A pesquisa “Plano de Voo Amcham: perspectivas e análises Brasil 2019” foi realizada nesta quinta-feira (7/2) envolvendo 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos econômicos.

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Reformas no turismo são discutidas no Fornatur

Com objetivo de movimentar o turismo, e consequentemente, a economia, o Secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras, que também é presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo, reuniu secretários de turismo de todo o Brasil para discutir reformas para o setor. Durante a reunião ‎estava presente o Presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz. Na ocasião, os secretários defenderam a resolução do Senado nº 55/2015, que cita sobre a redução de ICMS sobre querosene de aviação. Segundo o grupo, a unificação da alíquota do ICMS vai baratear custos das empresas aéreas, que poderão aumentar a oferta de voos e diminuir o preço das passagens aéreas. A redução deve beneficiar principalmente estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Agora o projeto está nas mãos da Comissão de Serviços de Infraestrutura (Secretaria de Apoio à Comissão de Serviços de Infraestrutura) e dentro de alguns dias segue para votação no Plenário. Segundo o relato, a ideia é reduzir o imposto de 25% para 12%. Outro avanço importante para o turismo foi sobre a discussão em transformar a Embratur numa agência. Junto ao presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, o Secretário Felipe Carreras, defendeu a ideia e acreditam ser um bom caminho para aumentar o fluxo de visitantes nacionais e internacionais no país, e consequentemente, desenvolver a economia. Para eles, o país poderá aumentar sua receita consideravelmente a partir da aprovação do Projeto de Lei 7425/2017, enviado à Câmara dos Deputados pelo governo. A medida institui a Agência Brasileira de Promoção do Turismo, que tem como objetivo formular, implementar e executar ações de promoção comercial de produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior. “O projeto de lei que está hoje na Câmara transforma a Embratur em uma agência moderna, com capacidade de competir com os países do continente e do mundo inteiro, com recursos e independência financeira”, ressaltou Vinícius Lummertz. Segundo a Embratur, o turismo é responsável atualmente por empregar 10% dos trabalhadores de todo mundo nas 52 áreas que compõem o setor. No Brasil, 8,5 milhões de brasileiros atuam no turismo. Para Lummertz, o Brasil tem o maior potencial de turismo entre todos os países do mundo e pode quase triplicar a atual receita anual do setor, estimada nos últimos 12 meses em aproximadamente U$ 7 bilhões. A expectativa é caminhar para perto de U$ 20 bilhões de receita. “Precisamos investir na promoção turística e promover mais o Brasil no exterior. Para se ter ideia, nossos vizinhos investem pesado na área. Somente em 2016, o México destina U$ 450 milhões no promoção, a Argentina gasta U$ 70 milhões, enquanto a Colômbia utiliza U$ 48 milhões. Já o Brasil só utilizou U$ 17 milhões em promoção turística em 2016”, explica o Secretário de Turismo de Pernambuco, Felipe Carreras. E não é só a questão financeira: a agência lidera os movimentos para a liberação de vistos para turistas americanos, canadenses, japoneses e australianos, a ampliação da atração de turistas chineses - que são os que mais viajam pelo planeta - e também a permissão para que empresas aéreas com 100% de capital estrangeiro atuem no Brasil Durante a 92ª Reunião do Fornatur, o grupo defendeu também a abertura de grandes cassinos no Brasil. Os secretários e dirigentes discutiram sobre o projeto nº 186/ 2014, que dispõe sobre a exploração de cassinos, como são explorados, suas autorizações, destinação dos recursos arrecadados, entre outros. “Com a volta dos cassinos, a ideia é movimentar a economia, trazer empregos e turistas para a região. Para isso, eles deverão funcionar junto a complexos integrados de lazer construídos especificamente para esse fim, com hotel, bar e restaurante”, acrescenta Carreras. Em breve, o presidente do Fornatur, Carreras realizará grande reunião na Câmara dos Deputados para discutir esses e outros grandes temas.

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