Arquivos Revolução - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Revolução

Olha! Recife relembra a Revolução de 1817

A Revolução Pernambucana de 1817 deixou marcas na história do Recife. No dia 6 de março daquele ano, líderes se levantaram para se rebelar contra o governo de Dom João VI. Promovido pela Prefeitura do Recife por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, o Olha! Recife deste fim de semana levará seus participantes para conhecer um pouco mais sobre a história desse importante acontecimento. No sábado (3), o roteiro será feito de ônibus e passará por lugares onde ocorreram fatos marcantes para o início, o curso e o fim da Revolução. Os fortes do Brum e das Cinco Pontas estão dentro do percurso. No dia, os inscritos sairão da Praça do Arsenal às 14h. Já domingo (4), os participantes do Olha!Recife caminham pelas ruas da área central da cidade para viver um pouco mais desse capítulo da nossa história. Eles vão conhecer os cenários da revolução, por meio do projeto História nas Paredes, que espalha a cultura pelas ruas do Recife. Os inscritos farão um roteiro sinalizado por placas do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, fruto de uma parceria com a Prefeitura do Recife. E para homenagear o dia internacional da mulher, a caminhada da próxima quarta-feira (7) passará por praças, ruas e edificações que ganharam o nome de mulheres muito importantes para a história do Recife e para o Brasil. Algumas das mulheres homenageadas no roteiro são: Cristina Tavares (Rua da Guia), Dona Maria César, figuras femininas da ponte, Dona Santa e Clarice Lispector. A atividade é uma ação em conjunto com a Secretaria da Mulher do Recife. As vagas dos três passeios são disponibilizadas através do site www.olharecife.com.br. Serviço: O quê: Olha!Recife de Ônibus Quando: neste sábado - 03/03 - 14h Onde: Praça do Arsenal (Centro de Informações Turísticas) O quê: Olha!Recife a Pé Quando: neste domingo - 04/03 - 9h Onde: Praça do Arsenal da Marinha (Centro de Informações Turísticas) O quê: Olha!Recife a Pé (Quarta-feira) Quando: na próxima quarta-feira - 07/03 - 14h Onde: Praça do Arsenal da Marinha (Centro de Informações Turísticas) Doação: Para os três passeios, pede-se que cada participante leve um quilo de alimento não perecível, os quais serão doados para Organizações Não Governamentais da cidade.  

Olha! Recife relembra a Revolução de 1817 Read More »

Congresso de Institutos Históricos abre inscrições gratuitas e terá como tema a Revolução de 1817

Estão abertas as inscrições gratuitas para o VI Congresso Nordestino de Institutos Históricos e o I Congresso Pernambucano de Institutos Históricos Municipais. O evento acontecerá de 5 a 7 de março. O evento é uma realização do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) com o apoio do Governo do Estado de Pernambuco (Lei 15.877, de 12/7/2016). O encontro trabalhará o tema “A Revolução Pernambucana de 1817 na Construção do Brasil” e fará parte das atividades de encerramento do ano do Bicentenário da Revolução de 1817. Serão três dias de conferências e debates que se realizarão nos auditórios do IAHGP e do Museu da Cidade do Recife/Forte das Cinco Pontas. Haverá solenidade no Palácio do Campo das Princesas com visita à exposição “Revolução Republicana de 1817”. Inscrições gratuitas pelo telefone: 81. 3222-4952. Vagas limitadas (será observada a ordem de inscrição). O objetivo do Congresso é compartilhar as atividades dos Institutos Históricos realizadas durante o ano do Bicentenário e possibilitar a articulação deles para as celebrações das próximas efemérides, datas históricas, que se aproximam (1821 – Convenção de Beberibe, 1822 – Independência do Brasil, 1824 – Confederação do Equador). Além da integração, o encontro com os Institutos municipais visa reconhecer os esforços dessas associações na preservação e divulgação da história de suas cidades. É uma diretriz proposta pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) que os Institutos estaduais acompanhem e participem das atividades dos institutos municipais, bem como estimulem a formação de associações desse tipo nos municípios que ainda não possuem. Em Pernambuco, existem 15 institutos históricos municipais (Petrolina, Garanhuns, Caruaru, Pesqueira, Vitória de Santo Antão, Carpina, Escada, Pajeú, Catende, Bezerros, Lajedo, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Goiana e Recife). PROGRAMAÇÃO - Na sessão de abertura, segunda-feira (5), às 19h, no auditório do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), haverá uma mesa-redonda para discutir as questões historiográficas a respeito da Revolução Pernambucana de 1817. Serão debatedores os presidentes do IAHGP (Prof. George Cabral) e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB (Prof. Arno Wehling) com a participação especial do Prof. Vamireh Chacon (Professor Emérito da UnB, sócio do IHGB, do IAHGP e membro da Academia Pernambucana de Letras - APL). Na terça-feira (6), pela manhã, às 8h, o grupo comparecerá à solenidade oficial no Palácio do Campo das Princesas e depois fará visita ao Museu da Cidade do Recife/Forte das Cinco Pontas, onde se dará o encerramento da exposição “Revolução Republicana de 1817” que esteve em cartaz ao longo do ano com acervo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP). Ao longo das tardes da terça-feira (6) e da quarta-feira (7) serão realizados painéis no auditório do Museu da Cidade do Recife/Forte das Cinco Pontas com os representantes dos Institutos Históricos Estaduais e Municipais que irão apresentar as ações de suas instituições e os planos para as próximas celebrações. “Ao final, pretendemos que haja a formação de uma rede de trabalho que permita uma maior articulação entre as instituições de memória da região e do estado”, ressalta o organizador do evento e presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), George Cabral. >> SERVIÇO: VI Congresso Nordestino de Institutos Históricos e o I Congresso Pernambucano de Institutos Históricos Municipais Quando: de 5 a 7 de março de 2018. Locais: auditórios do IAHGP (Rua do Hospício, 130, Boa Vista, Recife-PE) e do Museu da Cidade do Recife/Forte das Cinco Pontas (Praça das Cinco Pontas, s/n – São José, Recife-PE). Haverá solenidade no Palácio do Campo das Princesas com visita à exposição “Revolução Republicana de 1817”. Inscrições gratuitas pelo telefone: 81. 3222-4952. Vagas limitadas: será observada a ordem de inscrição. Realização: Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano – IAHGP (Rua do Hospício, 130, Boa Vista, Recife-PE).

Congresso de Institutos Históricos abre inscrições gratuitas e terá como tema a Revolução de 1817 Read More »

Livro Memorial do dia seguinte permite um novo olhar sobre a Revolução de 1817

Momento histórico dos mais significativos do Brasil, relembrado no ano passado com vasta programação pela passagem do seu bicentenário, a Revolução de 1817 ganha uma nova perspectiva de análise com o livro Memorial do dia seguinte, a Revolução de 1817 em documentos da época, edição conjunta da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e Arquivo Público Estadual, que será lançada no próximo dia 1º de março, a partir das 18h30, no Arquivo Público Estadual, na Rua Imperador,371, Centro do Recife. Além do lançamento, o Arquivo abre exposição com os documentos históricos originais que deram origem ao livro.   Organizado pelo jornalista Evaldo Costa e pelos pesquisadores Hildo Leal da Rosa e Débora Cavalcantes de Moura, o livro reúne 106 documentos raros de vários acervos (fundos) do  próprio Arquivo Público que permitem compreender de que forma se deu o cotidiano das pessoas no pós-revolução e a brutal repressão da Coroa portuguesa aos revolucionários e simpatizantes do movimento libertário que fez de Pernambuco república independente por exatos 75 dias.   Um projeto idealizado no segundo semestre de 2016, quando Evaldo Costa, ainda na direção do Arquivo Público, iniciou com a equipe da instituição a identificação de toda documentação referente ao fato histórico, seleção e digitalização dos manuscritos mais relevantes. Etapas iniciais de um minucioso trabalho de pesquisa que durou mais de um ano e que contou com inúmeros desafios, como atesta o próprio Evaldo em seu texto de apresentação. “Em primeiro lugar, era preciso transcrever os documentos manuscritos, interpretando caligrafias e resgatando sentidos de texto produzidos em ortografia da época. A equipe do Arquivo, liderada por Hildo Leal da Rosa e Débora Cavalcante de Moura, dedicou meses de trabalho árduo à missão, manuseando documentos seculares com a preocupação de compreendê-los e sem, em nenhuma hipótese, colocá-los em risco”, ressalta.   Com 382 páginas, Memorial do dia seguinte conta também com texto do professor de História Flávio José Gomes Cabral, que contextualiza para leitor  eventos ocorridos dentro e fora do Estado antes, durante e depois do movimento emancipacionista pernambucano, além de resumos que acompanham cada documento, facilitando a compreensão do leitor não especialista em manuscritos antigos.Os mais de cem documentos raros contidos no livro -  ofícios administrativos, correspondências militares, comunicações enviadas a autoridades de Portugal, entre outros - são fonte substancial para pesquisas, além de indicativo do esforço empregado pela Coroa para sufocar e apagar da história qualquer vestígio referente ao movimento libertário de 1817.   Relatos de operações policiais para captura e execução de rebeldes, pedidos de recompensas e honrarias daqueles que lutaram pela Coroa portuguesa, soldos reivindicados por viúvas de heróis mortos, informes sobre a participação de negros no movimento, narrativas sobre o último dia da revolução no Recife, entre outros, integram o rico manancial de informações inéditas. “Algumas dessas páginas atravessaram o tempo e sobreviveram às ordens de Portugal, que não mediu esforços para destruir toda documentação referente à Revolução de 1817. Pela primeira vez estão sendo disponibilizadas de forma ordenada e classificada, transformando-se em fonte de valor inestimável desse importante momento da história de Pernambuco e do Brasil”, assegura o diretor do Arquivo Público Estadual, Félix Filho, que também participou ativamente do projeto. O livro Memorial do dia seguinte integra a programação oficial do Bicentenário da Revolução de 1817. Serviço: Lançamento de Memorial do dia seguinte, a Revolução de 1817 em documentos da época Data: 01.03.2018, quinta-feira Horário: 18h30 Onde: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano Endereço: Rua Imperador, 371, Santo Antônio Valor do livro: R$ 40,00 (livro físico), R$ 12, 00 (E-book) Pontos de vendas: Lojas física e online da Cepe, livrarias Imperatriz, Jaqueira, da Praça; E-book: Google, Saraiva, Cultura, Kobo e Amazon  

Livro Memorial do dia seguinte permite um novo olhar sobre a Revolução de 1817 Read More »

Filme 1817 – A Revolução Esquecida estreia com sucesso no Recife

O filme 1817 – A Revolução Esquecida, da cineasta Tizuka Yamasaki, foi lançado no Recife neste domingo, 3, com a presença do ministro da Educação, Mendonça Filho. A estreia aconteceu no tradicional Cine São Luiz, que lotou para assistir a primeira exibição da obra. Este docudrama abre a série História da TV Escola e foi produzido em comemoração ao bicentenário da Revolução Pernambucana, tendo como base a obra literária A noiva da Revolução, de Paulo Santos de Oliveira. A maioria das cenas foi gravada no estado palco desse movimento emancipacionista. “Pernambuco tem uma tradição enorme no cinema brasileiro e com este filme a gente resgata um momento histórico dos mais ricos. Pouco difundido nacionalmente, mas extremamente relevante em termos de afirmação dos valores consagrados na democracia como a liberdade, a pluralidade, a liberdade de expressão e a representatividade popular”, disse o ministro. Ainda de acordo com Mendonça Filho, 1817 – A Revolução Esquecida “é um elo entre cultura, história e educação”, algo que pode ser percebido ao fim da exibição, quando os integrantes do Maracatu Leão Coroado, que participa do filme, se apresentou envolvendo o público em um batuque típico de Pernambuco. O grupo é um dos maracatus mais antigos em atividade no Brasil. Ele é considerado patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2005. Diferentemente de outros relatos, 1817 – A Revolução Esquecida, de Tizuka Yamasaki, traz a história sob um prisma feminino. Para isso, ela leva o público a viver aquele momento sob o olhar da jovem pernambucana Maria Teodora da Costa, que, de acordo com a literatura, viveu um caso de amor impossível com o líder revolucionário Domingos José Martins. São os personagens principais, interpretados pelos atores Klara Castanho e Bruno Ferrari. “Toda a equipe envolvida neste projeto fez de tudo para ter um filme à altura desta história grandiosa”, comentou a cineasta ao discursar antes da estreia. Tizuka falou ainda que “uma história de amor dentro de uma revolução é tudo o que um cineasta quer para fazer um bom filme” e destacou que a exibição deste filme na TV Escola é positiva para levar ao conhecimento dos estudantes brasileiros aquele momento. “Eu me sinto muito gratificada de poder colaborar com isso, fazer um audiovisual que vai estar na TV Escola e vai servir para milhares de estudantes e professores. É genial.” O filme tem duração de 50 minutos e foi aprovado pelo banco de projetos da TV Escola, sendo produzido mediante termo de cooperação entre a produtora Rio de Cinema Produções Culturais, a TV Escola e o Ministério da Educação. O filme estreia em 15 de dezembro, às 21h, na TV Escola. De acordo com o diretor geral da TV Escola, Fernando Veloso, o filme de Tizuka é importante porque apresenta a Revolução Pernambucana a muitos brasileiros. "A revolução separatista pernambucana de 1817 é um fato histórico de grande relevância e que, ainda hoje, é desconhecido por boa parte da população brasileira, em especial os mais jovens. A TV Escola tem a honra de ser o veículo de divulgação de uma obra que tem a assinatura de Tizuka Yamasaki, mas tem principalmente as digitais da história de Pernambuco e do Brasil", disse. Durante a estreia, resumiu: “não foi uma missão, foi um presente a convivência com esta equipe”. A Revolução Pernambucana, ou Revolução dos Padres, eclodiu em 6 de março de 1817 e foi o único movimento separatista do período colonial que se concretizou, tendo ultrapassado a fase conspiratória. Entre os motivos estão as enormes quantias que o governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro para custear os gastos da Corte portuguesa. Produção – 1817 – A Revolução Esquecida mescla a dramaturgia com outros materiais captados de forma documental e entrevistas de historiadores. Dos integrantes do elenco e equipe, 80% são pernambucanos. Além do Grupo de Maracatu Leão Coroado, é possível citar a Cavalaria e Banda Militar da PM de Pernambuco entre as participações especiais. Já na escolha das locações, o cineasta pernambucano Claudio Assis foi de fundamental importância. Ocorreram gravações no Forte do Brun, Forte 5 Pontas, Porto do Recife, Marco Zero, Palácio das Princesas e Terreiro Pai Adão, entre outros locais. Armas reais da época foram emprestadas por colecionadores, inclusive a mesma espada com a qual o Leão Coroado, personagem de Paulo Vieira, matou o brigadeiro português. Para reproduzir os tiros de canhão, por outro lado, a escolha foi por um fogueteiro local das festas juninas. Tizuka Yamazaki é gaúcha, nascida em Porto Alegre, e trabalha como diretora e produtora de cinema desde 1977. Além do audiovisual, destacou-se como diretora de novelas, minisséries para TV e óperas. Desde 1988, ministra cursos livres para atores e realizadores, além de palestras no Brasil e no exterior.

Filme 1817 – A Revolução Esquecida estreia com sucesso no Recife Read More »

Ideais da Revolução de 1817 continuam atuais e necessários

Há 200 anos, Pernambuco viveu quase três meses de independência do Brasil e de Portugal. A primeira experiência republicana no País logo foi reprimida pela Coroa Portuguesa. Os ideais e contestações dos revolucionários, porém, não morreram. Repercutiram. E alguns problemas levantados pelos heróis da revolução permanecem sendo discutidos hoje. Afinal, que reticências deixadas por aqueles acontecimentos ainda são motivos de luta dos pernambucanos atualmente? A eclosão do movimento de 1817 aconteceu nove anos após o desembarque da família real portuguesa no Brasil. Esse fato, na análise dos especialistas, é marcante para que se acentuem as insatisfações da província, que era uma das mais prósperas na época. Desde que Dom João VI desembarcou no País, a população passou a sofrer com o aumento de impostos para sustentar o monarca e outras 15 mil pessoas que vieram com ele de Portugal.  “Havia uma grande exploração da Corte no Estado. Exemplo disso era o fato de a cidade do Rio de Janeiro ser iluminada com os impostos cobrados no Recife, que vivia às escuras”, exemplifica o historiador Leonardo Dantas. LEIA TAMBÉM Pernambuco falando para o mundo através de Cruz Cabugá Movimentos seguem na defesa da independência Um passeio pelos caminhos da Revolução Os clamores atuais do País por uma reforma tributária e uma melhor distribuição dos recursos da federação guardam semelhanças com o período revolucionário. “Quando a gente não resolve os problemas, os ciclos históricos tendem a se repetir. Os fatos se passam quase os mesmos, só que em camadas diferentes”, avalia o presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Luiz Otávio Cavalcanti, fazendo uma comparação com a insatisfação com os altos tributos sem o devido retorno para o Estado já no século 19. O advogado e especialista em direito público, Fábio Silveira, destaca que vários levantes que aconteceram naquele período se deram justamente pelo volume de tributos impostos aos cidadãos. “Eles chegavam ao ponto de tirar a capacidade econômica e produtiva da população.  Isso fez com que irradiasse aqui a Revolução de 1817. Hoje voltamos a ter uma carga tributária altíssima e um modelo complexo de tributação”. E outro problema que ainda não se resolveu no País é a instauração de um modelo consistente de federação, uma das principais bandeiras dos revolucionários pernambucanos, que contestavam o poder centralizador da Coroa.  “A ideia deles era criar um sistema federativo em que as províncias tivessem seu autogoverno e também uma representação parlamentar. Havia uma inspiração do modelo que se instaurou na América do Norte”, explica o presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), George Cabral. Uma das consequências dessa situação é a centralização pela União dos recursos arrecadados no País. “No século 19 o poder moderador da Coroa era centralizador, como toda monarquia. Dessa vez, a concentração é de outra forma, naquela época era politica e administrativa. Agora é financeira. A União consegue sugar quase todas as riquezas do modelo produtivo, que fortalece muito seu cofre e deixa os demais entes da Federação à mercê dela”, declara Fábio Silveira. Mas um debate para encontrar soluções tem crescido nos últimos anos. Entre elas, a rediscussão do chamado Pacto Federativo (mecanismo que define a relação fiscal entre os entes da Federação). O tema foi muito debatido na última eleição presidencial, principalmente por um pernambucano, o então presidenciável Eduardo Campos. Um dos defensores da ideia, o deputado Tadeu Alencar em recente discurso, lembrou que a situação parecia melhorar com a promulgação da Constituição de 1988. Pela nova Carta, 30% dos recursos arrecadados ficavam com a União, distribuindo os 70% restantes com os Estados e municípios. “Hoje, essa equação foi inteiramente subvertida, fazendo com que governos estaduais e prefeituras promovam, de tempos em tempos, a mais ultrajante caravana em busca de recursos junto ao Poder Central”, critica Alencar. A pauta chega em 2017 nas mãos do presidente Michel Temer, que se apresenta como líder de um governo reformista. “Agora, o Executivo quer se empenhar na reforma tributária. É mais uma reforma que queremos patrocinar e levar adiante”, prometeu o presidente no seu balanço de gestão em 2016. Porém, diferente do que pretendiam os revolucionários de 1817, a reforma em andamento foca mais na simplificação da legislação dos tributos do que na diminuição dos impostos ou na melhor partilha da arrecadação entre a União e os Estados. “A reforma de hoje significa tirar de um canto para colocar em outro. Isso sem perder arrecadação. É uma carga de País desenvolvido, mas com um retorno de serviços públicos muito baixo”, critica o professor do departamento de economia da UFPE, João Policarpo Lima. Para conseguir avanços no Pacto Federativo Luiz Otávio Cavalcanti avalia que há condições de reverter o quadro atual e sugere um caminho político. “Não estou defendendo a Confederação do Equador, mas defendo a Confederação do Nordeste. O que seria? Seria todos os Estados se unirem em torno de uma agenda comum, um projeto comum. Se a bancada nordestina é tão poderosa a ponto de eleger a mesa da Câmara ou de indicar ministros de Estado, por que a gente não se une programaticamente para promover mudanças?”     DEPENDÊNCIA Durante esses dois séculos, segundo Cavalcanti, o Nordeste manteve-se dependente. Primeiro em razão dos interesses lusitanos e atualmente com a política econômica do País, que beneficia a indústria paulista. Ele afirma que a legislação alfandegária do País prejudica Estados nordestinos, ao erigir uma barreira fiscal e tributária que dificulta a importação de bens produzidos no exterior. “Isso torna a região cativa dos produtos fabricados pela indústria paulista. Compramos assim produtos mais caros e de menor qualidade, em vez de termos acesso a bens produzidos na Europa e Estados Unidos. Então, o que existia na época era o colonialismo, o que existe hoje é o neocolonialismo interno”. É fácil compreender a comparação feita por Cavalcanti: a situação econômica  de Pernambuco se agravara com a seca de 1816 (veja matéria na página 18), que reduziu a produção de açúcar e algodão. Ao lado disso,  produtos pernambucanos passaram a conviver com a concorrência de outros países, com forte impacto na

Ideais da Revolução de 1817 continuam atuais e necessários Read More »