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Passeio de catamarã promove inclusão na Semana Mundial de Conscientização do Autismo

Espaço Vida Multiterapias realiza evento para autistas e familiares, reforçando a importância do respeito e da acessibilidade Como parte da Semana Mundial de Conscientização do Autismo, o Espaço Vida Multiterapias promove no próximo sábado (5) um passeio de catamarã pelos rios Beberibe e Capibaribe, no Recife. A iniciativa reunirá cerca de 100 participantes, entre pacientes, familiares e profissionais da clínica, além de crianças atendidas pelo Instituto Amor Pelo Que Faz (IAPF), proporcionando um momento de lazer, interação e acolhimento. O embarque está marcado para as 16h, no Cais Santa Rita. Mais do que um passeio, a ação simboliza um convite à reflexão sobre inclusão e respeito às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é um momento de reflexão e luta. Não é um dia de festa, mas de conscientização, um dia para lembrar que o autismo não é uma condição que deve ser romantizada, mas uma realidade que exige respeito, compreensão e, principalmente, ação”, destaca Monique Melo, neuropsicóloga e diretora do Espaço Vida Multiterapias. Criada pela ONU em 2007, a data de 2 de abril visa informar a população sobre o TEA e combater o preconceito. A Semana de Celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo amplia essa mobilização, promovendo debates e eventos de integração. “Essa data nos chama a refletir sobre o quanto ainda precisamos avançar na inclusão de pessoas autistas em todos os âmbitos da sociedade. Não se trata apenas de tolerância, mas de aceitação e de garantias reais de direitos”, pontua Monique Melo. Serviço 📅 Passeio de catamarã – Semana Mundial de Conscientização do Autismo🗓 Data: Sábado (05/04)⏰ Hora: A partir das 16h📍 Local: Catamaran Tour (Cais Santa Rita, s/n - São José, Recife)ℹ Mais informações: @espaçovidamultiterapias (Instagram)

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Autismo ao longo da vida: Da infância à velhice e os desafios na sociedade

*Por Elizete Maria Viana Maciel e Marcos Emmanuel Viana Lima Embora possamos apenas reconstruir ou especular sobre a forma como a criança autista experimenta o mundo, sabemos que elas crescem, se desenvolvem e conseguem se integrar à sociedade. No entanto, ainda são frequentemente vistas como incapazes. Durante todo o mês de abril, abrimos espaço para falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caminhadas, palestras e atividades são algumas das formas de chamar a atenção para o tema, que ainda enfrenta muitas dúvidas, incertezas e dificuldades na obtenção de um diagnóstico. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Sua identificação pode ocorrer de forma precoce, sendo a dificuldade na interação pelo olhar e o atraso na fala alguns dos critérios mais comuns. No entanto, é essencial não generalizar: a falta de estimulação cognitiva pode levar a atrasos no desenvolvimento que não necessariamente indicam TEA. Desde o nascimento, é fundamental orientar os pais sobre como contribuir para o desenvolvimento de seus filhos, compreendendo os marcos do desenvolvimento e as etapas esperadas para cada faixa etária. Isso possibilita a identificação de possíveis atrasos na aprendizagem. As crianças precisam de espaço, contato com a natureza, experimentação e exploração: brincar funcionalmente, imitar, desenvolver a coordenação, tocar e sentir diferentes texturas, explorar os alimentos, as cores, as letras, os números e a música. Embora amplamente estudado na infância, o autismo persiste na adolescência, na vida adulta e na velhice, apresentando desafios e potencialidades em cada fase do desenvolvimento. O Diagnóstico e os Primeiros Desafios Antes do diagnóstico, os pais se deparam com inúmeras preocupações, especialmente em relação a como chegar ao diagnóstico correto. Encontrar profissionais capacitados e que conheçam profundamente o transtorno é essencial, mas é igualmente importante que esses especialistas saibam reconhecer as características individuais do autismo, sem ignorar as habilidades da pessoa. O diagnóstico não deve carregar um estigma de incapacidade, mas sim abrir caminhos para a busca da autonomia e independência. Na infância, fase em que o TEA é mais identificado, os principais sinais incluem dificuldades na interação social, padrões restritos de comportamento e interesses intensos (como o hiperfoco). O diagnóstico precoce é essencial para estimular habilidades de comunicação e interação social, promovendo uma melhor adaptação no ambiente familiar, escolar e social. Além disso, compreender o comportamento autista é crucial para lidar com desafios emocionais, baixa autoestima e dificuldades com mudanças e frustrações. Nessa fase, também se destacam questões como seletividade alimentar, deficiência de vitamina D, excesso de ferro e outros fatores que podem influenciar o comportamento e devem ser analisados por meio de exames e acompanhamento médico. Adolescência: Novas Demandas e Desafios Na adolescência, surgem novas questões e desafios que diferem da infância. As demandas escolares, sociais e familiares aumentam, e a adaptação a essas mudanças pode ser complexa. No ambiente escolar, o adolescente autista pode ser visto como “estranho”, “chato” ou “difícil”, e sua resistência a contatos físicos pode ser mal interpretada. Entretanto, essas dificuldades frequentemente estão ligadas a questões sensoriais. O excesso de barulho, luzes intensas, mudanças hormonais e a necessidade de compreender o próprio comportamento podem gerar uma sensação de inadequação. No entanto, o problema não está na pessoa autista, mas na falta de compreensão do mundo ao seu redor. O diálogo precisa ser claro, objetivo e adaptado às necessidades individuais. Com o aumento do número de adolescentes autistas nas instituições de ensino, é essencial que os profissionais estejam preparados para oferecer um atendimento humanizado e acolhedor. Autismo na Vida Adulta: Reconhecimento e Desafios Profissionais Atualmente, há um crescimento significativo na busca pelo diagnóstico de TEA em adultos. Muitas pessoas procuram compreender seu próprio comportamento e encontrar uma explicação científica para características como a aversão ao toque, a preferência pelo isolamento social e a dificuldade de interação em ambientes convencionais. Muitos adultos são diagnosticados tardiamente e se perguntam se um diagnóstico precoce na infância poderia ter feito a diferença. O avanço das pesquisas e a capacitação de profissionais permitiram um maior conhecimento sobre o TEA, possibilitando diagnósticos mais precisos e reduzindo a marginalização de comportamentos autistas, que antes eram rotulados como “inconvenientes”, “mal-educados” ou “sem noção”. No contexto profissional, a rotina laboral e as cobranças sociais são frequentemente os gatilhos para a busca de um diagnóstico. Isso não significa que a pessoa autista está em busca de uma justificativa para suas dificuldades, mas sim de uma melhor compreensão de si mesma e do seu relacionamento com o mundo. Quando suas habilidades são reconhecidas e valorizadas, autistas podem se destacar em diversas áreas, como tecnologia, artes e ciências. Em muitos casos, indivíduos autistas apresentam altas habilidades e superdotação, mas esse é um tema que merece ser tratado separadamente. A inclusão no mercado de trabalho exige o reconhecimento das particularidades do TEA, garantindo oportunidades equitativas e promovendo um ambiente profissional mais diverso e acessível. Autismo na Velhice: Um Campo Ainda em Exploração O autismo na velhice ainda é um tema pouco explorado, mas estudos recentes começam a investigar seus impactos. O processo de envelhecimento traz desafios que podem se sobrepor ao TEA, como a relação com transtornos neurodegenerativos, incluindo a doença de Alzheimer. É fundamental diferenciar os sinais do declínio cognitivo natural daqueles relacionados ao autismo, e para isso, uma avaliação multidisciplinar se faz necessária. Além disso, garantir a qualidade de vida, reconhecer habilidades e oferecer suporte em todas as fases do desenvolvimento são elementos essenciais para promover um envelhecimento saudável e digno para a pessoa autista. *Por Elizete Maria Viana Maciel é psicóloga e mestranda em Psicologia (UFPE), especialista em gerontologia (UNICAP), em neuropsicologia (FPS) e neuropsicologia pelo Conselho Regional de Psicologia. *Marcos Emmanuel Viana Lima é pedagogo, com pós-graduação em psicanálise, psicopedagogia, em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), em educação especial e neuropsicopedagogia.

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Dicas para melhorar a qualidade de vida de pacientes com Alzheimer

Especialistas apontam práticas essenciais para manejo e prevenção da doença que afeta milhões no mundo A doença de Alzheimer, identificada em 1901 pelo neuropsiquiatra alemão Alois Alzheimer, é um transtorno neurodegenerativo que afeta mais de 50 milhões de pessoas globalmente, segundo a OMS. A condição compromete a cognição, memória e comportamento, e seu tratamento envolve cuidados contínuos. No Brasil, os números também são preocupantes: a projeção é que até 2050, 5,6 milhões de brasileiros estejam vivendo com Alzheimer. O transtorno é dividido em quatro fases, desde as primeiras alterações na memória até a perda de funcionalidade total no estágio final. Especialistas ressaltam a importância de hábitos saudáveis para prevenir a doença, mesmo sem medicação específica para a prevenção. Drusus Pérez Marques, neurologista da Hapvida, destaca três principais fatores de risco para o Alzheimer: envelhecimento, histórico familiar e doenças como hipertensão e diabetes. A chave para o controle da doença é manter o cérebro ativo, e atividades como exercícios cognitivos são essenciais para retardar a progressão. "O paciente deve sempre tentar fazer alguma coisa para poder estimular o raciocínio e o cérebro, como se fosse exercício, e esse estímulo pode fazer com que o cérebro se atrofie mais lentamente", orienta o geriatra Flávio Renato. A prática regular de atividade física também é fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento do Alzheimer. Para Renato, caminhadas leves e exercícios de peso corporal podem melhorar a funcionalidade do paciente, reduzir o risco de quedas e aumentar a atenção e concentração. "Assim, o paciente mantém a sua funcionalidade, diminui os riscos de queda e ainda exercita a atenção e concentração, fatores que contribuem para a qualidade de vida dele", explica o geriatra. Uma alimentação equilibrada, rica em castanhas, peixes e vegetais, também é importante para o bem-estar dos pacientes. Além dos cuidados físicos, a saúde mental do paciente com Alzheimer merece atenção especial. O tratamento de sintomas como agressividade, distúrbios do sono e paranoia é essencial. Medicamentos ajudam a melhorar a função cognitiva e a memória, prolongando a qualidade de vida do paciente. "Embora a medicação não trate o cerne da doença, ela contribui para a melhora da função cognitiva e da memória, o que, em longo prazo, pode ajudar a prolongar a vida do paciente", afirma Drusus. Em casos mais graves, um acompanhamento psiquiátrico pode ser necessário para lidar com quadros de delírios e mudanças comportamentais. O Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas também toda a família, tornando o acolhimento fundamental. O psiquiatra Nikolas Vale destaca que a abordagem deve ser multidisciplinar e que a criação de um ambiente acolhedor e respeitoso é essencial para o bem-estar do paciente. "A abordagem deve ser multidisciplinar, porque é muito difícil lidar com a perda de personalidade do paciente", afirma Vale. Manter hábitos diários, como reforçar as datas e delegar tarefas adequadas ao paciente, são estratégias que ajudam a estimular o cérebro e a manter a independência, promovendo autoestima e um senso de pertencimento.

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No mês de conscientização sobre Saúde Mental, especialistas falam das demências

“Meus ontens estão desaparecendo e meus amanhãs são incertos. Então, para que eu vivo? Vivo para cada dia. Vivo o presente”. A reflexão é da personagem central do livro Para Sempre Alice, uma renomada neuro-linguista que, ironicamente, descobre e passa a conviver com a Doença de Alzheimer. Assim como a personagem, cerca de 1,2 milhões de pessoas, a maioria com 60 anos ou mais, vivem com demências no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). No mês marcado pela conscientização sobre a Saúde Mental, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) alerta para a importância das demências, doenças neuro-degenerativas, de curso crônico, irreversível, que causam a diminuição progressiva das funções cognitivas, alterações de comportamento e perda da capacidade funcional. Segundo a psicóloga especialista em Gerontologia, Eloisa Adler, a longevidade é um desafio do século XXI. Doenças como o câncer e as demências têm maior prevalência com o avançar da idade. “Uma pessoa acometida por uma demência perde progressivamente a sua autonomia, ou seja, a capacidade de fazer suas próprias escolhas e tomar decisões”. O médico geriatra Paulo Canineu detalha que os primeiros sintomas geralmente são de alterações da memória recente. “Também pode haver mudanças de comportamento, ansiedade e depressão, evoluindo lentamente para perda de nexo, incontinências fecal e urinária e imobilidade física, que pode levar a pessoa a ficar acamada”, diz. “A autonomia, um referencial fundamental da Bioética contemporânea, como um princípio lapidar da liberdade de escolhas, é comprometida precocemente na devastadora Doença de Alzheimer”, acrescenta a médica geriatra Claudia Burlá. Família e atendimento especializado De acordo com Canineu, tratar uma pessoa que teve infarto, por exemplo, é diferente de tratar outra com uma demência, como a Doença de Alzheimer, a mais frequente entre elas. “Enquanto a primeira depois de um ano pode melhorar, fazendo uma reabilitação e melhorando os hábitos, a segunda, terá uma evolução progressiva por mais precoce que seja o diagnóstico e o início do tratamento”, explica. Nesse momento a presença e o envolvimento da família são essenciais, enfatiza Burlá: “Os familiares têm responsabilidade de proteger e cuidar da pessoa idosa com diagnóstico de algum tipo de demência”. De acordo com a especialista, além disso, não adianta apenas prescrever remédios, mas realizar um trabalho integrado, multi-interdisciplinar de reabilitação cognitiva e suporte familiar. Adler e Burlá complementam que a abordagem integrada geronto-geriátrica é a base para a maximização da autonomia e otimização funcional da pessoa idosa nos diferentes cenários do processo do envelhecimento.

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73% dos brasileiros pensam frequentemente sobre sua saúde mental

O Brasil é o terceiro país que mais pensa sobre saúde mental, aponta a pesquisa Global Advisor “World Mental Health Day 2019” da Ipsos. Sete em cada dez brasileiros (73%) disseram que pensam sobre o seu próprio bem-estar mental com muita frequência. O resultado só é menor do que o da Colômbia (76%) e se iguala ao do México (73%). A Rússia (25%) é o país em que as pessoas estão menos preocupadas com a saúde mental. “O brasileiro mostra em nosso estudo uma preocupação maior que a esperada com sua saúde mental, em relação ao restante do mundo” afirma Fabrizio Rodrigues Maciel, Head de Healthcare na Ipsos. Já o bem-estar físico preocupa 75% dos brasileiros. O resultado coloca o Brasil como o 10º país que mais pensa sobre a questão. Colômbia (87%), México (86%) e África do Sul (85%) são os que mais se preocupam com a saúde física. O Brasil também é o segundo que menos concorda com a afirmação "doença mental é uma doença como qualquer outra", com 44% de concordância, à frente apenas do Japão com 41%. A Grã-Bretanha é o país que mais concorda com essa afirmação (76%). 69% dos entrevistados brasileiros acreditam que as saúdes mental e física são igualmente importantes, mas não enxergam que haja a mesma atenção do sistema de saúde para ambas. Para 36% dos brasileiros, o sistema prioriza a saúde física, outros 34% acham que a atenção é a mesma para os dois e apenas 13% acreditam que a prioridade é a saúde mental. “Existe consciência de que a saúde no Brasil é negligenciada pelas autoridades, e quando questionamos separadamente sobre saúde física e mental, fica evidenciado que a segunda está longe de ser prioridade para as instituições brasileiras, segundo a população” Entre os brasileiros, 71% concordam que é preciso ter uma atitude mais tolerante a respeito de pessoas com doenças mentais na nossa sociedade. O índice coincide com o de brasileiros que concordam que ver um profissional de saúde mental é um sinal de força. No entanto, com 20% das respostas em concordância, o Brasil é o quarto entre os países que mais acreditam que a maioria dos adultos diagnosticados com alguma doença mental pode melhorar com o tempo, sem ajuda médica. O índice é o mesmo para os que acreditam na afirmação quando o diagnóstico é para crianças. Segundo o estudo, 13% dos brasileiros concordam com a afirmação "o aumento dos gastos com serviços de saúde mental é um desperdício de dinheiro", o que coloca o país em quarto do ranking, atrás apenas de Índia (27%), Arábia Saudita (25%) e China (21%) e empatado com a Malásia.

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