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Suape bate recorde histórico com exportação de veículos da Stellantis

Operação com 4 mil unidades reforça protagonismo do porto pernambucano na cadeia automotiva do Nordeste O Porto de Suape alcançou um novo marco logístico com a maior operação de exportação de veículos da Stellantis em uma única remessa. Ao todo, 4.006 unidades produzidas na fábrica da montadora em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, foram embarcadas rumo à Argentina. A operação envolveu o navio Dover Highway, da armadora K-Line, e ocorreu entre os dias 17 e 18 de junho no Cais 5, mobilizando dezenas de trabalhadores durante 48 horas contínuas. Parceria estratégica para o desenvolvimento regional Com marcas como Fiat, Jeep, Chrysler e RAM, a Stellantis se consolida como um dos principais motores da economia automotiva do Nordeste. “A Stellantis é um parceiro estratégico importante para o desenvolvimento de toda a região Nordeste. Temos atuado de forma contínua para aprimorar a infraestrutura do porto, garantindo operações cada vez mais ágeis e eficientes. Essa conquista é resultado do empenho coletivo e todos os envolvidos estão de parabéns”, afirmou Armando Monteiro Bisneto, diretor-presidente do Porto de Suape. Modelos e impacto regional O Jeep Renegade liderou o volume exportado, com 26% da carga, seguido pelo Jeep Compass (25%), Fiat Toro (24%), Ram Rampage (16%) e Jeep Commander (9%). Para a Stellantis, o feito sinaliza uma retomada positiva no mercado argentino. “Esse recorde confirma o fortalecimento das nossas operações na América do Sul e sinaliza uma retomada importante da demanda para a Argentina, um mercado estratégico para a Stellantis”, disse Emanuele Cappellano, presidente da empresa para a América do Sul. Hub automotivo em expansão no Nordeste Referência no Norte e Nordeste, o Hub de Veículos de Suape segue crescendo. Em 2024, o porto já movimentou 37.668 veículos até junho, sendo 77% oriundos da planta da Stellantis em Goiana. Em maio deste ano, o terminal havia registrado outro recorde: a importação de 5.459 veículos elétricos e híbridos da chinesa BYD. Com operações cada vez mais robustas, Suape reafirma seu papel como elo logístico estratégico na economia automotiva da região.

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“Queremos chegar a 100 sistemistas nos próximos anos”, afirma Emanuele Cappellano

Com o novo ciclo de investimento, a montadora projeta a ampliação da sua cadeia local de fornecedores O Polo Automotivo Stellantis em Goiana, Pernambuco, vive um momento de grande expansão estrutural e estratégica. Segundo Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul, a empresa pretende ampliar significativamente o número de sistemistas locais, passando dos atuais 39 para 100 nos próximos anos. Essa expansão é parte do robusto ciclo de investimentos de R$ 13 bilhões, que reforça a importância da planta como um polo de inovação, geração de empregos e desenvolvimento socioeconômico na região. Como tem sido a implementação do novo ciclo de investimentos da empresa? Quais as principais novidades que ele tem promovido na empresa em Goiana? Com os R$ 13 bilhões em investimentos anunciados para o Polo Automotivo Stellantis Goiana (PE), a Stellantis avança em um novo ciclo estratégico, que contempla renovação do portfólio de produtos, desenvolvimento de tecnologias nacionais e expansão da cadeia local de fornecedores, com forte impacto em geração de empregos e inovação industrial. Recentemente, durante a comemoração dos 10 anos do Polo, foram confirmadas duas grandes novidades que integram esse novo ciclo: a chegada de uma nova marca ao portfólio da planta e o lançamento de seis novos modelos até 2030, incluindo o primeiro veículo equipado com a tecnologia Bio-Hybrid produzido em Goiana, a partir de 2026. Com isso, aceleramos rumo a um futuro promissor com novas marcas, produtos, e tecnologias híbridas. Além da geração de empregos, que é um impacto muito relevante para a sustentabilidade das cidades da região, como tem sido a relação da Stellantis com outros entes locais, como o poder público, organizações sociais ou mesmo empresas locais? A Stellantis mantém um relacionamento respeitoso e colaborativo com governos, organizações e empresas nas regiões nas regiões onde atua. Em Pernambuco, esse compromisso se concretiza por meio de parcerias institucionais voltadas ao desenvolvimento socioeconômico, à qualificação profissional, à inclusão produtiva e ao fortalecimento das cadeias locais. Além da geração direta e indireta de empregos, a companhia participa ativamente de iniciativas conjuntas com o poder público, como programas de formação técnica e apoio a políticas de desenvolvimento regional, contribuindo para o fortalecimento da indústria e para a criação de oportunidades sustentáveis. Também desenvolvemos ações de responsabilidade social em parceria com organizações locais, com foco em educação, cidadania, meio ambiente e empreendedorismo. Entre os projetos de destaque, estão: o Vem Pra Roda (Projeto de economia circular que transforma resíduos da indústria automotiva em produtos de moda sustentável. A iniciativa já reaproveitou cerca de 48 toneladas de materiais reutilizáveis do Polo Automotivo de Goiana), Programa de Biodiversidade de Goiana (Voltado à recuperação e conservação da Mata Atlântica, bioma nativo da região. O projeto acompanha toda a cadeia, desde a coleta de sementes até ações de educação ambiental, promovendo a preservação da fauna e flora locais junto às comunidades do entorno) e o Programa de Residência Tecnológica (Promove a capacitação de profissionais em áreas estratégicas da indústria automotiva em parceria com instituições de ensino e pesquisa). Em 2022, numa entrevista com Mateus Marchioro (plant manager da fábrica em Goiana), ele falou do plano de "passar dos 30 sistemistas que temos atualmente aqui para chegar a 50". Quantos sistemistas estão em Pernambuco atualmente? Além de gerar empregos diretos e indiretos, a fábrica da Stellantis em Goiana também estimulou a criação de um ecossistema automotivo na Zona da Mata Norte de Pernambuco, atraindo fornecedores e ampliando a cadeia produtiva. O número de fornecedores locais cresceu de 22, em 2015, para 39, em 2025, com a perspectiva de atingir 100 nos próximos anos. Esse crescimento demonstra o impacto estrutural da Stellantis no território e o compromisso com o desenvolvimento econômico regional de longo prazo. Marchioro apontou entre os desafios: "desenvolver as pessoas de dentro do polo e buscar fortalecer a nossa identidade como polo na região". Como é a política de desenvolvimento de pessoas da fábrica? Na Stellantis, o desenvolvimento das pessoas é um dos pilares centrais da nossa estratégia de longo prazo. Valorizamos nossos talentos internos e promovemos a formação contínua dos colaboradores, com foco na qualificação técnica, no crescimento profissional e na construção de uma cultura forte e integrada ao território onde atuamos. No Polo Automotivo de Goiana, temos o compromisso de fortalecer a identidade regional do time, promovendo o crescimento de profissionais locais. Esse compromisso se traduz em programas estruturados de capacitação, formação técnica, desenvolvimento de liderança, trilhas de carreira e incentivo à aprendizagem contínua, como o Rocket, que é um programa de aceleração de carreira para desenvolver futuros líderes da organização; o Plural Mentoring, que é um programa de mentoria interna para o compartilhamento de experiências, conhecimentos, orientações; e o Corporate Leadership Development Program, iniciativa global de desenvolvimento de liderança. Qual a produção da fábrica de Goiana em 2024 e qual a previsão para 2025? Em 2024, o Polo de Goiana produziu 233.513 veículos, consolidando-se como uma das unidades industriais mais produtivas e estratégicas da companhia na América do Sul. A expectativa para 2025 é superar esse volume, acompanhando o bom desempenho da fábrica no primeiro trimestre do ano. Entre janeiro e março, já foram produzidas 56.972 unidades, representando um crescimento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2024. Esse avanço reflete o impacto positivo do novo ciclo de investimentos e a maior demanda por modelos produzidos em Goiana. A perspectiva é de crescimento sustentado da produção ao longo do ano, alinhado à estratégia da Stellantis de atender aos mercados nacional e internacional com um portfólio competitivo e diversificado. Como estão as exportações? Com o novo ciclo de investimentos deve crescer? As exportações do Polo Automotivo Stellantis de Goiana seguem em ritmo crescente e refletem o fortalecimento da presença internacional da companhia. Em abril, a planta registrou seu maior volume mensal de embarques desde a inauguração, em 2015, com 7.194 unidades exportadas. No acumulado entre janeiro e abril de 2025, foram 17.479 veículos exportados, o que representa um aumento de 38,8% em relação ao mesmo período de 2024. Esse desempenho reforça não apenas

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Jeep comemora Goiana

Uma década do polo automotivo: empregos, exportações recordes e um novo ciclo de investimentos

Qualificação da mão de obra, aumento da arrecadação, do emprego formal e das exportações estão entre os resultados da instalação da Stellantis na região de Goiana. A montadora planeja ainda investir R$ 13 bilhões até 2030. A logística continua sendo um gargalo para a competitividade do polo. *Por Rafael Dantas No solo onde floresceram séculos de atividade canavieira, há uma década iniciou-se a produção de automóveis. Esse novo ciclo produtivo passou a integrar a economia tradicional de Goiana e das cidades vizinhas a uma cadeia global da indústria automotiva com a chegada da Stellantis. Entre equipamentos de ponta e engrenagens, brotaram desse empreendimento milhares de empregos formais e um novo horizonte para a indústria pernambucana. Com R$ 13 bilhões para o novo ciclo de investimentos, os próximos anos prometem o aprofundamento dessas transformações no território. A corporação emprega atualmente 4,3 mil pessoas. Esse número refere-se apenas aos empregos diretos. Nessa primeira década de operação, o crescimento da empregabilidade foi de 70,2% na fábrica. A maioria desse quadro é composto por mão de obra local. Um dos pernambucanos que aproveitou o surgimento do polo para desenvolver sua vida laboral foi Evson Júnior, 33 anos. Natural da cidade de Paulista, ele ingressou na empresa em dezembro de 2014 como auxiliar logístico. Ao longo desse período, percorreu uma jornada que une crescimento profissional, realização pessoal e formação acadêmica. “Hoje, ao olhar para minha trajetória – cheguei praticamente com zero formação e vindo de uma família muito simples – vejo como é gratificante ter conseguido chegar à coordenação de uma equipe com mais de 50 pessoas em uma das maiores montadoras do mundo”, afirma Evson.  Filho de um barbeiro e de uma funcionária de uma ótica, ele transformou esforço e dedicação em conquistas profissionais de destaque. Na Stellantis, Evson passou por cargos operacionais, tornou-se analista e hoje é coordenador de logística. Nesse percurso, formou-se em engenharia de produção, graças, em parte, aos incentivos de desenvolvimento da empresa. “Os treinamentos internos despertaram em mim o interesse pela engenharia. Fui treinado por engenheiros experientes, que me mostraram que o conhecimento técnico pode transformar vidas”. O desenvolvimento de pessoas da região é uma das prioridades da empresa no seu processo de consolidação local, segundo Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul. “O desenvolvimento das pessoas é um dos pilares centrais da nossa estratégia de longo prazo. Valorizamos nossos talentos internos e promovemos a formação contínua dos colaboradores, com foco na qualificação técnica, no crescimento profissional e na construção de uma cultura forte e integrada ao território onde atuamos. No Polo Automotivo de Goiana, temos o compromisso de fortalecer a identidade regional do time”. Na prática, esse objetivo é concretizado com programas, como o Rocket (de aceleração de carreira para desenvolver futuros líderes), o Plural Mentoring (de mentoria interna para o compartilhamento de experiências e conhecimentos) e o Corporate Leadership Development Program (a iniciativa global de desenvolvimento de liderança do grupo).  Além da formação acadêmica e do desenvolvimento pessoal, Evson também construiu uma história de amor na montadora ao se casar com a colega de trabalho Betânia Rodrigues, natural de Goiana. Ele destaca que o emprego trouxe não só crescimento profissional mas, também, bem-estar, graças ao equilíbrio entre as responsabilidades da carreira e o tempo dedicado à família. Motivado pelas conquistas, ele ainda mantém planos de crescer dentro da empresa. Nascido em Paulista, Evson Júnior ingressou na Stellantis como auxiliar logístico, tornou-se analista e hoje é coordenador de logística. Na montadora também construiu uma história de amor ao se casar com a colega de trabalho Betânia Rodrigues. A história de Evson se soma à de milhares de outros trabalhadores diretos da Stellantis, mas o impacto do Polo Automotivo é bem mais amplo. Considerando toda a cadeia produtiva, incluindo os sistemistas, o complexo responde por 18,2 mil empregos – número superior ao da população de muitas cidades pernambucanas. O impacto do polo na economia local também pode ser medido pelos dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego. Em 2014, os empregos ligados diretamente ao Polo Automotivo representavam 12,9% dos postos formais em Goiana. Dez anos depois, esse percentual saltou para aproximadamente 43,8%, evidenciando a transformação profunda gerada pela cadeia automotiva na cidade. “Os números são bem expressivos e evidenciam como o Polo Automotivo de Goiana aumentou o dinamismo do mercado de trabalho formal, reduzindo o desemprego e a informalidade na composição da população economicamente ativa. Além disso, este impacto não ocorreu apenas no Polo Automotivo e entorno mas, também, nos demais municípios onde se instalaram os fornecedores e suas respectivas áreas de influência”, destacou o estudo publicado pela Ceplan, que teve a coordenação do economista Jorge Jatobá. Apenas entre os empregados da Stellantis, a pesquisa revelou que 19,5% residem em Goiana. A maioria das vagas, no entanto, é ocupada por pessoas vindas de cidades vizinhas, como Igarassu (15,9%) e Paulista (15,3%). Até mesmo localidades mais distantes contribuem com trabalhadores para a fábrica, como as capitais Recife (8%) e João Pessoa (4,2%), ambas situadas a cerca de 65 km. NOVO CICLO DE INVESTIMENTOS Se o impacto da fábrica já é expressivo, o novo ciclo de investimentos da Stellantis aponta para um futuro ainda mais promissor. Com os R$ 13 bilhões anunciados recentemente, a empresa inicia uma nova etapa estratégica, segundo Cappellano. Um momento que inclui a renovação do portfólio de produtos, o desenvolvimento de tecnologias nacionais e o fortalecimento da cadeia local de fornecedores. Esse movimento deve impulsionar ainda mais a geração de empregos e a inovação industrial. “Recentemente, durante a comemoração dos 10 anos do polo, foram confirmadas duas grandes novidades que integram esse novo ciclo: a chegada de uma nova marca ao portfólio da planta e o lançamento de seis novos modelos até 2030, incluindo o primeiro veículo equipado com a tecnologia Bio-Hybrid produzido em Goiana, a partir de 2026. Com isso, aceleramos rumo a um futuro promissor com novas marcas, produtos, e tecnologias híbridas”, afirmou o

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Descarbonização: etanol na transição energética

*Por Rafael Dantas A eletrificação da frota de veículos é uma tendência sem volta em um mundo que luta contra as emissões de carbono. No entanto, a disponibilidade brasileira de etanol e a estrutura socioeconômica do País apontam para uma transição de descarbonização híbrida. O modelo a ser adotado pela indústria automobilística do País tem impacto direto em Pernambuco, visto que o Estado possui tanto uma montadora, em Goiana, como uma das gigantes do fornecimento de baterias, em Belo Jardim, além de ter também tradição no setor sucroenergético, fornecedor de etanol. Diante da pressão global pela descarbonização da mobilidade brasileira, as expectativas do mercado são do aumento da produção de veículos elétricos alimentados a bateria (BEV) e ao etanol. Além dessa aposta de migração para o carro 100% elétrico mais lenta e gradual, a expectativa das empresas do setor e da sociedade civil organizada é de que essa virada comece pelos ônibus. “O Brasil passará por um processo de eletrificação gradual dos seus automóveis. Isso não tem a ver com modismo, mas bastante a ver com a legislação. Ela é também, em muitos casos, indutora de inovação. Tira as pessoas e empresas de uma situação de acomodação para que busquem a inovação”, afirmou Luiz Mello, diretor de baterias industriais, BESS, Lítio e Rede de Serviços da Moura. Apesar das definições serem internas, a agenda de transição é internacional, diante do aquecimento global, com suas previsões catastróficas. “Até 2050 precisamos alcançar a meta de atingir o equivalente a 10% do que emitimos hoje no planeta de CO2. É urgente a mitigação das emissões”, destaca o vice- -presidente de Compliance de Produto da Stellantis na América do Sul, João Irineu. Ao fazer uma comparação entre o cenário do Brasil e do mundo, ele destaca que o País está melhor posicionado mas defende que todos precisam contribuir nessa agenda climática global. “O setor de energia é responsável por dois terços das emissões de CO2 no mundo para gerar energia e transporte. No Brasil é um quarto, porque temos uma matriz energética favorável nesse aspecto. Mais de 85% da nossa energia é renovável, de baixo carbono”, destacou. Dentro do setor de transporte no Brasil, os caminhões são responsáveis por 45% das emissões de CO2, enquanto que os veículos de passeio e comerciais leves representam 41%. Completam essa lista os ônibus, com contribuição de 11%, e as motos, com 3% de emissões. Os números são de um combinado de estudos do SEEG (Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, do Boston Consulting Group e do Cait, ranking global de emissões do World Resources Institute. “Da frota circulante de 44 milhões de carros, 2 milhões são veículos pesados e 42 milhões são veículos leves. Ou seja, 5% da frota é responsável por 56% das emissões”, destacou o diretor da Stellantis. “Todo mundo tem responsabilidade e tem que fazer o dever de casa”. As metas da empresa são, inclusive, mais ousadas do que aquelas assinadas nos compromissos internacionais com o clima. A Stellantis projeta reduzir 50% das emissões catalogadas em 2021 até 2030, quando será feito um novo inventário. Enquanto o mundo tem observado as emissões diretas dos carros (exclusivamente o que sai do escapamento do veículo), há um conjunto de especialistas que têm defendido observar toda a cadeia produtiva do processo de fabricação, desde a extração da natureza ao transporte e matéria-prima dos seus componentes. É um cálculo do poço à roda. Ou seja, nessa conta, o etanol brasileiro possui patamares de emissões bem próximos aos dos identificados em toda a cadeia dos carros elétricos. Daí está a competitividade do setor sucroenergético na pauta de descarbonização. “O CO2 fóssil não é renovável, vai para a atmosfera e acumula. Mas todo CO2 que sai na combustão do motor etanol é capturado pela plantação da cana-de-açúcar da próxima safra. O CO2 que sai da frota que está rodando com etanol ao longo do ano está sendo capturado pela plantação de cana-de-açúcar que está crescendo e que vai gerar o etanol da próxima safra. Ele só não é 100% renovável, mas é baixo carbono porque se usa ainda muita máquina diesel para produzir e distribuir o etanol. Caminhões, colheitadeiras, serviços de irrigação ainda usam diesel. Por isso, o etanol é entre 70% a 80% renovável”, afirmou João Irineu. O presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, afirma que o setor tem avançado em iniciativas para reduzir as suas emissões, bem como tem avançado no desenvolvimento de combustíveis para outros setores. “O setor sucroenergético é pioneiro nessas iniciativas e caminha com avanços no transporte agrícola com o biogás e biometano, também na rota do chamado SAF (sustainable aviation fuel – combustível de aviação sustentável), assim como, no abastecimento verde de combustíveis marítimos. A atividade do setor envolve ciclos de produção sustentáveis, notadamente pela biomassa da cana com seus derivados, que representam cerca de 16% de nossa matriz energética”, afirmou Renato Cunha. Em Pernambuco, a safra que terá início de moagem entre julho e agosto deve resultar em produção e processamento de mais de 14,5 milhões de toneladas de cana e no mínimo um milhão de toneladas de açúcar e em torno de 370 milhões de litros de etanol. Para incentivar o setor, a grande expectativa fica por parte do Renovabio, programa que envolve as distribuidoras de combustíveis e as usinas de etanol e de biodiesel. De acordo com Renato Cunha, o objetivo desse sistema é que as distribuidoras tenham metas de compras de Certificados de Descarbonização para compensação por distribuírem combustíveis fósseis. “Constitui-se em um programa de incentivos aos créditos de carbono, bem consolidado, inclusive com penalidades financeiras para o não cumprimento de metas. Assim, os programas de descarbonização, para terem mais eficiência, necessitam de compromissos bilaterais que não fiquem apenas no voluntarismo das partes”. APOSTA EM CARROS HÍBRIDOS PARA DESCARBONIZAÇÃO Quando colocado na balança todo o processo de produção e uso dos veículos e não apenas os resíduos que saem do escapamento, a contribuição do etanol para a descarbonização dos transportes se aproxima muito do

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