Arquivos Streaming - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

streaming

a batalha do biscoito pop tart trailer

Batalha entre Kellogg's e Post é tema de filme da Netflix

O que esperar de um filme escrito, dirigido, produzido e estrelado por Jerry Seinfeld? O cara é simplesmente o criador de uma das melhores séries de comédia de todos os tempos, a que leva no título o seu sobrenome. Saber disso só aumenta a decepção pelo resultado de A Batalha do Biscoito Pop-Tart, produção original Netflix. A história acompanha a guerra entre duas empresas americanas do ramo de cereais, Kellogg's e Post. Elas correm contra o tempo para descobrir a receita ideal de biscoito que fará grande sucesso nos cafés da manhã de crianças americanas. Seinfeld interpreta Bob Cabana, executivo da Kellogg’s responsável pela difícil missão. Do outro lado da trincheira de cereais está Marjorie Post, chefe da empresa rival, interpretada pela comediante Amy Schumer. Volto à pergunta lá do início: o que esperar de um filme escrito, dirigido, produzido e estrelado por Jerry Seinfeld? Decepção seria a última coisa, mas é o que acontece. As piadas não funcionam, algumas cenas parecem clamar por aquelas risadas de apoio tão comuns em sitcons. Provavelmente nem isso arrancaria qualquer risada do espectador. É duro dizer, mas "A Batalha do Biscoito Pop-Tart" mais parece uma cópia ruim de alguma comédia do Adam Sandler. Pouco demais, considerando a força do currículo do seu criador. O constrangimento é compartilhado pelo bom elenco. Hugh Grant encarna um ator de teatro que faz bico por baixo da fantasia de Tony the Tiger, famosa mascote da Kellogg’s. Em uma das poucas boas sequências do longa, o personagem lidera um protesto de mascotes contra os abusos da empresa. Melissa McCarthy interpreta uma desenvolvedora de produtos alimentícios, responsável por desenvolver o novo biscoito. O filme parece aplaudir a máxima do tudo pelo lucro, independente de quem sofrerá as más consequências. Não importa a quantidade de produtos químicos e conservantes acrescentados aos biscoitos. O importante é não deixar sobrar uma única caixa nas prateleiras dos mercados. No fim, sabemos muito bem quem sairá derrotado. Não será a Kellogg's, nem a Post.

Batalha entre Kellogg's e Post é tema de filme da Netflix Read More »

A Sociedade da Neve 1 1

Crítica: A Sociedade da Neve (Netflix)

Resiliência diz respeito à capacidade de se adaptar às mudanças, de resistir às dificuldades e desafios que surgem. Não há palavra melhor que expresse em profunda essência a história contada em A Sociedade da Neve. O longa espanhol narra a história dos passageiros de um voo que caiu nos Andes em 13 de outubro de 1972, em sua maioria integrantes da equipe uruguaia de rugby, “Old Christians Club”. Dos 45 ocupantes do avião, apenas 16 sobreviveram à queda e à jornada de 72 dias em meio às montanhas do Vale das Lágrimas. Com direção do cineasta espanhol Juan Antonio Bayona, o filme é baseado no livro “A sociedade da neve”, de autoria do jornalista e escritor uruguaio Pablo Vierci. J.A.Bayona consegue o feito de unir tensão à poesia. Numa das cenas, um plano aberto exibe a imensidão dos Andes pincelada em sua totalidade pela brancura da neve que cobre todo o vale como um imenso lençol. Sobre ele, o que restou do avião. A música dissonante ao fundo parece sussurrar aos novos visitantes um sejam bem-vindos macabro. A narrativa é costurada por antíteses, um misto de beleza e desespero. Desde as cenas que mostram os sobreviventes comendo a carne dos que morreram ao momento em que um deles saboreia com satisfação um chocolate que fora encontrado entre os destroços. Desde a tristeza pela morte de um amigo à alegria de sentir na pele o calor do sol após dias soterrados O elenco é formado em sua totalidade por atores desconhecidos, uruguaios e argentinos, muitos deles provenientes do teatro. O trabalho de preparação de elenco somado ao talento do cast principal rendeu sequências carregadas de tensão e realismo, de pegada documental. As cenas da queda da aeronave impressionam. Passageiros sendo espremidos entre os assentos, lançados ao teto ou jogados para fora do avião. Sequências construídas em sua maioria com efeitos práticos, pouco CGI. Cenas chocantes, porém trabalhadas por J.A.Bayona com muito cuidado e respeito às vítimas do acidente. “A Sociedade da Neve” recebeu duas indicações ao Oscar, Melhor Filme Internacional e Melhor Maquiagem e Penteado.  Está disponível no catálogo da Netflix.

Crítica: A Sociedade da Neve (Netflix) Read More »

62030538

The Chosen: novas temporadas disponíveis na Netflix

A página em branco é o terror do escritor. Como começar? Quais palavras abrirão o texto? Como atrair o primeiro olhar do leitor? Questões que atormentam, não importa a longa estrada de escritos que tenha percorrido. Assim começa a segunda temporada de The Chosen, incluída recentemente no catálogo da Netflix ao lado também da terceira. Contar uma história envolve não apenas o resgate das próprias memórias, é necessária muita pesquisa, debruçar-se sobre diferentes pontos de vista. Na sequência inicial do primeiro episódio, o apóstolo João entrevista alguns discípulos com a seguinte questão: como foi seu primeiro encontro com Jesus? As cenas seguem com uma pegada de documentário. Maria é a última a ser entrevistada. A partir do depoimento da mãe de Jesus, surge a inquietação do apóstolo: como começar a escrever todos aqueles relatos? O episódio é muito bem costurado, tem como norte a relação de João e Tiago com os outros discípulos, pincelada pela vaidade e soberba que passam a destilar após receberem elogio de Jesus. É desse temperamento forte que recebem o conhecido título de “Filhos do Trovão”. Diferente de outras produções do gênero, The Chosen lança-se a uma interpretação livre dos relatos do Novo Testamento Bíblico. Propõe um Jesus mais humano, com sacadas bem-humoradas e grande carisma. As três temporadas da série estão disponíveis na Netflix.

The Chosen: novas temporadas disponíveis na Netflix Read More »

mqsPyyeDCBAghXyjbw4TfEYwljw

Filme de guerra pré-indicado ao Oscar é destaque na Netflix

Um soldado alemão esfaqueia ferozmente o oponente francês. São as últimas horas da Primeira Guerra Mundial. A imagem do inimigo se contorcendo, pele rubra de sangue que não para de jorrar, faz o alemão cair em si. Lança-se em direção ao moribundo e tenta inutilmente estancar o sangue. Limpa delicadamente o rosto do inimigo com uma das mãos, vasculha o uniforme rasgado pelas punhaladas e, em meio a documentos, encontra uma foto. Nela, esposa e filha do homem que acaba de morrer. A cena é uma das mais fortes de Nada de Novo no Front, filme alemão que estreou recentemente na Netflix. A trama acompanha a jornada de Paul Baumer (Felix Kammerer), um adolescente inebriado pela promessa de reconhecimento e honras que poderá receber ao servir à Alemanha e retornar vitorioso da Grande Guerra. Porém, a realidade do conflito se descortinará e apresentará sua face mais dura e sangrenta. Paul sentirá na própria carne os aguilhões da guerra, uma insana máquina de fabricar viúvas e órfãos de pais e filhos. A direção de fotografia de James Friend cumpre bem o papel de ferramenta na construção da narrativa. Desde as belas imagens de calmaria, logo no início do filme, do lento bailar de árvores seguido do registro de uma raposa amamentando a prole, até o primeiro plano sequência dentro do inferno de poeira e pólvora da zona de combate, cenas pinceladas por um gélido azul que reforça a sensação de angústia. Em dado momento o conflito ganha ares de fantasia na cena em que tanques de guerra, mais parecendo enormes gigantes, surgem no horizonte em meio a grande neblina, avançando imponentes em direção às trincheiras alemães. Os metais da trilha sonora de igual modo colaboram na costura dos momentos de suspense. Nada de Novo no Front é baseado no romance homônimo escrito por Erich Maria Remarque. Com direção do cineasta alemão Edward Berger, esta é a segunda adaptação cinematográfica da obra de Remarque. A primeira, de 1930, ganhou o Oscar de Melhor Filme. Coincidência ou não, a nova aposta da Netflix figura na pré-lista da premiação, divulgada este mês pela Academia.

Filme de guerra pré-indicado ao Oscar é destaque na Netflix Read More »

FVPXY9lX0AEyRGU scaled 1

Netflix: Pinóquio de Guillermo del Toro chega ao streaming

A morte é tema não muito frequente nas rodas de conversa. Por outro lado, o oposto dela é sonho de consumo da humanidade: a imortalidade. Há quem calcule que, com os avanços na área da nanotecnologia, daqui a poucas décadas a morte da Morte será decretada. Um problema a menos para a humanidade. Será mesmo? E se a ausência da Indesejada significasse um fardo? Tal questionamento já foi proposto no cinema como no filme "O Homem Bicentenário", protagonizado por Robin Williams. O assunto volta às telas com a estreia na Netflix de Pinóquio. A versão de Guillermo del Toro chega ao streaming três meses após o live-action da Disney, "Pinocchio", de Robert Zemeckis, que pouco acrescentou à história do famoso boneco. Diferente de Zemeckis, Del Toro surpreende ao instigar discussão e filosofar sobre a brevidade da vida. Na versão do cineasta mexicano, Pinóquio carrega consigo a sorte e o fardo da imortalidade. Sorte por possuir algo tão desejado por todos e fardo por, na caminhada, ter de presenciar a partida de cada pessoa que ama. Del Toro inova também ao contextualizar a trama na Itália de Mussollini. Em uma das cenas mais divertidas do filme, o líder fascista é ridicularizado por Pinóquio. Em tempos de avanço da extrema direita no mundo, crítica mais que benvinda. Foram necessários incríveis quinze anos até a conclusão do projeto, todo realizado em stop motion. A riqueza de detalhes dos cenários e caracterização das personagens, como também a bela cinematografia justifica cada ano gasto. O resultado é uma obra esteticamente rica e cheia de camadas. A direção é dividida com Mark Gustafson, que já trabalhou com stop motion em outras produções. O elenco que dublou às personagens tem nomes de peso como Ewan McGregor, que interpreta o grilo Criket, Cate Blanchett, que dá voz ao macaco Spazzatura e Christoph Waltz, como o vilão Count Volpe.

Netflix: Pinóquio de Guillermo del Toro chega ao streaming Read More »

Filmes de arte gratuitos até a próxima quinta-feira

Uma boa notícia para quem curte filme de autor: o Petra Belas Artes, conjunto de sala de exibições de São Paulo, acaba de lançar o seu streaming Petra Belas Artes à La Carte, que tem assinatura gratuita até a próxima quinta-feira. Além de oferecer um acervo de fôlego de filmes de arte, o streaming tem como diferencial o fato de para cada filme trazer um vídeo com explicações sobre por que assistir aquela produção. São informações, curiosidades e história sobre cada filme. É uma forma criativa de ajudar o assinante a encontrar a produção para assistir que se encaixe no seu perfil. Os filmes são classificados de forma bem irreverente como: cults incríveis, hahaha, mulheres maravilhosas, se você nunca viu um filme cult comece por aqui, para roer as unhas, todo cinéfilo precisa ver antes de morrer, França mon amour, boy meets girl, não soubemos classificar. Para assistir basta acessar: https://www.belasartesalacarte.com.br/

Filmes de arte gratuitos até a próxima quinta-feira Read More »

Crítica| Next Gen (Netflix)

A Netflix segue na missão de encher o catálogo de produções originais. Sua nova aposta é a animação Next Gen, que acompanha a jornada de uma menina e sua (improvável) amizade com um robô de última geração. Na trama, Mai sente falta do pai, ausente já há muitos anos. Sua mãe, Molly, viciada em tecnologia, vive sempre "no automático" e gasta a maior parte do tempo ao lado de um robô. No filme, eles estão em todo lugar, nas residências, ruas e escolas. É quando entra em cena o robô 7723, que com seu carisma e cuidado mudará profundamente a vida de Mai. Next Gen é uma co-produção EUA, China e Canadá e é dirigido pela dupla Kevin R. Adams e Joe Ksander. Baseado numa HQ chinesa chamada 7723, consegue estar à altura de algumas produções da Pixar, com cenários grandiosos e ricos em detalhes.   Alguns personagens são inspirados em personalidades do setor da tecnologia. O vilão, Justin Pin, é praticamente uma cópia de Steve Jobs, com direito aos trejeitos e mesma popularidade do saudoso CEO da Apple. Tem, inclusive, seu próprio Wozniacki, o Dr. Tanner, mente por trás dos projetos de Pin e criador do 7723. Nomes conhecidos do cinema emprestam suas vozes aos personagens. John Krasinski, diretor e protagonista do excelente Um Lugar Silencioso, dá voz ao robô 7723. Michael Pena, que protagonizou recentemente o longa Extinção, também da Netflix, dubla o cachorrinho Momo, alívio cômico da animação. Next Gen trata não apenas do poder da amizade, mas traz também, nas entrelinhas, forte crítica ao mau uso da tecnologia e como isso pode ser prejudicial às relações. Na ânsia por encher o catálogo de produções originais, a gigante do streaming vinha errando feio em algumas de suas apostas. Mas desta vez, parece que acertou.

Crítica| Next Gen (Netflix) Read More »