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Projeto “Repense Reuse” chega ao Recife e amplia rede de coleta de roupas com foco na economia circular

Capital pernambucana passa a contar com 65 pontos para arrecadação de peças usadas; iniciativa aposta na moda sustentável e na transformação social Com o objetivo de reduzir os impactos ambientais causados pelo descarte têxtil, o Recife passou a integrar a rede do projeto “Repense Reuse”, da Humana Brasil, que promove a economia circular por meio da reutilização de roupas, calçados e acessórios. Desde março, a capital pernambucana conta com 65 pontos de coleta, somando-se aos mais de 400 espalhados pelo país. A proposta une moda sustentável, responsabilidade social e combate ao desperdício, dando novo destino a peças esquecidas no guarda-roupa. O projeto, criado em 2021, já arrecadou cinco toneladas de roupas no Recife, antes mesmo da campanha de divulgação ser iniciada. “Já arrecadamos 5 toneladas de roupas no Recife, mesmo sem termos iniciado oficialmente a campanha de divulgação dos pontos de coleta. Isso mostra o potencial do engajamento da população e o quanto o tema da reutilização está ganhando força. O pernambucano gosta de doar”, afirma Claudia Andrade, executiva da Humana Brasil. As peças são encaminhadas ao centro de triagem e armazenamento localizado no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul da cidade. Mais do que uma ação de logística reversa, o “Repense Reuse” propõe uma mudança de mentalidade sobre consumo. A ideia é prolongar o ciclo de vida dos produtos, reduzir a geração de resíduos e fomentar a geração de renda em comunidades vulneráveis. “Nosso foco é transformar resíduos em recursos. Por meio da triagem e reaproveitamento das peças, conseguimos desenvolver ações que envolvem capacitação e geração de renda, principalmente em comunidades vulneráveis”, destaca Claudia. Além da coleta, o projeto prevê a abertura da loja Humana, que funcionará como ponto de venda das peças reaproveitadas. A expectativa é que o espaço seja inaugurado após a consolidação do centro de triagem na cidade. “A loja será o elo final desse ciclo. Depois que finalizarmos a implantação do nosso centro de triagem, iniciaremos o estudo para identificar um ponto estratégico de venda”, conclui Claudia. Serviço – Onde doar roupas, calçados e acessórios no RecifeA população pode contribuir com o projeto “Repense Reuse” depositando suas doações limpas e em bom estado nos seguintes locais: Ecoestações da Prefeitura do Recife (EMLURB): Terminais de Integração (Nova Mobi): Shoppings: Outros:

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3 perguntas para Roberto Montezuma sobre urbanismo sustentável

Roberto Montezuma é presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo em Pernambuco (CAU/PE). O que é a Nova Agenda Urbana da ONU e qual a sua importância para a transformação das cidades? A Nova Agenda Urbana uma visão compartilhada sobre o desenvolvimento sustentável das nossas cidades. Trata-se de um documento consolidado pela UN-Habitat e assinado em 2016 por centenas de países e instituições, inclusive o Brasil. Ela é uma diretriz mundial que reverbera aqui na nossa realidade, com objetivos que se adaptam perfeitamente às demandas e desafios brasileiros. O documento aponta desafios concretos, metas e ações a serem perseguidos por gestores públicos, sociedade civil organizada e demais stakeholders da transformação urbana nos próximos 20 anos. No que tange especificamente às cidades, a ONU propõe, por meio de campanha de pensadores urbanos, objetivos ainda mais específicos, como a cidade inovadora, resiliente, sustentável, criativa. A ONU coloca a cidade no centro do debate. Nesse contexto, o que chama atenção para a realidade brasileira é o alinhamento com a ideia de planejamento de longo prazo que o CAU/PE tanto defende. A cidade precisa ser tratada como o complexo e estratégico sistema que é, caso contrário, sofreremos as consequências de soluções pontuais desconectadas, que formam um verdadeiro Frankenstein e não a cidade que precisamos e merecemos. Uma cidade não se planeja em quatro anos, mas em 15, 20, 30 anos. Por isso, se queremos transformar as cidades, temos uma ordem a seguir. Precisamos partir de uma visão macro, que responda à pergunta “qual é a cidade que precisamos?”. Só então partimos para a espacialização desses anseios, traduzidos em planos e projetos que dão a concretude a essa visão. A partir disso podemos pensar em legislação, que deve estar em alinhamento com o planejado. Por fim, chegamos à etapa do financiamento que permitirá que tiremos os planos do papel. Essa perspectiva diagonal do planejamento de longo prazo precisa ser repetida como um mantra em todos os espaços de discussão sobre as cidades. Como você vê o protagonismo cidadão na busca por uma cidade mais sustentável? Como lembra a ONU em movimentos como o da Agenda Urbana e o Urban Thinkers Campus: nós somos a mudança. Isso é a mais pura verdade: nós somos a cidade, nós somos o trânsito, nós produzimos o lixo, a energia. Portanto, nós somos ao mesmo tempo o problema e a solução. A partir do momento em que eu sou sustentável, eu estou fazendo uma cidade mais saudável. Não tem outra saída. Por isso, o empoderamento cidadão é tão urgente e é uma das metas do CAU enquanto instituição que endossa a Nova Agenda Urbana. Em Pernambuco, iniciativas do Conselho como o projeto Cadernos de Arquitetura e Urbanismo vão ao encontro dessa demanda por mais conteúdo para formar um olhar crítico que leve a atitudes transformadoras. O empoderamento parte da consciência, da observação teórica que se traduz em construção prática de outra realidade possível bem como no monitoramento. Ao se apropriar do conceito de cidade, o cidadão passa a monitorar a transformação, blindando o planejamento de governo contra de qualquer desvio da visão macro e cobrando o planejamento de estado que vai garantir sustentabilidade ao desenvolvimento. Como tem sido a atuação do CAU-PE na defesa de um urbanismo sustentável para as cidades pernambucanas e especialmente em relação ao projeto Parque Capibaribe? Ao nos alinharmos à Nova Agenda Urbana, defendemos a importância de pensar global e agir local. Nesse sentindo, todos os movimentos que estão surgindo dentro da proposta positiva de transformação urbana têm seu lugar estratégico na construção de cidades mais sustentáveis. Além de projetos como os cadernos e da interlocução com o poder público em espaços como o Conselho das Cidades, o Conselho de Desenvolvimento Urbano e a Comissão de Controle Urbano, o CAU/PE tem se articulado a redes locais, nacionais e internacionais de iniciativas que fazem a diferença para as cidades brasileiras. São muitos os movimentos já em curso em torno da temática urbana, mas falta a visão sistêmica, traço marcante na formação de arquitetos e urbanistas e que tem pautado nossa atuação em espaços como a #RedeRecife500anos e a #RedeBrasilUrbano, por exemplo. Juntos e articulados temos mais força tanto para pautar o poder público como para construir junto com a sociedade a visão do todo indispensável à transformação das nossas cidades. As 20 iniciativas que integram a #RedeRecife500anos – o próprio Conselho, as Universidades Federal e Católica de Pernambuco, o Parque Capibaribe, o Movimento Olhe pelo Recife, a Ameciclo, o FabLab, a agência ARIES, entre outros – costuram essa visão macro do Recife que precisamos, do Recife que tem alma, anseios e potencialidades únicos, o Recife com uma forte relação com as águas que precisa ser resgatada por um futuro sustentável.

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