UFPE desenvolve biossensor para detectar Zika e Chikungunya

“O nosso sonho é desenvolver um equipamento de biotecnologia que possa, a partir da coleta de uma gota de sangue, detectar cerca de 50 patologias e, assim, facilitar o diagnóstico precoce de muitas doenças”. É impulsionado por essa inspiração que o médico e pesquisador José Luiz de Lima Filho, diretor do Instituto de Imunopatologia Keizo Asami (Lika), da UFPE, vem desenvolvendo o Gensensor, instrumento que pode acusar a presença do vírus da Zika e da Chikungunya, doenças transmitidas pelo inseto Aedes aegypti.


Hoje já utilizado para detectar a dengue, HPV e câncer de mama, o biossensor parte de um conceito relativamente simples para identificar a presença do agente infeccioso. “O equipamento é munido de uma ‘fita’ com os dados que caracterizam geneticamente o vírus procurado e, quando submetido ao contato com o sangue do paciente, caso haja na amostra sanguínea o mesmo DNA armazenado no equipamento, ocorre uma reação que comprova a presença do vírus”, explica José Luiz.

À frente de uma equipe multidisciplinar de 13 pessoas, entre profissionais e bolsistas de Biologia, Biomedicina e Medicina, entre outros, que atuam no Laboratório de Biotecnologia do Lika, o professor José Luiz adianta que o Gensensor, nome de fantasia do produto, ainda tem um caminho relativamente longo a trilhar até que possa ser disponibilizado em escala comercial. “A depender do aporte financeiro que a pesquisa receber, estimamos entre três a oito anos o tempo necessário para cumprir todas as exigências de ordem técnica e da área de saúde”, avalia.

Quanto à efetividade clínica do objeto, todos os testes laboratoriais já foram feitos. Agora é necessário desenvolver o protótipo do equipamento para torná-lo resistente, durável e com custo competitivo, segundo o pesquisador. Após esse processo, será necessário fazer os testes de campo, contraprovas e, então, submeter à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação definitiva. Ao final, o Gensensor deverá ter a mesma funcionalidade dos equipamentos usados domesticamente para aferir o teor glicólico por pacientes diabéticos.

Atualmente, os testes para a dengue são feitos apenas em laboratórios e o resultado demora cerca de uma hora e meia para sair, mas o paciente só os recebe, na maioria das vezes, 24 horas depois. Segundo José Luiz, por precisar de uma máquina específica e de técnicos profissionalizados, o processo é mais caro do que será a análise feita pelo biossensor. “Quem sabe, no futuro, os próprios agentes de saúde poderão carregar amostras da nossa tecnologia para testar as pessoas em suas casas e dar o resultado em até 20 minutos”, prevê José Luiz.

(Ascom da UFPE)

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