Arquivos Urbanismo - Página 47 De 98 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Urbanismo

Parque das Graças, em obras, será a nova peça do Parque Capibaribe

Na última sexta-feira, no aniversário do Recife, o prefeito João Campos autorizou o início das obras do Parque das Graças. Às margens do Rio Capibaribe, o mais novo espaço de lazer da cidade terá em torno de um quilômetro de extensão. Ele ficará localizado entre as pontes da Torre e da Capunga e contará com playground, área para ginástica, tirolesa, três áreas de convivência, Parcão, espaços para piquenique, mirantes e área de refúgio da fauna. O projeto foi desenvolvido pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB), que será responsável pela execução das obras, que é uma nova peça do Parque Capibaribe. "O Parque das Graças que vai ser o coração do Parque Capibaribe, numa cidade que nasceu do rio, e que por muitas vezes deu as costas ao rio, e agora chegou a vez de poder se aproximar. A gente vai separar as entregas em três fases e a primeira delas a gente já entrega neste ano, a gente já vai ter a cidade podendo usufruir da primeira parte do Parque das Graças. Um projeto que foi pensando com os moradores, com a universidade, com quem tem preocupação com o meio ambiente, com o rio Capibaribe, é fruto de muito diálogo”, afirmou João Campos, no ato de anúncio do início das obras. O consultor e arquiteto Francisco Cunha classifica o Parque Capibaribe como o mais importante estudo/plano urbanístico da história do Recife. Na ocasião do lançamento do livro Reinvenção do Recife Cidade Parque, que narra a origem e as diretrizes que construíram o projeto, Francisco defendeu a implantação do projeto como o melhor caminho para a reorganização urbana da capital pernambucana. “Terminamos descobrindo por essa extraordinária pesquisa realizada que o rio, que corta a cidade, é o meio de realizar a conexão da cidade, uma forma de sutura. Para mim este é o maior estudo e o mais importante plano urbanístico feito no Recife. Um verdadeiro Ovo de Colombo urbanístico. Esta é uma iniciativa de reinvenção da cidade que, inclusive, pode e deve ser feita ao longo do tempo como uma espécie de montagem de um quebra-cabeças gigante cujo desenho geral já foi traçado”. COMO SERÁ O PARQUE DAS GRAÇAS? De acordo com a Prefeitura do Recife, o novo equiapamento terá início na altura da Rua Amélia, com uma solução viária que viabiliza a travessia de pedestres na descida da Ponte da Torre, seguindo com 1 quilômetro até a Ponte da Capunga. Com a implantação do projeto haverá a implantação de vias de baixa velocidade compartilhadas entre pedestres, ciclistas e veículos motorizados, elevadas ao nível das calçadas e com amplos passeios contínuos e acessíveis, áreas de convivência, além do plantio de mais de 200 novas árvores. O equipamento terá ainda playground de 397m², subdividido em duas áreas, uma para a primeira infância, de 205 m², e outra para os maiores de seis anos, com 192m²; área para ginástica, espaço de terra batida com tirolesa e três áreas de convivência, sendo duas próximas à Ponte da Torre, com 120m² e 431m², e uma localizada entre a Rua das Pernambucanas e a Ponte da Capunga, com 444m². Também fazem parte do projeto a implementação de um Parcão, próximo à rua Osvaldo Salsa, cinco espaços para piquenique, além de dois mirantes (perto da Rua Sebastião Leme e próximo à Ponte da Capunga) e área de refúgio da fauna.

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Parque de Esculturas ganha iluminação e terá segurança 24h

Entre os anúncios da Prefeitura do Recife para celebrar os 484 anos da cidade, o prefeito João Campos se comprometeu com a preservação e valorização do Parque de Esculturas Francisco Brennand, que fica em frente à Praça do Marco Zero, no Recife Antigo. O atrativo turístico recebeu uma nova iluminação cênica e receberá segurança 24 horas do local. “A gente inaugura o primeiro módulo da iluminação do Parque das Esculturas. A partir de abril, começa uma equipe com oito pessoas trabalhando 24 horas para fazer a segurança do parque. Também será instalada uma câmera, ainda neste mês, que vai fazer a vigilância específica do Parque das Esculturas, esse grande patrimônio da nossa cidade, que a gente tem todo o carinho e compromisso de cuidar e preservar”, destacou João Campos. A nova iluminação cênica do Parque das Esculturas vai ser feita por oito projetores instalados desde o Marco Zero, dando protagonismo à Torre de Cristal na paisagem noturna de um dos mais simbólicos cenários do Recife. A iluminação é acionada de forma remota. O projeto foi realizado pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). Outra novidade é que a Prefeitura do Recife articulou junto ao Porto do Recife a instalação de segurança 24h todos os dias da semana a partir do próximo mês. Também será feita, através da Secretaria de Segurança Cidadã, a colocação de uma câmera com infravermelho e com monitoramento 24h. Diretora-presidente da Oficina Brennand, Mariana Brennand, comemorou a volta da Torre de Cristal à paisagem do Recife à noite. “Esse momento é muito simbólico e importante, de trazer luz a esse monumento. Acho que hoje é um dia muito importante, no aniversário da cidade, marca o compromisso do prefeito, honrando o comprometimento dele com a preservação desse patrimônio histórico, a recuperação dele, a vigilância. Então, acho que hoje é um dia lindo, de muita emoção e muita esperança. É muito bom poder ver o Parque das Esculturas iluminado depois de tanto tempo e poder saber que esse é só o início. Agora, a gente vem com a recuperação do parque, segurança, iluminação e segurança. Estamos muito felizes”, comemorou. O Parque das Esculturas é também fonte de renda para trabalhadores que atuam na área do Marco Zero. É o caso dos barqueiros que realizam diariamente a travessia de turistas e recifenses que desejam ver de perto este que é um dos atrativos turísticos recifenses reconhecidos mundo afora. Em uma parceria da Prefeitura do Recife com a Copergás e a Recria (Brasil) os barqueiros cadastrados para travessia do Marco Zero-Parque das Esculturas irão ganhar equipamentos de segurança (colete), camisa UV, boné e ainda reparos e pintura em seus barcos. A articulação tem como objetivo valorizar o serviço destes profissionais que também representam a cadeia produtiva do turismo na cidade.

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Cone reforma casarão antigo remanescente do período colonial

Após séculos de abandono, um casarão histórico ressurge no Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. O casarão do Engenho Guerra, construído no século XIX, passou por restauro e hoje é exemplo de revitalização da arquitetura do local. Remanescente do período colonial brasileiro, o Casarão do Engenho Guerra está localizado em uma das áreas pertencentes ao Cone S/A, numa região que testemunhou o auge do ciclo da cana-de-açúcar em Pernambuco, entre os séculos XV e  XVIII. A edificação, no entanto, passou por um período de intensa degradação após sua desocupação, convivendo com mato, entulhos e sofrendo os efeitos da deterioração por causa da ação do tempo. Embora não seja tombado por órgãos municipais, estaduais ou federais, o imóvel denota indiscutível riqueza histórica e cultural, representando um período importante da  história de Pernambuco. Pensando na importância da preservação e valorização da história, o Cone e a GL Empreendimentos resolveram atuar para resgatar as características originais do patrimônio. Com uma área construída de 350m², o imóvel recebeu obras emergenciais de resgate às características originais do edifício.  Foram feitos levantamento documental arquitetônico e fotográfico, mapa de danos e reconstrução, resultando em um processo de restauração fiel ao passado. Todos os cuidados foram tomados. Antes em estado de ruínas, o casarão recebeu de volta seus elementos estruturais e plásticos, alusivos à arquitetura colonial, num projeto assinado pelos arquitetos Jorge Passos e Vera Menelau. Os adornos florais e peças decorativas da cobertura, que já não ostentavam a beleza de outrora, foram reformadas. Janelas e portas substituídas. A casa, que foi construída a partir de tijolos maciços, e encontrava-se destelhada, rachada, pichada e até com algumas paredes demolidas, foi também totalmente revitalizada. O empreendedor Marcos Roberto Dubeux, à frente do CONE, está abrindo e escutando empreendedores com propostas inovadoras para que juntos possam mobilizar ideias e projetos para a utilização do casarão. O Cone considera importante preservar e valorizar a história, como forma de aprender com as experiências do passado à medida em que o futuro é construído.

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Rafa Mattos faz intervenção artística com mensagem voltada para mulheres

O artista Rafa Mattos, apresentou nesta segunda-feira, na semana do Dia Internacional da Mulher, uma intervenção que enaltece a figura feminina. O corredor do piso principal do Shopping ETC, nos Aflitos, Zona Norte do Recife, recebe uma mistura de cores especiais: uma pintura que exprime uma mensagem de reflexão, mas que também chama atenção para o respeito, coragem, empoderamento feminino, igualdade de gênero e de raça.

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UFPE apresenta projetos para áreas de morro à Prefeitura do Recife

Da Ascom da UFPE Com o objetivo de firmar possíveis parcerias, representantes da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesqi) da UFPE participaram de reunião on-line, com três secretários da Prefeitura do Recife. Foram apresentados projetos, desenvolvidos na Universidade, que buscam integrar o cidadão aos serviços urbanos com foco em mobilidade urbana e abastecimento de água, fazendo uso da tecnologia da informação. Por parte da UFPE, o encontro teve participação do pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Pedro Carelli; da coordenadora de Articulação e Parcerias da Propesqi, Sávia Gavazza; de docentes e de pesquisadores. Representando a prefeitura, estavam os secretários Érika Moura (Saneamento), Marília Dantas (Infraestrutura) e Rafael Dubeux (Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação). O pró-reitor Pedro Carelli deu as boas-vindas e disse ser um “prazer recebê-los aqui para dar continuidade a essa agenda de conversa e de aproximação para tentar caminhar juntos na solução dos problemas que a prefeitura venha a nos apresentar”. A professora Sávia Gavazza apresentou os projetos da Universidade: Acessibilidade e Mobilidade em Áreas de Morros, na área de transporte, sob a responsabilidade dos professores Mauricio Andrade e Maria Leonor Maia; DesviUFPE, que visa ao aproveitamento da água pluvial para fins potáveis, coordenado pela professora Sávia Gavazza; e Monitoramento IoT – Tele-Medição de Consumo de água – Simona (Informática), coordenado pelos professores Djamel Sadok e Judith Kelner. As iniciativas da UFPE respondem a demandas cotidianas da sociedade, principalmente para áreas de morros, com soluções de baixo custo. Segundo a professora Sávia Gavazza, o objetivo é “trabalhar na melhoria da qualidade de vida das pessoas com intervenções simples”. Os secretários demonstraram receptividade às propostas. Novas reuniões serão marcadas para detalhamento dos projetos, com a participação de outras secretarias da Prefeitura do Recife.

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Petrolina é destaque no País pelo saneamento e pelo atendimento pré-escolar

O consultor Éber Gonçalves, um dos coordenadores do Desafios da Gestão Municipal (DGM) e responsável pela área de Analytics na Macroplan, foi um dos entrevistados desta semana da Revista Algomais sobre a cidade de Petrolina. O município foi apontado como o de melhor em qualidade de vida na região Nordeste, de acordo com estudo publicado pela Macroplan. Conversamos com o especialista sobre os motivos que levaram a cidade do Vale do São Francisco a obter esse posto e quais os caminhos que Petrolina deve seguir para avançar mais nos indicadores de qualidade de vida. Quais as principais características da cidade de Petrolina que mais contribuíram para que fosse apontada como a de melhor qualidade de vida da região Nordeste? Petrolina é a melhor cidade dentre as 20 da região Nordeste que fazem parte do DGM. No ranking das 100 cidades, Petrolina ocupa a posição 48ª. Os resultados em Educação e Saneamento contribuíram para que a cidade ocupasse a posição de destaque na região. Em Educação, destaca-se a universalização do atendimento da pré-escola. A cidade alcançou número de matrículas suficiente para atender 100% das crianças de 4 e 5 anos e, por isso, ocupa a 1ª posição no ranking geral desse indicador. A cidade também tem 100% de atendimento de serviço de água. Esse é o indicador de destaque em Saneamento. Petrolina também ocupa a 1ª posição entre as 100 maiores cidades do país nesse indicador. Esses seriam os dois grandes destaques de Petrolina. A partir dos dados que vocês levantaram o que conseguiu avançar mais em relação à pesquisa anterior? Vocês têm alguma informação no que ocasionou essa melhoria de desempenho? Petrolina avançou mais significativamente em Educação e em Segurança em comparação ao último ano. Nas duas áreas, Petrolina melhorou seus índices e ganhou posições frente a outras cidades entre as 100 maiores. Em Educação, ganhou quatro posições, saindo da 37ª para a 33ª. E ganhou seis posições em Segurança, saindo da 87ª para a 81ª. Em Educação, destacam-se as melhorias nas notas do IDEB do Ensino Fundamental. A nota dos alunos da rede pública do Ensino Fundamental I subiu de 5,8 para 6,2, fazendo com que a cidade ganhasse 14 posições no ranking do indicador. A cidade também ganhou cinco posições no ranking do IDEB do Ensino Fundamental II, passando a ocupar 30ª no último ano. A nota dos alunos da rede pública nessa faixa de ensino subiu de 4,7 para 5,0. A redução da Taxa de homicídios é o destaque na área da Segurança. A taxa caiu de 40,1 para 26,9 mortes por 100 mil habitantes. O município ganhou quatro posições no ranking desse indicador. Quais os principais desafios que a cidade tem para seguir numa trajetória de qualificar a vida da sua população? Por exemplo, hoje os líderes do país têm que características que mesmo Petrolina e as cidades mais bem classificadas em Pernambuco ainda não possuem? Petrolina tem muito desafios a enfrentar. Como mencionamos anteriormente, embora seja a melhor cidade do nordeste nesse grupo, ocupa a 48ª posição entre as 100. Os maiores desafios de Petrolina estão na área da Saúde. A cidade ocupa a 78ª posição nessa área. A taxa de mortalidade infantil do município é a terceira maior dentre as 100 cidades do DGM: 18,1 mortes para cada 1000 nascidos vivos. Foram registrados 116 óbitos infantis no município em 2019. A cidade também tem o desafio de melhor o atendimento pré-natal e reduzir a taxa de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis. E embora tenha melhorado em Segurança, por conta da redução da taxa de homicídios, a cidade tem a 2º maior taxa de óbitos no trânsito. Reduzir os óbitos no trânsito também é um grande desafio para a cidade. Em 2019, 87 pessoas foram vítimas fatais de acidades de trânsito na cidade, resultando numa taxa de 24,9 mortes para cada 100 mil habitantes, maior do que o dobro da média das 100 maiores cidades brasileiras. Como esses avanços na qualidade de vida da população local contribuem para o fomento da economia da cidade? Qualidade de vida é algo cada vez mais valorizado pelas pessoas e, também, por empresas e investidores. A qualidade de vida contribui para o bem estar e para a produtividade dos trabalhadores. É um dos critérios analisados por empresários antes de decidirem pela realização de investimentos. Então, as cidades com maior qualidade de vida conseguem atrair mais talentos e investimentos o que, por sua vez, estimula a economia da cidade.

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BRK Ambiental apoia o Desafio de Inovação no Saneamento promovido

Para estimular o desenvolvimento de soluções inovadoras no setor de saneamento básico, a BRK Ambiental apoia o Desafio de Inovação no Saneamento – Open Spot ABES, ação promovida pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em parceria com a Infra Cast e Infra Women Brazil. Destinada a empresas, investidores e empreendedores, a iniciativa vai apoiar ideias que ajudem a viabilizar a universalização dos serviços de coleta, distribuição, e tratamento de água e esgoto no Brasil. Os projetos podem ser inscritos até o dia 12 de março e a lista com os finalistas será apresentada em 22 de março. Os finalistas serão convidados a participar do Pitch Day, agendado para 25 de março. Em um evento on-line, os selecionados terão a oportunidade de apresentar os seus projetos para uma banca examinadora multidisciplinar. Os selecionados vão receber um prêmio de R$ 20 mil e terão a possibilidade de ter o seu projeto testado em uma concessionária de saneamento parceira da iniciativa. A ação ainda prevê a possibilidade de um eventual financiamento pelos investidores que participarão do evento. “O saneamento básico tem um papel fundamental no desenvolvimento do país, por isso apoiamos iniciativas que contribuam com a expansão dos serviços de água e esgoto em todos o país. Por meio de inovação e tecnologia, acreditamos que é possível promover o futuro sustentável do país”, pontua Ana Carolina Farias, Diretora de Contrato da BRK na Região Metropolitana do Recife. Para realizar a inscrição, os interessados deverão enviar para o e-mail inovacao@abes-dn.org.br a ideia completa de projeto, os dados do participante, além do formulário de inscrição (disponível neste link) preenchido.

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Conservação urbana e predial fora de pauta?

*Por Juliana Cunha Barreto Manutenção, conservação, zeladoria. Parecem vocábulos comuns e de pouca expressividade, quando o assunto é a ânsia pela máxima ocupação do território urbano, como um dos reflexos do atraente mercado imobiliário das grandes cidades; e no Recife, não parece diferente. As preocupações que envolvem a conservação do sistema ambiental, em sentido amplo, e a manutenção das estruturas edificadas, em escala pormenorizada, parecem comuns nos discursos urbanísticos, mas longe de uma aplicação prática – afinal, aliar as demandas da sociedade contemporânea com as premissas da sustentabilidade não é tarefa simples. De modo específico, é no exato desafio da manutenção periódica predial, geralmente mais aproximada ao cotidiano cidadão, que são observados os conflitos da qualidade do ambiente construído, capazes de resultar em vulnerabilidades estruturais e perdas de materiais construtivos — situações que põem em risco a permanência do edifício e a vida dos ocupantes e usuários. Foi nesses termos que vimos, recentemente, os danos construtivos do edifício São Cristóvão, situado na emblemática Rua da Aurora, ocasionarem uma morte de civil. Lamentavelmente, esse caso não é isolado e o referido logradouro também já protagonizou outros feitos de natureza destrutiva, sendo extensivos à histórica vizinhança dos bairros adjacentes, Boa Vista e Santo Amaro, para não listar alguns outros relegados do protagonismo urbano. Legislação para a orientação de vistorias e manutenções de rotina em condomínios existe, assim como profissionais habilitados a tanto também. Arquitetos e Urbanistas, no âmbito de suas atribuições, detém a capacidade técnica de periciar edificações e avaliar danos físicos, o que pode ser uma atividade compartilhada com outros profissionais especializados, do campo da engenharia, por exemplo. A depender do elemento arquitetônico ou estrutural, sua função na edificação e interface com as intempéries, a rotina de manutenção pode ser diversa, sendo inclusive sugerida a elaboração de um plano de conservação preventiva, que indique os riscos, as orientações de manutenção e a periodicidade — serve de guia aos gestores ou gerentes prediais. Além da otimização dos custos que uma conservação periódica pode oferecer, com o acompanhamento de um profissional especializado, a preservação da vida se coloca como algo ainda mais valioso. Na possibilidade de efetiva contribuição ao tema, torna-se apropriado chamar a atenção para a iniciativa de criação de um escritório gestor do centro do Recife, recentemente anunciada pela municipalidade, cujos objetivos, ainda desconhecidos, podem naturalmente serem sensíveis ao tema da manutenção, conservação, zeladoria. Tanto no sentido da preservação do patrimônio cultural, como do estímulo à manutenção física das estruturas edificadas, para que outros incidentes não voltem a acontecer. *Juliana Cunha Barreto é Arquiteta e Urbanista. Docente do Centro Universitário UNIFBV (juliana.barreto@professores.unifbv.edu.br)

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PCR investe R$ 96,6 milhões na preparação para o período de chuvas

Da Prefeitura do Recife O prefeito do Recife João Campos apresentou as intervenções destinadas a minimizar os impactos das chuvas na cidade. Este ano, o investimento na Ação Inverno será de R$ 96,6 milhões, incluindo contenção de encostas, prevenção e monitoramento em áreas de risco, colocação de lonas plásticas e eliminação de pontos de alagamento, entre outras. O trabalho já começou desde janeiro deste ano e envolve mais de 3 mil servidores de diversas secretarias e órgãos municipais. “A Ação Inverno é um conjunto de medidas que totalizam R$ 96,6 milhões na nossa cidade só neste ano. Então desde limpeza de canal, de galerias, da macro e microdrenagem, construção de barreiras, colocação de lonas, o programa Parceria, a atenção ao tráfego da cidade, então são várias ações que juntas simbolizam o cuidado e a presença da Prefeitura na vida de cada recifense, sobretudo para atravessar o período do inverno que sempre costuma ter um índice de chuva muito grande na nossa cidade”, detalhou o prefeito João Campos. O prefeito destacou ainda a importância de aliar a ação da Prefeitura do Recife com a colaboração da população para cuidar da cidade, especialmente com o início das chuvas. “A gente aqui está falando de quase R$ 100 milhões destinados a ações de prevenção, dessa parte, próximo a R$ 40 milhões são destinados a limpeza de galeria, canal, então se tivesse menos lixo, menos resíduo nesses locais, a Prefeitura gastaria muito menos, o ambiente estaria protegido e a gente poderia usar esse recurso para construir uma escola, um hospital, uma Upinha. Então é muito importante que cada recifense faça a sua parte, cada pessoa que mora na cidade pode ajudar sim na limpeza, na conscientização, cuidando da cidade. A cidade pertence a todos nós, então a responsabilidade de cuidar da cidade, lógico que é também da Prefeitura, mas não é exclusiva da Prefeitura, e é de cada cidadão recifense”, disse. A Ação Inverno prevê a colocação de 3,2 milhões de m² de lonas plásticas (área equivalente a 800 campos de futebol), 14 mil ações de porta a porta para conscientização da população, e 50 mil vistorias em pontos de risco durante todo o ano. Já está em andamento a limpeza dos 99 canais que cortam a cidade, bem como mais de 30 obras de contenção de encostas e a recuperação da drenagem de várias ruas. A tecnologia da geomanta será aplicada novamente. “ Entre as ações de destaque da Ação Inverno 2021 está a ampliação do Programa Parceria que passa de cerca de 300 por ano para a meta de mil obras, executadas em parceria com a poulação. “O programa Parceria é um programa onde a Prefeitura oferece o material e a assistência técnica para o recifense, e o recifense ajuda com a mão de obra. A gente consegue fazer muito mais obras com essa modalidade, a velocidade é muito maior e o custo menor, e assim a gente consegue fazer mais obras. Nós vamos ampliar neste ano o programa Parceria para proteger muito mais famílias sobretudo nas áreas de morro da cidade. Pequenas encostas mas que podem apresentar um grande risco podem ser feitas nessa modalidade, são nessas ações, que a gente pode salvar vidas, que a gente vai depositar o nosso foco”, comentou o prefeito. De acordo com a secretária de Infraestrutura do Recife Marília Dantas, a Prefeitura do Recife já tem trabalhado em diversas frentes para mitigar os alagamentos e promover segurança aos recifenses no período chuvoso. “As ações são integradas, são divididas em ações estruturais e não estruturais. As não estruturais são aquelas que demandam educação socioambiental que são feitas durante o ano todo, e as estruturais são ações de limpeza e manutenção urbana e a parte de contenções, que são obras definitivas, que trazem mais segurança para população e fazem com que essas áreas saiam do monitoramento da Defesa Civil, garantindo que menos famílias fiquem preocupadas durante o período de chuva”. Esta é mais uma grande ação promovida pela Prefeitura do Recife no período de um mês e 18 dias. Neste intervalo, a PCR conseguiu implantar o Plano Recife Vacina, para a imunização de parte do primeiro grupo contemplado, apresentou o plano de ajuste fiscal para uma redução de gastos de R$ 100 milhões e o Auxílio Municipal Emergencial, que garantirá um apoio financeiro às agremiações e atrações carnavalescas no valor de R$ 4 milhões. Ação Inverno 2021 em números - R$ 96,6 milhões em investimento - 3.043 profissionais participam da Ação Inverno 2021 - 11 Secretarias e órgãos municipais - 3,2 milhões de metros quadrados de lonas plásticas - Cobertura de 15 mil pontos de risco - 14 mil ações porta-a-porta - 50 mil vistorias em locais de risco - Aumento do Programa Parceria de 300 para 1000 obras no ano - Limpeza de 99 canais. - 32 obras de contenção de encostas pela URB - 814 agentes e orientadores de trânsito - 162 câmeras - 189 semáforos com nobreaks

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Mais de 80% da Mata Atlântica já foram impactados pela ação humana

Da Agência Fapesp Estudo brasileiro publicado na revista Nature Communications revela que a ação humana já causou – direta ou indiretamente – perda de biodiversidade e de biomassa em mais de 80% dos fragmentos florestais remanescentes da Mata Atlântica. Segundo os autores, em termos de estoque de carbono, o prejuízo equivale ao desmatamento de até 70 mil quilômetros quadrados (km2) de florestas – quase 10 milhões de campos de futebol – e representa algo entre US$ 2,3 e 2,6 bilhões em créditos de carbono. “Esses números têm implicações diretas nos mecanismos de mitigação das mudanças climáticas”, afirmam os cientistas no artigo. Distribuída ao longo de toda a costa, a Mata Atlântica chegou a cobrir 15% do território brasileiro (1.315.460 km² de extensão). Hoje restam cerca de 20% da área original, distribuída em fragmentos de diferentes tamanhos e características. Para estimar o impacto humano sobre esses remanescentes, os pesquisadores se basearam em dados de 1.819 inventários florestais realizados por diversos grupos de pesquisa. “Esses inventários são uma espécie de censo arbóreo. Os pesquisadores vão a campo e estabelecem uma determinada área a ser estudada, geralmente de 100 por 100 metros. Dentro desse perímetro, todas as árvores são identificadas, analisadas e medidas”, explica Renato de Lima, pesquisador do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e líder do estudo. “Fizemos um grande compilado de dados disponíveis na literatura científica e, em seguida, calculamos a perda média de biodiversidade e de biomassa nesses fragmentos estudados, que representam 1% do bioma. Em seguida, por meio de métodos estatísticos, extrapolamos os valores para os outros fragmentos não estudados, assumindo que os impactos seriam constantes em toda a Mata Atlântica”, conta. Depois de identificar as espécies arbóreas em um fragmento, os pesquisadores avaliam o tamanho das sementes por elas produzidas e também o que se chama de “grupo de sucessão ecológica”. Esses dois fatores, segundo Lima, podem indicar o quão saudável está uma floresta. “Há plantas pouco exigentes em relação às características do local em que vão se estabelecer. Podem crescer em terrenos baldios, no pasto ou nas bordas das florestas. Essas espécies pouco exigentes, como a embaúba [Cecropia pachystachya], são conhecidas como pioneiras”, conta o pesquisador. De modo geral, as árvores pioneiras tendem a produzir muitas sementes, mas de tamanho reduzido. Como a chance de uma delas vingar é pequena, a estratégia da planta é ganhar na quantidade. No outro extremo estão as chamadas espécies clímax, como o pau-brasil (Paubrasilia echinata) ou a canela (várias espécies do gênero Ocotea), que crescem somente em ambientes favoráveis. São árvores que produzem sementes maiores, com farta reserva nutricional. “Esse tipo de semente requer um maior investimento energético da árvore-mãe. As áreas em que essas espécies estão presentes, em geral, suportam uma fauna mais diversificada. É, portanto, um indicativo da qualidade da floresta como um todo. Já as áreas em que predominam espécies pioneiras, muito provavelmente, foram perturbadas há pouco tempo”, explica Lima. O grupo do IB-USP buscou mostrar como a perda de espécies de final de sucessão ecológica se relaciona com a perda de biodiversidade de modo geral e também com a perda de biomassa – ou seja, com a redução na capacidade da floresta de estocar carbono, mantendo esse gás de efeito estufa fora da atmosfera. Em média, os fragmentos florestais estudados têm entre 25% e 32% menos biomassa, 23% e 31% menos espécies arbóreas e 33% e 42% menos indivíduos de espécies de sucessão tardia, de sementes grandes e endêmicas (que ocorrem somente naquela área). A análise mostrou ainda que a erosão da biodiversidade e da biomassa é menor dentro das unidades de conservação de proteção integral, principalmente nas de grande extensão. “Quanto menor o fragmento de floresta e maior a área de borda, mais fácil é para a pessoas acessarem esses remanescentes e causarem impacto”, diz Lima. A boa notícia, na avaliação do pesquisador, é que as áreas florestais degradadas podem recuperar sua capacidade de estocar carbono se restauradas. “Há um foco grande no combate ao desmatamento e na restauração de áreas abertas totalmente degradadas, como o pasto. Essas duas estratégias são importantíssimas, mas não podemos esquecer os fragmentos que estão no meio do caminho”, defende Lima. Segundo Paulo Inácio Prado, professor do IB-USP e coautor do estudo, essas ilhas de floresta que sobraram, se restauradas, podem atrair bilhões de dólares em investimentos relacionados a créditos de carbono. “Florestas degradadas podem ser vistas não como um ônus, mas como uma oportunidade para atrair investimentos, gerar empregos e, ao mesmo tempo, conservar o que ainda resta da Mata Atlântica”, afirma. Lima acredita que essa pode ser uma estratégia atraente para os proprietários de terra em áreas protegidas do bioma. “Não há necessidade de reduzir a área agrícola, basta incorporar biomassa nos fragmentos florestais. Depois, reaver parte do custo da restauração na forma de créditos de carbono. Não tem como falar no futuro da Mata Atlântica sem considerar os proprietários privados de terra, pois apenas 9% dos remanescentes florestais estão em áreas públicas.” Banco de dados De acordo com Lima, o estudo teve início ainda durante seu pós-doutorado, realizado com apoio da FAPESP sob a supervisão de Prado. O objetivo era desvendar quais fatores são mais determinantes para a perda de biodiversidade e de biomassa nos remanescentes de Mata Atlântica. “Observamos que a ação humana tinha um grande peso. Consideramos atividades como corte de madeira, caça e invasão por espécies exóticas, além dos efeitos indiretos da fragmentação florestal”, diz o pesquisador. Os dados obtidos nos 1.819 inventários florestais usados na pesquisa estão armazenados em um repositório chamado TreeCo (sigla em inglês para banco de dados de comunidades de árvores neotropicais), desenvolvido durante o pós-doutorado de Lima e ainda hoje administrado pelo pesquisador. O conteúdo da base de dados foi descrito em artigo publicado na revista Biodiversity and Conservation. O banco está aberto a outros grupos de pesquisa interessados no compartilhamento de informações relacionadas a florestas neotropicais. “Esse repositório virou um subproduto do meu projeto de pós-doutorado e hoje mais de dez doutorandos e mestrando

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