Arquivos Urbanismo - Página 73 De 99 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Urbanismo

Confira a programação da Semana Burle Marx

Para comemorar o aniversário do arquiteto, paisagista e artista plástico Roberto Burle Marx, que faria 109 anos no último sábado (4), a Prefeitura do Recife preparou uma programação diversificada em homenagem à obra e à figura de um dos mais importantes paisagistas do século 20, reconhecido internacionalmente, e responsável pelos projetos de diversas praças e jardins na capital pernambucana. Em sua 10ª edição, a Semana Burle Marx começou com o ato de formalização do Comitê Burle Marx ontem (6), às 10h, e segue até o dia 15 de agosto com várias atividades culturais; minicursos; exposições; oficinas; debates e palestras. De autoria do então vereador e hoje vice-prefeito, Luciano Siqueira, a semana foi instituída pela Lei Municipal nº 17.571/2009. Atualmente o Comitê Burle Marx, além de elaborar iniciativas para a comemoração do aniversário do paisagista, atua na linha da educação patrimonial e, a partir de agora, também fará o acompanhamento e elaboração dos Planos de Gestão dos Jardins Históricos de Burle Marx. Coordenado pelo Gabinete do vice-prefeito, o Comitê é formado por CAU-PE, Emlurb, Iphan; Fundarpe, IAB, Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pelas secretarias municipais de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente; Mobilidade e Controle Urbano; Planejamento da cidade e Turismo. Em 2015, o prefeito Geraldo Julio transformou 15 áreas verdes projetadas pelo paisagista em patrimônio histórico e ambiental do Recife, por meio de decreto que instituiu os espaços como os primeiros Jardins Históricos da cidade. Outras atividades irão marcar a Semana Burle Marx, na quarta (08) e quinta-feira (09), das 09h às 12h, acontecerá o minicurso de conservação dos Jardins de Burle Marx voltado para jardineiros das Praças de Burle Marx, Adotantes, técnicos da Emlurb e pesquisadores. No dia 08 também vai ocorrer uma formação com professores da rede que desenvolvem pesquisa e prática docente sobre o paisagista, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães. A programação segue com outras atividades, como o passeio Olha Recife, da Secretaria de Turismo do Recife, que vai percorrer o Circuito Burle Marx no sábado (11), no mesmo dia acontecerá, às 10h, no Jardim Botânico do Recife a esquete teatral: O amor de Burle Marx pela vegetação. Programação Semana Burle Marx Data: 7 de agosto Horário: 18h Atividade: Burle Marx por H Stern (Exposição de Joias) Local: H Stern do Shopping Rio Mar Data: 8 e 9 de agosto Horário: 9h às 12h Atividade: Mini-curso de conservação dos Jardins de Burle Marx Público: Jardineiros das Praças de Burle Marx, Adotantes, técnicos da Emlurb e pesquisadores Local: Auditório da Emlurb Data: 8 de agosto Horário: Manhã Atividade: Formação com professores da rede que desenvolvem pesquisa e prática docente sobre Burle Marx Local: Mamam – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães. Data: abertura 8 de agosto Atividades: MINI EXPOSIÇÃO – Apresentação de maquete de três praças de Burle Marx Local: Sala de Exibição Hélio Oiticica (Aquário MAMAM) Data: 9 de agosto Horário: 9h Atividade: Abraço a praça Faria Neves e ações recreativas com estudantes Local: Praça Faria Neves (Dois Irmãos) Data: 11 de agosto Horário: 14 às 18h Atividade: Circuito pelas praças de Burle Marx (programa Olha Recife da Secretaria de Turismo) Data: 11 de agosto Horário: 14h Atividade: Esquete teatral: O amor de Burle Marx pela vegetação Local: Jardim Botânico Data: 13 de agosto Horário: 9h às 12h Atividade: Oficina de Jardim Sensorial Infantil com a Escola Cândido Duarte Local: Jardim do Departamento de Hotelaria e Turismo da UFPE Data: 13 de agosto Horário: 15h às 18h Atividade: Oficina de Jardim Sensorial com os estudantes do 2ª Período de Arquitetura da UFPE Local: Jardim do Departamento de Hotelaria e Turismo da UFPE Data: 14 de agosto Horário: 9h às 13h Atividade: Abertura das oficinas de construção do Plano de Gestão das praças. Local: Museu da Cidade (Forte das Cinco Pontas) Data: 15 de agosto Horário: 15h às 18h Atividade: Debate: Consciência Jardineira na Gestão dos Jardins de Burle Marx Local: Auditório do CFSH 3ª andar Data: Mês de agosto Atividade: Oficinas de Hortas Local: Museu da Cidade Data: Mês de agosto Atividade: Projeto de Pesquisa sobre o multiartista Burle Marx COMPAZ/UFPE/Museu da Cidade Público: Alunos de escolas públicas

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Uma caminhada pelas praças de Burle Marx hoje (04)

Em comemoração à Semana Burle Marx, o grupo Caminhadas Domingueiras, conduzido por Francisco Cunha, passeia hoje pela cidade fazendo o trajeto de quatro praças deixadas pelo paisagista que deixou sua marca nos espaços públicos recifenses. O ponto de encontro será às 8h na Praça do Derby, ao lado da “Ilha dos Amores”, mão esquerda da Praça de quem se desloca no sentido cidade-subúrbio. O roteiro será saindo da (1) Praça do Derby e passando pela (2) Praça Euclides da Cunha (do Internacional), (3) Praça da Jaqueira e (4) Praça de Casa Forte. “Fomos convidados pelo Comitê Burle Marx do Recife para participar da Semana Burle Marx com uma Caminhada Domingueira comemorativa e dedicada a essa figura exponencial do paisagismo mundial no dia, inclusive, do seu aniversário de 110 anos (nasceu em 04.08.1909). Teremos a participação de um especialista para nos dar as informações tecno-paisagísticas necessárias”, afirmou Francisco Cunha nas suas redes sociais.    

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CTTU amplia período de transição para o Zona Azul Digital

A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) promoverá uma ação educativa a partir da terça-feira (30) para orientar os cidadãos quanto à utilização do Cartão de Zona Azul Digital pelo aplicativo e pelos pontos de venda. O serviço, que completa um mês na próxima quinta-feira (1º), terá o prazo de transição do papel para o digital estendido até o dia 31 de agosto. Desde o início do serviço digital, agentes e orientadores de trânsito foram capacitados para orientar os cidadãos na ativação do Cartão de Zona Azul Digital e, além disso, o teleatendimento da CTTU e da Serttel está disponível durante todo o horário comercial. Na sede da CTTU, idosos e os demais cidadãos também tem recebido orientações. Além do reforço nas equipes de orientação, o prazo de validade do talão de papel será estendido até o dia 31 de agosto. Desde o primeiro dia de implantação do sistema da Zona Azul Digital, a CTTU vem acompanhando de perto toda a sua operação e identificou um crescimento expressivo de utilização do aplicativo Zona Azul Digital na cidade. Já foram feitos mais 51 mil downloads do aplicativo e cerca de 48 mil ativações, sendo 60% pelo aplicativo e 40% pelos pontos de venda fixos, números considerados relevantes, já que demonstram a adaptação progressiva do cidadão à modalidade digital. Além disso, o sistema do aplicativo Zona Azul Digital Recife tem recebido constantes aprimoramentos, através das atualizações realizadas periodicamente. Nestas atualizações, foram incorporadas melhorias de funcionamento, principalmente, para minimizar as dificuldades de utilização relatadas por alguns usuários. Com base nas notificações dos usuários do aplicativo, a CTTU constatou que a maioria deles são decorrentes de uso incorreto, sobretudo nas rotinas de cadastro. Para diminuir estas dificuldades de utilização e facilitar a adaptação do cidadão ao aplicativo, a CTTU intensificará as orientações aos usuários. Durante o próximo mês, mais uma equipe com 20 profissionais ajudará na orientação dos usuários para ativar a vaga de Zona Azul Digital da maneira correta – tanto pelo aplicativo, como pelo ponto de venda. Os orientadores serão facilmente identificados pela população, pois estarão devidamente padronizados. Taciana Ferreira, presidente da CTTU, destaca a necessidade de adaptação da população ao novo formato de Zona Azul. “A Zona Azul Digital requer uma adaptação da população para essa nova modalidade. Verificamos que, a cada dia, essa nova forma está se consolidando junto à população, contudo a prorrogação deste prazo visa dar maior comodidade e segurança para as pessoas que estão fazendo a migração do papel para o digital”, afirmou a gestora. SUPORTE – A Mobilicidade, plataforma de mobilidade urbana da Serttel (empresa responsável pelo desenvolvimento do sistema do aplicativo Zona Azul Digital Recife), possui um teleatendimento pelo qual o usuário pode entrar em contato em casos de dúvidas em relação ao funcionamento do aplicativo. A ligação custa o preço de uma chamada local e o serviço é oferecido de 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, e das 8h às 12h aos sábados, pelo números 3136-9187 ou 3344-6070.

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PCR: Discussão sobre Leis de Uso e Ocupação do Solo e de Parcelamento nesta semana

A segunda etapa de revisão e regulamentação das principais leis urbanísticas do Recife começa nesta quarta-feira (31). Após a  participação da população no processo que resultou no Projeto de Lei da revisão do Plano Diretor, esta fase compreende as discussões públicas sobre a atualização da Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS/1996) e da Lei do Parcelamento (1997). Aberta à população, a Oficina de Capacitação é de caráter preparatório para outros oito encontros que serão promovidos em agosto que reunirá as contribuições públicas para a revisão das duas leis. A capacitação será realizada no Auditório Dom Helder Câmara, no bloco A da Universidade Católica de Pernambuco. A iniciativa é da Secretaria de Planejamento Urbano do Recife (Seplan), sendo todo o processo coordenado pelo Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), órgão técnico ligado à Seplan. O cronograma para os trabalhos de revisão da LUOS e da Lei de Parcelamento foi aprovado pelo Conselho da Cidade e as inscrições para participar da capacitação desta quarta-feira podem ser feitas no local do encontro, até meia hora antes do início das atividades, que começam às 9h e seguem até às 17h. O objetivo central da oficina é de preparar os participantes para o aprofundamento das questões que envolvem a atualização das duas normatizações. As atividades serão conduzidas pela equipe técnica do ICPS. “Como em todo o processo de revisão e regulamentações das nossas leis urbanísticas, este também é um momento importante de participação social. O assunto traz uma série de termos e conceituações técnicas que precisam ser de conhecimento comum para facilitar o entendimento para a realização das próximas etapas, que serão iniciadas no final da primeira quinzena de agosto”, explica o secretário de Planejamento Urbano, Antônio Alexandre. Os temas a serem explanados durante o encontro giram em torno da capacidade de suporte e a estratégia de desenvolvimento sustentável da cidade. Para tanto, o trabalho está ancorado de forma a observar a cidade com base no seu zoneamento considerando, assim, as especificidades de cada área da cidade. Enquanto o Plano Diretor legisla sobre as diretrizes gerais dizendo o que é preciso para o desenvolvimento estratégico e sustentável da cidade, as Leis de Uso e Ocupação do Solo e de Parcelamento delimitam as ferramentas legais de como essa organização deverá se dar no território. No encontro será debatida a importância das revisões e o que cada uma delas tem por objetivo tendo como ativo mais importante o planejamento de uma cidade que confira, na prática, qualidade urbana e de vida para as pessoas. SERVIÇO Oficina de Capacitação – Lei de Uso e Ocupação do Solo e Lei de Parcelamento Quando: Quarta-feira, 31/07, das 9h às 17h Onde: Auditório Dom Helder Câmara, no bloco A da Universidade Católica de Pernambuco Inscrições: As inscrições podem ser feitas meia hora antes do início da oficina no local de acordo com a capacidade do auditório.

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A grande mudança da mobilidade urbana (por Francisco Cunha)

Outro dia, após um comentário que fiz na coluna CBN Mobilidade, um amigo ouvinte me apontou o que, segundo ele, seria uma “grande contradição”. Eu disse que a mobilidade está, no mundo todo, no início de uma enorme mudança que, à semelhança daquela acontecida na primeira metade do Século 20, responsável pela introdução do automóvel em todas as cidades do planeta, vai promover a completa revolução na nossa locomoção cotidiana. As tendências de peso dessa mudança são as seguintes: (1) os aplicativos de geolocalização e navegação de trânsito tipo Waze, Google Maps e Apple Maps; (2) os aplicativos de locomoção compartilhada tipo Uber, 99, Easy, Cabify; (3) a micromobilidade da “última milha”, aquela feita com bicicletas e patinetes, elétricos ou não; (4) o carro elétrico; (5) o carro autônomo (sem motorista); e (6) o carro “voador” que está sendo desenvolvido pela Uber em parceria com a Embraer. Foi essa minha argumentação que o amigo ouvinte citou como contradição fazendo a seguinte pergunta: como esta mudança pode estar em curso de forma tão intensa se os engarrafamentos e congestionamentos de trânsito estão aumentando no mundo todo? Respondi dizendo que em 1898, quando foi realizada a primeira conferência internacional de planejamento urbano na cidade de Nova York, o principal problema apontado em relação às grandes cidades foi, nada mais nada menos, do que as fezes dos cavalos puxadores de carroças que em Londres atingiam a casa dos 50 mil e em Nova York chegaram a 100 mil. Se cada cavalo era responsável por 10 kg de fezes por dia, Nova York estava tendo de lidar com o destino de 1.000 toneladas de esterco cada dia, sem falar da urina e dos cavalos mortos (cada um pesando em média 600 kg). A título de curiosidade, naquela época o Recife tinha três locais de corrida de cavalos (nos atuais bairros do Hipódromo, do Derby e do Prado). Todavia, já em 1912, o número de carros ultrapassava o número de carroças em Nova York e, a partir daí, tivemos o predomínio absoluto, de mais de um século, dos veículos individuais motorizados em todas as cidades do mundo. Minha hipótese é a de que algo do gênero está sendo gestado e, quando acontecer a virada, os carros, tal qual os conhecemos hoje, serão como os cavalos do passado. Hoje, o pesadelo dos engarrafamentos; no futuro, peças de museu.

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Você sabe o que é rurbanização?

*Por Rafael Dantas Em meados do século passado, Gilberto Freyre publicou uma série de artigos nos jornais defendendo a “rurbanização”. O sociólogo pernambucano defendia o desenvolvimento de cidades que guardassem a convivência das qualidades do rural e do urbano. O tema chegou a ganhar um livro no início da década de 80, chamado: Rurbanização: que é? O crescimento desordenado das cidades brasileiras nos mostra que quase nada de “rurbano” sobreviveu nas capitais e metrópoles. O conceito ficou quase que esquecido por duas décadas, mesmo nas universidades. Mas, desde os anos 2000, esse aspecto menos conhecido da sua obra renasce com força no meio acadêmico e em iniciativas populares que trouxeram para os quintais, terrenos baldios e ruas algumas práticas típicas do campo. A busca pelo contato com a terra, por alimentos saudáveis ou mesmo pela convivência mais harmoniosa com os vizinhos estão incentivando o surgimento de iniciativas de agricultura urbana no Recife. No bairro de Passarinho, periferia da Zona Norte, um projeto de capacitação da ONG Espaço Mulher ensinou moradoras da comunidade a produzirem nos seus quintais. Uma das beneficiadas por esse treinamento foi Vilma de Souza, que mora há 40 anos no bairro. Vivendo bem próximo ao Rio Beberibe, Vilma tinha no seu vasto quintal um problema. De tempos em tempos era preciso pagar alguém para limpar o mato que crescia nos fundos da casa. Após ser despertada pela capacitação, ela começou a cultivar. “Para mim, cuidar da terra e plantar é um entretenimento”, relata Vilma, que é neta de agricultores de Surubim. Do quintal ela retira frutas como jaca, caju, banana, graviola, acerola, entre outras. Ela colhe mais de 100 variedades de frutas, hortaliças, plantas medicinais e ornamentais que trazem qualidade de vida, alimentos saudáveis e um complemento de renda. Ela produz picolés com os excedentes do seu quintal. Na comunidade da Palha de Arroz, que fica entre os bairros do Arruda e de Peixinhos, um grupo de mulheres cuida de uma horta comunitária há dois anos. No terreno que antes era baldio, elas retiram hoje alimentos e plantas medicinais. E tem sonhos de obter infraestrutura para transformá-lo numa praça. “Antes tinha muito lixo e entulho. Agora, mantemos o lugar limpo. Estamos torcendo para vir um projeto que transforme esse espaço numa verdadeira praça, uma área para as crianças terem lazer”, almeja a moradora Marinalva Costa. . . Muitas mulheres da comunidade são filhas de pescadores, mas há também pessoas que chegaram ao Recife pelo êxodo rural. Elas receberam uma capacitação de um projeto de agricultura urbana do Centro Sabiá. Além da orientação sobre o plantio, a ONG motivou a mobilização das moradoras em torno das lutas sociais do local. A horta, por exemplo, resiste na área pelo esforço coletivo das moradoras, pois a própria comunidade não tem água encanada há um ano. “Fizemos um diagnóstico socioeconômico que apresentou um alto índice de insegurança alimentar das famílias do local. Como havia interesse das mulheres em cultivar alimentos, nós olhamos para esse espaço como potencial para o desenvolvimento de uma experiência de horta”, explica Aniérica Almeida, assessora para agricultura urbana do Centro Sabiá. No começo, 20 mulheres foram capacitadas, hoje cerca de 10 seguem no projeto. Elas já recolheram do pequeno terreno da horta batata, maracujá, mamão, abacaxi, pepino, quiabo, coentro, repolho, além das plantas medicinais. Hoje o grupo faz mutirões mensais para manter a horta, que sofre com a escassez de água, e participa de intercâmbios com outras experiências de agricultura urbana de periferias do Recife, como na Muribeca (Jaboatão dos Guararapes) e em Passarinho (Zona Norte do Recife). “Esse é um coletivo que participa do debate da agroecologia e da segurança alimentar na cidade. Nossa meta é que haja a expansão dessa experiência da agricultura em outras comunidades”, almeja Aniérica. Feijões, milhos, tomates, quiabos e outras variedades também brotam em bairros da classe média, como no solo do Poço da Panela. Às margens do Rio Capibaribe, a população construiu o Jardim Secreto no local que antes era um terreno baldio. Mais que uma praça ou um espaço de convivência, o jardim ganhou também uma horta comunitária. Mas o principal benefício para os moradores que tornam esse espaço vivo é o contato com os vizinhos e o lazer do cuidado com o meio ambiente. Além das mandalas com os plantios, o espaço possui um minhocário e um pequeno viveiro, para o nascimento de novas sementes e mudas. A arquiteta aposentada Lúcia Helena Marinho é uma das mais ativas colaboradoras do Jardim Secreto. Enquanto a maioria dos frequentadores do local contribuem nos finais de semana com a horta, ela tem a atividade como um lazer quase que diário. “Para mim é um prazer. Além disso, é uma contribuição com a sociedade, pois trabalhamos numa área pública, servindo o entorno. Para mim isso tem um valor”. . . Ela relata que, apesar de morar há 13 anos no bairro, só veio a conhecer muitas pessoas após a inauguração do Jardim Secreto. “Ampliamos a amizade com a vizinhança. Conheci pessoas que residem há 10 anos no mesmo prédio onde moro e eu nunca as tinha visto! Após essa vivência mais coletiva acabei descobrindo muita gente que pensa parecido, que tem os mesmos anseios. É um convívio bastante saudável”. Para o professor de horticultura da UFRPE e presidente da Associação Brasileira de Horticultura, Roberto de Albuquerque Melo, há um crescimento do interesse da população urbana pelo contato com a natureza e por alimentos saudáveis. Esse desejo por características mais rurais tem sido o impulsionador de experiências de hortas comunitárias ou de quintais agroecológicos (o manejo produtivo dos quintais ou arredores das residências de forma sustentável). “Vejo que as pessoas estão valorizando mais o contato com as plantas, buscando mais equilíbrio. Todos querem chegar na terceira idade com mais qualidade de vida, para isso buscam uma vida menos sedentária e aumentam o consumo de alimentos orgânicos também”. O professor tem orientado o trabalho de hortas em escolas, creches e até no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano. “No hospital, o cultivo da horta é

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Poder público do Nordeste avalia ameaças ao Rio São Francisco

*Por Marcos Miguel Há quase seis meses do rompimento da barragem B1 da empresa Vale S.A., em Brumadinho (MG), os olhares do Poder Público voltam-se agora para uma vítima em potencial da tragédia: o Rio São Francisco. Estudos da Fundação Joaquim Nabuco e da organização não governamental SOS Mata Atlântica apontam para a contaminação do leito do Velho Chico; hipótese negada pelos órgãos oficiais que acompanham o caso, como o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e a Agência Nacional das Águas (ANA). Para apurar a questão in loco, foi criada uma Comissão Parlamentar na Câmara de Vereadores de Petrolina, Sertão de Pernambuco. Lá, o rio exerce um papel central na economia: são as águas do Velho Chico que irrigam mais de 120 mil hectares de terra, nos quais são produzidos, predominantemente, uvas e mangas. Entre os dias 16 e 23 do último mês de março, o grupo de trabalho foi às Câmaras de Vereadores de Brumadinho, Três Marias e Belo Horizonte para provocar as autoridades mineiras. Integrante do colegiado, a vereadora Cristina Costa (PT-PE) avalia o cenário encontrado na visita técnica como “gravíssimo”. “O que mais me chamou a atenção foi o estado dos rios de Minas Gerais. Vários afluentes que desaguam no São Francisco estão comprometidos, como o Paraopeba. Observamos uma grande quantidade de resíduos, oriundos do rompimento da barragem”, lamenta a parlamentar. Segundo ela, o problema tem ainda um viés político. “Quem manda no Estado de Minas Gerais é a Vale. Infelizmente, o Parlamento Estadual e as prefeituras estão vinculadas à empresa. Todo mundo fica esperando os royalties dos minérios”, denuncia Cristina. Também vereador do município, Gilmar Santos (PT-PE) criticou a atuação do Poder Público em prol do São Francisco. “A maneira como os governos têm, historicamente, tratado o rio é motivo de diversos questionamentos. Parte dele foi privatizada. Diversas empresas estão interferindo na qualidade da água. O nosso modelo de desenvolvimento está focado mais em negócios, tendo a água como recurso, do que em responsabilidade social. Não é um projeto inclusivo e responsável”, avalia Santos. As casas legislativas dos Estados que compõem a Bacia Hidrográfica do São Francisco também estão se mobilizando em torno do tema. A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) instituiu, em fevereiro deste ano, uma Frente Parlamentar em defesa do rio. Ao longo do primeiro semestre, a equipe promoveu quatro audiências públicas em diferentes cidades pernambucanas: Recife, Cabrobó, Floresta e Petrolina. Os debates podem contribuir para o endurecimento da legislação ambiental em vigor, na avaliação do coordenador da Frente, deputado Lucas Ramos (PSB-PE). Todo o material coletado até o momento será compartilhado com os demais governadores da região Nordeste. “Além disso, vamos acionar outras assembleias para que discutam a saúde e o futuro do rio em um colegiado exclusivo. As câmaras municipais também serão contactadas. Os vereadores têm um papel fundamental nesse processo de cobrança e de fiscalização do Poder Público, quando esse deixa de realizar ações de preservação do meio ambiente”, avalia Ramos. Em Alagoas, a Comissão de Meio Ambiente do Poder Legislativo estadual (ALE-AL) está engajada no assunto. O colegiado vai ouvir especialistas e representantes da sociedade civil em audiência pública, em data ainda a ser definida. Para o presidente do colegiado, deputado Davi Maia (DEM-AL), cabe à casa legislativa avaliar soluções para que as comunidades ribeirinhas sejam o menos afetadas possível pela contaminação do rio, bem como o ecossistema. Já na Bahia, a Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa (ALBA) vistoriou a barragem de Pinhões, em Juazeiro, no dia 15 de abril deste ano. Situada na Bacia do São Francisco, a obra está em estado de atenção, de acordo com o Relatório de Segurança de Barragens (2017), da ANA. Na visita de inspeção, o colegiado concluiu que a estrutura do empreendimento está íntegra e não oferece risco. Porém, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão gestor da barragem, alega não possuir recursos para as manutenções necessárias. O presidente da Comissão, deputado José de Arimatéia (PRB-BA) deve arrecadar o capital por meio de emendas parlamentares. A saúde do Velho Chico ainda vem sendo tratada pela Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) nos últimos quatro anos. Em março de 2016, a instituição fez um levantamento sobre a realidade do rio, em audiência pública. Em maio do mesmo ano, a então presidente da Frente Parlamentar de Meio Ambiente, Segurança Alimentar e Comunidades Tradicionais, deputada Ana Lúcia Vieira (PT-AL), denunciou os impactos do assoreamento do rio para o abastecimento hídrico da Grande Aracaju. Outros problemas foram evidenciados, como a grave proliferação de vermes, em 2017. Em setembro daquele ano, a Frente Parlamentar Ambientalista promoveu audiência pública no município de Canindé do São Francisco, no qual avaliou desafios e alternativas para garantir a sustentabilidade do rio. Após a tragédia de Brumadinho, a deputada Maria Mendonça (PSDB-SE) expressou, em Plenário, preocupação com a contaminação da Bacia. “O São Francisco é responsável pelo abastecimento de alguns Estados e pelas vidas de todos os seres vivos que precisam de sua água”, advertiu a parlamentar, à época. Em Minas Gerais, tramitam na ALMG dois projetos de lei que podem contribuir para a preservação do Velho Chico. Um deles é o PL nº 79/2019, de autoria da deputada Ana Paula Siqueira (REDE-MG), que institui o “Corredor Ecológico do Vale do Mutuca”. A proposta cria unidades de conservação que interligam as Bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba – este último, um dos principais afluentes do São Francisco. Tais unidades incluem a vegetação florestal, a mata ciliar e o lençol freático da Bacia do Córrego do Mutuca. Ainda segundo a matéria, o zoneamento dessas áreas deve estabelecer medidas que assegurem o manejo adequado, além das proibições e restrições de uso já previstas em lei. Publicado no último 2 de fevereiro, o projeto foi distribuído para as comissões de Justiça e de Meio Ambiente e aguarda parecer desses colegiados. O outro é o PL nº 98/2019, apresentado pela mesma parlamentar, que altera a redação da Política Estadual de Recursos Hídricos de

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Especialistas avaliam que varejo popular resiste à transição digital

O Centro do Recife reflete o cenário da crise econômica brasileira, com muitas lojas fechadas. No entanto, outras estão se reinventando para sobreviver à perda de dinamismo do consumo nos últimos anos, que se agravou no primeiro trimestre de 2019. E também à concorrência do e-commerce. A Bag Bag, loja de bolsas, malas e acessórios, criada pelo casal de empresários Lucila Monteiro e Lucas Resende, se diferenciou da concorrência chinesa levando produtos mais sofisticados para o comércio popular do Recife e um atendimento mais dinâmico. Uma fórmula que deu certo, mas que precisou de mais ingredientes para enfrentar a crise atual. “Esse cenário nos fez sair da zona de conforto. Daí, criamos no Instagram a conta BagssdaLu, um braço da loja para atender o cliente que não tem tempo para ir ao Centro. Fazemos atendimento bem personalizado e as entregas. Levamos para a rede social tanto produtos exclusivos, como alguns que estão na loja física”, afirma Lucila, que não acredita no fim do chamado “vuco-vuco”, provocado pelo e-commerce. “O cliente que tem o costume e o prazer de ir às ruas do Centro não vai deixar de ir. Isso é uma cultura que, ao meu ver, está distante de chocar com as vendas eletrônicas”. A percepção da empresária é a mesma do presidente da CDL, Cid Lobo, e do economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos. Eles avaliam que o varejo popular do centro do Recife resistirá ao impacto do crescimento do comércio eletrônico. “Os centros das grandes cidades estão cheios de lojas. Elas passaram a conviver com o e-commerce. Os produtos do nosso Centro têm preços muito competitivos e atingem uma parcela da população de baixa renda”, justificou Lobo. Ele avalia que, apesar da força da web na venda de eletrônicos, calçados e roupas, há uma infinidade de produtos nos comércios populares para os quais não existe uma cultura de compras pela internet e que são oferecidos por essas lojas. Ramos acredita que o impacto que o comércio eletrônico poderá ter sobre as lojas do Centro será a redução do fluxo de pessoas nas ruas. Mas, como Lobo, ele minimizou o prejuízo das compras feitas pela internet no tradicional varejo do Recife. “É um comércio que atende uma classe que recebe de um a dois salários mínimos. Trata-se de um público que não confia muito na web, muitos preferem pagar em dinheiro, além de gostarem de ver o produto antes da compra”.

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Fernando de Noronha na mira do Planalto

O Palácio do Planalto informou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, vai ao Arquipélago de Fernando de Noronha amanhã (18), para vistoriar os serviços prestados pela concessionária EcoNoronha, empresa que administra as visitas ao parque marinho. Salles será acompanhado pelo presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Gilson Machado. De acordo com o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, o contrato em vigor será respeitado, mas a ideia é tentar buscar, de forma consensual, a redução de tarifas de visitação cobradas dos turistas que frequentam o atrativo. “O que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acompanhado do presidente da Embratur, há de realizar, na próxima quinta-feira, junto com dirigentes daquele órgão que cuida de Fernando de Noronha, é buscar pontos, de forma consensual, para que aquela tarifa que é de responsabilidade do governo federal, é importante, nós estamos tratando das tarifas do governo federal, possa ser rebaixada a ponto de facilitar o acesso a tantos outros turistas. Sem ofender, naturalmente, os aspectos de proteção ambiental, que são tão importantes ao governo do presidente”, afirmou Rêgo Barros, em entrevista coletiva. Atualmente, o turista paga duas taxas para entrar na ilha. O governo de Pernambuco cobra R$ 73 por dia de permanência. Já o governo federal cobra, por meio da EcoNoronha, a taxa de R$ 106 para brasileiros e R$ 212 para estrangeiros. Essa taxa é para entrar nas praias do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, uma unidade de conservação federal. A concessionária administra o parque desde 2012, e o contrato com a União para a prestação do serviço vai até 2027. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que administra os parques nacionais, cerca de 70% do valor arrecadado pela concessionária são aplicados em melhorias na unidade, como limpeza, manutenção e construção de trilhas e estrutura de acesso e proteção ambiental. O parque abriga espécies ameaçadas de extinção e é Patrimônio Mundial da Humanidade declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No último fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro criticou o valor da taxas cobradas em Fernando de Noronha, que classificou de “roubo”. (Da Agência Brasil)

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Projeto Verde com Afeto – Terrários Solidários reverte renda para a ONG Círculo do Coração

Os terrários, jardins em miniatura, deixaram de ser tendência para virar os queridinhos da decoração minimalista. Quem gosta de levar o verde, com sofisticação e leveza, para espaços como salas, escritórios e outros ambientes, vai poder conferir a exposição “Verde com afeto – Terrários Solidários”, promovida pela Terrários Recife no piso L2 do Plaza Shopping, de 18 a 31 de julho. Inspirada na frase “Tu te tornas responsável por aquilo que cativas”, da obra O Pequeno Príncipe, de autoria do francês Antoine de Saint-Exupéry, a ação reverterá parte do valor da venda desses adornos decorativos para a ONG Círculo do Coração (CirCor), que trata de crianças com cardiopatias severas. Cerca de 150 terrários de 15cm altura por 9cm de largura e com os motivos do Pequeno Príncipe estarão expostos no Plaza durante duas semanas. Cada unidade custa R$ 60,00. A aquisição poderá ser feita em espécie ou no cartão (débito e crédito). Os idealizadores do projeto, o arquiteto Victor Polesky e o administrador de empresas Tiago Cavalcanti, contam que sempre quiseram fazer um trabalho beneficente. “Como os terrários passaram a ser nosso segundo trabalho, identificamos essa oportunidade de fazer a diferença na vida de alguém”, explica Polesky que atua na área de arquitetura Naval. Eles já desenvolvem esse trabalho com outras instituições e é a segunda vez que a CirCor será beneficiada. “O apoio ao projeto Terrários Solidários, reforça nosso posicionamento de compromisso com as causas nobres voltadas para o social”, comenta Zuleica Lira, superintendente do Plaza Shopping, que promove constantemente ações na área de responsabilidade socioambiental (RSA). No último domingo de cada mês, por exemplo, o valor arrecadado no estacionamento do mall é revertido para os seus projetos de RSA. “Estamos muito gratos ao Terrários Recife e ao Plaza Shopping pelo presente que o Círculo do Coração está ganhando em ter parte do valor da venda dos terrários com o tema Pequeno Príncipe destinada para nossa ONG. É uma ajuda que chega na hora certa quando, depois de 25 anos de história, estamos inaugurando a Casa do Coração, que vai realizar atendimento ambulatorial gratuito de fetos e crianças cardiopatas carentes. Convidamos todos a prestigiarem o projeto Verde com Afeto e conhecerem outras formas de ajudar o Círculo do Coração”, comentou, Sandra Mattos, coordenadora da a CirCor. Serviço: O que: Exposição “Verde com afeto – Terrários Solidários” Quando: de 18 a 31 de julho Onde: piso L2 do Plaza Shopping Entrada: gratuita. Terrários: R$ 60,00. Parte dos recursos arrecadados serão revertidos para a ONG Círculo do Coração (CirCor)

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