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Reflexão sobre o luto destaca importância do acolhimento emocional

Data nacional convida à conscientização sobre perdas e reforça a necessidade de escuta e apoio aos enlutados O Dia Nacional do Luto, lembrado em 19 de junho, propõe uma reflexão coletiva sobre a morte, a dor das perdas e a importância de lidar com esses temas de forma empática. A data busca romper com os tabus sociais que ainda cercam o fim da vida e valorizar o tempo e os sentimentos de quem enfrenta a ausência de vínculos afetivos — sejam eles pessoas, lugares ou experiências. De acordo com a psicóloga Simône Lira, especialista em luto do Grupo Morada, o sofrimento não está restrito à morte de entes queridos. “Quando falamos em luto, estamos falando do rompimento de um vínculo importante para alguém. Pode ser pela morte de um ente querido, mas também por outras perdas: de um lar, de um emprego, de um relacionamento, de um animal de estimação... Tudo aquilo que carrega afeto e significado em nossas vidas pode gerar um processo de luto”, esclarece. Ela explica que não há uma trajetória única nesse processo. “Não existe uma fórmula. O importante é permitir-se oscilar entre momentos de conexão com a perda e de retomada da vida. Essa alternância favorece a elaboração do luto e a adaptação a uma nova realidade, sem a presença física da pessoa ou do vínculo que foi rompido.” Situações de luto não reconhecido, como perdas que não recebem validação social, também merecem atenção especial. “Às vezes, a pessoa não se sente autorizada a viver sua dor porque a sociedade não reconhece aquela perda como legítima. Mas negar esse sentimento pode intensificá-lo e torná-lo adoecedor.” Por isso, a psicóloga reforça: “Permitir-se sentir e expressar as emoções é essencial. Cada um encontra seu modo de atravessar esse momento. E quando as dificuldades se tornam intensas a ponto de interferirem na rotina e no bem-estar, é importante buscar ajuda especializada.”

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Hapvida inaugura hospital de alta complexidade no Recife com foco em Ortopedia

Hospital Ariano Suassuna, o maior da rede no Norte/Nordeste, inicia atendimentos em 30 de junho com estrutura moderna e investimento de R$ 250 milhões A Hapvida deu mais um passo na expansão da sua rede própria com a inauguração do Hospital Ariano Suassuna, localizado na Zona Norte do Recife. Com 13 andares e estrutura voltada para casos de média e alta complexidade, a unidade recebeu investimento de R$ 250 milhões e será referência em Ortopedia e Clínica Médica. O hospital inicia suas operações no dia 30 de junho e já nasce como o maior da operadora no Norte e Nordeste. O equipamento começa a funcionar com 70 leitos de enfermaria e 20 leitos de UTI adulto, além de quatro salas cirúrgicas e dez consultórios – sete para pronto atendimento ortopédico e três para Clínica Médica, voltados aos beneficiários dos planos Pleno e Mix. A estrutura prevê, no futuro, a ampliação para até 172 leitos, nove salas cirúrgicas e 20 consultórios. O hospital conta com parque diagnóstico completo, incluindo tomografia, ressonância magnética, raio-X, mamografia, endoscopia e exames laboratoriais. Também foi implantado um centro cirúrgico de ponta, serviços de hemodinâmica e uma ala premium destinada ao público particular e beneficiários de planos PPO. Ao todo, estão sendo gerados 362 empregos diretos e indiretos com a nova unidade. “A construção da nova unidade responde ao crescimento do número de beneficiários na região metropolitana do Recife e à necessidade de estruturas ainda mais modernas e eficientes. ‘O Hospital Ariano Suassuna reforça nosso compromisso com a qualidade. É um passo importante na ampliação da capacidade hospitalar na região’”, afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida. A inauguração foi marcada simbolicamente para 16 de junho, data em que o escritor paraibano Ariano Suassuna completaria 98 anos. Além do hospital, a Hapvida vem fortalecendo sua presença em Pernambuco com aportes que superam R$ 258 milhões entre 2025 e 2026, incluindo investimentos em unidades especializadas para pessoas com TEA no Recife e em Paulista, e uma clínica médica inaugurada em Olinda. Em nível nacional, o plano de expansão totaliza R$ 2 bilhões, consolidando a estratégia de verticalização da operadora.

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IA na jornada diagnóstica de doenças hematológicas: uma revolução silenciosa, mas urgente

Imagine uma paciente idosa, na zona rural do Brasil, que procura o posto de saúde com queixas vagas: cansaço, palidez, hematomas espontâneos. O médico solicita um hemograma. O exame mostra alterações discretas, mas relevantes — talvez uma leucopenia, anemia com desvio de padrão, plaquetas baixas. Contudo, sem a presença de um hematologista ou ferramentas adequadas de apoio, esses sinais passam despercebidos. Ela volta para casa com uma receita de ferro. Meses depois, a realidade cruel: uma leucemia já avançada, que poderia ter sido detectada antes. Essa história não é rara! Segundo dados da associação do setor de medicina diagnóstica, mais de 2 bilhões de exames laboratoriais são processados anualmente no Brasil. O hemograma, exame mais solicitado do país, representa uma grande fatia desses dados. E, ainda assim, estudos apontam que até 18% dos exames com resultados anormais não recebem seguimento adequado, seja por falhas na comunicação, na interpretação ou pela ausência de especialistas (Murphy et al., 2017; Callen et al., 2011). O resultado? Diagnósticos tardios, atrasos em encaminhamentos e, no caso das doenças hematológicas, perda de tempo precioso. Doenças como leucemias, linfomas e síndromes mielodisplásicas podem evoluir rapidamente. O diagnóstico precoce muda não apenas o desfecho clínico, mas a vida do paciente. É aí que a inteligência artificial (IA) entra como vetor de mudança — especialmente no SUS, onde cerca de 70% dos atendimentos de saúde são feitos por médicos da atenção primária, e o acesso a especialistas, como hematologistas, é escasso, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Pesquisas recentes demonstram que modelos de IA treinados para interpretar hemogramas conseguem identificar padrões sugestivos de doenças graves com acurácia superior a 90% (Zhou et al., 2021; Liang et al., 2019). Essas ferramentas podem atuar como co-pilotas do raciocínio clínico, chamando atenção para alterações relevantes, sugerindo condutas e, sobretudo, garantindo que menos exames passem despercebidos. Uma iniciativa pioneira no Brasil já mostrou que, com IA integrada ao sistema de análise laboratorial, foi possível detectar sinais de doenças hematológicas com sensibilidade clínica real superior a 94%, impactando diretamente a conduta de médicos generalistas. Em vez de apenas observar um resultado fora da faixa de referência, o médico tem acesso a um painel inteligente, que sugere diagnósticos diferenciais e caminhos clínicos recomendados. Além do impacto assistencial, o ganho econômico é inegável. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cada dólar investido em diagnóstico precoce de câncer gera retorno de até 10 dólares em custos evitados no tratamento (WHO, 2021). Em doenças hematológicas, o custo de internações prolongadas, quimioterapias em estágio avançado e manejo de complicações é imensamente maior do que o custo de uma triagem inteligente e precoce. A transformação digital da saúde não pode — e não deve — ignorar o potencial de tecnologias como a IA para salvar vidas. Principalmente no Brasil, onde as iniquidades de acesso e a escassez de especialistas tornam o sistema menos resolutivo. A inteligência artificial na saúde não é um luxo. É uma ponte entre o que temos e o cuidado que a população merece. Raphael Saraiva é co-fundador da Hemodoctor - @hemodoctor @raphalesaraiva I Circuito Corrida e Caminhada Rede Ális – RespirÁlis Na primeira quarta-feira de junho, é comemorado o Dia Mundial do Corredor — data dedicada a celebrar a prática da corrida como um estilo de vida que promove saúde, bem-estar e superação. E para quem busca uma ótima oportunidade de colocar a corrida em dia, vem aí o I Circuito Corrida e Caminhada Rede Ális – RespirÁlis, que une esporte e conscientização. Marcado para o domingo anterior ao Dia Nacional de Combate e Prevenção à Asma (21 de junho), o evento será realizado no dia 15 de junho, com concentração às 6h no Paço Alfândega, no Bairro do Recife, e largada prevista para 6h30. A expectativa é de reunir mais de 2 mil participantes. Com percursos de 5 km e 10 km, tanto para corrida quanto para caminhada, a RespirÁlis tem como objetivo principal quebrar o mito de que pessoas com asma não podem praticar atividades físicas. Após cruzar a linha de chegada, os participantes ganharão medalhas e poderão contar com a orientação de médicos e fisioterapeutas, que darão dicas valiosas para o controle da doença — responsável por cerca de 6 a 7 mortes por dia no Brasil. A iniciativa é da Rede Ális, que trouxe dois nomes de peso como embaixadores do evento: o nadador Gustavo Borges e o campeão olímpico Cesar Cielo, que convive com a asma e utilizou o esporte como aliado no tratamento. “Nosso objetivo com o Circuito RespirÁlis é mostrar que o asmático pode — e deve — se exercitar, com segurança, para melhorar sua capacidade cardiorrespiratória e qualidade de vida”, explica Waldemir Antunes, diretor da Rede Ális. Quem quiser participar precisa ficar ligado: o acesso ao evento será por meio de sorteio nas redes sociais da Rede Ális (@redealisbrasil), que vai até sexta-feira, 06 de junho. São 100 kits sorteados por dia, e os vencedores têm até 24 horas para retirar o prêmio na unidade da Rede Ális da Ilha do Leite. Colônia de férias inclusiva abre inscrições com mais de 10 mil vagas para crianças autistas A ONG Amigos da Inclusão, em parceria com o Instituto do Autismo (IDA), abriu nesta terça-feira (03) as inscrições para a colônia de férias gratuita do voltada a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento será realizado de 1º a 19 de julho, com mais de dez mil vagas distribuídas entre Recife, Olinda, Igarassu, Carpina, Timbaúba e Caruaru, beneficiando famílias da Região Metropolitana, da Mata Norte e do Agreste pernambucano. A programação inclui atividades adaptadas, como brinquedos infláveis, contação de histórias, esportes e musicalização, todas acompanhadas por uma equipe multidisciplinar formada por terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, educadores físicos, fisioterapeutas e psicomotricistas. Segundo Kadu Lins, fundador da ONG Amigos da Inclusão e diretor do IDA, o objetivo é oferecer momentos de lazer e também oportunidades reais de fortalecer habilidades sociais e emocionais, garantindo às famílias um período de descanso com a confiança de um cuidado especializado.

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Real Hospital Português anunciou lançamento do app Minha Saúde RHP

Shenandoan Daur, CIO do hospital, foi um dos participantes da Arena Conteúdo da MV na Feira Hospitalar 2025, em São Paulo. Fotos: Dayanna Shakra/Divulgação MV O Real Hospital Português prepara o lançamento do aplicativo Minha Saúde RHP que vai reunir em um só lugar agendamento de consultas, resultados de exames, solicitação de serviços, pagamento de estacionamento e acesso ao prontuário eletrônico. A novidade faz parte do processo de transformação digital da instituição. “Estamos embarcando tecnologia na jornada do paciente, dos colaboradores e da equipe médica, para reduzir atritos e garantir mais tempo na interação humana e menos tempo nas telas”, afirma Shenandoan Daur, CIO do hospital. A plataforma estará disponível ainda em 2025, dentro de um plano mais amplo de inovação, que inclui inteligência artificial, visão computacional e conectividade aprimorada com rede Wi-Fi de alta performance. Confira a participação do RHP na Arena Conteúdo da MV:

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MV leva protagonismo da inteligência artificial em saúde à Hospitalar 2025

Com lançamentos estratégicos, empresa reforça liderança na transformação digital do setor A empresa pernambucana MV marca presença na Hospitalar 2025 com três estandes e uma série de novidades voltadas à inteligência artificial (IA). A empresa apresenta um ecossistema integrado de soluções que ampliam a conectividade entre dados, sistemas e profissionais, promovendo mais eficiência e personalização na jornada assistencial. No centro dessa revolução está a MaVi, IA proprietária da MV, que assume diferentes formatos, como smart speakers, avatares digitais e ferramentas embarcadas em sistemas clínicos. Entre os destaques está o lançamento da MaVi em forma física: um assistente de voz desenvolvido para centros cirúrgicos, capaz de acessar protocolos, resumir históricos e automatizar registros em procedimentos de alta complexidade. Outra novidade é a Plataforma de Agentes de IA MV, com três personas: MaVi Paciente, integrada ao app Personal Health; MaVi Médico, conectada a soluções clínicas; e MaVi Gestor, voltada à governança hospitalar. Essas ferramentas promovem uma experiência mais humanizada e colaborativa em saúde digital. A MV também expande seu ecossistema com duas novas empresas: a BidHealth, especializada em cibersegurança hospitalar com operação 24x7; e a OncoAudit, voltada à aprovação ágil de tratamentos oncológicos com base em inteligência artificial e evidências clínicas. “O próximo passo na saúde digital já foi dado, e ele é a inteligência artificial. Estamos à frente desse movimento integrando soluções que buscam otimizar a assistência ao paciente e tornar as instituições que fazem parte do sistema ainda mais digitais e sustentáveis”, afirma Paulo Magnus, CEO da MV. A programação da Arena de Conteúdo MV, com painéis sobre IA, interoperabilidade e gestão hospitalar, também será destaque entre os dias 20 e 23 de maio. Hoje, às 18h, acontece o lançamento da biografia “A Distância do Sonho”, assinado por Silvia Bessa, que conta a trajetória de Paulo Magnus.

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Nova regra da Anvisa, medicamento off-label e impactos nos contratos de saúde

*Por Olga Boumann Ferreira Cavalcanti Nos últimos anos, observa-se um crescimento significativo da judicialização das demandas relacionadas à saúde suplementar no Brasil. Esse aumento decorre, em grande parte, das negativas - muitas vezes consideradas infundadas - por parte das Operadoras de Planos de Saúde, quanto ao fornecimento de medicamentos, procedimentos ou tratamentos não previstos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS ou sujeitos às Diretrizes de Utilização (DUT). Entre esses casos, destacam-se os medicamentos de uso ‘off-label’ (fora bula). O termo ‘off-label’ refere-se à utilização de medicamentos para finalidades distintas daquelas originalmente aprovadas em bula. Um exemplo simbólico são os medicamentos agonistas, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”, que foram desenvolvidos para o tratamento do diabetes, mas vêm sendo amplamente utilizados para o emagrecimento, especialmente por clínicas e indivíduos leigos, sem conhecimento técnico acerca de seus riscos e implicações. Em abril de 2025, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)¹ aprovou medidas de controle mais rigorosas para a prescrição desses medicamentos, como a necessidade de receita médica para sua comercialização, assim como acontece com os antibióticos. Importa destacar, contudo, que a nova regulamentação não restringe o direito do profissional médico de prescrever medicamentos com finalidades terapêuticas diversas daquelas constantes da bula. A decisão da agência, que altera a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 471/2021, entrará em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação, ou seja, em meados de junho do corrente ano. Acrescenta-se que estudos realizados entre os anos de 2021 e 2024² demonstram que medicamentos agonistas, como a semaglutida (comercializada sob o nome Ozempic), por exemplo, apresentam eficácia relevante na indução da perda de peso em indivíduos que não são portadores de diabetes - enfermidade para a qual a medicação foi originalmente desenvolvida - mas, em contrapartida, possuem diversos efeitos adversos que vão desde náuseas, diarréia e vômitos a distúrbios pancreáticos, neoplasias pancreáticas, cegueira, retinopatia, hipoglicemia, taquiarritmias e arritmias. Afinal, não foram feitas para não-portadores de diabetes. Diante desse contexto, é importante refletir: quais são os impactos econômicos concretos para as Operadoras de Planos de Saúde ao serem obrigadas a custear essas medicações? É de bom alvitre trazer ao debate que a judicialização da saúde teve um aumento de 16% entre os anos de 2022 e 2023³, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ademais, observa-se que muitos magistrados, diante da complexidade técnica das demandas em saúde suplementar, acabam por decidir com base exclusiva em laudos médicos apresentados pelas partes, os quais, na prática, acabam por adquirir um peso quase normativo. Diante desse panorama, alguns Tribunais de Justiça passaram, inclusive, a instituir câmaras especializadas para o processamento e julgamento de ações envolvendo a saúde suplementar, o que demonstra a complexidade e a relevância crescente do tema no Poder Judiciário. Tudo isso revela uma realidade inegável: para as Operadoras de Planos de Saúde, o momento atual representa um ambiente de constante instabilidade financeira. A cada nova mudança no setor — seja por decisões judiciais, novas regulações ou, como no caso dos medicamentos agonistas, pela omissão dos órgãos reguladores — os planos de saúde se veem obrigados a fazer verdadeiros malabarismos para equilibrar suas contas e evitar colapsos no sistema. A conta, como frequentemente ocorre, recai sobre os próprios beneficiários. Estes, diante do aumento das mensalidades, recorrem ao Judiciário pleiteando a revisão ou redução dos reajustes, muitas vezes obtendo decisões favoráveis com base em fatores diversos. Entretanto, em debate junto ao Comitê de Saúde de um dos Tribunais do país que aconteceu no começo do também mês de abril/25, a preocupação era justamente: e se os planos de saúde no Brasil forem extintos, como sequer existem em muitos países do mundo? É preciso reconhecer, enquanto beneficiária e operadora do Direito, que para toda decisão, seja ela judicial, administrativa ou legislativa, há sempre um impacto real na ponta do sistema: na sustentabilidade da saúde suplementar, na viabilidade dos contratos e, sobretudo, na própria dignidade do usuário. Tal constatação dialoga diretamente com o que dispõe o art. 20 da LINDB, que exige da atuação judicial, administrativa ou controladora a consideração das consequências práticas das decisões, em consonância com os fundamentos da Análise Econômica do Direito. Como destaca Carlos Ari Sundfeld, “a LINDB exige uma atuação institucional responsável, baseada em avaliação concreta de impactos e não apenas em ideologias normativas ou ativismos bem-intencionados, mas economicamente desastrosos”. O Superior Tribunal de Justiça tem aplicado a LINDB em decisões sobre regulação econômica, inclusive no setor de saúde suplementar no REsp 1.803.146/SP, rel. Min. Herman Benjamin, j. 28/05/2019: “É necessário que o Poder Judiciário considere os impactos regulatórios e econômicos de suas decisões, notadamente quando envolvem políticas públicas de saúde, para evitar desequilíbrios sistêmicos”. Assim, a discussão sobre o uso ‘off-label’ de medicamentos agonistas escancara a fragilidade do modelo atual, em que decisões clínicas, expectativas sociais, ausência de regulação clara e judicializações crescentes se entrelaçam num emaranhado de incertezas. A ANVISA, ao editar nova regulamentação, deu um passo importante, mas ainda tímido, diante da complexidade do tema. Enquanto isso, as Operadoras de Planos de Saúde caminham numa corda bamba, pressionadas por decisões judiciais que ampliam coberturas, por beneficiários que exigem respostas imediatas e por um sistema regulatório que, por vezes, demora a se posicionar.Nesse contexto, o Judiciário é convocado a exercer um papel de equilíbrio, não apenas garantindo direitos individuais, mas preservando a lógica coletiva e contratual do setor. Se os planos de saúde ruírem, como alertado no debate recente, o prejuízo será de todos. Afinal, ainda que imperfeita, a saúde suplementar cumpre um papel essencial na descompressão do sistema público de saúde. Cabe, portanto, a todos os atores (operadoras, órgãos reguladores, magistrados e usuários) atuar de forma responsável, técnica e sensível, buscando soluções que preservem tanto o direito à saúde quanto a sustentabilidade do setor, porque afinal de contas o verdadeiro equilíbrio está em compreender que o contrato não é apenas um instrumento jurídico, mas um pacto de confiança social. *Olga Boumann Ferreira Cavalcanti, advogada da área de saúde suplementar do escritório Urbano Vitalino Advogados ¹ AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA.

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Você sabia? Jogar videogame pode fazer bem à saúde 

Dentro do limite saudável, jogos eletrônicos fazem bem à saúde mental e cognitiva  Muito já se falou sobre as comprovações científicas a respeito dos efeitos negativos que o vício em videogames pode causar na rotina e na saúde mental das pessoas. No entanto, se o gamer (pessoa que joga videogame) joga apenas por diversão e dentro de um limite saudável, isso pode ser benéfico? Estudos e especialistas apontam que sim.  A psicóloga e professora do curso de Psicologia da Wyden, Isabela Oliveira, explica que a ciência tem se dedicado a entender como os jogos digitais impactam nosso cérebro e comportamento, buscando compreender de que forma os games podem provocar efeitos positivos. Um dos modelos mais utilizados para investigar essa questão é o GLM (Modelo Geral de Aprendizagem), que considera diferentes tipos de mídia — incluindo os games — e mostra que o videogame vai muito além de simplesmente passar o tempo: trata-se de um processo de aprendizado ativo. “Ou seja, ao jogar, a pessoa se engaja a ponto de precisar definir metas, aprender com os erros, estando em um constante processo de tentativa e erro”, comenta Isabela.  Esse tipo de envolvimento, especialmente quando repetido com frequência, pode gerar mudanças a longo prazo na forma como pensamos, sentimos e até agimos — principalmente quando o jogo exige várias etapas para que o sistema de recompensa seja ativado. Por exemplo, quando é possível ajustar o nível de dificuldade de modo que ele seja considerado desafiador na medida certa pelo sistema motivacional do jogador, observa-se a criação de um ambiente de treino contínuo, no qual habilidades relacionadas a processos psicológicos como atenção, memória, resolução de problemas e tomada de decisões podem ser constantemente exercitadas.  A psicóloga ainda pontua que os games oferecem feedbacks rápidos e recompensas constantes, o que reforça o aprendizado. “Não é apenas que o jogador ‘decora’ alguma coisa, mas a variedade comportamental ajuda o cérebro a criar conexões — um processo que denominamos neuromodulação”, conclui.  Para o professor de inglês Pedro Arthur, jogar videogame sempre foi muito mais do que apenas entretenimento. Ele os considera uma ferramenta de transformação pessoal e intelectual, e até mesmo profissional. “Desde a infância, os jogos eletrônicos me proporcionaram experiências que moldaram minha educação, habilidades cognitivas e até mesmo minha carreira. Um dos impactos mais significativos foi no aprendizado do inglês. Os jogos exigiam que eu lesse e compreendesse diálogos complexos, expandindo meu vocabulário e minha compreensão da língua. Esse contato constante e motivador foi decisivo para que eu me tornasse um estudante de Licenciatura em Inglês, algo que jamais imaginei quando criança, mas que hoje reconheço como uma conquista diretamente ligada aos games”, explica.  Além do idioma, Pedro lembra que os videogames também aprimoraram seu raciocínio lógico e sua capacidade de resolver problemas. Alguns jogos o desafiaram a pensar de forma criativa, enquanto outros o ensinaram a planejar e tomar decisões sob pressão. Essas habilidades não ficaram restritas ao mundo virtual: elas ajudaram o gamer na vida acadêmica e profissional, desenvolvendo sua capacidade de análise e resiliência.  “Hoje, vejo os games não apenas como uma paixão, mas como uma influência essencial na minha formação. Eles me ensinaram idiomas, estimularam minha mente e me mostraram que o aprendizado pode ser divertido e dinâmico. Por tudo isso, os videogames ocupam um lugar especial na minha história e continuam a me inspirar diariamente”, finaliza Pedro.  Estímulo positivo  Isabela indica alguns tipos de jogos que se destacam. Jogos de estratégia, quebra-cabeças, simulações e até RPGs — sigla derivada do termo em inglês Role-Playing Game — tendem a estimular habilidades como planejamento, resolução de problemas, empatia e tomada de decisão. Já games cooperativos, que envolvem trabalho em equipe, podem fortalecer habilidades sociais. Ainda assim, o mais importante é como o jogador se envolve com o jogo, e não apenas o gênero do game em si.  Além dos benefícios já citados, pais e educadores também podem usar os jogos como porta de entrada para conversas, para fortalecer vínculos e até como recurso terapêutico — como, por exemplo, o uso da gamificação em planos de ação terapêutica — desde que haja diálogo, presença e limites bem definidos.  Até onde vai o limite?  A professora da Wyden alerta que, para crianças e adolescentes, o ideal é que o uso seja supervisionado e equilibrado com outras atividades, além de seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para exposição diária às telas. Entre 6 e 10 anos, o tempo de uso deve ser de, no máximo, 1 a 2 horas por dia. Já para crianças maiores e adolescentes, entre 11 e 18 anos, o tempo de tela não deve ultrapassar três horas diárias.  É importante, claro, estar atento aos casos em que os videogames são usados em excesso, pois isso pode gerar isolamento social, sedentarismo, distúrbios do sono, prejuízos no rendimento escolar ou profissional e, em casos mais extremos, dependência — inclusive com reflexos na vida adulta. “O equilíbrio continua sendo necessário para aproveitar o que os jogos têm de bom, sem abrir mão da saúde mental e física”, finaliza Isabela. 

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Dengue em alta: Como se proteger da doença neste verão

Alta de casos preocupa, e circulação de novo sorotipo agrava o cenário O verão de 2025 traz um alerta sobre a dengue, com um aumento expressivo no número de casos. Segundo o Ministério da Saúde, já são mais de 350 mil casos prováveis e 150 mortes confirmadas em menos de 50 dias. O grande fator de preocupação é a volta do sorotipo 3 da doença, ausente no Brasil desde 2007, o que significa que boa parte da população não possui imunidade contra essa variante. A combinação de altas temperaturas e chuvas intensas tem favorecido a proliferação do Aedes aegypti, aumentando os focos do mosquito. “Como a temporada de dengue do ano passado já foi intensa, a tendência é que ela seja ainda maior, já que, em geral, os criadouros do ano anterior permanecem sem ser limpos”, explica Marcelo Ducroquet, infectologista e professor da Universidade Positivo (UP). Ele alerta que quem já teve dengue anteriormente corre mais risco de desenvolver a forma grave da doença, pois “os anticorpos da primeira infecção chegam a reconhecer o vírus, mas não conseguem neutralizá-lo, facilitando sua disseminação”. Para evitar a doença, é fundamental eliminar focos de água parada em casa, usar repelentes e telas protetoras. Além disso, ao apresentar sintomas como febre alta e dores no corpo, a recomendação é procurar uma unidade de saúde imediatamente. “O paciente que apresentar sintomas como dor de barriga, vômito e tontura deve procurar imediatamente um posto de saúde, pois esses sinais podem indicar dengue hemorrágica”, reforça Ducroquet. A prevenção continua sendo a melhor estratégia para conter a epidemia. Medidas simples, como tampar caixas d’água, descartar recipientes que acumulam água e manter calhas limpas, fazem toda a diferença na redução da proliferação do mosquito.

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Cuidados essenciais para curtir o carnaval com saúde

Alimentação equilibrada, hidratação e cuidados preventivos garantem energia e bem-estar durante a festa. O Carnaval é um dos momentos mais aguardados do ano, repleto de alegria, música e muita energia. No entanto, para aproveitar ao máximo a festa sem comprometer a saúde, é essencial adotar alguns cuidados. A nutricionista Gesika Assunção, coordenadora do curso de Nutrição, e o biomédico e mestre em Patologia Filipe Peixe, coordenador dos cursos de Biomedicina, Farmácia e Estética, ambos da UniFBV Wyden, destacam orientações fundamentais para garantir uma folia saudável. A alimentação tem um papel crucial para manter o corpo resistente ao longo dos dias de festa. Segundo Gesika, é fundamental evitar refeições pesadas e priorizar alimentos leves e nutritivos, como frutas, grãos integrais e proteínas magras. “Consumir pequenas porções ao longo do dia ajuda a manter a energia sem sobrecarregar o organismo. Alimentos como banana, aveia, castanhas e nozes são boas fontes de energia, enquanto proteínas magras, como frango, peixe e ovos, ajudam a prolongar a saciedade”, explica. Além disso, ela alerta para o risco dos alimentos ultraprocessados e sugere alternativas caseiras, como barrinhas de cereal feitas em casa e frutas desidratadas. Outro ponto essencial é a hidratação. O calor intenso e o esforço físico exigem uma ingestão adequada de líquidos. “Água, sucos naturais, chás e água de coco são ótimas opções para repor os eletrólitos e evitar a desidratação”, recomenda Gesika. Para quem consome bebidas alcoólicas, a nutricionista sugere moderação e alternância com água para minimizar os efeitos negativos do álcool no organismo. Além da alimentação, os cuidados com a saúde durante o carnaval incluem medidas para evitar infecções e viroses, que costumam ser frequentes neste período de aglomeração. Filipe Peixe alerta para a importância da vacinação contra a gripe e a Covid-19 antes da folia. “Essas doenças são muito comuns após o carnaval, devido ao contato próximo entre as pessoas. Atualizar a vacinação é uma forma eficaz de proteção”, enfatiza. A higienização das mãos também deve ser uma preocupação constante. Como nem sempre há acesso a água e sabão nas ruas, o uso de álcool em gel pode reduzir significativamente o risco de transmissão de vírus e bactérias. Outra recomendação importante é evitar compartilhar copos, latas e garrafas, pois esses objetos podem ser veículos de contaminação. Para evitar infecções alimentares, Filipe ressalta a importância de consumir alimentos de procedência confiável. “Sempre que possível, escolha estabelecimentos que sigam boas práticas de higiene. Alimentos preparados em condições inadequadas podem causar intoxicações graves”, alerta. Além desses cuidados, a exposição ao sol merece atenção especial. O uso de protetor solar e a busca por sombra em horários de pico são indispensáveis para evitar insolação e queimaduras. O descanso também é fundamental para a recuperação do corpo. “Aproveite os momentos de pausa para descansar e manter a qualidade do sono”, reforça Gesika.

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Glitter, Galo da Madrugada e o microplástico

*Por Carlos Eduardo Costa Eles são bem pequenos, estão presentes em embalagens, roupas sintéticas e cosméticos e podem contaminar o meio ambiente e ainda causar danos à saúde. São os microplásticos, minúsculos pedaços de plásticos que, sem haver o descarte adequado ou pela utilização, podem se espalhar por rios, mares e solos. Também entrar na cadeia alimentar e impactar na saúde. Isso porque os microplásticos podem contaminar o sangue por meio da alimentação e respiração. A longo prazo, já existem pesquisas que mostram evidências ou que sugerem que microplásticos causam danos ao sistema circulatório e até aumentam a incidência de AVC. Em questões do desenvolvimento pulmonar, no caso como foi encontrado em placenta, essas substâncias podem prejudicar o desenvolvimento das células pulmonares. Resultado: a criança pode nascer com alguma desordem funcional respiratória.  Os microplásticos também estão presentes no Carnaval, como em glitter, em maquiagens e embalagens como garrafas pet. Essas, inclusive, serão bastante utilizadas na estrutura do Galo da Madrugada. A gestão pública até montou uma operação para haver o recolhimento por catadores e o destino de embalagens, durante a folia de Momo. É uma atitude louvável, mas se não forem descartadas e coletadas de maneira correta, elas vão parar na natureza e sofrer degradação. Com o intemperismo do ambiente, esses materiais vão reduzindo de tamanho até ficarem bem minúsculos, no formato de pó, e totalmente disponíveis para entrar na cadeia alimentar. É aí onde reside o problema, já identificado no sangue das pessoas. Isso porque o plástico é tóxico de uma maneira geral. É preciso ampliar a atuação da iniciativa pública, privada e da população quanto à escolha de materiais e a coleta adequada desses resíduos, que podem ficar na natureza por até 400 anos. Como também, reduzir o uso de microplástico ou utilizar materiais que sejam degradados com mais facilidade na natureza. *Carlos Eduardo Costa é coordenador do Mestrado em Saúde do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) e também Doutor em Tecnologias Energéticas Nucleares

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