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Artrose nas mãos exige atenção e cuidados para manter a qualidade de vida na maturidade

Doença que atinge mais de 15 milhões de brasileiros pode causar dor, rigidez e deformidades, especialmente em mulheres a partir dos 50 anos Com o envelhecimento da população brasileira, doenças articulares como a artrose se tornam cada vez mais comuns e impactam diretamente a qualidade de vida. A artrose nas mãos, também chamada de osteoartrite, é uma das manifestações mais frequentes da condição e atinge especialmente mulheres após os 50 anos. Responsável por dores, rigidez e limitações nos movimentos, a doença compromete atividades cotidianas simples, como escrever, segurar objetos ou abrir embalagens. Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com a artrose, que é hoje a principal causa de incapacidade física entre os idosos. “Muita gente pensa que é só uma dor passageira ou que está com as mãos cansadas. Mas, quando o incômodo se torna frequente, é importante buscar ajuda médica, pois pode ser um sinal de artrose”, alerta a ortopedista Dra. Etelvina Vaz, especialista em mãos do Instituto de Ortopedia e Trauma do Recife (IOT). O desgaste da cartilagem que reveste as articulações leva à dor progressiva, perda de mobilidade e até deformidades visíveis nos dedos. As áreas mais afetadas são as pontas dos dedos, a base do polegar e, com menos frequência, as articulações do meio dos dedos. O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado com exames de imagem. “O objetivo é reduzir a dor, manter a função das mãos e evitar a progressão da doença”, explica a médica. Os tratamentos envolvem medicamentos, fisioterapia, órteses e, em alguns casos, cirurgia. Embora mais frequente na terceira idade, a artrose também pode surgir em adultos jovens que sobrecarregam as mãos com atividades repetitivas. Digitadores, costureiros, trabalhadores manuais e praticantes de esportes de alto impacto nas mãos estão entre os grupos de risco. Por isso, a prevenção deve começar cedo, com a adoção de hábitos saudáveis, fortalecimento muscular e pausas durante o trabalho repetitivo. “Envelhecer com qualidade de vida inclui também estar atento à saúde das mãos. Elas falam muito sobre como estamos nos movimentando e lidando com o nosso corpo”, finaliza a Dra. Etelvina. A detecção precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para preservar a autonomia e o bem-estar durante o envelhecimento.

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Cresce a paixão pela corrida no interior

Com quase três décadas de experiência, o treinador Marciano Pereira Barros fala sobre os benefícios da corrida ao ar livre, o crescimento dos eventos no interior e a força das conexões criadas durante os treinos Democrática, acessível e com benefícios que vão do corpo à mente: assim a corrida de rua tem conquistado milhares de brasileiros. No sertão pernambucano, o treinador Marciano Pereira Barros é testemunha viva dessa transformação — tanto como ex-atleta quanto como fundador da equipe APA Petrolina, referência na região. Com 29 anos de experiência, o profissional de educação física compartilha suas percepções sobre o crescimento da modalidade, a força dos laços comunitários criados nos grupos de corrida e o impacto positivo de treinar em ambientes naturais. A popularização da corrida de rua “A corrida se tornou popular porque é uma atividade democrática e de fácil acesso. Basta um bom par de tênis e disposição”, afirma Marciano, que começou a correr ainda na adolescência. Segundo ele, a combinação entre busca por saúde física e mental, redes sociais inspiradoras e eventos bem organizados transformou o cenário da modalidade.Outro atrativo, segundo o treinador, é a possibilidade de iniciar com pouco investimento. “Com um tênis adequado à pisada e roupas confortáveis, já dá para começar. O importante é ter orientação e segurança.” Benefícios do treino ao ar livre Marciano destaca que correr em áreas abertas oferece vantagens que vão além da performance física. “O contato com a natureza tem impacto direto no emocional. Cada terreno, clima e paisagem oferece estímulos que tornam o treino mais dinâmico e prazeroso.” Além da experiência sensorial, correr no interior do país — como em Petrolina, onde atua — pode ser uma experiência acolhedora. “Mesmo com o calor, há regiões irrigadas mais frescas, como o entorno do Rio São Francisco. Treinar ali é especial”, diz. Corrida como ferramenta de sociabilização Quem entra em um grupo de corrida não encontra apenas treino, mas também companhia. “A corrida cria conexões genuínas. Vejo pessoas que chegaram tímidas se tornarem grandes amigas e viajarem juntas para provas. É como uma família”, relata Marciano. Ele relembra um episódio marcante: “Na Maratona de Santiago, no Chile, a emoção coletiva ao cruzar a linha de chegada era a mesma de uma grande festa em família.” Do interior para o mundo Marciano também observa uma tendência de atletas de grandes centros buscarem o interior para treinos e eventos. “Há procura por locais menos poluídos, com percursos tranquilos e contato com a natureza. Muitos vêm atrás disso”, diz. Um exemplo é o campo de treinamento montado por ele na Serra dos Morgados, na Bahia. “Todo início de ano levo um grupo de elite para treinar nesse paraíso. Nos fins de semana, atletas amadores se juntam a eles, o que motiva e inspira.” A força dos eventos regionais O interior também se destaca pela realização de provas cada vez mais estruturadas. Segundo Marciano, corridas de 5 km, 10 km e meias maratonas têm grande apelo e atraem corredores de todo o Brasil. Eventos como a Meia da Fruticultura Irrigada, a Corrida Rústica Internacional do Agronegócio, a Meia Maratona do River Shopping, em Petrolina, e a Corrida do Vinho, em Lagoa Grande, são exemplos de sucesso e acolhimento. “Elas movimentam a economia, promovem a cidade e fortalecem a cultura local”, destaca. Mais do que uma prática esportiva, a corrida de rua se tornou uma ferramenta de transformação pessoal e coletiva. E no interior, ela se fortalece com o sentimento de comunidade, paisagens inspiradoras e uma simplicidade que acolhe. Para Marciano Pereira Barros, é exatamente isso que torna cada passo mais significativo. Dicas de Marciano para quem quer começar a correr na rua Comece devagar: Respeite seu ritmo e aumente a carga gradualmente Invista em um bom tênis: Escolha o modelo adequado para sua pisada Crie uma rotina: Estabeleça dias e horários fixos para treinar. Busque um grupo ou assessoria: Isso aumenta a motivação e garante orientação. Prefira ambientes naturais: Sempre que possível, escolha locais arborizados e seguros. Hidrate-se e alimente-se bem: O cuidado com o corpo começa antes e continua após a corrida. Instagram: @marcianobarrostreinador Massagem na corrida Uma forma de ajudar a recuperação muscular pós-exercício é a massagem recovery. Ela também auxilia na redução de dores, fadiga e a prevenir lesões. Podendo ser aplicada em atividades físicas em geral, a técnica será oferecida domingo (3), na 9ª edição da Corrida Damas, nas Graças, com apoio do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE), localizado na Imbiribeira, e da Faculdade Tiradentes (Fits), em Goiana, ambas integrantes do Grupo Tiradentes. A intenção é proporcionar cuidado e bem-estar aos participantes da iniciativa. Defesa Pessoal Com foco na defesa pessoal, o escritório de advocacia Portela Soluções Jurídicas promoveu, no último sábado (26), atividade com os colaboradores no Centro de Krav Magá Boa Viagem. O pessoal participou de aula da técnica de defesa pessoal originária de Israel com o Instrutor Carlos Albuquerque, que é formado e licenciado pela Federação Sul-americana de Krav Magá. Após duas décadas longe dos tatames, professor pernambucano lidera rankings e garante vaga no Mundial de Jiu-Jitsu O professor Leo Costa foi campeão, no domingo (20), do Grand Slam da AJP (liga árabe de jiu-jitsu), uma das principais competições da modalidade. Com o resultado, ele assumiu a liderança dos rankings Brasil e Sul-Americano na categoria master, além de ocupar a quarta colocação no ranking global. A conquista também garantiu a Leo a vaga na seletiva da Liga Árabe para disputar o Campeonato Mundial, que será realizado em novembro. Aos 45 anos, o atleta celebra o feito com orgulho e emoção, especialmente por ter retomado os treinos há apenas dois anos e meio. “Passei 21 anos sem treinar e resolvi voltar em 2023 para tentar realizar esse sonho de ser campeão mundial. Agora, com essa vaga garantida, vou representar meu estado e meu país com toda a dedicação que esse momento merece”, afirmou Leo Costa.

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Crianca e celular

Como afastar as crianças das telas nas férias de julho

Especialista sugere atividades lúdicas para fortalecer vínculos familiares e estimular o desenvolvimento infantil Com a chegada das férias escolares de julho, cresce entre pais e responsáveis a preocupação com o tempo excessivo que crianças passam diante de telas. A necessidade de encontrar alternativas saudáveis para entreter os pequenos se intensifica diante de dados como os da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, que revela que 93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet no país, e que 23% deles acessaram pela primeira vez antes dos seis anos. O impacto desse consumo precoce e prolongado de tecnologia preocupa especialistas em educação e desenvolvimento infantil. Segundo a pedagoga Beth Coutinho, docente do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), “pesquisas apontam que a superexposição a eletrônicos pode causar déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de regulação própria das emoções”. Ela destaca que as férias são uma oportunidade para oferecer experiências significativas e afetivas por meio de brincadeiras que estimulam o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional das crianças. A infância é marcada por intensa aprendizagem por meio das interações com o ambiente e com outras pessoas. Atividades lúdicas, especialmente quando compartilhadas com a família, fortalecem vínculos e promovem ganhos expressivos no desenvolvimento infantil. “A criança quando interage com familiares e amigos, terá sua autoestima bem trabalhada, proporcionando um melhor desempenho no dia a dia. Se faz necessário a criança usufruir daquilo que gosta e a faz feliz”, afirma Beth. A especialista recomenda resgatar brincadeiras tradicionais e incluir a criança nas decisões sobre as atividades do dia. “Procurar resgatar brincadeiras dos pais e avós através de rodas de conversas em família. O brincar deixa a criança tranquila e feliz. Brincar é aprender a vida com alegria.” Práticas simples como pintura de folhas secas, caça ao tesouro e passeios ao ar livre são eficazes para entreter sem depender de telas. Algumas sugestões para as férias: pintura de folhas secas, caça ao tesouro, passeios na natureza, piqueniques em família, trilhas, ciclismo e visita ao zoológico. Além de divertidas, essas atividades favorecem o bem-estar e o desenvolvimento integral das crianças, criando memórias afetivas que vão além do mundo digital.

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Se você é mulher, certamente está exausta

*Por Manu Siqueira Este não é um texto fofinho. É um texto-desabafo. E se você é mulher, assim como eu, vem cá me abraçar! Eu também estou exausta. Assim como a maior parte das mulheres que me rodeia. Um dia, eu já fui aquela mulher que se orgulhava de trabalhar no sábado, no domingo ou no feriado. Aliás, toda a minha geração foi educada com base no trabalho duro e árduo e, de preferência, sem reclamações. Mas confesso que, de uns tempos para cá, venho repensando tudo isso. A gente chega a uma certa idade em que não precisa mais provar nada para ninguém — nem para si mesma. Quem trabalha de forma autônoma, como eu, vive sonhando com a possibilidade de tirar uma semaninha de férias. Só uma. Sete dias, apenas. Pois bem, algo razoavelmente simples, às vezes, se torna difícil demais de realizar. Tenho amigas que viajam de férias e continuam trabalhando remotamente. Admiro porque eu, sinceramente, não conseguiria mais, embora já tenha feito isso também. Aliás, há mulheres que não têm outra escolha senão viajar e trabalhar ao mesmo tempo. Que isso fique bem claro, pois aqui não há julgamentos. Penso que o mundo pós-pandemia está mais difícil. Em todos os sentidos. Todo mundo está cansado. E, com as redes sociais, a nossa bateria social parece se esgotar antes mesmo do pôr do sol. Relacionar-se afetivamente virou um fardo. Ninguém está mais disposto a entrar na gangorra emocional que é se envolver com alguém. No trabalho, cada vez mais remoto, idem. Com a polarização política, essa exaustão chegou também aos almoços de família. No São João, me dei o direito de passar alguns dias sem fazer absolutamente nada. Nem preparar almoço, nem limpar a casa, nem ligar para ninguém. Um ócio maravilhoso. Chuva, filme, livro, silêncio e pipoca. Poderia ter passado a semana inteira assim. Mas acabou rapidinho. Quem tiver uma fórmula para a mulher exausta, por favor, compartilhe. Afinal, a mulher que trabalha fora, treina, faz dieta, cuida da casa, dos filhos (quando os tem), dos pais idosos, do marido (que, muitas vezes, não divide as tarefas domésticas) e ainda precisa estar magra e maquiada para ser "atraente", a fim de que ele não vá para a cama com outra... está, definitivamente, vivendo errado. Ah! E, se for empreendedora, ainda precisa arranjar tempo para produzir conteúdo digital. Vem cá! Me abraça de novo. Vamos impor limites. Ressignificar o que não foi tão bom. Recomeçar. Refazer. Isso pode nos ajudar. *Manu Siqueira é jornalista

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Reflexão sobre o luto destaca importância do acolhimento emocional

Data nacional convida à conscientização sobre perdas e reforça a necessidade de escuta e apoio aos enlutados O Dia Nacional do Luto, lembrado em 19 de junho, propõe uma reflexão coletiva sobre a morte, a dor das perdas e a importância de lidar com esses temas de forma empática. A data busca romper com os tabus sociais que ainda cercam o fim da vida e valorizar o tempo e os sentimentos de quem enfrenta a ausência de vínculos afetivos — sejam eles pessoas, lugares ou experiências. De acordo com a psicóloga Simône Lira, especialista em luto do Grupo Morada, o sofrimento não está restrito à morte de entes queridos. “Quando falamos em luto, estamos falando do rompimento de um vínculo importante para alguém. Pode ser pela morte de um ente querido, mas também por outras perdas: de um lar, de um emprego, de um relacionamento, de um animal de estimação... Tudo aquilo que carrega afeto e significado em nossas vidas pode gerar um processo de luto”, esclarece. Ela explica que não há uma trajetória única nesse processo. “Não existe uma fórmula. O importante é permitir-se oscilar entre momentos de conexão com a perda e de retomada da vida. Essa alternância favorece a elaboração do luto e a adaptação a uma nova realidade, sem a presença física da pessoa ou do vínculo que foi rompido.” Situações de luto não reconhecido, como perdas que não recebem validação social, também merecem atenção especial. “Às vezes, a pessoa não se sente autorizada a viver sua dor porque a sociedade não reconhece aquela perda como legítima. Mas negar esse sentimento pode intensificá-lo e torná-lo adoecedor.” Por isso, a psicóloga reforça: “Permitir-se sentir e expressar as emoções é essencial. Cada um encontra seu modo de atravessar esse momento. E quando as dificuldades se tornam intensas a ponto de interferirem na rotina e no bem-estar, é importante buscar ajuda especializada.”

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Hapvida inaugura hospital de alta complexidade no Recife com foco em Ortopedia

Hospital Ariano Suassuna, o maior da rede no Norte/Nordeste, inicia atendimentos em 30 de junho com estrutura moderna e investimento de R$ 250 milhões A Hapvida deu mais um passo na expansão da sua rede própria com a inauguração do Hospital Ariano Suassuna, localizado na Zona Norte do Recife. Com 13 andares e estrutura voltada para casos de média e alta complexidade, a unidade recebeu investimento de R$ 250 milhões e será referência em Ortopedia e Clínica Médica. O hospital inicia suas operações no dia 30 de junho e já nasce como o maior da operadora no Norte e Nordeste. O equipamento começa a funcionar com 70 leitos de enfermaria e 20 leitos de UTI adulto, além de quatro salas cirúrgicas e dez consultórios – sete para pronto atendimento ortopédico e três para Clínica Médica, voltados aos beneficiários dos planos Pleno e Mix. A estrutura prevê, no futuro, a ampliação para até 172 leitos, nove salas cirúrgicas e 20 consultórios. O hospital conta com parque diagnóstico completo, incluindo tomografia, ressonância magnética, raio-X, mamografia, endoscopia e exames laboratoriais. Também foi implantado um centro cirúrgico de ponta, serviços de hemodinâmica e uma ala premium destinada ao público particular e beneficiários de planos PPO. Ao todo, estão sendo gerados 362 empregos diretos e indiretos com a nova unidade. “A construção da nova unidade responde ao crescimento do número de beneficiários na região metropolitana do Recife e à necessidade de estruturas ainda mais modernas e eficientes. ‘O Hospital Ariano Suassuna reforça nosso compromisso com a qualidade. É um passo importante na ampliação da capacidade hospitalar na região’”, afirma Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida. A inauguração foi marcada simbolicamente para 16 de junho, data em que o escritor paraibano Ariano Suassuna completaria 98 anos. Além do hospital, a Hapvida vem fortalecendo sua presença em Pernambuco com aportes que superam R$ 258 milhões entre 2025 e 2026, incluindo investimentos em unidades especializadas para pessoas com TEA no Recife e em Paulista, e uma clínica médica inaugurada em Olinda. Em nível nacional, o plano de expansão totaliza R$ 2 bilhões, consolidando a estratégia de verticalização da operadora.

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IA na jornada diagnóstica de doenças hematológicas: uma revolução silenciosa, mas urgente

Imagine uma paciente idosa, na zona rural do Brasil, que procura o posto de saúde com queixas vagas: cansaço, palidez, hematomas espontâneos. O médico solicita um hemograma. O exame mostra alterações discretas, mas relevantes — talvez uma leucopenia, anemia com desvio de padrão, plaquetas baixas. Contudo, sem a presença de um hematologista ou ferramentas adequadas de apoio, esses sinais passam despercebidos. Ela volta para casa com uma receita de ferro. Meses depois, a realidade cruel: uma leucemia já avançada, que poderia ter sido detectada antes. Essa história não é rara! Segundo dados da associação do setor de medicina diagnóstica, mais de 2 bilhões de exames laboratoriais são processados anualmente no Brasil. O hemograma, exame mais solicitado do país, representa uma grande fatia desses dados. E, ainda assim, estudos apontam que até 18% dos exames com resultados anormais não recebem seguimento adequado, seja por falhas na comunicação, na interpretação ou pela ausência de especialistas (Murphy et al., 2017; Callen et al., 2011). O resultado? Diagnósticos tardios, atrasos em encaminhamentos e, no caso das doenças hematológicas, perda de tempo precioso. Doenças como leucemias, linfomas e síndromes mielodisplásicas podem evoluir rapidamente. O diagnóstico precoce muda não apenas o desfecho clínico, mas a vida do paciente. É aí que a inteligência artificial (IA) entra como vetor de mudança — especialmente no SUS, onde cerca de 70% dos atendimentos de saúde são feitos por médicos da atenção primária, e o acesso a especialistas, como hematologistas, é escasso, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Pesquisas recentes demonstram que modelos de IA treinados para interpretar hemogramas conseguem identificar padrões sugestivos de doenças graves com acurácia superior a 90% (Zhou et al., 2021; Liang et al., 2019). Essas ferramentas podem atuar como co-pilotas do raciocínio clínico, chamando atenção para alterações relevantes, sugerindo condutas e, sobretudo, garantindo que menos exames passem despercebidos. Uma iniciativa pioneira no Brasil já mostrou que, com IA integrada ao sistema de análise laboratorial, foi possível detectar sinais de doenças hematológicas com sensibilidade clínica real superior a 94%, impactando diretamente a conduta de médicos generalistas. Em vez de apenas observar um resultado fora da faixa de referência, o médico tem acesso a um painel inteligente, que sugere diagnósticos diferenciais e caminhos clínicos recomendados. Além do impacto assistencial, o ganho econômico é inegável. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cada dólar investido em diagnóstico precoce de câncer gera retorno de até 10 dólares em custos evitados no tratamento (WHO, 2021). Em doenças hematológicas, o custo de internações prolongadas, quimioterapias em estágio avançado e manejo de complicações é imensamente maior do que o custo de uma triagem inteligente e precoce. A transformação digital da saúde não pode — e não deve — ignorar o potencial de tecnologias como a IA para salvar vidas. Principalmente no Brasil, onde as iniquidades de acesso e a escassez de especialistas tornam o sistema menos resolutivo. A inteligência artificial na saúde não é um luxo. É uma ponte entre o que temos e o cuidado que a população merece. Raphael Saraiva é co-fundador da Hemodoctor - @hemodoctor @raphalesaraiva I Circuito Corrida e Caminhada Rede Ális – RespirÁlis Na primeira quarta-feira de junho, é comemorado o Dia Mundial do Corredor — data dedicada a celebrar a prática da corrida como um estilo de vida que promove saúde, bem-estar e superação. E para quem busca uma ótima oportunidade de colocar a corrida em dia, vem aí o I Circuito Corrida e Caminhada Rede Ális – RespirÁlis, que une esporte e conscientização. Marcado para o domingo anterior ao Dia Nacional de Combate e Prevenção à Asma (21 de junho), o evento será realizado no dia 15 de junho, com concentração às 6h no Paço Alfândega, no Bairro do Recife, e largada prevista para 6h30. A expectativa é de reunir mais de 2 mil participantes. Com percursos de 5 km e 10 km, tanto para corrida quanto para caminhada, a RespirÁlis tem como objetivo principal quebrar o mito de que pessoas com asma não podem praticar atividades físicas. Após cruzar a linha de chegada, os participantes ganharão medalhas e poderão contar com a orientação de médicos e fisioterapeutas, que darão dicas valiosas para o controle da doença — responsável por cerca de 6 a 7 mortes por dia no Brasil. A iniciativa é da Rede Ális, que trouxe dois nomes de peso como embaixadores do evento: o nadador Gustavo Borges e o campeão olímpico Cesar Cielo, que convive com a asma e utilizou o esporte como aliado no tratamento. “Nosso objetivo com o Circuito RespirÁlis é mostrar que o asmático pode — e deve — se exercitar, com segurança, para melhorar sua capacidade cardiorrespiratória e qualidade de vida”, explica Waldemir Antunes, diretor da Rede Ális. Quem quiser participar precisa ficar ligado: o acesso ao evento será por meio de sorteio nas redes sociais da Rede Ális (@redealisbrasil), que vai até sexta-feira, 06 de junho. São 100 kits sorteados por dia, e os vencedores têm até 24 horas para retirar o prêmio na unidade da Rede Ális da Ilha do Leite. Colônia de férias inclusiva abre inscrições com mais de 10 mil vagas para crianças autistas A ONG Amigos da Inclusão, em parceria com o Instituto do Autismo (IDA), abriu nesta terça-feira (03) as inscrições para a colônia de férias gratuita do voltada a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento será realizado de 1º a 19 de julho, com mais de dez mil vagas distribuídas entre Recife, Olinda, Igarassu, Carpina, Timbaúba e Caruaru, beneficiando famílias da Região Metropolitana, da Mata Norte e do Agreste pernambucano. A programação inclui atividades adaptadas, como brinquedos infláveis, contação de histórias, esportes e musicalização, todas acompanhadas por uma equipe multidisciplinar formada por terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, educadores físicos, fisioterapeutas e psicomotricistas. Segundo Kadu Lins, fundador da ONG Amigos da Inclusão e diretor do IDA, o objetivo é oferecer momentos de lazer e também oportunidades reais de fortalecer habilidades sociais e emocionais, garantindo às famílias um período de descanso com a confiança de um cuidado especializado.

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Daur Hospital Portugues

Real Hospital Português anunciou lançamento do app Minha Saúde RHP

Shenandoan Daur, CIO do hospital, foi um dos participantes da Arena Conteúdo da MV na Feira Hospitalar 2025, em São Paulo. Fotos: Dayanna Shakra/Divulgação MV O Real Hospital Português prepara o lançamento do aplicativo Minha Saúde RHP que vai reunir em um só lugar agendamento de consultas, resultados de exames, solicitação de serviços, pagamento de estacionamento e acesso ao prontuário eletrônico. A novidade faz parte do processo de transformação digital da instituição. “Estamos embarcando tecnologia na jornada do paciente, dos colaboradores e da equipe médica, para reduzir atritos e garantir mais tempo na interação humana e menos tempo nas telas”, afirma Shenandoan Daur, CIO do hospital. A plataforma estará disponível ainda em 2025, dentro de um plano mais amplo de inovação, que inclui inteligência artificial, visão computacional e conectividade aprimorada com rede Wi-Fi de alta performance. Confira a participação do RHP na Arena Conteúdo da MV:

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MV leva protagonismo da inteligência artificial em saúde à Hospitalar 2025

Com lançamentos estratégicos, empresa reforça liderança na transformação digital do setor A empresa pernambucana MV marca presença na Hospitalar 2025 com três estandes e uma série de novidades voltadas à inteligência artificial (IA). A empresa apresenta um ecossistema integrado de soluções que ampliam a conectividade entre dados, sistemas e profissionais, promovendo mais eficiência e personalização na jornada assistencial. No centro dessa revolução está a MaVi, IA proprietária da MV, que assume diferentes formatos, como smart speakers, avatares digitais e ferramentas embarcadas em sistemas clínicos. Entre os destaques está o lançamento da MaVi em forma física: um assistente de voz desenvolvido para centros cirúrgicos, capaz de acessar protocolos, resumir históricos e automatizar registros em procedimentos de alta complexidade. Outra novidade é a Plataforma de Agentes de IA MV, com três personas: MaVi Paciente, integrada ao app Personal Health; MaVi Médico, conectada a soluções clínicas; e MaVi Gestor, voltada à governança hospitalar. Essas ferramentas promovem uma experiência mais humanizada e colaborativa em saúde digital. A MV também expande seu ecossistema com duas novas empresas: a BidHealth, especializada em cibersegurança hospitalar com operação 24x7; e a OncoAudit, voltada à aprovação ágil de tratamentos oncológicos com base em inteligência artificial e evidências clínicas. “O próximo passo na saúde digital já foi dado, e ele é a inteligência artificial. Estamos à frente desse movimento integrando soluções que buscam otimizar a assistência ao paciente e tornar as instituições que fazem parte do sistema ainda mais digitais e sustentáveis”, afirma Paulo Magnus, CEO da MV. A programação da Arena de Conteúdo MV, com painéis sobre IA, interoperabilidade e gestão hospitalar, também será destaque entre os dias 20 e 23 de maio. Hoje, às 18h, acontece o lançamento da biografia “A Distância do Sonho”, assinado por Silvia Bessa, que conta a trajetória de Paulo Magnus.

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Nova regra da Anvisa, medicamento off-label e impactos nos contratos de saúde

*Por Olga Boumann Ferreira Cavalcanti Nos últimos anos, observa-se um crescimento significativo da judicialização das demandas relacionadas à saúde suplementar no Brasil. Esse aumento decorre, em grande parte, das negativas - muitas vezes consideradas infundadas - por parte das Operadoras de Planos de Saúde, quanto ao fornecimento de medicamentos, procedimentos ou tratamentos não previstos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS ou sujeitos às Diretrizes de Utilização (DUT). Entre esses casos, destacam-se os medicamentos de uso ‘off-label’ (fora bula). O termo ‘off-label’ refere-se à utilização de medicamentos para finalidades distintas daquelas originalmente aprovadas em bula. Um exemplo simbólico são os medicamentos agonistas, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”, que foram desenvolvidos para o tratamento do diabetes, mas vêm sendo amplamente utilizados para o emagrecimento, especialmente por clínicas e indivíduos leigos, sem conhecimento técnico acerca de seus riscos e implicações. Em abril de 2025, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)¹ aprovou medidas de controle mais rigorosas para a prescrição desses medicamentos, como a necessidade de receita médica para sua comercialização, assim como acontece com os antibióticos. Importa destacar, contudo, que a nova regulamentação não restringe o direito do profissional médico de prescrever medicamentos com finalidades terapêuticas diversas daquelas constantes da bula. A decisão da agência, que altera a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 471/2021, entrará em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação, ou seja, em meados de junho do corrente ano. Acrescenta-se que estudos realizados entre os anos de 2021 e 2024² demonstram que medicamentos agonistas, como a semaglutida (comercializada sob o nome Ozempic), por exemplo, apresentam eficácia relevante na indução da perda de peso em indivíduos que não são portadores de diabetes - enfermidade para a qual a medicação foi originalmente desenvolvida - mas, em contrapartida, possuem diversos efeitos adversos que vão desde náuseas, diarréia e vômitos a distúrbios pancreáticos, neoplasias pancreáticas, cegueira, retinopatia, hipoglicemia, taquiarritmias e arritmias. Afinal, não foram feitas para não-portadores de diabetes. Diante desse contexto, é importante refletir: quais são os impactos econômicos concretos para as Operadoras de Planos de Saúde ao serem obrigadas a custear essas medicações? É de bom alvitre trazer ao debate que a judicialização da saúde teve um aumento de 16% entre os anos de 2022 e 2023³, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ademais, observa-se que muitos magistrados, diante da complexidade técnica das demandas em saúde suplementar, acabam por decidir com base exclusiva em laudos médicos apresentados pelas partes, os quais, na prática, acabam por adquirir um peso quase normativo. Diante desse panorama, alguns Tribunais de Justiça passaram, inclusive, a instituir câmaras especializadas para o processamento e julgamento de ações envolvendo a saúde suplementar, o que demonstra a complexidade e a relevância crescente do tema no Poder Judiciário. Tudo isso revela uma realidade inegável: para as Operadoras de Planos de Saúde, o momento atual representa um ambiente de constante instabilidade financeira. A cada nova mudança no setor — seja por decisões judiciais, novas regulações ou, como no caso dos medicamentos agonistas, pela omissão dos órgãos reguladores — os planos de saúde se veem obrigados a fazer verdadeiros malabarismos para equilibrar suas contas e evitar colapsos no sistema. A conta, como frequentemente ocorre, recai sobre os próprios beneficiários. Estes, diante do aumento das mensalidades, recorrem ao Judiciário pleiteando a revisão ou redução dos reajustes, muitas vezes obtendo decisões favoráveis com base em fatores diversos. Entretanto, em debate junto ao Comitê de Saúde de um dos Tribunais do país que aconteceu no começo do também mês de abril/25, a preocupação era justamente: e se os planos de saúde no Brasil forem extintos, como sequer existem em muitos países do mundo? É preciso reconhecer, enquanto beneficiária e operadora do Direito, que para toda decisão, seja ela judicial, administrativa ou legislativa, há sempre um impacto real na ponta do sistema: na sustentabilidade da saúde suplementar, na viabilidade dos contratos e, sobretudo, na própria dignidade do usuário. Tal constatação dialoga diretamente com o que dispõe o art. 20 da LINDB, que exige da atuação judicial, administrativa ou controladora a consideração das consequências práticas das decisões, em consonância com os fundamentos da Análise Econômica do Direito. Como destaca Carlos Ari Sundfeld, “a LINDB exige uma atuação institucional responsável, baseada em avaliação concreta de impactos e não apenas em ideologias normativas ou ativismos bem-intencionados, mas economicamente desastrosos”. O Superior Tribunal de Justiça tem aplicado a LINDB em decisões sobre regulação econômica, inclusive no setor de saúde suplementar no REsp 1.803.146/SP, rel. Min. Herman Benjamin, j. 28/05/2019: “É necessário que o Poder Judiciário considere os impactos regulatórios e econômicos de suas decisões, notadamente quando envolvem políticas públicas de saúde, para evitar desequilíbrios sistêmicos”. Assim, a discussão sobre o uso ‘off-label’ de medicamentos agonistas escancara a fragilidade do modelo atual, em que decisões clínicas, expectativas sociais, ausência de regulação clara e judicializações crescentes se entrelaçam num emaranhado de incertezas. A ANVISA, ao editar nova regulamentação, deu um passo importante, mas ainda tímido, diante da complexidade do tema. Enquanto isso, as Operadoras de Planos de Saúde caminham numa corda bamba, pressionadas por decisões judiciais que ampliam coberturas, por beneficiários que exigem respostas imediatas e por um sistema regulatório que, por vezes, demora a se posicionar.Nesse contexto, o Judiciário é convocado a exercer um papel de equilíbrio, não apenas garantindo direitos individuais, mas preservando a lógica coletiva e contratual do setor. Se os planos de saúde ruírem, como alertado no debate recente, o prejuízo será de todos. Afinal, ainda que imperfeita, a saúde suplementar cumpre um papel essencial na descompressão do sistema público de saúde. Cabe, portanto, a todos os atores (operadoras, órgãos reguladores, magistrados e usuários) atuar de forma responsável, técnica e sensível, buscando soluções que preservem tanto o direito à saúde quanto a sustentabilidade do setor, porque afinal de contas o verdadeiro equilíbrio está em compreender que o contrato não é apenas um instrumento jurídico, mas um pacto de confiança social. *Olga Boumann Ferreira Cavalcanti, advogada da área de saúde suplementar do escritório Urbano Vitalino Advogados ¹ AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA.

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