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Maéve lança “Volúpia” e dá voz à força das mulheres negras no frevo e na música popular

Álbum une soul, brega, frevo e funk em um manifesto sonoro construído no Agreste pernambucano A cantora, compositora e flautista Maéve apresenta em maio o álbum Volúpia, uma obra musical que mistura ritmos como soul, frevo, brega e brazilian funk, com letras que celebram o protagonismo das mulheres negras na música brasileira. O projeto integra a iniciativa “Volúpia: Vozes Negras do Agreste”, financiado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB Pernambuco), com apoio da Secretaria de Cultura de Pernambuco e do Ministério da Cultura. O lançamento oficial acontece no dia 13 de maio, seguido do show de estreia em Belo Jardim, no dia 14, cidade onde a artista consolidou sua carreira. Com 13 anos de trajetória e uma identidade musical forjada entre o litoral e o Agreste, Maéve se destaca como uma das vozes mais expressivas da nova cena musical pernambucana. Nascida em Jaboatão dos Guararapes, ela passou boa parte da vida no interior, conectando ritmos periféricos a narrativas de resistência e pertencimento. “Sempre ouvimos sobre a música do Recife e do Sertão, mas o Agreste também tem um som, tem um pulso”, afirma. “É uma região de encruzilhada, de passagem e encontro, e a música que faço nasce desse lugar, das experiências de ser negra no Agreste.” Um dos destaques do disco é a música “Sai da Minha Frente”, lançada em 2024 de forma independente e indicada ao Prêmio da Música de Pernambuco 2025 na categoria Videoclipe – Carnaval. O frevo potente da faixa carrega uma mensagem clara de afirmação e presença. “Foi uma forma de resgatar o protagonismo feminino no ritmo e reafirmar que mulheres negras não pedem licença para existir, elas avançam, ocupam e transformam”, diz Maéve. “Sai da Minha Frente” também revela o compromisso da artista com a memória e a ancestralidade da música negra. Além da faixa já conhecida, o álbum traz outras quatro canções inéditas: “Tocando no Raidin”, “Miudinho”, “Montanha Russa” e “Volúpia”. Cada uma delas reafirma a proposta estética e política da obra, que une tradição e contemporaneidade, buscando ecoar as vozes silenciadas das mulheres negras do Agreste. Para Maéve, o disco vai além do entretenimento. “Mais do que um álbum, Volúpia é um manifesto sonoro que reafirma a força da música negra Agrestina.” Serviço:Lançamento do álbum Volúpia – Maéve📀 Disponível a partir de 13 de maio nas plataformas digitais🎤 Show de estreia: 14 de maio, em Belo Jardim (PE)📲 Acompanhe no Instagram: @negratinta_

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Projeto une fotografia e poesia para recontar memórias no Sertão do Pajeú

“Sertão de Lembranças”, de José Afonso Jr., propõe nova leitura da memória afetiva a partir de imagens e versos produzidos entre 2021 e 2024 Após o lançamento de Suíte Master e Quarto de Empregada, que analisava as tensões entre classes sociais nas grandes cidades, o jornalista, fotógrafo e professor da UFPE, José Afonso Jr., mergulha agora nas paisagens e afetos do Sertão do Pajeú. Em sua nova pesquisa artística, Sertão de Lembranças, ele percorreu a região entre 2021 e 2024, registrando memórias familiares por meio de retratos e poesias. O trabalho será apresentado em uma live hoje, 9 de maio, às 19h, no canal do projeto no YouTube. A pesquisa parte de fotografias domésticas encontradas nas casas do interior sertanejo para refletir sobre a construção das lembranças e o papel da imagem na organização da memória coletiva e individual. Com apoio do Funcultura (edital 2022), o projeto resultou em um acervo visual que dialoga com os versos da poetisa Mariana Véras, resgatando o universo simbólico do Pajeú. “O trabalho remonta ao fim do século XX, em 1996. Depois de muito tempo sem ir ao Sertão, fui ao Pajeú”, relembra José Afonso Jr., destacando a origem afetiva da pesquisa. Além do viés poético, o projeto também oferece uma abordagem crítica sobre a representação e a autoria feminina. Segundo José Afonso, a escolha por trabalhar com poetisas surgiu da observação de que as mulheres eram, em grande parte, as guardiãs das imagens domésticas. “Era mais lógico, portanto, que a interpretação poética dessas fotografias também fosse feita por mulheres, por poetisas, no sentido de manter uma certa aproximação ou pertencimento no ato feminino de cuidar das imagens”, pontua. A proposta ainda inverte o tradicional jogo de motes da poesia sertaneja: ora a imagem sugere o poema, ora é o verso que inspira a foto. “Às vezes lia um poema e buscava interpretá-lo em fotografias, encontrando equivalências na paisagem, nos vestígios, na relação das pessoas com o tempo, o território”, explica o autor. Como desdobramento do projeto, está previsto para o segundo semestre de 2025 o lançamento do fotolivro Sertão de Lembranças, que reunirá esse diálogo visual-literário. Serviço📚 Live de lançamento do projeto Sertão de Lembranças📅 9 de maio de 2025⏰ 19h📍 YouTube: youtube.com/@sertaodelembrancas🌐 Acesse o projeto: sertaodelembrancas.com▶️ Vídeo do processo criativo: Clique aqui

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Palhaça Solarina leva arte e riso a assentamentos rurais de Pernambuco

Espetáculo “Enquanto isso no Carnaval…” realiza quatro apresentações gratuitas em comunidades do MST, promovendo cultura, brincadeira e reflexão social no campo A palhaça Solarina faz apresentações gratuitas, a partir do próximo sábado, dia 10, às 16h, em assentamentos rurais de Pernambuco. Idealizado pela atriz Marina Fenicio, o projeto “Solarina no Campo – Uma Palhaça em Assentamentos Rurais” leva o espetáculo de palhaçaria “Enquanto isso no Carnaval…” para quatro comunidades do Movimento Sem Terra (MST) na Região Metropolitana do Recife (RMR), e também na Zona da Mata e Agreste do estado. As apresentações são gratuitas e abertas à população local, abrangendo públicos de todas as idades. Com duração de 30 minutos, o espetáculo propõe um encontro entre o riso e as tradições populares pernambucanas, passando pelo frevo, maracatu rural e cavalo marinho em uma narrativa lúdica e acessível. Através da figura brincante de Solarina, o projeto difunde a arte circense em áreas com pouco acesso à cultura, promovendo o direito ao lazer, à arte e à brincadeira para crianças, jovens e adultos do campo. “O lugar da mulher também é brincando o Carnaval, se divertindo, fazendo arte. Criei Solarina a partir de uma necessidade de rir mais da vida e de fazer outras pessoas rirem comigo. Levar isso até os assentamentos, onde o acesso à cultura muitas vezes é negado, é uma forma de resistência e de cuidado com a nossa gente”, afirma Marina Fenicio, idealizadora e intérprete da palhaça Solarina. “Quero que essas crianças sintam que a arte pode chegar até elas, que elas são vistas e que merecem esse encontro com a cultura.” Além de levar arte e diversão, o projeto busca provocar reflexões sobre opressão de gênero através do humor, fortalecendo movimentos sociais que apoiam cultura e inclusão nas zonas rurais. Sobre Marina Fenicio - Marina Fenicio é atriz, performer e palhaça, com trajetória iniciada em 2015. Formada pelo curso de Interpretação para o Teatro do SESC/Santo Amaro (Recife/PE), Marina desenvolve seu trabalho artístico a partir da pesquisa do feminino e suas opressões, da bufonaria e da palhaçaria popular brasileira. Já atuou no teatro e em performances de rua, vídeo-performances e oficinas do teatro do oprimido, trazendo em sua arte o riso, o autoconhecimento e a militância por novos imaginários sociais. Terapeuta Ocupacional e Sanitarista, Marina agrega sua formação em saúde ao fazer artístico, apostando na arte como ferramenta de transformação, diálogo e resistência. Com registro profissional (DRT), participou de importantes projetos como "Mulher Carne" e "Ubu Rei", além de espetáculos on-line durante a pandemia e oficinas voltadas para performances e artes circenses, sempre em conexão com temas como saúde, brincadeira popular, cultura afro-indígena e antirracismo. Mais informações da pesquisa completa sobre palhaçaria feminina e a cultura popular: www.conexaobrincante.com.brE para mais informações das apresentações: @conexaobrincante Apresentações gratuitas:● 10/05, às 16h – Assentamento MST Jaboatãozinho (Moreno/PE)● 24/05, às 16h – Assentamento MST Canoa Rachada (Água Preta/PE)● 31/05, às 16h – Assentamento MST Boa Vista (Limoeiro/PE)● 07/06, às 16h – Assentamento MST Pedro Inácio (Nazaré da Mata/PE) Ficha Técnica● Idealizadora e Atriz Palhaça: Marina Fenicio● Atriz Palhaça Coadjuvante: Brunna Martins● Técnico de Som: Arnaldo Abulidu● Produção Local: Rose Freitas● Filmmaker e Editora Audiovisual: Morgana Narjara● Designer: Leocadio Neto / Gizelle Tereza● Tradução em Libras: Patrícia Albuquerque● Assessora de Imprensa: Manu Siqueira● Coordenadora de Produção: Bruna Leite● Produtora Executiva: Ana Sofia ASSESSORIA DE IMPRENSAMANU SIQUEIRAmmsiqueira77@yahoo.com.br+55 81 9.9814-6920

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Cinema nacional ocupa o Sertão do Pajeú com exibições, oficinas e debates

Mostra Pajeú de Cinema chega à 9ª edição com programação gratuita em oito cidades pernambucanas e foco em diversidade e formação de público O Sertão do Pajeú está mais uma vez no centro das atenções culturais com a 9ª edição da Mostra Pajeú de Cinema (MPC), que segue até 23 de maio em oito cidades da região: Calumbi, Carnaíba, Flores, Iguaracy, Ingazeira, Tabira, Solidão e Afogados da Ingazeira. A iniciativa, que já se consolidou como uma das principais ações de difusão do audiovisual no interior pernambucano, traz uma programação inteiramente gratuita com 22 filmes — entre curtas e longas-metragens —, além de oficinas e encontros com profissionais do setor. Com foco na pluralidade e no debate, a mostra exibe as produções em praças públicas e no Cine São José, tradicional cinema de rua em Afogados da Ingazeira. Os filmes estão organizados em nove programas temáticos e contemplam uma ampla diversidade racial, étnica e de gênero, reunindo obras de realizadores negros, pardos, indígenas, brancos, mulheres, homens, travestis e pessoas não-binárias. “Chegamos a 9º edição da Mostra Pajeú adicionando mais duas cidades a nossa programação. Estamos muito orgulhosos com os passos demos até aqui. O recorte dos filmes traz discussões importantes de forma potente e muito atual, é muito bacana saber que estamos levando o cinema nacional a tantos lugares do Pajeú. Com certeza, será um reencontro com o público repleto de alegria”, destaca Bruna Tavares, diretora de produção da Pajeú Filmes e uma das curadoras. Entre as novidades deste ano, está a chegada da MPC às cidades de Calumbi e Flores, onde também serão realizadas oficinas de realização audiovisual com foco em animação, ministradas por Paulo Leandro. Os trabalhos desenvolvidos pelos participantes serão exibidos nas próprias cidades. Outro destaque é a oficina “Da Poesia ao Vídeo - Ocupação Pajeú”, coordenada por Eva Jofilsan com estudantes de Carnaíba. A formação é um dos pilares do evento, que ainda promove oito encontros com profissionais do audiovisual sobre temas como cinema e meio ambiente, cineclubismo, produção e literatura. As exibições no Cine São José acontecem de 19 a 23 de maio, com sessões diurnas voltadas ao público infantojuvenil, sessões noturnas com curta e longa-metragem e exibições com acessibilidade para pessoas com deficiência. A mostra aposta em uma programação mais enxuta, que privilegia a interação com o público e estimula reflexões sobre o cinema contemporâneo e suas múltiplas linguagens. Realizada pela Pajeú Filmes com apoio de secretarias municipais e incentivo da Lei Paulo Gustavo, a MPC reforça o papel do audiovisual como ferramenta de inclusão, formação e cidadania cultural no interior. A programação completa está disponível no site www.mostrapajeudecinema.com.br. Serviço9ª Mostra Pajeú de Cinema📅 De 28 de abril a 23 de maio📍 Calumbi, Carnaíba, Flores, Iguaracy, Ingazeira, Tabira, Solidão e Afogados da Ingazeira🎟️ Todas as atividades são gratuitas🔗 www.mostrapajeudecinema.com.br📱 @mostrapajeudecinema | @pajeufilmes✉️ pajeufilmes@gmail.com

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Sindnei Tendler

"A exposição Deolinda vi o Recife acontece em junho na Bélgica"

Sidnei Tendler: Artista plástico carioca, que morou no Recife nos anos 1990, quando abriu o restaurante Mafuá do Malungo, organiza uma mostra em Bruxelas inspirada na capital pernambucana e em Olinda. Ele fala da sua trajetória internacional – iniciada a partir de uma oportunidade quando estava em Pernambuco – do seu processo criativo e do mercado de artes no Brasil. Em 1990, o artista plástico carioca Sidnei Tendler e sua mulher Carla, que é de Pernambuco, decidem mudar-se para o Recife para que as filhas cresçam sob o convívio caloroso da grande família pernambucana materna. Um dia, passeando pelo bairro das Graças, onde morava o sogro, Tendler deparou-se com um belo sobrado antigo, que ostentava a placa: nesta casa nasceu o poeta Manuel Bandeira. “Aí, eu falei: Vamos alugar! não sabia nem o que faria com a casa”, relembra o artista. Não demorou muito para que o casal com o cunhado e sua mulher abrissem o restaurante Mafuá do Malungo que, durante 10 anos, foi um point balado da cidade, frequentado por intelectuais, artistas e políticos.   A decoração da casa contava com um grande painel criado por Tendler, denominado A Cinza das Horas, nome de um conhecido poema de Bandeira. Numa ocasião, um cliente belga viu o quadro, achou-o interessante e convidou Sidnei para uma exposição na Bélgica. O ano era 1993 e, desde então, o artista realiza uma profícua carreira internacional até o ponto de se mudar com a família para Bruxelas.  Depois de todos esses anos, Sidnei Tendler volta-se para um projeto cujo tema é a terra onde surgiu a oportunidade de atuar no exterior. Com o bem-humorado título Deolinda vi o Recife, ele prepara uma exposição que será inaugurada em junho na Bélgica. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele fala do seu fascínio pelas cidades – talvez por influência de sua formação em arquitetura – da sua preocupação ambiental, que também impacta na sua criação, e sobre o mercado brasileiro de artes. Muitos dos seus trabalhos, como artista plástico, têm como tema as cidades. Qual o motivo desse seu fascínio por elas? Sou arquiteto de formação e sempre gostei de urbanismo, meu trabalho de conclusão de curso, inclusive, foi sobre o bairro do Catete, no Rio de Janeiro, e ganhou uma menção honrosa na União Internacional dos Arquitetos na Polônia. Sempre me interessei por filosofia, pela temática do homem e das suas facetas.  Depois que terminei arquitetura, pensei em fazer antropologia urbana, mas decidi fazer um curso de pós-graduação em design, que liga todos os meus interesses.  Minha produção artística começa com a fotografia e a fotografia que eu fazia, na época, remetia aos lugares por onde passei, era essa coisa do flâneur, que viaja, das paisagens, da arquitetura.  Como é essa relação entre a fotografia e as artes plásticas no seu trabalho? A fotografia foi o despertar do meu lado artístico com a poesia porque eu também escrevia e era assim que liberava o artista em mim, mas nunca havia relacionado a fotografia com a literatura. Fiz arquitetura, continuei fotografando, mas sem maiores pretensões, e levei esse lado da fotografia despretensiosa para a pintura.  Quando comecei a fazer os projetos das cidades e outros, passei a usar a fotografia como elemento do meu processo criativo. Eu começo fotografando, passeando pelas cidades, depois faço aquarelas e, em seguida, parto para a tela, que é um percurso que chamo de “o que eu vejo para o que eu sinto”. Assim, ia evoluindo no meu trabalho, sempre buscando referências para dar conteúdo escrito aos meus projetos.  Antes eu mostrava apenas o final dos trabalhos, que eram as telas, mas acho que é interessante as pessoas conhecerem o processo. Então, comecei a mostrar fotografias, nas exposições, além das aquarelas. Há uns três anos, uma curadora de fotógrafos olhou meu trabalho e disse que eu deveria mostrar mais fotos para expor o processo e sugeriu que eu fizesse uma exposição só com as fotografias, já que representavam meu trabalho como artista. Então, comecei a levar mais a sério essa ideia de mostrar também as fotos. Em que consiste esse projeto das cidades?  A ideia surgiu de outro projeto, um livro chamado 365, Um Diário Visual, em que, durante um ano, ao final de cada dia, eu fazia uma aquarela. Eu já morava na Bélgica, e quando fazia viagens, fotografava e, nesse livro, mostrei as 365 aquarelas e algumas fotos. Assim, comecei a perceber a existência da fotografia nas minhas telas, nas minhas viagens, nos meus passeios e resolvi tentar ver o que muda na minha pintura, quando muda a geografia.  Então, escolhi seis cidades de seis continentes para passar 10 dias em cada uma delas fotografando e pintando no próprio local. As cidades escolhidas foram: Rio de Janeiro (América do Sul), Los Angeles (América do Norte), Bruxelas (Europa), Sidney (Oceania), Cidade do Cabo (África) e Tóquio (Ásia). Assim, escolhi essas cidades e vi que era interessante, que a geografia realmente muda meu trabalho, muda as cores, muda tudo.  Foi um projeto muito legal, resultou num livro e, então, parti para a segunda ideia de fazer seis religiões, que foi bacana também, pois a religião não é marcada geograficamente, há países com várias religiões, como o Brasil, por exemplo. Então, no segundo projeto, viajei a alguns lugares, estudei, fui, por exemplo, a um congresso com o Dalai Lama na Suíça, para ver o budismo, passeei pela Índia, fui a dois centros iorubá, um em Salvador e outro no Rio de Janeiro, passei por igrejas europeias, fui a Palestina, Jerusalém, rodei o mundo e fiz o 6 Religiões, que também se tornou um livro.  E aí foi legal porque eu fiz essas seis religiões, depois eu fiz as seis cidades e em seguida fiz seis monumentos. E passei a chamar o conjunto desses trabalhos de trilogia.  E foi interessante porque, embora em todos os trabalhos, a pintura final seja abstrata, eles partiram de algo concreto como um monumento ou uma cidade.  Sua estadia no Recife é um episódio interessante na sua trajetória.

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Ao leitor reflexivo

*Paulo Caldas Na apresentação do livro "Sonho impossível o Recife e Cervantes um encontro de história, cultura e arte”, de Francisco Dacal, o professor espanhol José Alberto Miranda Poza afirmou: Convido o leitor reflexivo a não perder nenhuma das páginas... e boa leitura. E Poza tinha razão. Dacal, mais um cavaleiro andante percorre o Recife traçando um roteiro, aparentemente comum no plano físico, mas rico em simbolismo espiritual. Assim, descreve com elogiável sensibilidade cenários que lhe são caros – e capazes de emocionar até o recifense mais cético -, bares, cafés, padarias, restaurantes, livrarias, clubes, esquinas, praças, academias e quiosques. Os rumos do Capibaribe, o som dos parques... citações para reflexão e sentimentos dirigidos ao leitor. Faz, com notável habilidade, referências a autores e críticos recifenses, tal Gilberto Freyre ou o adotivo Ariano Suassuna, que reconheciam o cervantismo como fonte de estímulo às ideias presentes em suas obras. Distingue ainda figuras mais recentes, caso do inesquecível livreiro Tarcísio 7. O autor ressalta ainda a nitidez de outro traço do cervantismo: a vocação do Recife para o pioneirismo, lutas libertárias, difusão e disposição para resguardar o seu patrimônio cultural e histórico. Os textos constantes nesse livro não são inéditos de todo, uma vez que atravessaram as prestigiadas colunas do Diario e da Folha de Pernambuco. Por outro lado, deixam antever que no cotidiano das ruas estão os apelos de sedução ao leitor, quando definem, por exemplo, o caráter “cervantino” da cidade do Recife. A publicação tem a produção editorial da Appris Editora, diagramação de Maria Vitória Ribeiro, projeto de capa de Sheila Alves. Os exemplares podem ser adquiridos (impresso e ebook), nas principais plataformas: Amazon, Magalu, Americanas, na própria Editora Appris. Nas livrarias Martins Fontes, Vila, Travessa... E suas plataformas. *Paulo Caldas é escritor

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Rinaldo Silva celebra 50 anos de arte com exposição inédita no Recife Antigo

“DE TANTO OLHAR VI” abre temporada na Arte Plural Galeria com obras que exploram o tempo, a memória e a identidade cultural pernambucana Após um intervalo de seis anos sem exposições individuais, o artista plástico Rinaldo Silva volta à cena com a mostra “DE TANTO OLHAR VI”, que inaugura hoje (6 de maio) para convidados, na Arte Plural Galeria (APG), no Recife Antigo. Com entrada gratuita para o público a partir do dia 7, a exposição reúne cerca de 20 obras inéditas entre telas, desenhos e cerâmicas, resultado de cinco décadas de trajetória e reflexão sobre o olhar como instrumento de aprisionamento e libertação no tempo. A proposta da exposição é provocar uma imersão sensível no conceito de memória e permanência, a partir de composições que conectam passado e presente. Algumas pinturas datadas de 1986 — como “PAPA RISO” e “BERRO RI” — serão reapresentadas ao público em diálogo com releituras contemporâneas. “Vivenciamos um excesso de olhar e isso, sem dúvida, nos aprisiona no tempo. Esse olhar nos finca em um momento, coloca o nosso simbólico nessa visão que levamos para o futuro”, afirma Rinaldo, que pretende, com a mostra, oferecer “uma nova oportunidade de salvaguardarmos novas memórias”. As raízes culturais do Agreste e do Sertão pernambucano, além das experiências do artista como geógrafo e seu contato com arqueólogos em registros de pinturas rupestres, inspiram parte da curadoria. Entre os destaques estão obras em cerâmica/terracota baseadas no mito de Ícaro e a série “EUTUDOAGORA”, que ocupa a sala principal da galeria com pinturas que se desdobram em múltiplas leituras do tempo presente. “Vou buscar inspiração também na arte popular, nas nossas raízes culturais”, explica o artista. Com passagens por exposições na Europa e nas Américas, e reconhecido desde os 19 anos como um dos artistas mais promissores de Pernambuco, Rinaldo Silva reitera em “DE TANTO OLHAR VI” o seu compromisso com a arte como ferramenta de reflexão social, poética e histórica. A mostra também reforça o papel da APG, em atividade desde 2005, como um dos principais polos de difusão cultural de Pernambuco. Serviço🎨 Exposição “DE TANTO OLHAR VI” – Rinaldo Silva📍 Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140 – Recife Antigo)🗓️ Abertura para convidados: 06/05, às 18h👀 Visitação pública: a partir de 07/05/2025🕘 Horários: seg. a sex., das 9h às 18h; sáb., das 14h às 18h🎟️ Entrada gratuita📲 Instagram: @arte_plural_galeria

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Samuel Santos foto. Awon Irugbin significa sementes na lingua africana yoruba falada principalmente na Nigeria

Espetáculo “Àwọn Irúgbin” valoriza juventude negra e indígena em temporada no Recife

Peça marca estreia da Ocupação Espaço O Poste em 2025 e convida o público a refletir sobre identidade, ancestralidade e escrevivências. Foto: Samuel Santos Estreando a programação 2025 da Ocupação Espaço O Poste, o espetáculo teatral “Àwọn Irúgbin” — que significa “sementes”, em iorubá — ocupa o centro do Recife com sessões às sextas e sábados, até o dia 31 de maio. Encenada por jovens do núcleo de pesquisa “O Postinho”, a peça é fruto de uma residência artística de dois anos e apresenta dramaturgias próprias, criadas a partir de memórias e vivências afroindígenas. As apresentações ocorrem sempre às 19h, no Espaço O Poste (Boa Vista), com ingressos a R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira), disponíveis online. Com direção geral de Samuel Santos e elenco formado por Cecília Chá, Larissa Lira, Sthe Vieira e Thallis Ítalo, a obra acompanha a trajetória de personagens que enfrentam silenciamentos históricos e, ao se reconectarem com suas raízes, encontram voz e pertencimento. Entre eles, estão uma jovem negra que descobre sua força ancestral por meio de uma Iriti (esperança), uma indígena em processo de retomada e um jovem em busca de compreender a cor de sua pele. Todas essas histórias são atravessadas por elementos simbólicos, como águas, encantados, orixás e a força das mais velhas. “O espetáculo reúne cenas que interpretam personagens e vivências da negritude em diversos contextos, tocando em pontos como as noites dos bailes charmes, transformação social, identidade racial e visibilidade da mulher negra, com a operação de som e de luz ao vivo, realizada pelo próprio elenco”, afirma Samuel. A proposta pedagógica e estética é fortalecer a formação de jovens da periferia por meio da linguagem teatral e do conceito de corpo ancestral dentro da cena contemporânea, desenvolvido pelo grupo O Poste Soluções Luminosas desde 2004. “Àwọn Irúgbin” também se destaca por sua relação com as teorias da escrevivência (Conceição Evaristo), tempo espiralar e encruzilhada (Leda Maria Martins), e pela valorização da imagem como elemento de identidade, como propõe a historiadora Beatriz Nascimento. As cenas são construídas como “in-corpo-ações” que resgatam a fusão entre passado, presente e futuro, em uma dramaturgia potente e politicamente situada. A temporada tem incentivo do Programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023 e integra a programação contínua da Escola O Poste de Antropologia Teatral. Além da montagem, o projeto também oferece oficinas com foco em práticas como capoeira, danças afrodiaspóricas, voz criativa, dramaturgia e figurino de retomada. Trata-se de uma iniciativa que investe não apenas em arte, mas na formação cidadã e no fortalecimento das culturas negras e indígenas. Serviço🎭 Espetáculo teatral “Àwọn Irúgbin”📍 Espaço O Poste – Rua do Riachuelo, nº 641, Boa Vista, Recife📅 Datas: 09 e 10 | 16 e 17 | 23 e 24 | 30 e 31 de maio🕖 Sempre às 19h🎟️ Ingressos: R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira)🔗 bit.ly/4k6xGbO📲 Instagram: @oposteoficial

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ARVORE FOTOS PRISCILA PRADE

Alessandra Negrini apresenta solo inédito no Recife: “A Árvore” chega ao Teatro do Parque

Com dramaturgia de Silvia Gomez e direção de Ester Laccava, espetáculo aborda transformação e conexão com a natureza por meio de uma experiência sensorial e poética. Foto: Priscila Prade A atriz Alessandra Negrini sobe ao palco do Teatro do Parque, no Recife, nos dias 16 e 17 de maio, às 20h, com o monólogo “A Árvore”, primeira peça solo de sua carreira. Com texto da premiada dramaturga Silvia Gomez, a montagem explora o processo de transformação de uma mulher a partir do vínculo simbiótico com uma pequena planta, desencadeando reflexões sobre corpo, identidade e pertencimento ao mundo natural. O espetáculo teve uma trajetória internacional e multimídia: estreou online durante a pandemia, virou longa-metragem distribuído pela O2 Filmes, passou por festivais na Colômbia, Bolívia e Portugal, e teve seu texto publicado pela Editora Cobogó. Agora, retorna aos palcos em sessões presenciais com produção de Gabriel Fontes Paiva e Alessandra Negrini, reunindo uma equipe criativa de destaque, com nomes como Mirella Brandi (luz), Camila Schimidt (cenografia) e Morris (trilha sonora). Em cena, Negrini interpreta a personagem A., que narra sua jornada íntima ao perceber que seu corpo está se transformando em algo desconhecido – possivelmente, uma árvore. Entre o delírio e a lucidez, o monólogo conduz o público por uma experiência lírica e sensorial, que questiona as fronteiras entre o humano e o vegetal, o real e o simbólico. “A Árvore é um relato. Um relato de amor. A personagem M. nos conta a sua história, a sua aventura mais íntima e nos oferece o testemunho de ver o seu corpo se transformando em algo outro. As angústias e as alegrias dessa viagem viram palavras e imagens potentes que ela mesma cria. É uma escrita performática, uma página, uma peça, uma narrativa dessa metáfora de virar algo que não é mais si mesmo. A ideia de virar uma árvore lhe parece bela e necessária e não há mais como escapar”, comenta a atriz sobre a personagem. A inspiração para a dramaturgia surgiu de uma cena cotidiana vivida por Silvia Gomez: um fio de cabelo preso a uma planta. O episódio desencadeou o texto que, influenciado também pela obra “A Revolução das Plantas”, do biólogo Stefano Mancuso, propõe novas formas de imaginar o futuro coletivo a partir de uma escuta mais atenta à natureza. “As personagens que escrevo são essas que, de repente, olham para a realidade, mas não cabem mais nela, adentrando então um espaço de delírio que, para mim, é na verdade, extrema lucidez. Um exercício de tentar elaborar o tremendo real por outra camada, reconhecendo nele as fissuras que nos permitem formular novas perguntas”, afirma a autora. ServiçoEspetáculo: A Árvore, de Silvia GomezCom: Alessandra NegriniLocal: Teatro do Parque – Rua do Hospício, 81, Boa Vista, RecifeDatas: 16 (sexta) e 17 (sábado) de maio de 2025Horário: 20hIngressos: de R$25 a R$100Classificação: 14 anosDuração: 70 minutosAcessibilidade: espaço acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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Foto montagem Dercy Easy

Grace Gianoukas encarna Dercy Gonçalves em espetáculo premiado no Teatro de Santa Isabel

Monólogo “Nasci pra ser Dercy” homenageia ícone da comédia brasileira com apresentações nos dias 10 e 11 de maio, em Recife A irreverência, a coragem e a genialidade de Dercy Gonçalves ganham nova vida no palco com o monólogo Nasci pra ser Dercy, estrelado por Grace Gianoukas. Sucesso de crítica e público, o espetáculo chega ao Teatro de Santa Isabel nos dias 10 e 11 de maio, celebrando a trajetória de uma das maiores comediantes da história do Brasil. A peça já foi assistida por mais de 40 mil pessoas em sua turnê nacional e tem direção e texto assinados por Kiko Rieser. Premiada em 2024 com os troféus APCA, SHELL e I Love PRIO pela atuação na montagem, Grace Gianoukas interpreta Vera, atriz que, ao fazer um teste para viver Dercy em um filme, contesta os clichês do roteiro e mergulha na história da artista. Com participação especial em voz off de Miguel Falabella, o espetáculo revela facetas pouco conhecidas da comediante que revolucionou a comédia brasileira e o teatro popular, rompendo tabus com ousadia e autenticidade. “Evitem ficar tirando a roupa em qualquer trabalho. Enquanto vocês são jovens, muitas vezes a nudez é só exploração da imagem feminina, é só chamariz, não tem nada de arte. Deixem pra ficar nuas quando tiverem a minha idade. Uma velha nua é uma transgressão, traz questionamento, e isso é arte”, relembra Grace, citando um conselho recebido da própria Dercy ainda nos anos 1980. A atriz destaca a importância da força e da inteligência da homenageada, que transformou sua dor pessoal em humor e empoderamento feminino, superando o moralismo e o machismo de sua época. Para Kiko Rieser, o espetáculo é um tributo necessário à memória cultural do país: “Nasci pra ser Dercy” é uma homenagem, mas também um resgate histórico e um alerta para que a memória da cultura brasileira não se perca, para que saibamos sempre quem são as pessoas que vieram antes de nós e, assim como nossas avós, pavimentaram o caminho para que hoje sejamos quem somos..” O diretor também critica a visão reducionista que associava Dercy apenas à irreverência, ressaltando sua consciência de classe, método e contribuição singular à dramaturgia nacional. SERVIÇONasci pra ser Dercy📍 Local: Teatro de Santa Isabel – Recife (PE)📅 Datas: 10 de maio, às 20h | 11 de maio, às 19h🎟️ Ingressos:

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