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Transição energética no mundo, oportunidades locais para Pernambuco

Aceleração da produção de hidrogênio verde e da geração de energias eólicas e solares representam um horizonte de desafios para Pernambuco. Tema foi discutido na reunião do projeto Pernambuco em Perspectiva, organizada pela Rede Gestão e pela Revista Algomais *Por Rafael Dantas O combustível que move o mundo literalmente deve mudar em poucas décadas. Os de origem fóssil devem, enfim, perder o protagonismo para os veículos elétricos. As matrizes eólicas e solares seguem na rota de expansão e captação de investimentos. E nesse novo planeta, menos poluente, o hidrogênio verde é outra matriz que está no horizonte, principalmente da indústria e já arremata projetos bilionários. Pedro Jatobá, engenheiro eletricista, ex-diretor da Eletrobrás, destacou, na última reunião do projeto Pernambuco em Perspectiva, organizada pela Rede Gestão e pela Algomais, que o Estado tem gargalos importantes a serem vencidos para poder aproveitar as oportunidades da transição energética. No entanto, ele é otimista diante dos potenciais de Pernambuco e, especialmente, da capacidade instalada industrial e da expertise da mão de obra local para atuar no novo contexto energético do planeta. O especialista afirma que a humanidade vive uma transição de fontes de energia desde que o homem descobriu o fogo. Só que neste momento há alguns aspectos direcionadores que são diferentes. O principal deles é o fato de a preocupação ambiental ter entrado no radar das grandes decisões políticas e econômicas do mundo. “Enfrentamos o aumento da demanda [de energia], que sempre preocupou a humanidade, porque estamos sempre consumindo mais. Agora, temos fatores como a inovação tecnológica e as mudanças geopolíticas. Esses três aspectos, de alguma maneira, sempre permearam a nossa história. Só que a preocupação ambiental é uma questão nova”, afirmou Jatobá. “A nossa fase atual não é só de expandir para atender a demanda, mas a de substituir a matriz existente. O Século 21 será das energias renováveis”. A decisão por uma transição que tenha como elemento central a busca por energias renováveis beneficia muito o Brasil, que já é um dos líderes globais na geração por matrizes limpas. Mas não é somente esse fator. Há diferenciais competitivos no Nordeste que podem reposicionar o País e a região em um novo patamar no cenário energético global. A JANELA DE OPORTUNIDADES LOCAIS Um relatório recente da Absolar indicou que Pernambuco já tem R$ 4 bilhões investidos só em geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Apenas nesse segmento, que não é o maior, já foram gerados 24 mil empregos, segundo os dados da associação. Grandes empresas locais têm apostado também nos painéis solares, inclusive indústrias, para limpar sua matriz energética e conseguir custos mais competitivos. O setor eólico tem levado investimentos bilionários, especialmente para o Sertão pernambucano. Mas, no radar de oportunidades para atender o mercado global de energias, é o atendimento à demanda de hidrogênio verde que tem mobilizado os investidores. Jatobá destaca que Pernambuco não partiu na frente mas pode ter os melhores projetos. De acordo com o engenheiro, há dois grandes polos mundiais que vão demandar muito a importação de hidrogênio verde ainda nesta década: a Europa e a China. “Os estados membros da União Europeia devem garantir que 42% da demanda industrial de hidrogênio existente seja suprida de forma renovável até 2030, subindo para 60% até 2035”, exemplifica Jatobá. “Até 2050, a demanda total de hidrogênio da China chegará a 83 milhões de toneladas anuais, incluindo 63 milhões de toneladas de hidrogênio verde”, acrescentou o engenheiro. É para os europeus que os Estados do Nordeste têm uma janela de oportunidade de avançar na internacionalização da economia, conforme o gráfico abaixo da agência Bloomberg. Um estudo da Bloomberg indicou que o Brasil é o país com maior competitividade de atender a demanda de exportação do hidrogênio verde, por ser onde será possível produzir o combustível de forma mais barata. “O Brasil tem um enorme potencial competitivo a ser explorado. Os recursos naturais existentes para a produção de energias limpas e renováveis permitem produzir excedentes exportáveis para o mercado global de commodities energéticas verdes e obter uma cota relevante no suprimento a essa demanda. O resultado terá impactos positivos na balança comercial bem como atrair investimentos e gerar empregos”, afirmou Jatobá. O engenheiro explica que a Europa tem a meta de até 2030 introduzir 20 milhões de toneladas de hidrogênio, porém eles têm capacidade de produzir apenas 10 milhões de toneladas. “Com isso, todo mundo está se organizando para atender essa demanda” PASSOS PARA PERNAMBUCO AVANÇAR NO HIDROGÊNIO VERDE Para aproveitar essa oportunidade internacional, ele sugere que haja uma posição proativa do Estado para criar um roadmap (um roteiro de ações de desenvolvimento) para promover uma estrutura robusta capaz de atender as demandas vindas dessa virada energética, com uma nova commodity que o Estado tem capacidade de fornecer. “Pernambuco precisa criar um roadmap para a transição energética estadual, contemplando o hidrogênio verde e seus derivados. As estratégias de transição energética podem sinalizar para produtores e compradores que um estado está organizando seu ambiente propício para receber os segmentos industriais relacionados à transformação do seu setor produtivo”, afirmou Jatobá. Ele enfatiza que a definição de metas e a elaboração desse roteiro de ações são indicadores da ambição do governo em torno da escala, demanda ou foco da indústria, sendo que os mecanismos de estímulo à demanda interna e à exportação são instrumentos eficazes para consolidar esses novos segmentos. Se Pernambuco e o Nordeste já se destacam na produção de energias renováveis e da biomassa, o engenheiro entende que o próximo passo fundamental para o Estado entrar nessa cadeia é investir na tecnologia. “Se há geração de eletricidade e biomassa, precisamos investir agora na eletrólise (processo de quebra da molécula da água – H2O –, para separar o hidrogênio do oxigênio) e na hidrogenação para poder gerar essa cadeia do combustível verde. Essa é uma das linhas que acho que Pernambuco deveria investir, pode ser uma forma interessante de potencializar esse processo”. Há, entretanto, gargalos relevantes a se considerar, como a disponibilidade hídrica, visto que o hidrogênio

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Porto Digital cresce 14% em faturamento e já emprega mais de 18 mil pessoas

O faturamento do Porto Digital aumentou em 14%, atingindo uma receita de R$ 5,4 bilhões para suas corporações, que agora empregam 18.400 colaboradores. O parque, localizado no Bairro do Recife, abriga atualmente 415 empresas. Adicionalmente, o cluster tecnológico já conta com uma comunidade que ultrapassa 300 startups cadastradas. O crescimento do pólo aconteceu principalmente com a chegada de novas empresas. Entre os grandes players que inauguraram escritórios e centro de inovação estão as multinacionais Liferay e Deloitte e as brasileiras Bradesco e Grupo Moura. Com essas novas corporações o ecossistema deverá abrir mais 1.500 postos de trabalho. A pesquisa é feita anualmente pelo Porto Digital, Softex-PE, Assespro-PE/PB e Seprope. Os dados são comparados com as informações da Prefeitura através dos impostos gerados. Maiores empresas do Porto Digital A lista dos maiores faturamentos do pólo tecnológico do Recife incluem: Accenture, Avanade, Avantia, CESAR, Deloitte, Extreme Digital, Globo, Liferay, Neurotech e Tempest. No seleto grupo das empresas que mais cresceram estão a Extreme Digital, Incognia e Safetec. Em número de colaboradores, as 10 empresas que mais empregam são: Accenture, Avanade, Avantia, CESAR, Datamétrica, FITec, Serttel, Speedmais, Tempest e Uninassau EAD. Pierre Lucena, presidente do Porto Digital Quais os segmentos que o Porto Digital viu crescer mais forte neste ano? Na verdade a chegada de empresas de economia tradicional, que estão colocando a base dentro do parque tecnológico, como o Bradesco e a Moura. Quais as expectativas futuras para o Porto Digital? Novas empresas devem surgir pela comunidade local de startups e pela atração de empresas de economia tradicional, que querem montar laboratórios de inovação e enxergam no Porto Digital o local ideal, já que Recife possui uma boa rede de possíveis fornecedores de tecnologia e capital humano. Quais os maiores desafios para o Porto Digital seguir crescendo? Melhorar a infraestrutura do Bairro do Recife. O serviço de energia elétrica é precário e vem comprometendo os serviços. Além da manutenção urbana.

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Banco do Nordeste recebe R$ 500 milhões para financiar inovação na região

Aporte veio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, liderado pela pernambucana Luciana Santos O Banco do Nordeste (BNB) disponibilizará R$ 500 milhões para financiar projetos de inovação de empresas localizadas em sua área de atuação. O anúncio foi feito pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Os recursos provêm da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), sendo a linha de crédito utilizada pelo Banco a BNB-Finep Inovacred Expresso. Podem solicitar o crédito empresas privadas com ou sem fins lucrativos, desde que tenham um faturamento anual de até R$ 300 milhões. O financiamento cobre até 100% do projeto, com um limite de R$ 15 milhões, e tem um prazo de pagamento de até 72 meses, incluindo um período de carência de até 24 meses. Luciana Santos, ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação "Se você quer enfrentar desigualdade tem que botar um banco que cuida do financiamento para operar o recurso da Finep. Então, o BNB irá realizar essas operações de crédito descentralizadas. A taxa de juros será uma das mais baixas do Brasil" Selfit inaugura primeira unidade do Litoral Sul A rede Selfit Academias abre em breve sua primeira unidade no Litoral Sul de Pernambuco. Com investimento de aproximadamente R$ 4,5 milhões, o novo espaço vai funcionar no Shopping Costa Dourada. Com cerca de 1,2 mil metros quadrados de área, a academia será equipada com maquinário de ponta no segmento, além de dispor de salas para aulas de dança, yoga e pilates e de espaços para cross training. A rede conta atualmente com 105 unidades em funcionamento e mais 14 em processo de implantação, totalizando 119 unidades – 95 próprias e 24 franqueadas –, caminhando assim para bater sua meta de expansão em 2024. Ana Cláudia Guimarães, gerente de Marketing do Shopping Costa Dourada “Havia a demanda, no Cabo de Santo Agostinho e região, de uma academia com a força e estrutura da Selfit. A chegada da rede ao Shopping Costa Dourada reforça ainda o trabalho que estamos desenvolvendo com o objetivo de atrair grandes marcas para nosso mix de lojas, como é o caso da Tupan, do Arco Vita e, mais recentemente, da Uninassau. O anúncio da chegada da Selfit Academias é também o pontapé inicial de nosso projeto de expansão, que vai entregar para a população do Litoral Sul pernambucano uma área de lazer e promoção de saúde ao ar livre com equipamentos voltados para as famílias e seus pets” Yolo traz expertise em gestão de locação para Alagoas A Yolo, empresa pernambucana especializada em gestão de locação com ênfase em convivência, anuncia sua entrada inaugural no mercado de flat service em Alagoas. O empreendimento, denominado Azzurre by Yolo, será lançado nesta quarta-feira, dia 3 de abril, às 17h, em um evento institucional no Restaurante Catamaran. A parceria entre a construtora HSM Desenvolvimento Imobiliário, responsável pela incorporação do empreendimento, e a Yolo, encarregada da gestão do condomínio e das unidades, viabiliza esse negócio. O Azzurre é o terceiro flat service lançado no município de Maragogi, litoral norte de Alagoas. André Santos, diretor de operações da Yolo Coliving "Estamos lisonjeados em poder expandir nossa atuação no mercado de gestão de locação para o Litoral Norte de Alagoas. Com o Azzurre da Praia de Peroba, pretendemos agregar um novo modelo de operação de locação voltado à gestão de experiência, carente na região, sendo parceiro do incorporador desde sua concepção. Esse trabalho se engrandece ainda mais com a parceria da arquiteta Renata Scherb e da Tidelli Outdoor Living, que estão nos apoiando também no lançamento desse ativo”. Lucro líquido da Hapvida NotreDame Intermédica cresce 345,6% no quarto trimestre A Hapvida NotreDame Intermédica registrou crescimento ao encerrar o ano de 2023. Sua receita líquida alcançou R$ 27,4 bilhões, representando um aumento de 10,1% em relação aos R$ 24,9 bilhões registrados em 2022. Esse resultado é atribuído à melhoria no índice de sinistralidade, que mede as despesas médicas da operadora em relação à receita gerada pelos beneficiários, e ao aumento no ticket médio, que atingiu R$ 256,50 no 4º trimestre, comparado aos R$ 231,60 do mesmo período de 2022. Esse aumento é uma estratégia fundamental para assegurar a sustentabilidade da carteira e dos negócios da empresa, que atualmente atende 16 milhões de pessoas em saúde e odontologia. Em Pernambuco, o grupo possui 4 hospitais próprios, 6 unidades de pronto atendimento e atende 969.870 clientes.

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Banco Central aumenta previsão de crescimento da economia para 1,9%

(Da Agência Brasil) O Banco Central (BC) revisou de 1,7% para 1,9% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) em 2024. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A previsão consta no relatório de inflação divulgado pela autoridade monetária nesta quinta-feira (28). Na avaliação do Banco Central, a economia brasileira apresentou no início do primeiro trimestre deste ano “dinamismo ligeiramente maior do que o esperado”. As estimativas do BC, no entanto, indicam que o setor agropecuário deverá ter resultados um pouco menores do que em 2023, após uma grande alta observada no ano passado. Inflação Em junho, a projeção do BC é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue a 4,02% em 12 meses. Segundo o relatório, ao longo dos próximos meses a inflação deve diminuir em um ritmo mais lento. No entanto, há previsão é que os preços continuem a subir acima da meta de inflação de 3%. A projeção do BC é inflação de 3,5% em 2024 e 3,2% para 2025 e 2026. “No último um ano e meio, o que a gente vê é que o Brasil está fazendo a inflação convergir [para dentro da meta], ainda que essa última milha seja um pouco mais dolorida”, destacou o presidente do BC, Roberto Campos Neto. As metas de inflação têm um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Entre os fatores que mantiveram a inflação de 2023 acima da meta, o relatório aponta o fim das desonerações da gasolina e do etanol. No segundo semestre de 2022, haviam sido reduzidas as alíquotas para combustíveis do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A medida foi revertida em fevereiro do ano passado. Mercado de trabalho O aquecimento do mercado de trabalho e a queda dos índices de desemprego levaram, de acordo com o relatório, a um aumento dos rendimentos reais dos trabalhadores “em ritmo superior ao esperado”. A taxa de desemprego, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, ficou em 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano. A taxa é superior aos 7,5% registrados no trimestre imediatamente anterior (encerrado em novembro de 2023). Por outro lado, ficou abaixo dos 8,6% do trimestre findo em fevereiro do ano passado. Para Campos Neto ainda há dúvidas se o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da atividade econômica podem ter reflexos na inflação. “Não necessariamente é o fato de ter uma surpresa um pouquinho para cima no crescimento vai afetar a nossa projeção de inflação. A gente precisa ver como é que isso vai ser transmitido para a parte de preços”, disse. O cenário sem mudanças no presente, mas com incertezas em relação aos próximos meses, dificulta, na avaliação do presidente do BC, a previsão é se a taxa básica de juros continuará a ser reduzida no mesmo ritmo nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária. Na semana passada, o comitê cortou a taxa em 0,5 ponto percentual, que ficou em 10,75% ao ano. “Existe mais incerteza, mas que não mudou o cenário fundamental”, afirmou Campos Neto ao apontar que as dificuldades de previsão são tanto em relação a economia brasileira, como também sobre o que se passa no exterior.

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Mercado fitness em alta em Pernambuco e no Brasil

Por Rafael Dantas Os gastos com academias, moda esportiva e com suplementação alimentar subiram em torno de 35% em 2023 no Brasil, segundo pesquisa do Itaú Unibanco. O setor fitness, relacionado ao desejo da população em estar saudável e em boa forma física, cresce há anos e ganhou mais atenção após a pandemia. Em Pernambuco, ele movimenta uma infinidade de segmentos relacionando a atividade física com o lazer. O avanço do segmento fica mais visível com a proliferação de academias e de alunos ocupando esses espaços, seja malhando, praticando esportes ou nas aulas coletivas de uma diversidade de modalidades. A rede pernambucana Selfit, por exemplo, já construiu mais de 100 unidades no País e percebe um crescimento mais acelerado após a pandemia. “Nós planejamos as nossas academias para ter aproximadamente 3 mil clientes por loja. Antes da pandemia, a gente tinha uma taxa de ocupação na casa de 80% a 85% da capacidade das nossas unidades. E agora, no pós-pandemia, a gente está batendo na trave dos 100% e em várias lojas já superamos essa meta”, afirmou o CEO da Selfit, Fernando Menezes. O executivo explica que a rede tem alunos de todos os perfis e idades. Passada a turbulência da Covid-19, um dos públicos que cresceu foi de alunos com idades entre 70 e 80 anos frequentando as academias da Selfit. Mesmo com o crescimento recente da marca e do setor como todo, ele avalia que o aumento do interesse da população por mais qualidade de vida pode fazer até dobrar o número de clientes do setor no futuro. O interesse da população em cuidar da saúde movimenta muitos negócios, segundo Juliana Medeiros, produtora da feira Recifitness. Embora as academias e toda a sua infraestrutura sejam o principal símbolo da força do setor nas cidades, ela destaca que há uma infinidade de segmentos relacionados. “As empresas estão em constante evolução, na medida em que a tecnologia avança, novos equipamentos chegam para atender esse mercado. Há um crescimento da procura pelas bikes e equipamentos para correr também. A cada ano percebemos que todos os segmentos vêm com novidades. Há uma infinidade de negócios no setor fitness, que envolve moda, acessórios, calçados, nutrição, entre outros. Realmente é um mercado que engloba um leque amplo de empresas”. O Recifitness, que acontece em paralelo ao Recife Nutrition, por exemplo, espera receber até 10 mil pessoas na edição deste ano, que acontece em julho, com movimentação esperada de R$ 7 milhões em negócios fechados. “Principalmente no pós-pandemia, as pessoas ficaram mais criteriosas, exigentes com a saúde. Esse comportamento do consumidor deixou o mercado aquecido, em constante crescimento”, analisa Juliana Medeiros. Além dos cuidados com o corpo, essas práticas relacionadas com a saúde estão ligadas ao lazer da população, segundo Rodrigo Lacerda, head coach do Box WE. “As pessoas estão mais conscientes da importância da atividade física para a saúde, mas não só isso. Elas têm procurado atividades físicas como forma também de lazer. Em meio a isso, diversas práticas estão surgindo como alternativas para as pessoas se movimentarem, como academias de musculação, academias de crossfit/crosstraining, arenas esportivas com esportes de areia”, avalia. ALÉM DAS ACADEMIAS LOW COAST O boom do setor nos últimos anos aconteceu com a abertura de muitas academias classificadas como low coast. No Recife, marcas como Selfit e Smart Fit se multiplicaram. No entanto, o segmento tem também outras modalidades que fazem sucesso, como as academias boutique (com um atendimento mais “gourmet”, com a proposta de ser um centro de lifestyle e saúde), full service (que oferecem simultaneamente uma grande variedade de modalidades e horários) ou, mesmo, as de nicho (que atendem um tipo específico de cliente ou se especializam em uma modalidade). A tendência de crescimento é para todos. A educadora física e empresária Paula Pinheiro fundou há três anos o Unne Estúdio Funcional. O espaço tem a proposta de oferecer para pequenos grupos um serviço mais individualizado, apesar de coletivo. “Já tenho 15 anos de formada, tive academia convencional e percebi a necessidade de oferecer um atendimento mais personalizado. Entendi que o método que aplicava no personal poderia ser expandido para uma aula coletiva, porém com treino individual”, afirmou a profissional. No estúdio são, no máximo, oito pessoas por hora, contando com dois treinadores para atender a demanda dos alunos de orientação, correção dos movimentos e estímulo. “Isso não se consegue em academias convencionais, com um volume grande de pessoas sem prática e que não gostam desse ambiente”. Embora haja alunos que têm o interesse de performar em alguma modalidade esportiva ou mesmo mais preocupados com a estética, a qualidade de vida, mobilidade e a preocupação com a saúde são os principais motivadores de quem procura esses espaços que primam pela “gourmetização” da orientação no exercício físico. Os espaços dedicados ao crossfit também estão em alta no País. Rodrigo Lacerda considera que o crescimento do segmento é anterior à pandemia. “O crossfit/crosstraining se destaca também nesse meio de atividades que tem tido um bom crescimento devido à dinâmica de aulas. São aulas que possuem por sua característica movimentos funcionais, constantemente variados, dessa forma a rotina se torna uma inimiga pois os alunos sempre estarão realizando atividades/movimentos diferentes, tornando assim uma dinâmica mais favorável e mais aderente". ESPORTE AO AR LIVRE Há ainda nesse boom dos cuidados com a saúde o público que gosta de praticar modalidades esportivas. O beach tennis, o futevôlei e a procura por treinamento de vários esportes começa a ser visível também pela cidade. Quem fez história nas praias como atleta e hoje se dedica ao cuidado com a saúde dos recifenses por meio do vôlei é Fabiano Melo. Ele conta que ao se aposentar dos torneios profissionais, há aproximadamente 10 anos, decidiu investir na modalidade. Formado em educação física, ele montou o CTFM (Centro de Treinamento Fabiano Melo). “Hoje temos mais de 150 alunos na pegada de gerar saúde e promover o bem-estar”, conta o treinador. Embora o CTFM mantenha atletas de alto rendimento, focados em disputar competições, a maior parte do público é

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57% das famílias chefiadas por mulheres negras no Nordeste enfrentam insegurança alimentar

No Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial (21), o projeto Caminhos da Alimentação alerta que falta de acesso a renda, rede de apoio e oportunidade no mercado de trabalho expõem famílias chefiadas por mulheres negras à fome. Fotos: João Velozo De acordo com a Pesquisa de Orçamento Familiares, 57% das famílias chefiadas por mulheres negras na região Nordeste sofrem com a insegurança alimentar, enquanto a média nacional para o mesmo grupo populacional é de 51%. Os números que refletem os diferentes níveis da fome no País com perspectiva de gênero e raça são o ponto de partida do projeto Caminhos da Alimentação: o que chega à mesa das mulheres negras, realizado pela Gênero e Número, em parceria com a FIAN Brasil e com o apoio do Instituto Ibirapitanga. No Brasil, a renda média per capita das famílias chefiadas por mulheres negras equivale a menos da metade da renda das famílias chefiadas por homens brancos. Já no Nordeste, a única situação em que o homem branco chefe de família tem renda inferior à mulher negra chefe de família é na condição de insegurança alimentar grave, uma vez que ele recebe R$ 36 a menos que ela. Além da renda, fatores como a sobrecarga de trabalho e falta de acesso a creches também influenciam na fome que ronda os lares liderados por mulheres negras. EM VULNERABILIDADE Conceição Mendes, 42 anos, é uma das quatro mulheres negras chefes de família acompanhadas pelo projeto Caminhos da Alimentação. Sua única renda são R$ 700 do Bolsa Família - que até pouco tempo eram R$600. Desse valor, ela usa R$ 150 para pagar a parcela do barraco onde mora e mais R$ 135 para comprar fraldas e remédios para dois de seus três filhos, de quem cuida sozinha. O que sobra é destinado à compra de alimentos - em sua maioria ultraprocessados - na barraquinha próxima a sua casa. Vitória Régia da Silva, diretora de conteúdo da Gênero e Número e uma das coordenadoras do projeto “Ainda que famílias chefiadas por mulheres negras do Nordeste sejam as principais impactadas pela insegurança alimentar, a região tem uma cultura alimentar rica em alimentos in natura ou minimamente processados, que compõem a maior parte da cesta (55%), enquanto alimentos ultraprocessados a menor (14%). Nosso objetivo é compreender como essa variedade contrasta com um imaginário social fora do Nordeste, que associa a região à fome e à pobreza”. Caminhos da Alimentação: o que chega à mesa das mulheres negras Lançado em março de 2024, Caminhos da Alimentação é um projeto multimídia que acompanhou a rotina de quatro mulheres negras chefes de família de Pernambuco para retratar as complexidades que influenciam o que chega à mesa delas, que representam o maior grupo demográfico do Brasil. O cotidiano alimentar e de vida delas foi transformado em dados, que revelam que a segurança e a insegurança alimentar entre as mulheres negras envolve diversos fatores sociais, como sobreposição de jornadas de trabalho, renda, acesso a transporte e saúde. “A partir do levantamento e da análise de grandes e pequenas bases de dados, entrevistas com especialistas e das histórias de Gercina, Claudecir, Conceição e Lindalva, queremos posicionar as mulheres negras nordestinas no centro do debate pelo acesso à comida de verdade. Buscamos humanizar esses dados e reforçar a importância que a perspectiva de gênero, raça e território não deve ser um recorte, mas a base das políticas públicas de combate à fome no nosso país”, destaca Vitória Régia da Silva, diretora de conteúdo da Gênero e Número e uma das coordenadoras do projeto.

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Nova Indústria Brasil: quais as expectativas de Pernambuco para o setor?

*Por Rafael Dantas O desenvolvimento do setor industrial brasileiro foi tardio e está patinando há anos. Em 2023, por exemplo, cresceu apenas 1,6% no País. Em Pernambuco, o avanço foi ainda mais tímido: apenas 1,1% de acordo com dados da Agência Condepe/ Fidem. Para reverter a tendência de desindustrialização, o Governo Federal lançou no início deste ano o NIB (Nova Indústria Brasil), programa com eixos estratégicos e missões que são considerados por economistas e representantes setoriais como oportunidades para o Estado. O programa propõe a implementação de incentivos fiscais e utiliza fundos especiais para impulsionar o desempenho do setor. O aporte total anunciado é de R$ 300 bilhões, ao longo de quatro anos. Os eixos anunciados pelo Governo Federal são: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais; forte complexo econômico e industrial da saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis; transformação digital da indústria; bioeconomia, descarbonização, transição e segurança energéticas; e tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais. A principal fonte de recursos é originária de financiamentos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). Especialistas ressaltam que grandes investimentos públicos para impulsionar o setor não é uma novidade quando comparado à maioria dos esforços para trazer mais competitividade à indústria. Apesar da preocupação inicial do mercado com o volume dos aportes públicos no programa, a recepção desse anúncio foi analisada como bastante positiva segundo o economista da Fiepe, Cézar Andrade. Ele afirma que há 10 anos, a federação elaborou uma proposta de apoio industrial, atualizado em 2022, que converge com a maioria das ações anunciadas pelo Governo Federal. “O mercado de imediato não enxergou bem, não entendeu de onde tirar todo esse aparato financeiro, mas entendemos que se faz necessário porque temos muitas indústrias incipientes, a maioria não tem uma base da gestão ainda, nem passou por uma transformação digital. São propostas que devem trazer aumento de produtividade ao setor”, ponderou Cézar Andrade. O que anima os analistas é a aderência entre as propostas do programa com alguns dos principais desafios que o Estado aguarda há anos resolver. Além disso, há oportunidades relevantes para os prestadores de serviços ao setor industrial, especialmente no que diz respeito à transição digital e à construção civil. INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA A melhoria da infraestrutura, por exemplo, está entre os pilares de qualquer debate acerca do desenvolvimento do Estado há alguns anos. Temas como a construção da Transnordestina, a recuperação da antiga Malha Ferroviária do Nordeste e a implantação do Arco Metropolitano estão no radar do setor industrial, com articulações explícitas junto ao Governo Federal e às instâncias estaduais. “A infraestrutura, de forma geral, representa um gargalo muito forte de competitividade em Pernambuco. Não temos ferrovias e nossas estradas estão ruins. Temos a necessidade de investir nessa infraestrutura física porque os produtos locais acabam chegando mais caros do que alguns importados devido à logística e isso prejudica a indústria pernambucana”, destacou Cézar Andrade. Além da melhoria das rodovias e da retomada do modal ferroviário, o economista e professor da UPE (Universidade de Pernambuco), Sandro Prado, ressalta também o Complexo Portuário de Suape como um dos beneficiários desse novo impulso à industrialização. “O porto foi um grande impulsionador do desenvolvimento industrial de Pernambuco. A indústria precisa de infraestrutura justamente dos modais mais competitivos como é o caso do marítimo. Foi assim que a gente conseguiu uma incipiente, mas importante industrialização do Estado. Mesmo quando despencou a participação da indústria na economia brasileira, em Pernambuco isso não aconteceu”, afirmou o docente, em referência à expansão do Complexo de Suape e à chegada da Stellantis, na estruturação do polo automotivo de Goiana. OS MOVIMENTOS DA INDÚSTRIA BRASILEIRA Sandro Prado avalia que o programa traz alguns instrumentos tradicionais de impulsionamento do setor industrial já conhecidos de outros momentos da história brasileira. Ele avalia que após décadas de esforços pela industrialização, desde os anos 30, o País vive um movimento inverso com a volta a uma vocação agrícola, mas com produtos diferentes de um século atrás. “Se a gente for pegar esse recorte histórico, o nacional-desenvolvimentismo é a pegada do Governo Federal, tanto dos partidos mais social-democratas — caso do PSDB e PT também — quanto do governo militar, durante toda a ditadura. Isso significa planejamento do crescimento e do longo prazo, sempre calcado na industrialização. Mas, a partir dos anos 1980, há uma significativa desindustrialização. A indústria passa a perder participação no PIB e o agronegócio toma conta de novo do Brasil”, analisa Sandro. O economista destaca a perda que isso ocasionou para a economia pernambucana que, com raras exceções, ficou de fora desse ciclo econômico. “A gente deu uma volta ao passado, só que agora com novos produtos em novos lugares e nesse novo desenvolvimento baseado na agricultura, na pecuária, Pernambuco não foi incluído”. Como a cana-de-açúcar não ocupa mais um protagonismo nacional no agronegócio, as novas culturas, como a da soja, e a produção de carne bovina, demandaram novas áreas e encontraram no Centro-Oeste e também no Norte os horizontes para essa expansão, ainda que a um custo socioambiental alto. “Passados 100 anos voltamos à mesma história, só que agora somos dependentes de outros itens. O PIB do Brasil de 2023 cresceu baseado no agronegócio. O projeto da NIB vem justamente numa tentativa de reindustrializar o Brasil, ou seja, novamente voltarmos a olhar a industrialização como algo importante, só que não nos moldes dos anos 1970. Mas de uma nova industrialização”. O gráfico acima, de um estudo do economista Paulo Morceiro, da USP (Universidade de São Paulo), exibe o movimento da participação da indústria de transformação brasileira entre 1948 e 2018. A perda de protagonismo acentuada acontece em meados dos anos 80, tendo uma retomada nos anos 2000, mas voltando a cair na sequência. Na mesma linha de raciocínio de Sandro Prado, outros economistas também avaliam que o NIB oferece uma repetição de instrumentos utilizados em outras épocas para impulsionar a indústria brasileira. É o

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Z.ro Bank supera R$ 22,5 bilhões em transações e receita líquida cresce 1.200%

Banco pernambucano, liderado pelo empresário Edisio Pereira Neto, o Z.ro Bank deu um salto de operações e receitas. No balanço anunciado nesta semana pela empresa, o volume de transações apenas em Pix, Pix, câmbio e criptomoedas superou a barreira dos R$ 22,5 bilhões, aumentando em 1.200% a receita líquida. Investimentos em 2024 Para o ano de 2024, o Z.ro pretende capitalizar sua robusta geração de caixa, direcionando-a para um aumento significativo nos investimentos em marketing. A empresa planeja participar em mais de 10 eventos internacionais e expandir seu time de tecnologia, atualmente composto por aproximadamente 70 membros, para atender à crescente demanda das empresas que aguardam integração e para desenvolver novos serviços, tais como o Pix Parcelado e o Pix Automático, complementando assim seu Hub de Pagamentos Digitais. A tecnologia do Z.ro Bank atua como um gateway multibancos, que além de sua própria API, incorpora as APIs de outros quatro bancos tradicionais. Essa integração permite realizar pagamentos e recebimentos instantâneos, juntamente com a geração de QR Code dinâmico. (APIs é a sigla para Interface de programação de aplicações, que permite a um software interagir com outro, acessando seus recursos e funcionalidades de forma padronizada, sem precisar conhecer detalhes internos de implementação). Edisio Pereira Neto, CEO do Z.ro Bank “Com esses investimentos, planejamos multiplicar por sete o número de empresas integradas, sendo que mais de 70% delas já estão com contratos assinados e em processo de homologação. O resultado esperado é uma receita líquida entre R$ 80 e R$ 100 milhões em 2024, mantendo ainda um alto nível de margem Ebitda. Estamos confiantes, uma vez que a receita líquida no segundo semestre de 2023 mais que dobrou em relação ao primeiro”

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Inadimplência cai pelo quarto mês consecutivo em Pernambuco

De acordo com os dados de fevereiro de 2024 da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), 81,9% das famílias em Pernambuco estavam endividadas, enquanto 29,4% enfrentavam contas em atraso e 15% não tinham condições de quitar suas dívidas. O cartão de crédito despontava como o principal vilão, representando 94,3% das dívidas, seguido por carnês (26,8%) e crédito pessoal (6,2%). O atraso médio no pagamento atingia 59 dias, comprometendo 30,6% da renda das famílias. REDUÇÃO DO ENDIVIDAMENTO Para o economista da Fecomércio PE, Rafael Lima, os dados da PEIC para Pernambuco, em fevereiro, apresentaram resultados promissores. “Observou-se o quarto mês consecutivo de redução na inadimplência, ao passo que o nível de endividamento permaneceu estável. Essa tendência sugere a retomada do consumo para os consumidores que estavam anteriormente limitados por conta da inadimplência”. TIPOS DE DÍVIDAS As dívidas no cartão de crédito continuam a ser um grande desafio para as famílias, sendo identificadas por 94,3% dos entrevistados como a principal fonte de endividamento. Em seguida, vêm os carnês, mencionados por 26,8% dos participantes, e o crédito pessoal, com 6,2%. O tempo médio de atraso no pagamento é de 59 dias, afetando aproximadamente 30,6% da renda das famílias. Esses números destacam a persistência dos problemas relacionados ao endividamento no contexto financeiro das residências pernambucanas.

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