Arquivos Z_Destaque_economia - Página 13 De 36 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Z_Destaque_economia

Fabio Menezes

Fábio Menezes aponta 3 tendências que irão impactar os pequenos negócios em 2024

O consultor e sócio da TGI Fábio Menezes foi um dos entrevistados da reportagem de capa da semana da Algomais. Na entrevista, ele destaca as principais tendências que prometem influenciar os pequenos negócios neste ano. Além de apontar o que está neste horizonte de curto prazo, o especialista destaca alguns segmentos do mercado pernambucano com potencial de crescimento neste ano e trouxe orientações para quem está desejoso em empreender por oportunidade. Quais as principais tendências que devem impactar os pequenos negócios em 2024? Eu destacaria três tendências. A primeira é o desenvolvimento da IA. Sem dúvida, uma das principais tendências é o desenvolvimento das ferramentas de IA e os pequenos negócios têm a possibilidade de buscar algum ganho de produtividade. Normalmente negócios com estruturas mais enxutas têm a característica da agilidade, até mesmo pelos processos menos formais sobretudo nas primeiras fases, é possível que esta característica permita testar mais rápido e, até, já começar incorporando novas ferramentas que possam trazer redução de custos e maior produtividade. Outra tendência que não começou agora, mas foi fortemente disseminada na pandemia, é o trabalho remoto ou mesmo híbrido. Um pequeno empreendedor pode começar seu negócio sem ter que disponibilizar uma sede com capacidade de receber a sua equipe, permitindo um custo menor. É evidente que essas circunstâncias trazem também um desafio de gestão à distância, pelo menos física, que precisa ser considerado. A natureza da atividade do negócio vai influenciar na forma como essa questão precisa ser administrada. Uma terceira tendência é a concorrência mais descentralizada. A alternativa de trabalho remoto traz também um efeito colateral que é a possibilidade de enfrentar uma concorrência mais descentralizada. Se um profissional pode atender seu cliente “de casa”, em tese um concorrente noutro lugar do país ou até mesmo do mundo também poderia atender o mesmo cliente. Portanto, pensar o mundo de forma mais global, mais interconectado e automatizado e também mais sustentável parece se configurar como premissas indispensáveis para todos os empreendedores, sobretudo para os que estão começando. Olhando para o mercado pernambucano, que segmentos você observa estarem despontando maior interesse dos empreendedores, a partir das características do nosso Estado? Em Pernambuco há a expectativa de investimentos mais robustos em Suape, o que deve ampliar a circulação de dinheiro na economia como um todo, impactando a maior parte do mercado. No entanto, é possível que vivenciemos uma fração do que aconteceu na época da implantação dos projetos estruturadores em Pernambuco, como a Refinaria, a Petroquímica, os Estaleiros… que é a escassez de mão de obra no mercado. Não acredito que será igual porque o volume de investimentos é bem diferente, mas as empresas já começam a enfrentar dificuldades de contratar e de reter profissionais. Não é fácil falar especificamente de setores porque já há alguns anos, incluindo a pandemia, estamos com um mercado mais retraído do que dinâmico. Nesse cenário, é possível observar empresas em situação de competitividade bem diferente de outras, muitas vezes no mesmo setor. No entanto, o setor de construção civil para habitação popular, principalmente por conta dos programas públicos de incentivo, como o Minha Casa Minha Vida e o Morar Bem, estão animando os empreendedores que atuam nesse segmento. Muitos dos pequenos negócios que nasceram nos últimos anos foram em função da necessidade, pelas demissões na pandemia. Para quem faz o outro caminho, do empreendimento por oportunidade, quais os caminhos para escolher um bom nicho de mercado? Um passo inicial importante, que pode ser determinante, é escolher um segmento com o qual o empreendedor se identifique. Não iniciar uma atividade simplesmente porque "está na moda”. Quando o empreendedor se identifica tem muito mais chances de estudar, pesquisar, se dedicar à atividade com muito mais afinco e prazer. Outro passo muito valioso, que às vezes pode parecer óbvio, mas nem sempre é tratado com o cuidado necessário, é investir no planejamento do negócio. Fazer as avaliações necessárias de mercado e formular um Projeto consistente, com clareza da identidade, da clientela a ser buscada, dos processos básicos de funcionamento do negócio, da divisão de papéis e responsabilidades (quando o empreendimento tem sócios, por exemplo), entre outros pontos que precisam ser definidos, de preferência, antes de começar o negócio efetivamente. Além disso, depois de formulado o projeto, o próximo passo seria elaborar um plano de implantação do empreendimento, com uma perspectiva estratégica. Ou seja, programar as atividades básicas e imediatas para o início da operação, mas também pensar em objetivos pelo menos de médio prazo, considerando um horizonte de cinco anos, por exemplo. Essas duas perspectivas, de curto e médio prazos, é como se fossem o farol baixo e alto de um carro numa estrada a noite. Podendo estar com os dois faróis ligados a segurança tende a ser maior. As iniciativas de estudar o mercado, formular um projeto consistente e elaborar um planejamento estratégico consequente costumam ampliar e muito as chances de sucesso de qualquer negócio. É evidente que não existem fórmulas mágicas e garantias de sucesso, mas a experiência mostra que quanto maiores os investimentos na preparação, maiores também as chances de êxito. LEIA TAMBÉM

Fábio Menezes aponta 3 tendências que irão impactar os pequenos negócios em 2024 Read More »

pequenos negocios caapa

Pequenos negócios, grandes perspectivas

*Por Rafael Dantas As desconfianças com o cenário econômico brasileiro diminuíram no ano passado e já levam a maioria dos empresários (56%) a esperar um crescimento no faturamento superior a 10% para 2024, segundo pesquisa realizada pela Amcham. As micro e pequenas empresas — que representam em Pernambuco 93,63% dos negócios em atividade — também estão otimistas. As principais tendências para impactar os negócios neste ano seguem sendo a digitalização, especialmente com mais uso de inteligência artificial, o trabalho híbrido e a agenda ESG (que envolve práticas ambientais, sociais e de governança). “O setor de micro e pequenas empresas em 2023 já teve uma melhora razoável, saindo da pandemia e com crescimento. Mas há novos fatores que justificam o otimismo, como os investimentos públicos no Estado e a redução da taxa de juros que possibilita maior crescimento nos negócios”, afirmou o superintendente do Sebrae-PE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Murilo Guerra. A estabilidade política vivida pelo País, após anos de maior tensionamento, e os bons indicadores econômicos do ano passado, como o controle da inflação dentro da meta, são outros fatores que colaboram para maior previsibilidade do desempenho econômico brasileiro e favorecem os negócios. A recuperação de crédito de milhões de consumidores também entra nessa conta favorável ao crescimento das pequenas empresas. A nova gerente regional da Amcham Pernambuco, Fernanda Angeiras, considera que o ambiente mais sadio de crescimento econômico do Estado e do País, combinado com o processo de retomada após a pandemia global, explicam o otimismo. “Segundo a pesquisa Panorama 2024, realizada pela Amcham, percebemos que os negócios, independentemente do porte, continuam focando nos clientes, investindo na formação de equipes de alta performance e em eficiência produtiva. Isso em diálogo com agendas de inovação”, declarou a gerente da Amcham Regional Pernambuco. Olhando para um cenário mais nacional, ela afirma que a aprovação da Reforma Tributária em 2023 é um dos fatores que vai promover mudanças em todo o mercado e que deve trazer impactos positivos ao mercado. O índice de confiança das micro e pequenas empresas, na última medição do Sebrae, em novembro do ano passado, alcançou 92,8 pontos. O indicador havia começado o ano passado com 84,6 pontos. O humor das MPEs está acima da média geral das corporações que registrou em novembro um indicador de confiança de 91,6 pontos. NEGÓCIOS CADA VEZ MAIS DIGITAIS A 5ª edição da Pesquisa do Sebrae Pulso dos Pequenos Negócios revelou que 74% das MPEs pernambucanas vendem utilizando redes sociais, aplicativos ou internet (como Whatsapp, Facebook e Instagram). Para 35% dos negócios pesquisados, as receitas pelos canais digitais giram entre 25% e 50% do faturamento total. Em 13% dessas empresas, o volume de vendas online gera dividendos superiores aos 50% do faturamento. A comercialização pela internet foi o caminho de muitos negócios durante a crise sanitária que o mundo enfrentou e é uma das razões do otimismo neste ano. A empresária Emília Batista, que leva seu nome para a marca da sua empresa no ramo de confecções de moda fitness, prevê chegar em novos mercados em 2024. Com 14 colaboradores internos e produzindo entre quatro e cinco mil peças por semana, o negócio com sede em Santa Cruz do Capibaribe atravessou a pandemia com um amadurecimento na digitalização das vendas e hoje tem clientes em todo o País. “Nosso maior crescimento foi durante a pandemia. Sempre que atendíamos os clientes, eu já pegava os contatos, fazia um cadastro rápido e nem pensávamos que o Moda Center seria fechado. Já estávamos muito no Instagram. Nessa época, já fazíamos 30% dos pedidos pelo WhatsApp. Com a chegada da pandemia, fiz contato com todos e tivemos a certeza que as vendas online davam certo”, afirmou. Com o maior investimento dos consumidores na saúde, com mais brasileiros procurando se exercitar, as vendas no segmento fitness cresceram e a Emília Batista Store está surfando nessa onda. A antiga loja física virou um ponto de distribuição para as entregas, a empresa investiu em um site e reforçou a comunicação em redes sociais. “Para 2024 nossa meta é aumentar o atendimento online. Nosso foco são as vendas no atacado, mas queremos aumentar o varejo. Queremos também chegar em regiões onde temos poucos representantes”, conta a empresária. Nos planos da marca estão atingir mais forte os mercados de São Paulo e dos Estados da região Sul, além de aumentar o alcance dos clientes da categoria plus size. “Estou otimista. Todo mundo virou a página da pandemia e está em busca de uma qualidade de vida melhor”. POLO DE CONFECÇÕES E SUAPE COM PERSPECTIVAS EM ALTA Além do segmento pujante em que Emília atua, todo o Polo de Confecções do Agreste, que é composto principalmente por pequenas e micro empresas, vive na expectativa de uma melhoria na logística. Um dos grandes investimentos anunciados no ano passado foi para a requalificação e duplicação de 13,2 quilômetros da BR-104. O trecho liga os municípios de Caruaru e Toritama e receberá um aporte de R$ 106 milhões. De acordo com especialistas do Sebrae, essas obras planejadas pelo Governo Estadual para a região podem abrir oportunidades promissoras para o setor empresarial, envolvendo a participação de diversos empreendedores locais. Se o interior do Estado está animado com os investimentos em infraestrutura, outro local que tem uma grande expectativa de um novo ciclo econômico é a região de influência do Complexo Industrial-Portuário de Suape. O anúncio de US$ 17 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima abriu um novo horizonte para o polo. “Em Pernambuco há a expectativa de investimentos mais robustos em Suape, o que deve ampliar a circulação de dinheiro na economia como um todo, impactando a maior parte do mercado”, afirmou o consultor da TGI, Fábio Menezes. Ele destaca, inclusive, que as dificuldades de contratação de profissionais e de retenção de talentos podem voltar a acontecer na região. “É possível que vivenciemos uma fração do que aconteceu na época da implantação dos projetos estruturadores em Pernambuco (como a refinaria, a petroquímica, os estaleiros) que é a escassez de

Pequenos negócios, grandes perspectivas Read More »

XP ESPACO

XP inaugura espaço no Recife com foco no crescimento do mercado de investimentos

A XP inaugurou o Espaço XP em Recife, um hub de experiências para investidores e profissionais do mercado financeiro na região. Localizado em Boa Viagem, o espaço é parte do plano de regionalização da marca para expandir sua presença em locais onde já possui escritórios de investimentos parceiros e assessores. Na região Nordeste, que já concentra mais de R$ 42 bilhões em investimentos de pessoa física na B3, há mais de 752 mil investidores. Em Pernambuco, são mais de 142 mil investidores pessoa física, totalizando investimentos superiores a R$ 7 bilhões. Meta é impulsionar atuação dos assessores locais Inspirado por marcas de alto valor, o formato do Espaço XP já está presente em Manaus, Brasília e Fortaleza, impulsionando parceiros locais e resultando em aumento na abertura de contas e captação por assessores. O Espaço XP em Recife será dedicado ao relacionamento com assessores e à promoção da educação financeira, por meio de palestras e eventos com especialistas de destaque no mercado. Essas iniciativas visam discutir temas relevantes para os investidores e a economia local. Guilherme Sant’Anna, Diretor de Canais da XP Inc "Com o lançamento do Espaço XP, conseguimos validar o que já esperávamos com esse investimento. Agora, em Recife, buscamos fortalecer o relacionamento com clientes, impulsionar o crescimento e capturar oportunidades de negócio na região. Para os nossos escritórios parceiros, também tem um papel de fortalecer os empreendedores locais com a presença da marca XP ".

XP inaugura espaço no Recife com foco no crescimento do mercado de investimentos Read More »

sinduscon

Articulação empresarial do NE defende recuperação da antiga malha ferroviária

O Nordeste já teve uma ferrovia que conectava vários Estados, foi privatizada em 1998 e em poucos anos foi sendo desativada. Em reunião realizada na sede do Sinduscon-PE, representantes dos sindicatos da construção de Pernambuco, de Alagoas, da Paraíba e do Rio Grande do Norte alinharam uma estratégia para reivindicar a recuperação dessa antiga Malha Nordeste. Integram essa ação ainda outras entidades, como a Federação das Indústrias de alguns estados, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), o Sindicato Nacional Empresas de Arquitetura Engenharia (Sinaenco), o Clube de Engenharia, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras. A luta da vez não é do trecho entre Salgueiro e Suape, mas dessa linha que conectava os portos dos quatro estados e que parou de funcionar há mais de uma década. O grupo planeja elaborar um documento conjunto, sob a coordenação do Crea-PE, contendo propostas para viabilizar a conclusão da ferrovia. Este documento será entregue ao ministro dos Transportes, Renan Filho, além de ser encaminhado às bancadas estaduais e federais dos quatro estados envolvidos. O engenheiro Maurício Pina fez uma explanação de todo o histórico de construção e decadência das ferrovias no Nordeste e da luta pela Transnordestina. Em dezembro de 2022, o trecho Pernambucano foi retirado do projeto que ligava na sua origem os portos de Suape e Pecém à Elizeu Martins, no Piauí. A notícia mais recente foi o pedido de devolução da FTL da Malha Nordeste, que caso seja aceito será uma nova derrota para a região, segundo o especialista. Participou ainda da reunião do secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, o consultor da TGI Francisco Cunha e o engenheiro Carlos Calado. A entrada de representações dos demais estados reforça o trabalho do movimento "Transnordestina Já", que reúne as entidades civis em defesa da ferrovia, é capitaneado pelo Crea-PE. A luta empresarial passa agora a ser de execução da retomada do projeto original da Transnordestina (incluindo o trecho Salgueiro - Suape) e da reativação da Malha Nordeste, conectando os portos de Maceió, Cabedelo, Suape e Natal. Na próxima edição da Algomais publicaremos uma entrevista com o secretário Guilherme Cavalcanti sobre os movimentos mais recentes pela ferrovia. Deloitte investe em novo escritório no Porto Digital Deloitte inaugurou seu novo escritório no Moinho Recife - Revitalis, no Bairro do Recife, em um evento que contou com a presença do prefeito do Recife, João Campos, na noite desta terça-feira (23). A empresa, especializada em serviços de auditoria, consultoria, consultoria tributária, corporate finance e outsourcing, prevê a geração de 400 empregos diretos na capital pernambucana. O escritório está situado na área beneficiada pelo programa municipal de incentivos, o Recentro, que oferece isenção de IPTU, ITBI e redução de ISS para algumas atividades, incluindo tecnologia. O prefeito João Campos destacou a importância de políticas de incentivo municipal e enfatizou que a Deloitte agora faz parte de um ecossistema tecnológico de destaque no Brasil. Crescimento no interior O Shopping Difusora, no centro de Caruaru, fechou o ano de 2023 com números positivos. Atualmente o mall conta com cerca de 130 operações, entre lojas e quiosques e as operações de alimentação. Das 44 operações inauguradas em 2023, estão entre elas 23 novas lojas e 21 quiosques. A expectativa é de que mais 4 lojas abram no próximo trimestre. O crescimento nas vendas entre janeiro e dezembro foi de 4%, em relação ao ano anterior, e a expectativa é que em 2024, com a expansão do shopping e a abertura de novas lojas, esse número chegue a 6%.

Articulação empresarial do NE defende recuperação da antiga malha ferroviária Read More »

nova industria

Programa Nova Indústria Brasil prevê investimentos de R$ 300 bilhões

Com uma injeção significativa de recursos, no valor de R$ 300 bilhões, está previsto um robusto pacote de investimentos destinado a impulsionar a economia brasileira, dentro do mais novo programa anunciado pelo Governo Federal, o Nova Indústria Brasil. As projeções indicam que esse aporte financeiro será distribuído em diversos setores, incluindo infraestrutura, inovação, e desenvolvimento tecnológico. Setores Estratégicos e Desenvolvimento Sustentável em Foco Dentro desse montante substancial, destacam-se os setores estratégicos que receberão a atenção especial desse pacote de investimentos. A infraestrutura, com projetos voltados para transporte e logística, terá um papel fundamental no aprimoramento da conectividade e eficiência operacional. Além disso, uma parcela significativa será destinada a iniciativas que promovam o desenvolvimento sustentável, com a adoção de práticas e tecnologias voltadas para a preservação do meio ambiente. Entre as missões do programa está a digitalização de 90% das indústrias brasileiras e ampliar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário. Origem dos recursos A maior parte dos recursos terá como origem os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Do total de R$ 300 bilhões a serem investidos até 2026, R$ 271 bilhões serão em crédito, R$ 21 bilhões são da categoria de aportes não reembolsáveis e R$ 8 bilhões serão de investimentos na bolsa de valores (equity).

Programa Nova Indústria Brasil prevê investimentos de R$ 300 bilhões Read More »

hibrido trabalho 2024

Pesquisa com CEOs mostra a crescente popularidade do trabalho híbrido

Estudo realizado pelo Grupo IWG mostra que 75% dos CEOs planejam continuar com o modelo em 5 anos (Foto: gerada por IA, no Bing) A evolução contínua do cenário de trabalho aponta para transformações significativas em 2024. Segundo o relatório "The Future of Work Trends Forecast 2024", conduzido pela empresa IWG, o modelo de trabalho híbrido emerge como uma megatendência fundamental, alterando substancialmente a dinâmica laboral mundial. De acordo com pesquisas acadêmicas realizadas por instituições, como a Universidade de Stanford, entre 30% e 50% dos profissionais de escritório devem adotar a modalidade de trabalho híbrido a longo prazo. Adicionalmente, 75% dos CEOs entrevistados pela IWG antecipam que suas organizações permanecerão operando com um modelo híbrido nos próximos cinco anos. Sustentabilidade no radar Adicionalmente, a pesquisa conduzida pela IWG em colaboração com a Arup revelou que o trabalho remoto tem o potencial de reduzir as emissões de carbono em até 87%. Essa constatação destaca o papel do home office não apenas na transformação dos métodos de trabalho, mas também na contribuição para a sustentabilidade ambiental. Outra tendência destacada pelo estudo é o aumento da participação de profissionais mais experientes no mercado de trabalho, impulsionado, principalmente, por fatores econômicos. O conceito de "unaposentadoria" torna-se uma realidade em ascensão, com as empresas reconhecendo e capitalizando a valiosa experiência e habilidades desses trabalhadores maduros. Contudo, a automação emerge como uma força transformadora adicional no mercado de trabalho. A presença crescente da inteligência artificial no ambiente laboral destaca a necessidade crítica de qualificação dos funcionários nesse campo. A capacidade de trabalhar de maneira criativa e responsável com a IA torna-se essencial para os profissionais, evidenciando a importância da atualização e aprimoramento das habilidades diante dessa evolução tecnológica. Tiago Alves, CEO do IWG no Brasil “Os profissionais do regime híbrido podem ajustar seu trabalho às suas vidas, inclusive reduzindo a necessidade de longos deslocamentos diários. Oferecer a opção híbrida é uma maneira importante e simples para as empresas mostrarem que se importam com seus funcionários. Isso permite que eles tenham mais controle sobre seus horários e mais tempo livre. As companhias que adotam o trabalho híbrido percebem não apenas uma equipe mais saudável, mas também mais comprometida e produtiva” Como benefícios do trabalho híbrido:

Pesquisa com CEOs mostra a crescente popularidade do trabalho híbrido Read More »

capa semiarido

Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido

A instalação de uma conexão rodoferroviária e investimentos em energia renovável é biotecnologia aplicada à seca são caminhos possíveis para desenvolver a região que representa cerca de 90% do território de Pernambuco *Por Rafael Dantas Pernambuco construiu uma robusta trajetória econômica a partir do litoral, na Região Metropolitana e Zona da Mata, e encaminhou o desenvolvimento em direção ao Sul, com o Complexo de Suape e, ao Norte, com o polo automotivo de Goiana. Mas tem um forte déficit de investimentos no seu interior. Mesmo com experiências exitosas na economia, como na fruticultura irrigada do Vale do São Francisco e na indústria de confecções, o futuro do Sertão e do Agreste, imersos em grande parte no Semiárido, precisa ser uma das prioridades para o Estado nas próximas décadas. Essa foi uma das constatações da mais recente reunião da Rede Gestão, que tem discutido um novo modelo de desenvolvimento para o Estado no âmbito do projeto Pernambuco em Perspectiva — Estratégia de Longo Prazo. Diferente das abordagens tradicionais sobre o Semiárido, o engenheiro agrônomo e professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco - Campus Serra Talhada), Geraldo Eugênio, destacou as oportunidades que estão no horizonte de cidades promissoras do interior, como Serra Talhada. Ao mesmo tempo em que abrange potenciais relevantes para o Século 21, como a geração de energias renováveis e mão de obra qualificada em decorrência da interiorização das universidades, ele destaca que a região inevitavelmente continuará a conviver com desafios históricos naturais como é o caso da escassez hídrica. “Se existe uma realidade incontestável é que a seca é nossa irmã. A única certeza que tenho é da seca, que ela vem. Pode demorar um ano ou dois, mas vem. No final do ano passado, os principais laboratórios do mundo da meteorologia atentaram para o fato que virá um ciclo de El Niño e que a gente entrará em um novo período de seca. Se houve um alerta, temos que estar preparados. Seca é para ser gerida como qualquer empreendimento”, explicou o docente. No entanto, além da necessidade de preparar a região para os novos ciclos de maior escassez de água, Geraldo aponta para um novo horizonte. Diante do cenário de aquecimento global, as lições do semiárido mais populoso do mundo podem trazer oportunidades para Pernambuco e para além das nossas fronteiras. “Nós temos um planeta em processo acelerado de mudanças climáticas. Onde é que está a chave dessa história em relação ao futuro da agricultura mundial? Nas áreas áridas e semiáridas”. O docente destaca que essas regiões não abrigam apenas plantas retorcidas e pequenos animais, mas alguns conhecimentos fundamentais para o mundo mais quente e seco com o qual passamos a conviver. “São milhões de anos de evolução, aonde os genes que fazem com que a vida ocorra mesmo com sete, oito ou nove anos de seca, estão ali. Temos o Semiárido de um milhão de quilômetros quadrados, eu imagino que podemos ter um grande Centro de Biotecnologia Aplicada à Tolerância à Seca e à Alta Temperatura. Isso é mais que fundamental”, afirmou Geraldo Eugênio. “O grande diamante dessa história são os genes que conferem às plantas resistência às mudanças climáticas, à falta d’água. Na agricultura mundial, quem cultiva trigo, cevada, soja, está necessitando disso”. Além da organização desse centro, ele faz ainda duas propostas relacionadas à escassez hídrica. A primeira é a criação de uma Instituição de Gestão das Secas. Essa entidade abrigaria informações históricas relacionadas ao fenômeno natural, bem como sobre as intervenções que foram feitas. Outra defesa do pesquisador é acerca da conexão em rede com organizações de outros lugares áridos e semiáridos do mundo. “Da mesma forma que temos uma coalizão mundial para a Amazônia, obrigatoriamente estaríamos à frente em uma Coalizão Internacional para o Semiárido visando à mitigação e à solução das mudanças climáticas. De seca entendemos e estamos com o produto que o mundo vai precisar”, alertou o professor da UFRPE. BASE INTELECTUAL DA REGIÃO Para fixar essas iniciativas num planejamento estratégico para o Estado, diante de uma oportunidade global, Pernambuco não precisaria dar os primeiros passos mas, sim, aprofundar os investimentos em ciência na região. Serra Talhada, no coração do Sertão do Pajeú, por exemplo, já possui a Universidade Federal Rural de Pernambuco desde 2006. A UPE também está na região desde 2013. A reitora eleita para os próximos anos da UFRPE, Maria José de Sena, que participou da reunião, destaca que o mais difícil já foi alcançado, que é a formação e fixação de pesquisadores na região. “Tem solução, tem perspectiva. É preciso que o Estado como um todo, Pernambuco e o Brasil, entenda o potencial que temos no Semiárido desse País. Sou uma esperançosa. Lá já existe uma semente plantada, com uma raiz profunda, que é uma UFRPE, que é uma UPE e outras instituições. O intelecto já tem. Temos 200 professores doutores e pós-doutores lá”. Perto de iniciar o seu terceiro mandato na reitoria, a partir do mês de maio, ela promete intensificar a atuação na região. “O Brasil não está discutindo ainda a seca que está vindo aí. Mas o mundo já está. Parece até que não estamos acreditando no que a ciência está dizendo. Vamos ser bastante agressivos, vamos dizer que é preciso aproveitar esse potencial. Temos grandes possibilidades de desenvolvimento no Sertão do Pajeú. O mais difícil e caro já temos, que é o bojo intelectual. Quando investimos em educação, investimos em perspectiva”, declarou Maria José de Sena. O conjunto de pesquisas desenvolvidas e de profissionais formados na região em menos de duas décadas tem transformado a cidade. Além do polo educacional, que atrai jovens da região, outros setores passaram a receber investimentos mais robustos, como o da saúde. INFRAESTRUTURA PARA INTEGRAÇÃO COM O INTERIOR Enquanto a pauta da biotecnologia associada ao semiárido é uma agenda quente do Século 21, Pernambuco tem ainda o desafio de superar gargalos básico de infraestrutura, como estradas e conexão ferroviária. Em sua apresentação, o professor Geraldo Eugênio sugere uma visão ousada, de estado, para avançar com

Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido Read More »

pernambuco planejamento

É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco

A partir a década de 1950, mais precisamente a partir de 1952, Pernambuco iniciou a instalação de uma capacidade pública de planejamento que terminou por se tornar referência no Brasil, influenciando, inclusive, a própria criação da Sudene que se deu em 1959. Em 1952, o então governador Agamenon Magalhães, criou a Codepe – Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco que, em 1954, convidou o padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret, economista, criador do Movimento Economia e Humanismo, para fazer um estudo que viria a se tornar pioneiro no Nordeste e, mesmo, no Brasil. O Padre Lebret, como ficou conhecido, depois de um diagnóstico aprofundado, elaborou o relatório Estudo sobre o Desenvolvimento e Implantação de Indústrias, Interessando a Pernambuco e ao Nordeste. Neste documento que se tornaria lendário, o Padre Lebret reconhece a vocação portuária de Pernambuco, sugere a ampliação do Porto do Recife para o sul, recomenda a industrialização do Estado com a implantação de estaleiro, polo metalmecânico, produção farmoquímica e, até, uma refinaria e uma montadora de veículos. Além disso, reforçou a importância da rede rodoferroviária, e a necessidade do reforço econômico e urbano das cidades médias do Estado para evitar a explosão demográfica do Recife (ou seja, que ele chegasse “ao limiar da monstruosidade de um milhão de habitantes”), coisa que, infelizmente, não se conseguiu impedir. De quebra, ainda fez uma proposta de zoneamento urbano para o Recife e de urbanização dos morros para moradia operária. Esse “empurrão” formulativo funcionou como uma espécie de alavanca para a transformação da Codepe em Condepe – Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco e, posteriormente, em 1973, a criação da Fidem – Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife, fortemente influenciada pela teoria regional/metropolitana desenvolvida pelo engenheiro Antônio Bezerra Baltar, amigo e discípulo do Padre Lebret. Na esteira e como âncora deste movimento de organização da capacidade pública de planejamento para o desenvolvimento foi que surgiu o complexo industrial-portuário de Suape que abrigou inúmeras indústrias, os estaleiros, a refinaria, o polo petroquímico- têxtil e só não a montadora automobilística por conta de falta de espaço de qualidade suficiente para a implantação das extensas áreas requeridas pelo projeto. O Porto de Suape representou e representa ainda uma espécie de síntese virtuosa desta capacidade de planejamento instalada em meados do Século 20 que perdurou até o início do Século 21 quando, nos governos Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, foram implantados os projetos-âncora finais do desenho esboçado meio século antes. A partir daí, junto com o esgotamento do modelo industrial- -portuário desenhado para o Estado, deu-se a perda acelerada da capacidade de planejamento desenvolvida, numa espécie de envelhecimento da estrutura junto com falta de renovação e o desmantelamento das estruturas de planejamento para o desenvolvimento em todos os níveis. A começar pelo nível federal que culminou, no governo passado, com o desaparecimento do próprio ministério do Planejamento, passando pelo nível regional que foi vítima da criminosa extinção da Sudene e de sua recriação como uma pálida imagem do que já foi, chegando no nível municipal com o esvaziamento dramático das estruturas que chegaram a existir na segunda metade do Século 20. No nível estadual, a fusão do Condepe com a Fidem, no início do Século 20, configurou-se como uma espécie de tentativa um tanto quanto desesperada de interromper a decadência e retomar a capacidade formulativa o que, infelizmente, não aconteceu. Hoje, nos deparamos com o esgotamento do modelo de desenvolvimento (tanto nacional quanto estadual), com o desafio das mudanças climáticas num estado pequeno e socialmente dos mais injustos do País, que tem quase 90% do seu território no semiárido em expansão, além de historicamente mutilado como nenhum outro no Brasil (com a perda das comarcas das Alagoas e do São Francisco como punição pelas revoluções de 1817 e 1824). E, como se não bastassem essas mazelas, ainda se coloca pela frente a necessidade de enfrentamento da disrupção digital, turbinada pela inteligência artificial, que promete destruir incontáveis postos de trabalhos num estado já severamente penalizado por indicadores sociais dramáticos. Diante de tudo isto não há outra alternativa do que recuperar urgentemente a capacidade pública de planejamento para o desenvolvimento com o objetivo de enfrentar, de forma inteligente e criativa, as adversidades e aproveitar as oportunidades existente. Afinal, não há vento favorável para quem não sabe com clareza para onde quer ir (se o barco tiver poucos recursos num mar revolto, pior ainda!). Caso contrário, no médio prazo (que vai além de um ou dois períodos de governo) a tragédia está anunciada e contratada. Que o espírito do profeta Padre Lebret nos ilumine!

É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco Read More »

refinaria suape

Refinaria Abreu e Lima promete ampliar em 40% produção nacional de diesel

Com um orçamento de US$ 17 bilhões ao longo de quatro anos, a Petrobras anunciou que a expansão da Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco, visa aumentar em até 40% a produção nacional de diesel. As obras de ampliação, conforme detalhado pela estatal em uma coletiva de imprensa realizada ontem, resultarão em um acréscimo de até 13 milhões de litros diários na produção de diesel S10, caracterizado pelo baixo teor de enxofre. IMPULSO NA GERAÇÃO DE EMPREGOS A Petrobras também informou que as atividades relacionadas ao refino, transporte e comercialização, parte integrante do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do plano de negócios da empresa, têm a perspectiva de gerar até 30 mil empregos até o ano de 2028. Este projeto de expansão da refinaria contribuirá significativamente para as metas de crescimento estabelecidas pela companhia. RETOMADA DAS OBRAS A corporação anunciou que nos próximos meses serão iniciadas as obras de ampliação do Trem 1 nas instalações da refinaria. Previsto para ser concluído no primeiro trimestre de 2025, o projeto tem como objetivo aumentar a carga, otimizar o escoamento de produtos leves e expandir a capacidade de processamento do petróleo proveniente da camada pré-sal. Já no segundo semestre, terão início as obras do Trem 2, com previsão de conclusão apenas em 2028. Com essa iniciativa, a refinaria estará apta a processar um acréscimo de 260 mil barris de petróleo por dia. Numa fase subsequente da expansão, atualmente em progresso e estimada para ser concluída ainda este ano, a refinaria incorporará a primeira unidade SNOX no cenário do refino brasileiro. Essa instalação tem a capacidade de converter óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto destinado à comercialização. Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates “Considerando todos os projetos previstos de adequação e o aprimoramento do parque industrial e da cadeia de abastecimento e logística, a Petrobras estima um aumento de produção de diesel da ordem de 40% nos próximos anos”

Refinaria Abreu e Lima promete ampliar em 40% produção nacional de diesel Read More »

mauricio pina 1

"Se a concessão da Malha Nordeste for suspensa, Natal, Cabedelo, Suape e Maceió teriam 0 km de ferrovia".

A FTL, concessionária da malha ferroviária do Nordeste, entrou com um pedido junto à ANTT para devolver a concessão, mas o engenheiro e professor da UFPE e Unicap, Maurício Pina, alerta para os prejuízos que alguns Estados nordestinos terão caso o Governo Federal acate a solicitação. Um novo capítulo da novela do sistema ferroviário pernambucano surge com tons dramáticos. A empresa FTL (Ferrovia Transnordestina Logística) concessionária da Malha Nordeste (abrangendo Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), entrou com um pedido junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para devolver a concessão. Caso o pedido seja aceito pelo Governo Federal, será mais um revés para Pernambuco, uma vez que a TLSA, concessionária da Transnordestina – que pertence ao memo grupo da FTL – já retirou os trechos Salgueiro-Petrolina e Salgueiro-Suape do trajeto dessa ferrovia. A medida, segundo o engenheiro Maurício Pina, professor da UFPE e da Unicap, também prejudicará outros Estados nordestinos. “Isso causaria sérios prejuízos aos portos da região, principalmente Suape, Cabedelo, Natal e Maceió. Não existe porto de grande porte no mundo que não seja alimentado por ferrovia. Querer imaginar que Suape seja alimentado por rodovia, como é hoje, é querer condená-lo a não se tornar um grande porto concentrador de cargas”. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Pina, que também é membro titular das Academias Nacional e Pernambucana de Engenharia, faz um histórico da malha ferroviária do Nordeste Oriental, analisa os problemas advindos da concessão e defende que a União não aceite o pedido de devolução da concessionária. O senhor poderia fazer um histórico sobre as ferrovias do Nordeste? A Transnordestina, que seria a ferrovia mais importante do Nordeste, é considerada a obra inacabada mais antiga do País. Em 1847 o imperador Dom Pedro II determinou a abertura de uma ferrovia que ligasse o litoral da região aos Sertões e esse é o primeiro registro que se tem do que hoje é a ferrovia. Mas vamos dar um salto grande no tempo, em 1959 foi criada a Rede Ferroviária Federal mas, em 1997, foi realizado o leilão [para privatizar] a malha ferroviária do Nordeste, como foi feito também em outras regiões do País. O leilão, que abarcava todas as ferrovias situadas nos estados do Nordeste até Alagoas (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), excluiu apenas Sergipe e Bahia cuja malha ficou com outra concessão. O leilão abrangeu uma extensão de ferrovias de 4.238 km e a empresa vencedora foi a CFN (Companhia Ferroviária do Nordeste). De início, ela já tomou partido e estabeleceu sua sede em Fortaleza, quando o natural seria se estabelecer no Recife porque a superintendência de Fortaleza (chamada de SR11) até 1988 era subordinada à Superintendência Regional da Rede Ferroviária no Recife, que era a SR1. O contrato de concessão estabelecia o prazo de 30 anos. Desde o final do Século 19, as ferrovias construídas no Nordeste se destinavam a ligar um local de produção até os portos. Então, por exemplo, havia uma ferrovia ligando o Recife a Caruaru que foi inaugurada em 1894 e depois ela foi sendo prolongada, chegou ao Sertão do Pajeú e era para ela ter continuado, mas parou em Salgueiro. Veja a lógica: havia uma ferrovia do Recife até Salgueiro, uma outra de Fortaleza até Missão Velha, no Ceará, e outra de Salvador até Juazeiro da Bahia. Eram três ferrovias que não se comunicavam. A primeira concepção do que se chamou de Ferrovia Transnordestina foi justamente a ligação de Salgueiro com Missão Velha para conectar a malha de Pernambuco com a malha do Ceará e a ligação de Salgueiro até Petrolina e, com isso, permitir em Juazeiro a ligação de Pernambuco com as ferrovias da Bahia. Essa concepção tem um detalhe importante que é a integração com a hidrovia do São Francisco, algo extraordinário. O São Francisco é uma dádiva da natureza para o Nordeste não só porque produz boa parte da nossa energia elétrica mas, também, porque o rio é navegável desde Pirapora, em Minas Gerais, até Petrolina. Se a ferrovia fosse implantada com essa concepção chegando até Petrolina, permitiria que toda a produção de grãos do Cerrado, no Oeste da Bahia, fosse escoada por hidrovia até Petrolina e de lá seguisse por trem até os portos de Suape ou até Pecém. Quais as linhas que foram privatizadas? Quando essa concessionária assumiu, em Pernambuco existiam três linhas férreas: a Linha Norte que saía do Recife, passava em Itabaiana, chegava em Campina Grande, seguia pelo Sertão da Paraíba e subia para Fortaleza, Teresina e São Luís. Havia a Linha Centro que parou em Salgueiro – que era para ter prosseguido até Petrolina – e havia a linha Sul que saía do Recife e ia até o Sul do País. Essa era chamada Estrada de Ferro do Recife ao São Francisco e o trecho inicial, que abrangia do Recife até o Cabo de Santo Agostinho, foi inaugurado pelo imperador Dom Pedro II, em 1858. Na década de 1970 foi construída uma ponte rodoferroviária sobre o Rio São Francisco, ligando Porto Real do Colégio, em Alagoas, até Propriá, em Sergipe. Com essa ponte, tínhamos a ligação completa do Recife até o Sudeste e o Sul do País. Havia vários estudos que recomendavam fortemente a Transnordestina, como o realizado em 1987 pela área de planejamento do Governo Federal, e em função dele, em 1990 as obras foram iniciadas. Mas, em 1992, elas foram paralisadas por falta de recursos, isso antes da concessão. A CFN assumiu a malha ferroviária do Nordeste no início de 1998, como vencedora do leilão realizado em 1997. Pelo contrato, ela era obrigada a fazer manutenção da via permanente da infraestrutura ferroviária. Mas a empresa não investiu na manutenção e em função disso passou a haver um desmonte da malha ferroviária. Dos 4.238 km que ela recebeu como concessão em 1998, apenas 2.750 km estavam em operação em 2000, ou seja, houve uma redução de 35%. Em 2006, o projeto passou a se chamar Nova Transnordestina e veio com

"Se a concessão da Malha Nordeste for suspensa, Natal, Cabedelo, Suape e Maceió teriam 0 km de ferrovia". Read More »