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Pesquisa com CEOs mostra a crescente popularidade do trabalho híbrido

Estudo realizado pelo Grupo IWG mostra que 75% dos CEOs planejam continuar com o modelo em 5 anos (Foto: gerada por IA, no Bing) A evolução contínua do cenário de trabalho aponta para transformações significativas em 2024. Segundo o relatório "The Future of Work Trends Forecast 2024", conduzido pela empresa IWG, o modelo de trabalho híbrido emerge como uma megatendência fundamental, alterando substancialmente a dinâmica laboral mundial. De acordo com pesquisas acadêmicas realizadas por instituições, como a Universidade de Stanford, entre 30% e 50% dos profissionais de escritório devem adotar a modalidade de trabalho híbrido a longo prazo. Adicionalmente, 75% dos CEOs entrevistados pela IWG antecipam que suas organizações permanecerão operando com um modelo híbrido nos próximos cinco anos. Sustentabilidade no radar Adicionalmente, a pesquisa conduzida pela IWG em colaboração com a Arup revelou que o trabalho remoto tem o potencial de reduzir as emissões de carbono em até 87%. Essa constatação destaca o papel do home office não apenas na transformação dos métodos de trabalho, mas também na contribuição para a sustentabilidade ambiental. Outra tendência destacada pelo estudo é o aumento da participação de profissionais mais experientes no mercado de trabalho, impulsionado, principalmente, por fatores econômicos. O conceito de "unaposentadoria" torna-se uma realidade em ascensão, com as empresas reconhecendo e capitalizando a valiosa experiência e habilidades desses trabalhadores maduros. Contudo, a automação emerge como uma força transformadora adicional no mercado de trabalho. A presença crescente da inteligência artificial no ambiente laboral destaca a necessidade crítica de qualificação dos funcionários nesse campo. A capacidade de trabalhar de maneira criativa e responsável com a IA torna-se essencial para os profissionais, evidenciando a importância da atualização e aprimoramento das habilidades diante dessa evolução tecnológica. Tiago Alves, CEO do IWG no Brasil “Os profissionais do regime híbrido podem ajustar seu trabalho às suas vidas, inclusive reduzindo a necessidade de longos deslocamentos diários. Oferecer a opção híbrida é uma maneira importante e simples para as empresas mostrarem que se importam com seus funcionários. Isso permite que eles tenham mais controle sobre seus horários e mais tempo livre. As companhias que adotam o trabalho híbrido percebem não apenas uma equipe mais saudável, mas também mais comprometida e produtiva” Como benefícios do trabalho híbrido:

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Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido

A instalação de uma conexão rodoferroviária e investimentos em energia renovável é biotecnologia aplicada à seca são caminhos possíveis para desenvolver a região que representa cerca de 90% do território de Pernambuco *Por Rafael Dantas Pernambuco construiu uma robusta trajetória econômica a partir do litoral, na Região Metropolitana e Zona da Mata, e encaminhou o desenvolvimento em direção ao Sul, com o Complexo de Suape e, ao Norte, com o polo automotivo de Goiana. Mas tem um forte déficit de investimentos no seu interior. Mesmo com experiências exitosas na economia, como na fruticultura irrigada do Vale do São Francisco e na indústria de confecções, o futuro do Sertão e do Agreste, imersos em grande parte no Semiárido, precisa ser uma das prioridades para o Estado nas próximas décadas. Essa foi uma das constatações da mais recente reunião da Rede Gestão, que tem discutido um novo modelo de desenvolvimento para o Estado no âmbito do projeto Pernambuco em Perspectiva — Estratégia de Longo Prazo. Diferente das abordagens tradicionais sobre o Semiárido, o engenheiro agrônomo e professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco - Campus Serra Talhada), Geraldo Eugênio, destacou as oportunidades que estão no horizonte de cidades promissoras do interior, como Serra Talhada. Ao mesmo tempo em que abrange potenciais relevantes para o Século 21, como a geração de energias renováveis e mão de obra qualificada em decorrência da interiorização das universidades, ele destaca que a região inevitavelmente continuará a conviver com desafios históricos naturais como é o caso da escassez hídrica. “Se existe uma realidade incontestável é que a seca é nossa irmã. A única certeza que tenho é da seca, que ela vem. Pode demorar um ano ou dois, mas vem. No final do ano passado, os principais laboratórios do mundo da meteorologia atentaram para o fato que virá um ciclo de El Niño e que a gente entrará em um novo período de seca. Se houve um alerta, temos que estar preparados. Seca é para ser gerida como qualquer empreendimento”, explicou o docente. No entanto, além da necessidade de preparar a região para os novos ciclos de maior escassez de água, Geraldo aponta para um novo horizonte. Diante do cenário de aquecimento global, as lições do semiárido mais populoso do mundo podem trazer oportunidades para Pernambuco e para além das nossas fronteiras. “Nós temos um planeta em processo acelerado de mudanças climáticas. Onde é que está a chave dessa história em relação ao futuro da agricultura mundial? Nas áreas áridas e semiáridas”. O docente destaca que essas regiões não abrigam apenas plantas retorcidas e pequenos animais, mas alguns conhecimentos fundamentais para o mundo mais quente e seco com o qual passamos a conviver. “São milhões de anos de evolução, aonde os genes que fazem com que a vida ocorra mesmo com sete, oito ou nove anos de seca, estão ali. Temos o Semiárido de um milhão de quilômetros quadrados, eu imagino que podemos ter um grande Centro de Biotecnologia Aplicada à Tolerância à Seca e à Alta Temperatura. Isso é mais que fundamental”, afirmou Geraldo Eugênio. “O grande diamante dessa história são os genes que conferem às plantas resistência às mudanças climáticas, à falta d’água. Na agricultura mundial, quem cultiva trigo, cevada, soja, está necessitando disso”. Além da organização desse centro, ele faz ainda duas propostas relacionadas à escassez hídrica. A primeira é a criação de uma Instituição de Gestão das Secas. Essa entidade abrigaria informações históricas relacionadas ao fenômeno natural, bem como sobre as intervenções que foram feitas. Outra defesa do pesquisador é acerca da conexão em rede com organizações de outros lugares áridos e semiáridos do mundo. “Da mesma forma que temos uma coalizão mundial para a Amazônia, obrigatoriamente estaríamos à frente em uma Coalizão Internacional para o Semiárido visando à mitigação e à solução das mudanças climáticas. De seca entendemos e estamos com o produto que o mundo vai precisar”, alertou o professor da UFRPE. BASE INTELECTUAL DA REGIÃO Para fixar essas iniciativas num planejamento estratégico para o Estado, diante de uma oportunidade global, Pernambuco não precisaria dar os primeiros passos mas, sim, aprofundar os investimentos em ciência na região. Serra Talhada, no coração do Sertão do Pajeú, por exemplo, já possui a Universidade Federal Rural de Pernambuco desde 2006. A UPE também está na região desde 2013. A reitora eleita para os próximos anos da UFRPE, Maria José de Sena, que participou da reunião, destaca que o mais difícil já foi alcançado, que é a formação e fixação de pesquisadores na região. “Tem solução, tem perspectiva. É preciso que o Estado como um todo, Pernambuco e o Brasil, entenda o potencial que temos no Semiárido desse País. Sou uma esperançosa. Lá já existe uma semente plantada, com uma raiz profunda, que é uma UFRPE, que é uma UPE e outras instituições. O intelecto já tem. Temos 200 professores doutores e pós-doutores lá”. Perto de iniciar o seu terceiro mandato na reitoria, a partir do mês de maio, ela promete intensificar a atuação na região. “O Brasil não está discutindo ainda a seca que está vindo aí. Mas o mundo já está. Parece até que não estamos acreditando no que a ciência está dizendo. Vamos ser bastante agressivos, vamos dizer que é preciso aproveitar esse potencial. Temos grandes possibilidades de desenvolvimento no Sertão do Pajeú. O mais difícil e caro já temos, que é o bojo intelectual. Quando investimos em educação, investimos em perspectiva”, declarou Maria José de Sena. O conjunto de pesquisas desenvolvidas e de profissionais formados na região em menos de duas décadas tem transformado a cidade. Além do polo educacional, que atrai jovens da região, outros setores passaram a receber investimentos mais robustos, como o da saúde. INFRAESTRUTURA PARA INTEGRAÇÃO COM O INTERIOR Enquanto a pauta da biotecnologia associada ao semiárido é uma agenda quente do Século 21, Pernambuco tem ainda o desafio de superar gargalos básico de infraestrutura, como estradas e conexão ferroviária. Em sua apresentação, o professor Geraldo Eugênio sugere uma visão ousada, de estado, para avançar com

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É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco

A partir a década de 1950, mais precisamente a partir de 1952, Pernambuco iniciou a instalação de uma capacidade pública de planejamento que terminou por se tornar referência no Brasil, influenciando, inclusive, a própria criação da Sudene que se deu em 1959. Em 1952, o então governador Agamenon Magalhães, criou a Codepe – Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco que, em 1954, convidou o padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret, economista, criador do Movimento Economia e Humanismo, para fazer um estudo que viria a se tornar pioneiro no Nordeste e, mesmo, no Brasil. O Padre Lebret, como ficou conhecido, depois de um diagnóstico aprofundado, elaborou o relatório Estudo sobre o Desenvolvimento e Implantação de Indústrias, Interessando a Pernambuco e ao Nordeste. Neste documento que se tornaria lendário, o Padre Lebret reconhece a vocação portuária de Pernambuco, sugere a ampliação do Porto do Recife para o sul, recomenda a industrialização do Estado com a implantação de estaleiro, polo metalmecânico, produção farmoquímica e, até, uma refinaria e uma montadora de veículos. Além disso, reforçou a importância da rede rodoferroviária, e a necessidade do reforço econômico e urbano das cidades médias do Estado para evitar a explosão demográfica do Recife (ou seja, que ele chegasse “ao limiar da monstruosidade de um milhão de habitantes”), coisa que, infelizmente, não se conseguiu impedir. De quebra, ainda fez uma proposta de zoneamento urbano para o Recife e de urbanização dos morros para moradia operária. Esse “empurrão” formulativo funcionou como uma espécie de alavanca para a transformação da Codepe em Condepe – Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco e, posteriormente, em 1973, a criação da Fidem – Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife, fortemente influenciada pela teoria regional/metropolitana desenvolvida pelo engenheiro Antônio Bezerra Baltar, amigo e discípulo do Padre Lebret. Na esteira e como âncora deste movimento de organização da capacidade pública de planejamento para o desenvolvimento foi que surgiu o complexo industrial-portuário de Suape que abrigou inúmeras indústrias, os estaleiros, a refinaria, o polo petroquímico- têxtil e só não a montadora automobilística por conta de falta de espaço de qualidade suficiente para a implantação das extensas áreas requeridas pelo projeto. O Porto de Suape representou e representa ainda uma espécie de síntese virtuosa desta capacidade de planejamento instalada em meados do Século 20 que perdurou até o início do Século 21 quando, nos governos Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, foram implantados os projetos-âncora finais do desenho esboçado meio século antes. A partir daí, junto com o esgotamento do modelo industrial- -portuário desenhado para o Estado, deu-se a perda acelerada da capacidade de planejamento desenvolvida, numa espécie de envelhecimento da estrutura junto com falta de renovação e o desmantelamento das estruturas de planejamento para o desenvolvimento em todos os níveis. A começar pelo nível federal que culminou, no governo passado, com o desaparecimento do próprio ministério do Planejamento, passando pelo nível regional que foi vítima da criminosa extinção da Sudene e de sua recriação como uma pálida imagem do que já foi, chegando no nível municipal com o esvaziamento dramático das estruturas que chegaram a existir na segunda metade do Século 20. No nível estadual, a fusão do Condepe com a Fidem, no início do Século 20, configurou-se como uma espécie de tentativa um tanto quanto desesperada de interromper a decadência e retomar a capacidade formulativa o que, infelizmente, não aconteceu. Hoje, nos deparamos com o esgotamento do modelo de desenvolvimento (tanto nacional quanto estadual), com o desafio das mudanças climáticas num estado pequeno e socialmente dos mais injustos do País, que tem quase 90% do seu território no semiárido em expansão, além de historicamente mutilado como nenhum outro no Brasil (com a perda das comarcas das Alagoas e do São Francisco como punição pelas revoluções de 1817 e 1824). E, como se não bastassem essas mazelas, ainda se coloca pela frente a necessidade de enfrentamento da disrupção digital, turbinada pela inteligência artificial, que promete destruir incontáveis postos de trabalhos num estado já severamente penalizado por indicadores sociais dramáticos. Diante de tudo isto não há outra alternativa do que recuperar urgentemente a capacidade pública de planejamento para o desenvolvimento com o objetivo de enfrentar, de forma inteligente e criativa, as adversidades e aproveitar as oportunidades existente. Afinal, não há vento favorável para quem não sabe com clareza para onde quer ir (se o barco tiver poucos recursos num mar revolto, pior ainda!). Caso contrário, no médio prazo (que vai além de um ou dois períodos de governo) a tragédia está anunciada e contratada. Que o espírito do profeta Padre Lebret nos ilumine!

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Refinaria Abreu e Lima promete ampliar em 40% produção nacional de diesel

Com um orçamento de US$ 17 bilhões ao longo de quatro anos, a Petrobras anunciou que a expansão da Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco, visa aumentar em até 40% a produção nacional de diesel. As obras de ampliação, conforme detalhado pela estatal em uma coletiva de imprensa realizada ontem, resultarão em um acréscimo de até 13 milhões de litros diários na produção de diesel S10, caracterizado pelo baixo teor de enxofre. IMPULSO NA GERAÇÃO DE EMPREGOS A Petrobras também informou que as atividades relacionadas ao refino, transporte e comercialização, parte integrante do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do plano de negócios da empresa, têm a perspectiva de gerar até 30 mil empregos até o ano de 2028. Este projeto de expansão da refinaria contribuirá significativamente para as metas de crescimento estabelecidas pela companhia. RETOMADA DAS OBRAS A corporação anunciou que nos próximos meses serão iniciadas as obras de ampliação do Trem 1 nas instalações da refinaria. Previsto para ser concluído no primeiro trimestre de 2025, o projeto tem como objetivo aumentar a carga, otimizar o escoamento de produtos leves e expandir a capacidade de processamento do petróleo proveniente da camada pré-sal. Já no segundo semestre, terão início as obras do Trem 2, com previsão de conclusão apenas em 2028. Com essa iniciativa, a refinaria estará apta a processar um acréscimo de 260 mil barris de petróleo por dia. Numa fase subsequente da expansão, atualmente em progresso e estimada para ser concluída ainda este ano, a refinaria incorporará a primeira unidade SNOX no cenário do refino brasileiro. Essa instalação tem a capacidade de converter óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto destinado à comercialização. Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates “Considerando todos os projetos previstos de adequação e o aprimoramento do parque industrial e da cadeia de abastecimento e logística, a Petrobras estima um aumento de produção de diesel da ordem de 40% nos próximos anos”

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"Se a concessão da Malha Nordeste for suspensa, Natal, Cabedelo, Suape e Maceió teriam 0 km de ferrovia".

A FTL, concessionária da malha ferroviária do Nordeste, entrou com um pedido junto à ANTT para devolver a concessão, mas o engenheiro e professor da UFPE e Unicap, Maurício Pina, alerta para os prejuízos que alguns Estados nordestinos terão caso o Governo Federal acate a solicitação. Um novo capítulo da novela do sistema ferroviário pernambucano surge com tons dramáticos. A empresa FTL (Ferrovia Transnordestina Logística) concessionária da Malha Nordeste (abrangendo Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), entrou com um pedido junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para devolver a concessão. Caso o pedido seja aceito pelo Governo Federal, será mais um revés para Pernambuco, uma vez que a TLSA, concessionária da Transnordestina – que pertence ao memo grupo da FTL – já retirou os trechos Salgueiro-Petrolina e Salgueiro-Suape do trajeto dessa ferrovia. A medida, segundo o engenheiro Maurício Pina, professor da UFPE e da Unicap, também prejudicará outros Estados nordestinos. “Isso causaria sérios prejuízos aos portos da região, principalmente Suape, Cabedelo, Natal e Maceió. Não existe porto de grande porte no mundo que não seja alimentado por ferrovia. Querer imaginar que Suape seja alimentado por rodovia, como é hoje, é querer condená-lo a não se tornar um grande porto concentrador de cargas”. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Pina, que também é membro titular das Academias Nacional e Pernambucana de Engenharia, faz um histórico da malha ferroviária do Nordeste Oriental, analisa os problemas advindos da concessão e defende que a União não aceite o pedido de devolução da concessionária. O senhor poderia fazer um histórico sobre as ferrovias do Nordeste? A Transnordestina, que seria a ferrovia mais importante do Nordeste, é considerada a obra inacabada mais antiga do País. Em 1847 o imperador Dom Pedro II determinou a abertura de uma ferrovia que ligasse o litoral da região aos Sertões e esse é o primeiro registro que se tem do que hoje é a ferrovia. Mas vamos dar um salto grande no tempo, em 1959 foi criada a Rede Ferroviária Federal mas, em 1997, foi realizado o leilão [para privatizar] a malha ferroviária do Nordeste, como foi feito também em outras regiões do País. O leilão, que abarcava todas as ferrovias situadas nos estados do Nordeste até Alagoas (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas), excluiu apenas Sergipe e Bahia cuja malha ficou com outra concessão. O leilão abrangeu uma extensão de ferrovias de 4.238 km e a empresa vencedora foi a CFN (Companhia Ferroviária do Nordeste). De início, ela já tomou partido e estabeleceu sua sede em Fortaleza, quando o natural seria se estabelecer no Recife porque a superintendência de Fortaleza (chamada de SR11) até 1988 era subordinada à Superintendência Regional da Rede Ferroviária no Recife, que era a SR1. O contrato de concessão estabelecia o prazo de 30 anos. Desde o final do Século 19, as ferrovias construídas no Nordeste se destinavam a ligar um local de produção até os portos. Então, por exemplo, havia uma ferrovia ligando o Recife a Caruaru que foi inaugurada em 1894 e depois ela foi sendo prolongada, chegou ao Sertão do Pajeú e era para ela ter continuado, mas parou em Salgueiro. Veja a lógica: havia uma ferrovia do Recife até Salgueiro, uma outra de Fortaleza até Missão Velha, no Ceará, e outra de Salvador até Juazeiro da Bahia. Eram três ferrovias que não se comunicavam. A primeira concepção do que se chamou de Ferrovia Transnordestina foi justamente a ligação de Salgueiro com Missão Velha para conectar a malha de Pernambuco com a malha do Ceará e a ligação de Salgueiro até Petrolina e, com isso, permitir em Juazeiro a ligação de Pernambuco com as ferrovias da Bahia. Essa concepção tem um detalhe importante que é a integração com a hidrovia do São Francisco, algo extraordinário. O São Francisco é uma dádiva da natureza para o Nordeste não só porque produz boa parte da nossa energia elétrica mas, também, porque o rio é navegável desde Pirapora, em Minas Gerais, até Petrolina. Se a ferrovia fosse implantada com essa concepção chegando até Petrolina, permitiria que toda a produção de grãos do Cerrado, no Oeste da Bahia, fosse escoada por hidrovia até Petrolina e de lá seguisse por trem até os portos de Suape ou até Pecém. Quais as linhas que foram privatizadas? Quando essa concessionária assumiu, em Pernambuco existiam três linhas férreas: a Linha Norte que saía do Recife, passava em Itabaiana, chegava em Campina Grande, seguia pelo Sertão da Paraíba e subia para Fortaleza, Teresina e São Luís. Havia a Linha Centro que parou em Salgueiro – que era para ter prosseguido até Petrolina – e havia a linha Sul que saía do Recife e ia até o Sul do País. Essa era chamada Estrada de Ferro do Recife ao São Francisco e o trecho inicial, que abrangia do Recife até o Cabo de Santo Agostinho, foi inaugurado pelo imperador Dom Pedro II, em 1858. Na década de 1970 foi construída uma ponte rodoferroviária sobre o Rio São Francisco, ligando Porto Real do Colégio, em Alagoas, até Propriá, em Sergipe. Com essa ponte, tínhamos a ligação completa do Recife até o Sudeste e o Sul do País. Havia vários estudos que recomendavam fortemente a Transnordestina, como o realizado em 1987 pela área de planejamento do Governo Federal, e em função dele, em 1990 as obras foram iniciadas. Mas, em 1992, elas foram paralisadas por falta de recursos, isso antes da concessão. A CFN assumiu a malha ferroviária do Nordeste no início de 1998, como vencedora do leilão realizado em 1997. Pelo contrato, ela era obrigada a fazer manutenção da via permanente da infraestrutura ferroviária. Mas a empresa não investiu na manutenção e em função disso passou a haver um desmonte da malha ferroviária. Dos 4.238 km que ela recebeu como concessão em 1998, apenas 2.750 km estavam em operação em 2000, ou seja, houve uma redução de 35%. Em 2006, o projeto passou a se chamar Nova Transnordestina e veio com

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Longe da elite: especialistas falam sobre futuro do futebol pernambucano

*Por Rafael Dantas O futebol pernambucano inicia a temporada com mais desafios do que motivos para comemorar. Sem nenhum clube na elite do Campeonato Brasileiro e com o Santa Cruz sem classificação para nenhuma divisão e fora da Copa do Nordeste, o ano de 2024 começa com um retrato da perda de protagonismo do Estado na região. Além dos eternos rivais baianos e cearenses, os clubes alagoanos também estão melhor posicionados na principal competição nacional neste ano. Uma crise com impactos que vão além das quatro linhas do campo, segundo especialistas. Apesar da dificuldade em encontrar saídas neste breu de problemas, há algumas luzes no fim desse túnel. Com impacto no comércio, no turismo e em uma série de serviços conectados ao esporte, o futebol brasileiro movimenta muito dinheiro todos os anos. Uma pesquisa encomendada em 2019 pela Confederação Brasileira de Futebol indicou que a modalidade movimenta 0,72% do PIB nacional. Na cadeia impulsionada pela indústria do chamado esporte bretão estão a transmissão de jogos, a comercialização de produtos esportivos, todo o trabalho de formação de atletas, de marketing, entre outros. “O futebol brasileiro é também uma indústria que movimenta bilhões de reais, gera milhares de empregos e contribui de forma significativa para a economia do Brasil. Para entender a dimensão do setor, é preciso analisar a cadeia produtiva do futebol, seus atores, interações e movimentação financeira”, informou o estudo Impacto do Futebol Brasileiro, produzido pela consultoria EY. As repercussões sociais e econômicas que impressionam o mundo e o País também têm efeitos em solo pernambucano, segundo o secretário-executivo de esportes do Governo do Estado, Luciano Leonídio, “o futebol é um mercado que tem um grande volume de recursos, em que a economia gira em diversos segmentos e isso impacta em qualquer lugar do planeta. Não seria diferente aqui no nosso Estado. Não só em relação ao turismo, mas na relação com o transporte, alimentos, dentre outras questões. Certamente o impacto é extremamente positivo”. O afastamento das grandes competições nacionais e a perda de protagonismo nos torneios regionais, no entanto, podem fazer o Estado perder parte desse potencial que não é apenas esportivo. O futebol pernambucano era um dos únicos do País que mantinha os três grandes clubes locais com as maiores torcidas dentro do Estado. Isto é, ao contrário do que ocorre em outros estados nordestinos, o pernambucano torce para times de Pernambuco. Clubes nacionais, como o Flamengo e o Corinthians, tinham torcidas menores que o Sport, o Santa Cruz e o Náutico. O mais recente estudo publicado pelo Instituto Múltipla, porém, já posicionou o Flamengo à frente do Timbu entre os torcedores locais. A pesquisa sinalizou também uma redução do número de tricolores. “O enfraquecimento do futebol pernambucano pode gerar a consequente perda da reserva de mercado que nossos clubes ainda têm no Estado. Aliás, o fato de os clubes do interior não terem condições financeiras para serem competitivos a nível estadual, somado aos problemas estruturais do desenvolvimento desigual do nosso País, já tem como consequência direta a influência cada vez maior de clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, como algumas pesquisas evidenciam. Pernambuco ainda é um bastião de resistência, em que pese a disputa cada vez mais dura no interior”, afirmou Emanuel Leite Júnior, pesquisador pernambucano associado à Faculdade Internacional de Futebol da Universidade em Tongji, na China. Além da concorrência com os clubes do eixo Sul-Sudeste, as novas gerações também estão consumindo cada vez mais o futebol europeu. “O fenômeno de ver crianças falando em “meu City”, “meu PSG”, “meu Real”, “meu Barça” é preocupante. Nossos clubes, que já competiam pela atenção e atração de consumidores com os maiores clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, agora competem com os clubes mais ricos da Europa. Portanto, a decadência do futebol pernambucano pode fazer com que nos tornemos meros consumidores (massificado pela alta exposição midiática, fruto da hegemonia cultural) ao invés de produtores da indústria futebolística”, alertou. CRISE DO FUTEBOL LOCAL Para os especialistas, existem tanto fatores internos (da gestão dos nossos clubes), como externos (do cenário nacional da modalidade) que explicam o insucesso que o futebol pernambucano atravessa há alguns anos. Antes do apito inicial de qualquer campeonato no País, há uma diferença abissal de receitas entre os clubes do Sudeste e Sul, em relação ao Norte e Nordeste. Para Emanuel Leite Júnior, esse é um dos motivos que está na raiz da crise. Ele avalia que o insucesso dos clubes pernambucanos é resultado de uma combinação de fatores, sendo o primeiro grande obstáculo estrutural relacionado às desigualdades regionais no Brasil. O modelo de acumulação de capital, influenciado pela falta de um projeto nacional de desenvolvimento, criou assimetrias que afetam diversas áreas, incluindo o futebol. A estrutura do Campeonato Brasileiro, especialmente após o surgimento do Clube dos 13 (que privilegiou poucos clubes com cotas mais robustas dos direitos de transmissão), agravou as desigualdades, refletindo no desempenho esportivo pífio dos clubes nordestinos. “A primeira medida para reverter essa crise deve ser estrutural, algo que ultrapassa a questão exclusiva do futebol pernambucano. O futebol brasileiro é desigual, refletindo as assimetrias regionais do desenvolvimento concentrado em poucos estados do Brasil. Um país com a dimensão do nosso não pode ter um Campeonato Brasileiro restrito a apenas 20 clubes”, afirmou Emanuel. O pesquisador sugere que o modelo de disputa brasileiro deveria se inspirar no adotado pela NBA (basquete) ou NHL (hóquei no gelo) da América do Norte. As competições seriam divididas em quatro conferências regionais e os campeões de cada conferência já estariam classificados para a Copa Libertadores e fariam as semifinais e finais do Brasileirão, para definirem o Campeão Nacional. “Com isso, garantir-se-ia o acesso de clubes de outras regiões ao elevado faturamento que uma competição como a Libertadores proporciona. E não me refiro apenas aos direitos de transmissão, mas ao aumento do poder de barganha e atração para negociar com patrocinadores”. Ainda para atacar as desigualdades futebolísticas do Brasil, Emanuel sugere que para o desenvolvimento mais justo, a modalidade deveria migrar para

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Grande Recife registra a segunda menor inflação do país em 2023

Análise revela nuances na inflação da Região Metropolitana do Recife O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Grande Recife, ao encerrar o ano de 2023, apresentou uma acumulação de 3,18%. A taxa posiciona a RMR com o segundo menor índice entre as 16 capitais e regiões metropolitanas sob pesquisa. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparativamente a 2022, quando a inflação na Região Metropolitana do Recife (RMR) atingiu 5,80%, observa-se uma desaceleração significativa. Destaques da inflação por setor

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Pesquisa aponta que preço da cesta básica diminuiu em 15 capitais em 12 meses

Em 2023, o custo da cesta básica apresentou uma redução em 15 capitais brasileiras. As maiores diminuições acumuladas ao longo de 12 meses, de dezembro de 2022 ao mesmo mês de 2023, foram observadas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%). No Recife, a variação foi de -4,78%. Por outro lado, taxas positivas acumuladas foram registradas em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%). Os dados provêm do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), responsável por conduzir mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais. NOTA DO DIEESE “A tendência, para o conjunto dos itens, foi de redução, movimento que, junto com a revalorização do salário mínimo e a ampliação da política de transferência de renda, trouxe alívio para as famílias brasileiras, que sofreram, nos últimos anos, com aumentos de preços dos alimentos, em geral, acima da média da inflação”. CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO Ao comparar o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido – descontando o valor referente à Previdência Social –, a pesquisa revela que, em dezembro de 2023, o trabalhador remunerado pelo piso nacional destinou 53,59% de seu rendimento para aquisição dos mesmos produtos que, em novembro, requeriam 52,82%. Em dezembro de 2022, esse comprometimento era mais elevado, atingindo 60,22%.

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E-Log anuncia investimento de R$ 150 milhões em Pernambuco

Com um aporte previsto de R$ 150 milhões, a E-Log amplia suas operações em Pernambuco, diversificando sua atuação para incluir o setor de armazenagem e logística com o lançamento do E-Log Condomínio Logístico. Atualmente, a empresa encontra-se na fase de construção da segunda etapa desse empreendimento estrategicamente localizado às margens da BR-101, no município de Jaboatão dos Guararapes. A inauguração está programada para o primeiro trimestre deste ano, com uma expectativa de ocupação inicial superior a 80%. José Roberto, presidente da E-Log “A decisão de investir na construção de um condomínio logístico foi impulsionada por um cenário dinâmico e em constante transformação nos setores de comércio e distribuição. Este movimento é alimentado pela demanda crescente dos consumidores por entregas que sejam não apenas rápidas, mas também eficientes.” EMPREENDIMENTO Abrangendo uma área total de 90 mil metros quadrados, o condomínio será inaugurado com 14 módulos de galpões, projetados com flexibilidade em tamanho para se adaptarem às necessidades específicas de cada empresa que escolher estabelecer-se no local. As instalações serão totalmente equipadas para suportar operações de armazenagem, manuseio e distribuição. Em resposta à chegada de novas empresas no Porto de Suape, o grupo realizou uma estratégica aquisição de uma área de 160 mil metros quadrados. Este investimento não apenas impulsionará a expansão do Pátio, mas também aumentará sua capacidade de lidar com cargas diversas. Em um movimento estratégico adicional, a empresa adquiriu uma área significativa nas margens da BR-101, na cidade de Caaporã (PB), localizada na divisa entre Pernambuco e Paraíba.

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Desafios e trunfos econômicos no radar de Raquel Lyra e João Campos em 2024

Iniciado o novo ano, a governadora Raquel Lyra e o prefeito João Campos têm motivos para comemorar do ano passado e desafios diferentes em 2024. Dois dos maiores trunfos dos executivos estão na captação de recursos e na geração de empregos. INVESTIMENTOS LOCAIS O Governo do Estado, além de ter emplacado vários projetos dentro do PAC (R$ 91,9 bilhões), conseguiu captar R$ 3,4 bilhões em operações de crédito. A capital pernambucana, também agraciada por investimentos federais, tem já o início do Pró-Morar Recife, que captou mais de R$ 2 bilhões para investir na melhoria das condições habitacionais mais precárias da cidade. No balanço de 2023, o Governo do Estado também comemorou a atração de R$ 2,6 bilhões de investimentos anunciados pela iniciativa privada em Pernambuco. EMPREGOS O Estado e a capital se destacaram na geração de empregos, que é um indicador muito sensível ao humor da população. Dados do Caged apontaram que 59.902 postos de trabalho foram criados em Pernambuco entre janeiro a novembro. No mesmo período, o Recife anotou mais de um terço desse montante, com 22.199 cargos gerados. Esse número cresceu muito em novembro, quando 60% dos postos gerados no Estado foram na capital. EM 2024 As estimativas econômicas são de um crescimento econômico menos acelerado em 2024 no País. Em geral, o Estado e a capital acompanham a curva do desempenho do País. Além de executar as obras com os recursos captados, a Prefeitura e o Estado tem o desafio de articular a vinda dos investimentos anunciados pelo PAC. Nas últimas edições do programa, muitos projetos anunciados não chegaram a sair do papel. Além disso, a atração de novos empreendimentos privados seguem no horizonte.

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