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A ferrovia esquecida: Os desafios e memórias de um passado abandonado em Pernambuco

*Por Rafael Dantas Pedaços da antiga via férrea expostos pelo chão do Sertão, Agreste e Zona da Mata parecem, hoje, os fósseis de um passado longínquo de Pernambuco. Algumas das antigas estações viraram museus, prédios públicos, moradia ou mesmo foram destruídas pelo tempo. Quem viaja para o interior do Estado, mesmo na Região Metropolitana do Recife, consegue testemunhar os vestígios desse modal de transporte, que enfrenta grandes dificuldades para ser ressuscitado. O desgaste e as crises do sistema ferroviário em Pernambuco são antigas, mas o abandono total mais recente tem algumas datas a serem lembradas. Em 1998, todo o sistema que estava sob a gestão da RFFSA (Rede Ferroviária Federal) foi concedido para a iniciativa privada, durante o Governo Fernando Henrique Cardoso. Entre as cláusulas do contrato, assinado um ano antes, estava a de “manter a continuidade do serviço concedido”. A malha assumida naquele ano cobria sete estados do Nordeste (Alagoas, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte). Só em Pernambuco, operavam ainda três linhas no final dos anos 90. A linha centro do Recife até Salgueiro, a linha sul, que seguia até a Zona da Mata Sul pernambucana, em Canhotinho (seguindo para Alagoas), e a linha norte, com destino a Zona da Mata Norte, em Timbaúba (seguindo para a Paraíba). Em aproximadamente dois anos, a linha mais extensa, para o Sertão, foi interrompida. Em menos de 15 anos da concessão, todos os três trechos já não tinham mais operações. O historiador e pesquisador do Patrimônio Ferroviário de Pernambuco, André Cardoso, lembra que o sistema transportava itens como açúcar, grãos, combustíveis e gipsita, da região do Araripe, que chegava por via rodoviária até Salgueiro. A mais antiga das linhas em operação em Pernambuco era a sul, que foi a segunda a ser inaugurada no País, ainda no Século 19. “A ferrovia sempre foi fundamental para o desenvolvimento da região, impactou muito a transformação de espaços urbanos e rurais. Ainda nos anos 1990, a ferrovia foi usada para amenizar os problemas decorrentes das secas no interior, com uso de vagões tanque que levavam água para o Agreste. Havia muitas cargas ainda sendo transportadas na época da Rede Ferroviária, mas, após a concessão, não houve uma continuidade desses serviços”, lamenta o historiador. O engenheiro e professor aposentado da UFPE, Maurício Pina, lembra que com o desuso da via, o sistema foi atacado pelo processo de urbanização desenfreada em vários trechos. “A concessão destruiu a malha ferroviária do Nordeste. Em Pernambuco há anos não circula um trem sequer de carga. Por um tempo ainda havia o Trem do Forró, mas após um descarrilamento, nem isso mais. Casas e até praças foram construídas sobre a linha do trem, foram roubados quilômetros de trilhos”, destacou. O engenheiro Fernando Jordão, ex-presidente do Porto de Suape e ex-superintendente da RFFSA, ressalta que Suape chegou a ser conectado por essa antiga malha, o que dava para o porto uma condição relevante de integração regional. “Era servido por uma malha que articulava vários portos. Estava conectado com Salvador, Maceió, Recife, Cabedelo e Natal. Era um porto articulado com os demais da região. Isso dá uma condição que poucos portos tinham”. Com a interrupção do serviço, hoje todo o transporte que poderia ser feito por trilhos para as regiões produtoras do interior ou para os demais portos passou a ser rodoviário. Ele destaca que Suape foi concebido com uma visão de futuro aguçada, mesmo quando ainda não tinha o volume de movimentações atual. Fernando Jordão conta que, para se conectar à malha ferroviária da região, o porto precisava construir uma malha interna com capacidade de suportar 37 toneladas, que era o padrão. Mas vislumbrando o crescimento, optou por um trilho que suportava 45 toneladas. “Adotaram esse trilho com uma visão de futuro. O porto e a ferrovia, no passado, tinham uma sintonia perfeita.” Se aumentarmos a lupa para a região Nordeste, quase nada permanece em operação nesse sistema que tinha, entre seus atributos, o de conexão dos portos das capitais da região. Igualmente ao que acontece em Pernambuco, muitas das estações viraram museus ou ganharam outros usos, quando não foram demolidas. Ao olharmos os mapas da antiga malha ferroviária e da Transnordestina atual, é possível perceber que se houvesse a manutenção da operação dessas linhas antigas, restaria um trecho muito menor a ser construído. Para haver a integração da rota dos grãos da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e dos minérios aos portos, restaria a ser construído atualmente o trecho sertanejo que conectaria Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, no interior do Ceará, a Eliseu Martins, região do Piauí, que é o ponto inicial do projeto atual. A conexão entre essa história e o atual projeto da Transnordestina é que a empresa que assumiu a antiga malha ferroviária, a CFN, que hoje tem o nome de FTL (Ferrovia Transnordestina Logística), é controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional. Esse é o mesmo grupo que lidera a TLSA (Transnordestina Logística SA), concessionária que assinou em dezembro um aditivo que retirou a linha Salgueiro-Suape da concessão. MEMÓRIAS DA FERROVIA Regivaldo Nascimento, 58 anos, é maquinista no Metrô do Recife e é conhecido na via pelo apelido de Jacaré. No início dos anos 80, enquanto estudava na escola técnica, fez um estágio na Rede Ferroviária Federal e, anos depois, em 1987, passou para o quadro da empresa. Seus primeiros passos na ferrovia foram na manutenção dos trens e do sistema mas, posteriormente, passou a operar locomotivas. Mesmo já tendo passado para o quadro do Metrô, ele fez viagens, cedido para a RFFSA, conduzindo as composições para destinos como Ribeirão, Arcoverde e até Salgueiro. “A gente transportava muito açúcar, álcool, pegando carga das usinas e levando para o cais dos portos. Tinha muito milho, de Belo Jardim. Gesso que pegávamos em Salgueiro. Quando a gente chegava nessas cidades era uma festa. Ninguém imaginaria que iria acabar”, recorda o maquinista. Já nos anos 1990, ele lembra de chegar a transportar até 22 vagões em uma única viagem, até a cidade

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Grupo Heineken anuncia investimento de R$ 1,2 bilhão em Pernambuco

Grupo Heineken fará um investimento de R$ 1,2 bilhão em Pernambuco para triplicar produção de cervejas. O empreendimento vai gerar mil empregos. O anúncio foi formalizado em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, com a presença da governadora Raquel Lyra. A previsão é que as obras terminem até 2024. A ampliação da produção das marcas de cerveja puro malte Amstel, Devassa e Tiger impulsionará o portfólio da companhia. A unidade de Igarassu, em Pernambuco, adotará uma operação 100% com energias renováveis, incluindo caldeiras de biomassa que reaproveitam efluentes tratados para alimentar o sistema energético. Durante o período de obras, o Grupo Heineken criará 700 empregos, e depois da conclusão, mais de mil colaboradores serão empregados diretamente. Esse investimento fortalece o polo de bebidas em Pernambuco, que é composto por 12 unidades de produção de cervejas e chopes, gerando um total de 2.400 empregos diretos. “O Estado celebra o anúncio desse investimento bilionário do Grupo Heineken com a certeza de que a companhia não só ampliará suas atividades em Pernambuco, como também irá melhorar a eficiência da utilização dos recursos naturais. É uma expansão que vai trabalhar a geração de oportunidade conectada ao desenvolvimento sustentável, com a redução de emissão de carbono, reutilização da água e diminuição do consumo de energia”, afirmou no evento de anúncio a governadora Raquel Lyra. A nova unidade se comprometeu a antecipar a redução da sua meta de consumo de água com o novo investimento. (Foto: Janaína Pepeu/Secom)

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Bruno Schwambach

“A McKinsey não disse que era para levar a Transnordestina para o Ceará”

Bruno Schwambach, Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado teve acesso a trechos do estudo sobre a ferrovia. Ele defende a manutenção dos ramais dos portos pernambucano e do Ceará, mesmo sem viabilidade econômica, porque o projeto é uma política pública de desenvolvimento. Durante o período em que o empresário Bruno Schwambach foi secretário de Desenvolvimento Econômico, no Governo Paulo Câmara, uma de suas maiores batalhas foi resolver os entraves para a conclusão do trajeto da Transnordestina até o Porto de Suape. Embora não tenha resolvido a contenda, ele contribuiu muito para encontrar uma alternativa. Ciente de que a TLSA não mostrava interesse pelo porto pernambucano, Schwambach esteve à frente das articulações para a entrada de outra empresa privada para concluir a obra, no caso a mineradora Bemisa. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o ex-secretário conta como se deu esse processo e esclarece algumas questões. Assegura, por exemplo, que o estudo da McKinsey de viabilidade econômica do projeto, solicitado pelo Governo Federal, não orientou a construção apenas do ramal para o porto de Pecém (CE) em detrimento de Suape. A decisão, na verdade, foi tomada pela própria TLSA e aceita pelo governo. “Não pode a concessionária, que é um ente privado, decidir para onde ela quer levar o projeto. Se é uma política pública de integração e desenvolvimento regional, quem tem que fazer essa análise é o Ministério dos Transportes, é a ANTT, é o Tribunal de Contas”, indigna-se Schwambach. Ele salienta também que a construção dos dois ramais nunca se mostrou lucrativa. Mas adverte que, desde a sua concepção, a ferrovia não tinha como objetivo a viabilidade econômica, mas sim uma política pública de desenvolvimento regional. “O que entendo como absurdo é a análise da consultoria ter como objetivo encontrar a melhor viabilidade econômico-financeira para segurar o contrato de concessão que a TLSA tinha. Mas isso não é a premissa inicial do contrato, que nunca foi a viabilidade econômica”. Confira a seguir a entrevista. Quando o senhor assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, como estava a situação do ramal de Suape da Transnordestina? Fui convidado para fazer parte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico que tem atribuições específicas, e muitos dos projetos que geram emprego, renda e desenvolvimento, terminam sendo um pouco da atribuição da Sdec. Criamos um comitê com as demais secretarias dos projetos estratégicos para Pernambuco, para juntar as informações, montar um planejamento, identificar as necessidades e o que tínhamos que perseguir como meta e objetivo para podermos, dentro do período que estivermos trabalhando, entregar os projetos e também para dar continuidade a eles. Isso porque projetos desse porte, normalmente, não são concluídos em quatro anos, mas perpassam alguns governos. Levantamos os projetos importantes de infraestrutura, de desenvolvimento econômico, e a vocação e os potenciais de cada região que precisavam ser articulados para acontecerem, seja por meio de investimento público, privado ou PPP (parceria público privada). Elencamos vários desses projetos, entre eles o Arco Metropolitano, a Transnordestina, os estaleiros de Suape, a refinaria, a transposição do Rio São Francisco, a questão das adutoras e do território irrigado do Sertão. Começamos a trabalhar para entender como estava a situação de cada um deles e como poderíamos viabilizá-los. Na questão da Transnordestina, primeiro fomos conversar com a concessionária, a TLSA. Desde o começo percebemos uma negatividade deles em relação à implantação dos trechos faltantes em Pernambuco. O que aconteceu é que houve o pedido de caducidade da concessão da Transnordestina pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) para o Governo Federal e o Tribunal de Contas. Com isso, ficou proibido colocar recursos públicos no projeto porque a empresa descumpriu todos os prazos estipulados e ela praticamente parou as obras aqui. Pretendíamos nos colocar à disposição deles e fazer toda a nossa parte (desapropriações, licenças etc), deixar tudo preparado para viabilizar o projeto, independentemente do cenário que acontecesse, que poderia ser a caducidade da concessão, poderia ser de cisão ou de continuidade. Mas, desde o começo, sentimos muita má vontade por parte da TLSA. Nós nos perguntávamos por que eles escolheram Pecém se o nosso trecho era menor? Na verdade, porque eles fizeram uma escolha, há muito tempo, por Pecém, ao montar a sede da empresa no Ceará, ao comprar áreas no entorno de onde chegará a ferrovia, por terem conseguido um terminal portuário lá e querem que toda carga seja direcionada para o Ceará. Inclusive em 2015, um dos presidentes da TLSA foi Ciro Gomes. O que a gente considera é que eles fizeram uma escolha no passado – e aí não sei avaliar o porquê – de que eles iriam viabilizar o máximo possível esse projeto para o Ceará em detrimento do ramal daqui. Ao estudarmos a Transnordestina, identificamos que ela não é um projeto de viabilidade econômico-financeira sustentável para os dois ramais. É um projeto de desenvolvimento econômico para uma região que necessita de infraestrutura, então é um projeto de desenvolvimento regional. Qual é a carga que dá sustentabilidade e viabilidade econômica para operar nessas duas frentes? Não existe viabilidade econômica de mercadorias no setor privado que justifique ele fazer, manter e pagar essa conta toda. Ou seja: é uma política pública de desenvolvimento? Sim. Desde o início da concessão da Transnordestina pelo Governo Federal, o objetivo era desenvolver uma ferrovia ligada ao porto de Suape e a Pecém, porque era preciso levar infraestrutura para essa região carente de recursos naturais, porém, muito populosa. Do mesmo jeito que é a transposição do Rio São Francisco: um projeto que não tem viabilidade econômica, é um projeto de infraestrutura, de desenvolvimento do governo que ele vai entrar com o dinheiro para fazer. Se existe água e ferrovia numa região que já tem uma população que reside nela é ótimo, inclusive para manter esse pessoal fora das grandes cidades. Do ponto de vista de política pública é excelente! Como você analisa essa opção de manter uma empresa para executar esse projeto que não cumpriu os prazos do contrato? Houve uma opção, no início do contrato, de que ia ser

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Pesquisa aponta queda na confiança dos empresários do varejo em Pernambuco

A confiança dos empresários pernambucanos do varejo alcançou seu patamar mais baixo desde maio do ano passado, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, elaborado pela CNC e pela Fecomércio-PE. O índice 100 divide a satisfação e insatisfação, sendo abaixo de 100 pontos indicativo de pessimismo e acima de 100 pontos indicativo de otimismo. Em abril de 2023, o índice alcançou 113,3 pontos. A queda na confiança do empresariado pernambucano vem ocorrendo desde novembro de 2022. A queda no otimismo está relacionadoa às expectativas na economia, que está apresentando alto endividamento e a inadimplência das famílias, fatores que tem impactado o fluxo de caixa das empresas e aumentado o risco de crédito para os credores. Startup pernambucana ioTree é selecionada para um dos maiores eventos de inovação do mundo A startup ioTree, com sede no Porto Digital do Recife-PE, foi selecionada para participar do programa de startups ALPHA do Web Summit Rio, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo. O evento, que ocorre pela primeira vez no Brasil, reunirá os principais profissionais e empresas do setor nos dias 1º e 4 de maio no Rio de Janeiro-RJ. A ioTree, fundada em 2019, oferece uma plataforma de serviços para smart cities, que funciona totalmente com energia solar e contribui para atingir cinco Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU por meio de recursos sustentáveis e funções de impacto social. Com investimento de R$ 5 milhões, KarneKeijo lança plataforma de vendas online especializada em foodservice Na foto, Inácio Miranda, presidente da KarneKeijo. A empresa KarneKeijo e outros grandes atacadistas distribuidores do Brasil acabam de lançar a Onfood, uma plataforma digital especializada em food service que oferece entrega ágil em até 4 horas após a compra para itens de até 40 kg. A plataforma, fruto do investimento de R$ 5 milhões, é focada em atender empresas do setor alimentício, como restaurantes, padarias, mercadinhos, bares e lanchonetes, seguindo o modelo B2B. O site da plataforma é onfood.com.br.

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Ypê inaugura fábrica em Itapissuma, com investimento de R$ 420 milhões

Os canaviais de Itapissuma abriram espaço para o nascimento de uma nova indústria no município. Construída em plena pandemia, a nova fábrica da Ypê foi inaugurada na cidade, fruto de um investimento de R$ 420 milhões. Inicialmente já estão trabalhando 250 profissionais na empresa. Até o final do ano o quadro será de 350 pessoas. A depender da demanda da região, a unidade pode empregar até 800 trabalhadores. A nova fábrica da Ypê produzirá lava-louças, amaciantes, lava-roupas, água sanitária e a esponja de aço Assolan. A unidade, a segunda do grupo no Nordeste, atenderá os mercados de Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Com a consolidação do negócio podem surgir novas linhas de produção. “Essa inauguração faz parte da nossa estratégia de crescimento e é um importante marco na história da companhia, que neste ano completa 73 anos, repleta de conquistas, de muitas responsabilidades e desafios”, conta Waldir Beira Junior, presidente executivo da Ypê. Ele destacou que a escolha por Pernambuco acontece pelo fato do Nordeste é a região com maior potencial de crescimento de consumo no setor e também pela capacidade de distribuição logística a partir do Estado. “O mercado do Nordeste é aquele que apresenta maior potencial de crescimento em relação às demais regiões do Brasil. Hoje, a participação dessa região para nós é por volta de 25% a 30% do mercado de limpeza” Além de vários integrantes da família que dirige a Ypê, o evento contou com a presença de autoridades pernambucanas, como a governadora Raquel Lyra, o prefeito de Itapissuma, Zé de Irmã Teca, além de secretários estaduais e municipais, deputados e vereadores. “O Nordeste brasileiro é sempre visto como um problema para o País, mas na realidade somos parte da solução. Temos vocação logística, gente trabalhadora, capacidade empreendedora e, além disso, um grande mercado consumidor em que as indústrias querem se instalar. O que podemos fazer é transformar o ambiente de negócios mais favorável”.

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Após três anos, confiança do empresário industrial de Pernambuco despenca no mês de abril 

(Da Fiepe) As condições atuais e as expectativas com relação ao futuro puxaram o índice para baixo A confiança dos empresários pernambucanos do setor industrial não está nada boa. É o que indica o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) feito neste mês de abril. Conforme os dados, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) apresentou queda, recuando 6,9 pontos percentuais e atingindo 49,1 pontos.   Com isso, ele volta ao cenário de desconfiança após quase três anos. A última vez em que o índice ficou abaixo dos 50 pontos foi em junho de 2020, no auge da pandemia e quando o ICEI apontava 42,5 pontos. “O nosso setor está em compasso de espera, aguardando que a economia reaja, a partir do aumento da demanda, da queda dos juros e que a inadimplência das famílias melhore, para que elas possam aquecer o consumo”, explicou o economista da FIEPE, Cézar Andrade.   Analisando os números, observa-se que o Índice de Condições Atuais, que capta a avaliação dos empresários da indústria sobre a situação corrente dos negócios, apresentou queda 2,8 pontos na passagem mensal, atingindo 42,8 pontos. Ou seja, a confiança do empresário industrial está ainda mais abalada em relação às condições atuais da economia.   Em comparação com o mesmo período do ano passado, o índice recuou 8,2 pontos. Naquela época, o índice era de 51 pontos. Com isso, a confiança em relação às condições atuais da economia fica abaixo da média histórica que é de 48,57 pontos.  Já o Índice de Expectativas dos empresários, que, normalmente, é o que eleva a confiança do empresário industrial de Pernambuco, foi a grande surpresa. No mês em questão, despencou 6,5 pontos, passando de 58,8 para 52,3 pontos, ficando ainda mais próximo da linha divisória dos 50 pontos, revelando que o otimismo dos empresários pernambucanos para os próximos seis meses está menos intenso.  CONJUNTURA –Mesmo com a queda no cenário local, o indicador encontra-se acima do resultado nacional, que apresentou queda de 1,1 ponto percentual no mês em questão e atingiu 48,8 pontos, permanecendo no cenário de desconfiança. Porém, em relação ao sentimento das indústrias nordestinas, de modo geral, a confiança anda mais abalada. Para elas, a confiança está um pouco melhor, com um índice de 51 pontos.   Sistema FIEPE – Mantido pelo setor industrial, atua no desenvolvimento de soluções para trazer ainda mais competitividade ao segmento. Além da FIEPE – que realiza a defesa de interesse do setor produtivo – conta ainda com o SESI, o SENAI e o IEL. Pelo SESI-PE, são oferecidos serviços de saúde e educação básica para os industriários, familiares e comunidade geral. O SENAI-PE, além de formação profissional, atua em metrologia e ensaios, consultorias e inovação. O IEL-PE foca na carreira profissional dos trabalhadores, desde a seleção de estagiários e profissionais, até a capacitação deles realizada pela sua Escola de Negócios. 

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Inteligência Artificial: vantagem ou perigo?

*Por Rafael Dantas A inteligência artificial (IA) parecia um assunto para um futuro muito distante. Tema de filmes ou no máximo do interesse de um segmento muito restrito de profissionais de tecnologia. No entanto, em poucos meses, especialmente após o surgimento do ChatGPT, o mundo entrou em polvorosa com seus potenciais avanços e ameaças. A suspensão do desenvolvimento e a regulação da sua aplicação entraram na pauta política e empresarial. Mas, afinal, quais as promessas da IA para a humanidade e até que ponto devemos nos preocupar com ela? As experiências e aplicações da IA não são uma novidade. Mas a aceleração do desenvolvimento dessas tecnologias e os seus efeitos na sociedade é que estão fascinando e assustando a sociedade e o mercado. Só na versão atual do ChatGPT já surgiram discussões sobre a escrita de artigos científicos pela máquina ou mesmo a polêmica aprovação de provas do robô no Exame de Licenciamento Médico dos Estados Unidos. O uso de IA pela Midjourney para criar uma imagem do Papa Francisco com um casaco fashion criou um alerta também para o impacto dessa tecnologia na criação de fake news, muito mais difíceis de serem verificadas. A grande questão dessas experiências é que estamos observando apenas os primeiros passos de uma aplicação mais popular da IA com o domínio da linguagem, a exemplo do que foram os primeiros computadores pessoais ou as versões iniciais do celular. O grau de transformação que elas podem provocar em um mundo que nem é sólido, nem líquido, mas “multiexplosivo” de tensões econômicas e políticas ainda é imprevisível. *Leia a reportagem completa na edição 213 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Ministério da Integração transfere R$ 50 milhões para obras da Adutora do Agreste

(Do Governo de Pernambuco | Foto: Aluísio Moreira/Compesa.) Já estão na conta do Estado R$ 50 milhões transferidos no último dia 6 de abril pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para a aceleração das obras da primeira etapa da Adutora do Agreste, que beneficiarão 23 municípios do interior de Pernambuco. Os recursos, obtidos após agendas da governadora Raquel Lyra em Brasília nesse primeiro trimestre de governo, possibilitarão retomar o ritmo da obra, que tem conclusão prevista para 2025, quando todas as adutoras estarão implantadas e a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Agreste concluída, viabilizando o transporte de um volume de 2 m³ de água por segundo. O valor repassado neste mês pelo governo federal é maior que a soma de todos os recursos disponibilizados em 2021 e 2022 juntos (R$ 40,83 milhões) e apontam para a capacidade de diálogo da nova gestão junto aos demais entes federativos. De acordo com a governadora Raquel Lyra,  o montante depositado garantirá a aceleração das obras ainda no primeiro semestre, mas a busca de mais recursos continuará no foco. “A gente sabe a importância que uma obra como a Adutora do Agreste tem para melhorar o acesso à água no interior e essa é uma meta prioritária do nosso governo. Estamos determinados a concluir a primeira etapa da Adutora e esse recurso que destravamos em Brasília já é uma amostra de muito trabalho e diálogo que vão se transformar em melhoria de vida para a nossa população”, explicou.  Do valor inicialmente conveniado com o governo federal, restam ser repassados ao Estado de Pernambuco cerca de R$ 35 milhões, mas com a atualização monetária dos valores do projeto, ainda de 2011, estima-se que a primeira etapa demandará mais R$ 400 milhões. A execução física da obra alcançou 78%, já tendo sido implantados 696 dos 787 km previstos de tubulações. Atualmente, a principal obra em execução é a Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB), localizada em Arcoverde. Para o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, os recursos repassados representam um novo momento de pactuação entre os governos federal e estadual. “Nessa semana estamos comemorando a chegada dos primeiros valores destinados à conclusão das obras da Adutora do Agreste no atual governo. Temos a oportunidade e compromisso do governo federal de que não faltarão recursos para concluir a obra no espaço de tempo mínimo possível”, destacou. O novo repasse de recursos federais está permitindo à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), executora da obra, a retomada do planejamento de novas ações, que envolve a abertura de novas licitações para a construção da Estação de Tratamento de Água e o complemento dos trechos da Adutora entre Caruaru e Gravatá; Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe; Belo Jardim e São Bento do Una e Belo Jardim e Brejo da Madre de Deus. Com estas ações, existe a previsão de reforço no abastecimento da cidade de Caruaru até o início de 2024.

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Transnordestina e Suape: uma ligação essencial

*Por Mauricio Oliveira de Andrade A Ferrovia Transnordestina concebida para ligar Eliseu Martins, no serrado piauiense, aos portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco, inicia em 2006 e se arrasta há 17 anos com obras atrasadas, sobrepreços e muitas controvérsias, culminadas com o aditivo assinado pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) com a TLSA (Transnordestina S.A.) no final de 2022, excluindo a meta de construir o ramal até Suape. Essa decisão dita técnica, embora contestada por muitos técnicos pela maior distância de Salgueiro a Pecém, baseou-se em relatório de consultoria contratada pela VALEC, que apesar da óbvia necessidade de ampla divulgação, permanece em sigilo. Consultas a publicações na imprensa do Ceará na época da decisão destacam como razões a liberação pelo Governo do Estado para a União de todas as terras desapropriadas, o licenciamento ambiental e o projeto executivo de todo o traçado da ferrovia totalmente solucionado, não havendo qualquer óbice para uma rápida execução das obras. Mesmo que essas razões tenham peso na decisão, uma ferrovia representa uma infraestrutura com vida útil e utilização no longo prazo que naturalmente requer decisões que considerem os benefícios e os custos de investimento e de operação e não apenas o tempo de construção. Em megaprojetos como a Transnordestina, além da complexidade da gestão por múltiplos agentes políticos e privados com interesses às vezes conflitantes ou concorrentes, há uma tendência à subestimação dos custos e dos prazos devidos a planejamentos não realistas, em que riscos econômicos e de engenharia são subavaliados e desprezados. A transparência do planejamento que envolve conhecimentos interdisciplinares é essencial para evitar esses problemas. Além disso, a vigilância política dos governantes locais dos passos do projeto deve ser extremamente atenta para evitar manobras que busquem soluções aparentemente mais rápidas, mas que não atingem as metas do projeto em termos de redução de custos de transportes e de propiciar o desenvolvimento regional integrado. A Transnordestina, como originalmente concebida, baseava-se no conceito de corredor econômico com metas de acelerar o desenvolvimento regional com redução de desigualdades pelo aumento da eficiência das cadeias de produção industrial, mineral e agrícola, decorrentes de melhores e mais econômicas condições de transporte para conectar oferta e demanda. Assim a integridade do projeto da Transnordestina com o corte do ramal de Suape atinge fortemente a economia pernambucana e nordestina ao alijar o principal complexo industrial-portuário do Nordeste em movimentação de granéis líquidos, de cabotagem e de contêineres de se beneficiar da integração logística por meio ferroviário. Não se concebe um Hub-Port desconectado de uma rede ferroviária de alcance nacional e regional e de um terminal multimodal de cargas. Condições adequadas de acessos rodoviários e ferroviários são essenciais para o desenvolvimento do Porto de Suape, que ainda tem muita capacidade de expansão revelada pelos diversos investimentos em projetos âncora em andamento. Sem esses acessos, ficará estrangulado e muito aquém do seu potencial. Apesar de todos esses problemas surgiu em 2022, a opção do Ramal de Suape vir a ser construído pela mineradora Bemisa, que detém direitos de exploração de minério de ferro no Piauí, com aporte privado da ordem de R$ 10 bilhões para a ferrovia e o terminal de granéis sólidos. Essa iniciativa, oportunizada por mudanças na legislação que permitem autorizações de ramais ferroviários, demonstra a atratividade e a viabilidade econômica de um ramal para Suape. No entanto, esse projeto ainda encontra muitas barreiras a superar, tanto de engenharia, pois ainda não dispõe de um projeto executivo, como de regulação econômica, pois há problemas a resolver de direito de passagem no trecho da concessão (TLSA), além da liberação dos trechos com execução parcial a leste de Salgueiro pela concessionária anterior. Desse contexto, fica a seguinte indagação: qual deve ser a estratégia de Pernambuco para superar esses obstáculos econômicos, políticos e legais para realizar conexão Salgueiro-Suape? Acho que a resposta deve ser, em primeiro lugar, tentar politicamente fazer o Governo Federal mudar a decisão anterior. Esse é um trabalho das representações políticas do executivo e legislativo, das entidades empresariais e profissionais, das universidades e das organizações sociais. No entanto, não basta fazer dessa reivindicação, apenas um discurso político, mas de convencimento das vantagens econômicas do ramal, com dados e estimativas de demanda de carga por setores econômicos e o potencial de geração de crescimento econômico e de sustentabilidade fiscal dos investimentos públicos. Decisões politicas precisam ser embasadas em razões técnicas e econômicas. No entanto, a manifestação de interesse da Bemisa deve ser também objeto de ações de superação de dificuldades técnicas e regulatórias. Nas duas situações, é fundamental o envolvimento do Governo de Pernambuco para agilizar as definições de traçado e as desapropriações que são indispensáveis para qualquer uma das soluções. O que fundamentalmente não se deve aceitar é a perda da oportunidade de inserir Pernambuco nas rotas logísticas principais do Brasil. *Por Mauricio Oliveira de Andrade, Professor Associado da UFPE e membro do CTP (Comitê Permanente) do Crea-PE

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Ministério fará novos estudos para ferrovia em Pernambuco

Os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão e o deputado federal Carlos Veras saíram ontem (11) de uma reunião com o Ministro dos Transportes, Renan Filho, com a garantia de que serão realizados novos estudos para assegurar a construção do trecho Salgueiro Suape da ferrovia em Pernambuco. O senador Humberto Costa saiu otimista com o encontro, com a expectativa de destravar o investimento na ferrovia em Pernambuco. “Foi uma visita muito importante. É fundamental esse compromisso do ministério e do presidente Lula em garantir a Transnordestina no seu eixo até Suape. Estudos estão sendo feitos para assegurar a viabilidade da obra”. O parlamentar destacou ainda que outras obras de infraestrutura devem ganhar atenção do Governo Federal no Estado. “Além disso, o governo Lula está trabalhando para realizar uma série de ações para garantir a melhoria das estradas em Pernambuco. Nós, da bancada federal do PT de Pernambuco, saímos extremamente animados. Ele, mais uma vez, vai dar a prioridade que o Nordeste e Pernambuco precisam e vai recolocar o nosso estado na rota do crescimento econômico”. Na reportagem Cresce mobilização política por ramal da Transnordestina até Suape, o senador já havia destacado que havia uma decisão do Governo Federal em garantir o ramal para o Estado. No entanto, os estudos técnicos, financiados pela Infra SA, que balizaram a decisão de remover Pernambuco da Transnordestina permanecem em sigilo, conforme nota do próprio Ministério dos Transportes enviada à Algomais. “Mesmo que a contratante seja uma empresa pública – a antiga Valec; atual Infra S.A., após incorporação da EPL –, os referidos estudos contêm informações consideradas estratégicas e comerciais do empreendimento e negócio Transnordestina Logística S.A., da Infra S.A. e demais acionistas/partes interessadas. Desta forma, eles têm caráter sigiloso e não estão disponíveis ao público. Cabe ao Estado respeitar e preservar as informações, dada a sua relevância econômica e devido à natural disputa entre empresas concorrentes que atuam no mercado. Tal medida se baseia no Decreto n° 7.724/12 e nas leis n° 13.303/2016 e n° 6.404/76”, informou o Ministério dos Transportes no final de março. Com o anúncio do senador, Pernambuco tem agora a expectativa de visualizar um novo estudo técnico com informações da viabilidade do ramal ferroviário para o Estado, que é considerado pelos especialistas do setor como o mais competitivo no Nordeste. OUTRAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA Em conversa com os parlamentares pernambucanos, o ministro garantiu recursos para as obras de duplicação de rodovias, como as BRs 104 e a 423, que liga Sâo Caetano a Garanhuns e cujos trabalhos devem começar até o fim deste ano. Acerca da BR-232, Renan Filho afirmou que o ministério estuda expressivas e significativas propostas, mas não adiantou eventuais definições. “Depois de quatro anos de paralisia, o governo Lula volta a apostar no país, no seu desenvolvimento. O presidente está trabalhando para garantir obras, emprego e a melhoria da qualidade de vida da população. Somente em infraestrutura, o governo Lula está investindo R$ 21 bilhões, mais do que tudo o que foi gasto nos quatro anos do governo do genocida. Deste montante, R$ 3,3 bilhões vão para as rodovia”, afirmou.

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