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Francisco Cunha Simone

"Sem a Transnordestina a perda será tão grande quanto foi ficar sem Alagoas e a Comarca do São Francisco"

Em recente audiência com a governadora Raquel Lyra, acompanhando como consultor os presidentes da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Pernambuco, Eduardo Catão, e do CDL Recife, Frederico Leal, tive a oportunidade de dizer, baseado na experiência de mais de 40 anos de estudos sobre a realidade estadual, que a perda do ramal pernambucano da Transnordestina representa para Pernambuco uma mutilação da mesma natureza das perdas do território das Alagoas e da Comarca do São Francisco (até a nascente em Minas Gerais) como represália da monarquia pela Revolução de 1817 e pela Confederação do Equador em 1824. Sem a Transnordestina em Pernambuco, conforme explicitado à exaustão nas completas reportagens da Algomais, perdemos um equipamento logístico essencial para a integração econômica e espacial do extenso território pernambucano e, sobretudo, condenamos a maravilha logística que é o Porto de Suape a ser um porto local que não realiza seu grande potencial nacional e internacional. Afinal de contas, não existe, em nenhum lugar do mundo, porto competitivo sem ferrovia. Daí, a importantíssima iniciativa das entidades empresariais pernambucanas de entregarem à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante o lançamento do PPA Participativo, na sexta-feira 12.05, no Centro de Convenções, um documento intitulado Transnordestina Já! que merece muito a leitura atenta por todos os pernambucano (ver cópia nas páginas seguintes). Os “portadores" do documento fomos Adriano Lucena, presidente do Crea-PE, e eu. Vamos ler e reler a carta, ampliar a mobilização e continuar fazendo o que estiver ao nosso alcance para que Pernambuco não sofra mais esta irremediável mutilação. Vamos lá, sem descanso! TRANSNORDESTINA JÁ! O Nordeste – pobre, extenso e populoso – precisa de investimentos que integrem uma estratégia de desenvolvimento regional. Ao assumir seu primeiro mandato, o presidente Lula tomou conhecimento de que, em matéria de infraestrutura, os dois maiores projetos concebidos para a região eram a Transposição do São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. Depois de certificar-se da importância dos projetos, deu início à construção dos dois. A Transposição ainda carece de obras complementares, mas aos poucos vai afastando o risco de colapso hídrico em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Infelizmente, a construção da Transnordestina se arrasta até hoje. Essa obra será capaz de aumentar a competitividade de uma das mais novas e promissoras atividades econômicas do Nordeste, a produção de grãos do sul do Piauí e do Maranhão, e, almeja-se, viabilizará a exploração de minério de ferro no Piauí, representando um dos maiores empreendimentos econômicos já implantados naquele Estado. Ao apagar das luzes do Governo Bolsonaro, porém, tomou-se conhecimento de que o projeto da Transnordestina estava sendo descaracterizado, cancelando-se a conexão da ferrovia com o Porto de Suape, um dos mais importantes da região e do País. Desta forma, o litoral de Pernambuco, onde se concentra o seu parque industrial e de logística, um dos mais importantes do Nordeste, ficará privado de conexão ferroviária, não somente com os outros estados da região, mas com todo o País, ao ser inviabilizada sua ligação com a Ferrovia Norte-Sul. Desde a sua concepção, o projeto da Ferrovia Transnordestina previa uma bifurcação, a partir de Salgueiro, em dois ramais, um para o porto de Pecém, no Ceará, e outro para Suape. É preciso resgatar essa concepção original, pois ela é essencial para o desenvolvimento integrado da logística nordestina. Enfatizemos que a Transnordestina, juntamente com a Transposição do Rio São Francisco são os dois mais importantes projetos estruturadores para o desenvolvimento do Nordeste. E mais importante, ambos iniciados no primeiro governo do Presidente Lula. A Transnordestina, como originalmente concebida, representa um projeto estratégico que visa acelerar o desenvolvimento regional com redução de desigualdades, ao oferecer às cadeias produtivas regionais um moderno e econômico sistema logístico. Por isso, o corte do ramal de Suape atinge fortemente a economia pernambucana e nordestina ao alijar um dos principais complexos industriais-portuários do Nordeste de se beneficiar da integração logística por meio ferroviário. Não se concebe um hub-port desconectado de uma rede ferroviária de alcance regional e nacional. Sem o acesso à ferrovia, o desenvolvimento do Porto de Suape ficará muito aquém do seu potencial, o que prejudicaria também outros estados nordestinos pela complementaridade funcional entre seus portos. Diante de tamanha relevância da Transnordestina para o Nordeste, não é concebível aceitar o argumento do governo anterior de que não há viabilidade econômica para a construção dos dois ramais. É preciso insistir que a Transnordestina completa não pode ser vista apenas como um projeto que visa ao retorno financeiro de curto prazo. Mas, sim, como instrumento de política de desenvolvimento para uma região que necessita de infraestrutura e, por isso, demanda investimento de recursos federais. Com a Transnordestina, viabilizam-se as condições para que novas cadeias produtivas que demandam transporte ferroviário se instalem e se desenvolvam no Nordeste, acelerando o desenvolvimento econômico, com a geração de emprego e renda, para que nossa população prospere, reduzindo a histórica desigualdade regional no Brasil. Destaque-se que a concessionária da Transnordestina tem apresentado um histórico de descumprimento de prazos e, mais grave, o quase completo abandono da rede previamente existente. A nova ferrovia deveria estar pronta desde 2010! Cabe ao Governo Federal restabelecer as condições para que esse importante projeto de infraestrutura aconteça, acionando a empresa estatal Infra S.A., controladora de aproximadamente 40% da Transnordestina, a liderar a retomada do projeto completo da ferrovia. O Nordeste não pode ser penalizado com o desvirtuamento da concepção da Transnordestina, projeto tão importante para o desenvolvimento da região. As organizações signatárias deste memorial acreditam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comprometido com o desenvolvimento de sua região natal, retomará o projeto a que deu início em seu primeiro mandato. Recife, 12 de maio de 2023 Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE)Federação das CDLs de Pernambuco (FCDL)Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Recife)Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE)Sindicato da Indústria da Construção Civíl no Estado de Pernambuco(Sinduscon/PE)Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe)Sindicato dos Lojistas do Comercio de Bens e Serviços do Recife (SindlojasRecife)Instituto Engenheiro Joaquim Correia (IEJC)Federação do

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Foz Inovação completa um ano impulsionando startups de saúde e de educação

A FOZ - Centro de Inovação comemorou um ano de operações. Dedicado ao desenvolvimento de startups que oferecem soluções inovadoras nas áreas de saúde e educação, o centro já atingiu a marca de 70 negócios nesse curto ciclo de vida. Criado pela Faculdade Pernambucana de Saúde e pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), o foco da unidade é promover o avanço tecnológico e encaminhar ideias que têm potencial para impactar o mercado. "Como conquista desse primeiro ano podemos celebrar a estruturação de uma jornada de desenvolvimento de negócios. Isso nos permitiu atingir a marca de 70 negócios que já passaram pela Foz. Foi um ano também de firmar parcerias estratégicas e institucionais com o Sebrae, por exemplo. Tivemos a institucionalização da parceria com o Imip, ao criar uma agenda de trabalho e formalizar um modelo de validação das startups através de pesquisa científica dentro do instituto", afirma o diretor da Foz, Philippe Magno. Os 70 negócios que passaram pela FOZ estão divididos em três principais produtos: a) Startup Way, maratona de negócios de uma semana, gerando soluções para problemas levantados pelo Imip; b) Early Stage, uma pré-incubação de 7 semanas para as startups que passaram pela maratona, com meta de amadurecimento da solução; c) Incubação, que duração de 12 a 24 meses para ajudar a transformar o projeto em um negócio, contribuir para o crescimento e, por fim, a validar da solução. "A nossa ideia agora é terminar 2023 com pelo menos 100 negócios", projetou Philippe Magno. O programa de incubação auxilia no desenvolvimento e validação das soluções, sendo pré-requisito possuir produtos e serviços inovadores, com alto valor agregado e potencial tecnológico. Entre as estrelas que já passaram pelo centro de inovação estão as startups Salvus, Tascon (que já conta com mais de 80 colaboradores na equipe), Neurobots (que vive uma experiência de internacionalização do negócio, que já possui 80 clientes no Brasil) e a ProlEduca (que já beneficiou mais de 11 mil famílias no Brasil). Uma das novidades é o Clube de Compra, uma plataforma hoje para mercado club service. Eles entraram no centro pois querem entrar no mercado de saúde, focado em compras não licitadas por hospitais e clínicas, com a proposta de economizar tempo e dinheiro dos compradores. "São cases que temos dentro de casa", celebra Philippe. Além do trabalho de preparação das startups, a FOZ também disponibiliza um Coworking dentro do Centro de Inovação, com um espaço de mais de 800m².

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A ferrovia esquecida: Os desafios e memórias de um passado abandonado em Pernambuco

*Por Rafael Dantas Pedaços da antiga via férrea expostos pelo chão do Sertão, Agreste e Zona da Mata parecem, hoje, os fósseis de um passado longínquo de Pernambuco. Algumas das antigas estações viraram museus, prédios públicos, moradia ou mesmo foram destruídas pelo tempo. Quem viaja para o interior do Estado, mesmo na Região Metropolitana do Recife, consegue testemunhar os vestígios desse modal de transporte, que enfrenta grandes dificuldades para ser ressuscitado. O desgaste e as crises do sistema ferroviário em Pernambuco são antigas, mas o abandono total mais recente tem algumas datas a serem lembradas. Em 1998, todo o sistema que estava sob a gestão da RFFSA (Rede Ferroviária Federal) foi concedido para a iniciativa privada, durante o Governo Fernando Henrique Cardoso. Entre as cláusulas do contrato, assinado um ano antes, estava a de “manter a continuidade do serviço concedido”. A malha assumida naquele ano cobria sete estados do Nordeste (Alagoas, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte). Só em Pernambuco, operavam ainda três linhas no final dos anos 90. A linha centro do Recife até Salgueiro, a linha sul, que seguia até a Zona da Mata Sul pernambucana, em Canhotinho (seguindo para Alagoas), e a linha norte, com destino a Zona da Mata Norte, em Timbaúba (seguindo para a Paraíba). Em aproximadamente dois anos, a linha mais extensa, para o Sertão, foi interrompida. Em menos de 15 anos da concessão, todos os três trechos já não tinham mais operações. O historiador e pesquisador do Patrimônio Ferroviário de Pernambuco, André Cardoso, lembra que o sistema transportava itens como açúcar, grãos, combustíveis e gipsita, da região do Araripe, que chegava por via rodoviária até Salgueiro. A mais antiga das linhas em operação em Pernambuco era a sul, que foi a segunda a ser inaugurada no País, ainda no Século 19. “A ferrovia sempre foi fundamental para o desenvolvimento da região, impactou muito a transformação de espaços urbanos e rurais. Ainda nos anos 1990, a ferrovia foi usada para amenizar os problemas decorrentes das secas no interior, com uso de vagões tanque que levavam água para o Agreste. Havia muitas cargas ainda sendo transportadas na época da Rede Ferroviária, mas, após a concessão, não houve uma continuidade desses serviços”, lamenta o historiador. O engenheiro e professor aposentado da UFPE, Maurício Pina, lembra que com o desuso da via, o sistema foi atacado pelo processo de urbanização desenfreada em vários trechos. “A concessão destruiu a malha ferroviária do Nordeste. Em Pernambuco há anos não circula um trem sequer de carga. Por um tempo ainda havia o Trem do Forró, mas após um descarrilamento, nem isso mais. Casas e até praças foram construídas sobre a linha do trem, foram roubados quilômetros de trilhos”, destacou. O engenheiro Fernando Jordão, ex-presidente do Porto de Suape e ex-superintendente da RFFSA, ressalta que Suape chegou a ser conectado por essa antiga malha, o que dava para o porto uma condição relevante de integração regional. "Era servido por uma malha que articulava vários portos. Estava conectado com Salvador, Maceió, Recife, Cabedelo e Natal. Era um porto articulado com os demais da região. Isso dá uma condição que poucos portos tinham”. Com a interrupção do serviço, hoje todo o transporte que poderia ser feito por trilhos para as regiões produtoras do interior ou para os demais portos passou a ser rodoviário. Ele destaca que Suape foi concebido com uma visão de futuro aguçada, mesmo quando ainda não tinha o volume de movimentações atual. Fernando Jordão conta que, para se conectar à malha ferroviária da região, o porto precisava construir uma malha interna com capacidade de suportar 37 toneladas, que era o padrão. Mas vislumbrando o crescimento, optou por um trilho que suportava 45 toneladas. “Adotaram esse trilho com uma visão de futuro. O porto e a ferrovia, no passado, tinham uma sintonia perfeita.” Se aumentarmos a lupa para a região Nordeste, quase nada permanece em operação nesse sistema que tinha, entre seus atributos, o de conexão dos portos das capitais da região. Igualmente ao que acontece em Pernambuco, muitas das estações viraram museus ou ganharam outros usos, quando não foram demolidas. Ao olharmos os mapas da antiga malha ferroviária e da Transnordestina atual, é possível perceber que se houvesse a manutenção da operação dessas linhas antigas, restaria um trecho muito menor a ser construído. Para haver a integração da rota dos grãos da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e dos minérios aos portos, restaria a ser construído atualmente o trecho sertanejo que conectaria Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, no interior do Ceará, a Eliseu Martins, região do Piauí, que é o ponto inicial do projeto atual. A conexão entre essa história e o atual projeto da Transnordestina é que a empresa que assumiu a antiga malha ferroviária, a CFN, que hoje tem o nome de FTL (Ferrovia Transnordestina Logística), é controlada pela Companhia Siderúrgica Nacional. Esse é o mesmo grupo que lidera a TLSA (Transnordestina Logística SA), concessionária que assinou em dezembro um aditivo que retirou a linha Salgueiro-Suape da concessão. MEMÓRIAS DA FERROVIA Regivaldo Nascimento, 58 anos, é maquinista no Metrô do Recife e é conhecido na via pelo apelido de Jacaré. No início dos anos 80, enquanto estudava na escola técnica, fez um estágio na Rede Ferroviária Federal e, anos depois, em 1987, passou para o quadro da empresa. Seus primeiros passos na ferrovia foram na manutenção dos trens e do sistema mas, posteriormente, passou a operar locomotivas. Mesmo já tendo passado para o quadro do Metrô, ele fez viagens, cedido para a RFFSA, conduzindo as composições para destinos como Ribeirão, Arcoverde e até Salgueiro. “A gente transportava muito açúcar, álcool, pegando carga das usinas e levando para o cais dos portos. Tinha muito milho, de Belo Jardim. Gesso que pegávamos em Salgueiro. Quando a gente chegava nessas cidades era uma festa. Ninguém imaginaria que iria acabar”, recorda o maquinista. Já nos anos 1990, ele lembra de chegar a transportar até 22 vagões em uma única viagem, até a cidade

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Grupo Heineken anuncia investimento de R$ 1,2 bilhão em Pernambuco

Grupo Heineken fará um investimento de R$ 1,2 bilhão em Pernambuco para triplicar produção de cervejas. O empreendimento vai gerar mil empregos. O anúncio foi formalizado em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, com a presença da governadora Raquel Lyra. A previsão é que as obras terminem até 2024. A ampliação da produção das marcas de cerveja puro malte Amstel, Devassa e Tiger impulsionará o portfólio da companhia. A unidade de Igarassu, em Pernambuco, adotará uma operação 100% com energias renováveis, incluindo caldeiras de biomassa que reaproveitam efluentes tratados para alimentar o sistema energético. Durante o período de obras, o Grupo Heineken criará 700 empregos, e depois da conclusão, mais de mil colaboradores serão empregados diretamente. Esse investimento fortalece o polo de bebidas em Pernambuco, que é composto por 12 unidades de produção de cervejas e chopes, gerando um total de 2.400 empregos diretos. “O Estado celebra o anúncio desse investimento bilionário do Grupo Heineken com a certeza de que a companhia não só ampliará suas atividades em Pernambuco, como também irá melhorar a eficiência da utilização dos recursos naturais. É uma expansão que vai trabalhar a geração de oportunidade conectada ao desenvolvimento sustentável, com a redução de emissão de carbono, reutilização da água e diminuição do consumo de energia”, afirmou no evento de anúncio a governadora Raquel Lyra. A nova unidade se comprometeu a antecipar a redução da sua meta de consumo de água com o novo investimento. (Foto: Janaína Pepeu/Secom)

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Bruno Schwambach

"A McKinsey não disse que era para levar a Transnordestina para o Ceará"

Bruno Schwambach, Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado teve acesso a trechos do estudo sobre a ferrovia. Ele defende a manutenção dos ramais dos portos pernambucano e do Ceará, mesmo sem viabilidade econômica, porque o projeto é uma política pública de desenvolvimento. Durante o período em que o empresário Bruno Schwambach foi secretário de Desenvolvimento Econômico, no Governo Paulo Câmara, uma de suas maiores batalhas foi resolver os entraves para a conclusão do trajeto da Transnordestina até o Porto de Suape. Embora não tenha resolvido a contenda, ele contribuiu muito para encontrar uma alternativa. Ciente de que a TLSA não mostrava interesse pelo porto pernambucano, Schwambach esteve à frente das articulações para a entrada de outra empresa privada para concluir a obra, no caso a mineradora Bemisa. Nesta entrevista a Cláudia Santos, o ex-secretário conta como se deu esse processo e esclarece algumas questões. Assegura, por exemplo, que o estudo da McKinsey de viabilidade econômica do projeto, solicitado pelo Governo Federal, não orientou a construção apenas do ramal para o porto de Pecém (CE) em detrimento de Suape. A decisão, na verdade, foi tomada pela própria TLSA e aceita pelo governo. “Não pode a concessionária, que é um ente privado, decidir para onde ela quer levar o projeto. Se é uma política pública de integração e desenvolvimento regional, quem tem que fazer essa análise é o Ministério dos Transportes, é a ANTT, é o Tribunal de Contas”, indigna-se Schwambach. Ele salienta também que a construção dos dois ramais nunca se mostrou lucrativa. Mas adverte que, desde a sua concepção, a ferrovia não tinha como objetivo a viabilidade econômica, mas sim uma política pública de desenvolvimento regional. “O que entendo como absurdo é a análise da consultoria ter como objetivo encontrar a melhor viabilidade econômico-financeira para segurar o contrato de concessão que a TLSA tinha. Mas isso não é a premissa inicial do contrato, que nunca foi a viabilidade econômica”. Confira a seguir a entrevista. Quando o senhor assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, como estava a situação do ramal de Suape da Transnordestina? Fui convidado para fazer parte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico que tem atribuições específicas, e muitos dos projetos que geram emprego, renda e desenvolvimento, terminam sendo um pouco da atribuição da Sdec. Criamos um comitê com as demais secretarias dos projetos estratégicos para Pernambuco, para juntar as informações, montar um planejamento, identificar as necessidades e o que tínhamos que perseguir como meta e objetivo para podermos, dentro do período que estivermos trabalhando, entregar os projetos e também para dar continuidade a eles. Isso porque projetos desse porte, normalmente, não são concluídos em quatro anos, mas perpassam alguns governos. Levantamos os projetos importantes de infraestrutura, de desenvolvimento econômico, e a vocação e os potenciais de cada região que precisavam ser articulados para acontecerem, seja por meio de investimento público, privado ou PPP (parceria público privada). Elencamos vários desses projetos, entre eles o Arco Metropolitano, a Transnordestina, os estaleiros de Suape, a refinaria, a transposição do Rio São Francisco, a questão das adutoras e do território irrigado do Sertão. Começamos a trabalhar para entender como estava a situação de cada um deles e como poderíamos viabilizá-los. Na questão da Transnordestina, primeiro fomos conversar com a concessionária, a TLSA. Desde o começo percebemos uma negatividade deles em relação à implantação dos trechos faltantes em Pernambuco. O que aconteceu é que houve o pedido de caducidade da concessão da Transnordestina pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) para o Governo Federal e o Tribunal de Contas. Com isso, ficou proibido colocar recursos públicos no projeto porque a empresa descumpriu todos os prazos estipulados e ela praticamente parou as obras aqui. Pretendíamos nos colocar à disposição deles e fazer toda a nossa parte (desapropriações, licenças etc), deixar tudo preparado para viabilizar o projeto, independentemente do cenário que acontecesse, que poderia ser a caducidade da concessão, poderia ser de cisão ou de continuidade. Mas, desde o começo, sentimos muita má vontade por parte da TLSA. Nós nos perguntávamos por que eles escolheram Pecém se o nosso trecho era menor? Na verdade, porque eles fizeram uma escolha, há muito tempo, por Pecém, ao montar a sede da empresa no Ceará, ao comprar áreas no entorno de onde chegará a ferrovia, por terem conseguido um terminal portuário lá e querem que toda carga seja direcionada para o Ceará. Inclusive em 2015, um dos presidentes da TLSA foi Ciro Gomes. O que a gente considera é que eles fizeram uma escolha no passado – e aí não sei avaliar o porquê – de que eles iriam viabilizar o máximo possível esse projeto para o Ceará em detrimento do ramal daqui. Ao estudarmos a Transnordestina, identificamos que ela não é um projeto de viabilidade econômico-financeira sustentável para os dois ramais. É um projeto de desenvolvimento econômico para uma região que necessita de infraestrutura, então é um projeto de desenvolvimento regional. Qual é a carga que dá sustentabilidade e viabilidade econômica para operar nessas duas frentes? Não existe viabilidade econômica de mercadorias no setor privado que justifique ele fazer, manter e pagar essa conta toda. Ou seja: é uma política pública de desenvolvimento? Sim. Desde o início da concessão da Transnordestina pelo Governo Federal, o objetivo era desenvolver uma ferrovia ligada ao porto de Suape e a Pecém, porque era preciso levar infraestrutura para essa região carente de recursos naturais, porém, muito populosa. Do mesmo jeito que é a transposição do Rio São Francisco: um projeto que não tem viabilidade econômica, é um projeto de infraestrutura, de desenvolvimento do governo que ele vai entrar com o dinheiro para fazer. Se existe água e ferrovia numa região que já tem uma população que reside nela é ótimo, inclusive para manter esse pessoal fora das grandes cidades. Do ponto de vista de política pública é excelente! Como você analisa essa opção de manter uma empresa para executar esse projeto que não cumpriu os prazos do contrato? Houve uma opção, no início do contrato, de que ia ser

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Pesquisa aponta queda na confiança dos empresários do varejo em Pernambuco

A confiança dos empresários pernambucanos do varejo alcançou seu patamar mais baixo desde maio do ano passado, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio, elaborado pela CNC e pela Fecomércio-PE. O índice 100 divide a satisfação e insatisfação, sendo abaixo de 100 pontos indicativo de pessimismo e acima de 100 pontos indicativo de otimismo. Em abril de 2023, o índice alcançou 113,3 pontos. A queda na confiança do empresariado pernambucano vem ocorrendo desde novembro de 2022. A queda no otimismo está relacionadoa às expectativas na economia, que está apresentando alto endividamento e a inadimplência das famílias, fatores que tem impactado o fluxo de caixa das empresas e aumentado o risco de crédito para os credores. Startup pernambucana ioTree é selecionada para um dos maiores eventos de inovação do mundo A startup ioTree, com sede no Porto Digital do Recife-PE, foi selecionada para participar do programa de startups ALPHA do Web Summit Rio, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo. O evento, que ocorre pela primeira vez no Brasil, reunirá os principais profissionais e empresas do setor nos dias 1º e 4 de maio no Rio de Janeiro-RJ. A ioTree, fundada em 2019, oferece uma plataforma de serviços para smart cities, que funciona totalmente com energia solar e contribui para atingir cinco Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU por meio de recursos sustentáveis e funções de impacto social. Com investimento de R$ 5 milhões, KarneKeijo lança plataforma de vendas online especializada em foodservice Na foto, Inácio Miranda, presidente da KarneKeijo. A empresa KarneKeijo e outros grandes atacadistas distribuidores do Brasil acabam de lançar a Onfood, uma plataforma digital especializada em food service que oferece entrega ágil em até 4 horas após a compra para itens de até 40 kg. A plataforma, fruto do investimento de R$ 5 milhões, é focada em atender empresas do setor alimentício, como restaurantes, padarias, mercadinhos, bares e lanchonetes, seguindo o modelo B2B. O site da plataforma é onfood.com.br.

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Ypê inaugura fábrica em Itapissuma, com investimento de R$ 420 milhões

Os canaviais de Itapissuma abriram espaço para o nascimento de uma nova indústria no município. Construída em plena pandemia, a nova fábrica da Ypê foi inaugurada na cidade, fruto de um investimento de R$ 420 milhões. Inicialmente já estão trabalhando 250 profissionais na empresa. Até o final do ano o quadro será de 350 pessoas. A depender da demanda da região, a unidade pode empregar até 800 trabalhadores. A nova fábrica da Ypê produzirá lava-louças, amaciantes, lava-roupas, água sanitária e a esponja de aço Assolan. A unidade, a segunda do grupo no Nordeste, atenderá os mercados de Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Com a consolidação do negócio podem surgir novas linhas de produção. “Essa inauguração faz parte da nossa estratégia de crescimento e é um importante marco na história da companhia, que neste ano completa 73 anos, repleta de conquistas, de muitas responsabilidades e desafios”, conta Waldir Beira Junior, presidente executivo da Ypê. Ele destacou que a escolha por Pernambuco acontece pelo fato do Nordeste é a região com maior potencial de crescimento de consumo no setor e também pela capacidade de distribuição logística a partir do Estado. "O mercado do Nordeste é aquele que apresenta maior potencial de crescimento em relação às demais regiões do Brasil. Hoje, a participação dessa região para nós é por volta de 25% a 30% do mercado de limpeza" Além de vários integrantes da família que dirige a Ypê, o evento contou com a presença de autoridades pernambucanas, como a governadora Raquel Lyra, o prefeito de Itapissuma, Zé de Irmã Teca, além de secretários estaduais e municipais, deputados e vereadores. "O Nordeste brasileiro é sempre visto como um problema para o País, mas na realidade somos parte da solução. Temos vocação logística, gente trabalhadora, capacidade empreendedora e, além disso, um grande mercado consumidor em que as indústrias querem se instalar. O que podemos fazer é transformar o ambiente de negócios mais favorável".

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Após três anos, confiança do empresário industrial de Pernambuco despenca no mês de abril 

(Da Fiepe) As condições atuais e as expectativas com relação ao futuro puxaram o índice para baixo A confiança dos empresários pernambucanos do setor industrial não está nada boa. É o que indica o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) feito neste mês de abril. Conforme os dados, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) apresentou queda, recuando 6,9 pontos percentuais e atingindo 49,1 pontos.   Com isso, ele volta ao cenário de desconfiança após quase três anos. A última vez em que o índice ficou abaixo dos 50 pontos foi em junho de 2020, no auge da pandemia e quando o ICEI apontava 42,5 pontos. “O nosso setor está em compasso de espera, aguardando que a economia reaja, a partir do aumento da demanda, da queda dos juros e que a inadimplência das famílias melhore, para que elas possam aquecer o consumo”, explicou o economista da FIEPE, Cézar Andrade.   Analisando os números, observa-se que o Índice de Condições Atuais, que capta a avaliação dos empresários da indústria sobre a situação corrente dos negócios, apresentou queda 2,8 pontos na passagem mensal, atingindo 42,8 pontos. Ou seja, a confiança do empresário industrial está ainda mais abalada em relação às condições atuais da economia.   Em comparação com o mesmo período do ano passado, o índice recuou 8,2 pontos. Naquela época, o índice era de 51 pontos. Com isso, a confiança em relação às condições atuais da economia fica abaixo da média histórica que é de 48,57 pontos.  Já o Índice de Expectativas dos empresários, que, normalmente, é o que eleva a confiança do empresário industrial de Pernambuco, foi a grande surpresa. No mês em questão, despencou 6,5 pontos, passando de 58,8 para 52,3 pontos, ficando ainda mais próximo da linha divisória dos 50 pontos, revelando que o otimismo dos empresários pernambucanos para os próximos seis meses está menos intenso.  CONJUNTURA -Mesmo com a queda no cenário local, o indicador encontra-se acima do resultado nacional, que apresentou queda de 1,1 ponto percentual no mês em questão e atingiu 48,8 pontos, permanecendo no cenário de desconfiança. Porém, em relação ao sentimento das indústrias nordestinas, de modo geral, a confiança anda mais abalada. Para elas, a confiança está um pouco melhor, com um índice de 51 pontos.   Sistema FIEPE - Mantido pelo setor industrial, atua no desenvolvimento de soluções para trazer ainda mais competitividade ao segmento. Além da FIEPE – que realiza a defesa de interesse do setor produtivo – conta ainda com o SESI, o SENAI e o IEL. Pelo SESI-PE, são oferecidos serviços de saúde e educação básica para os industriários, familiares e comunidade geral. O SENAI-PE, além de formação profissional, atua em metrologia e ensaios, consultorias e inovação. O IEL-PE foca na carreira profissional dos trabalhadores, desde a seleção de estagiários e profissionais, até a capacitação deles realizada pela sua Escola de Negócios. 

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Inteligência Artificial: vantagem ou perigo?

*Por Rafael Dantas A inteligência artificial (IA) parecia um assunto para um futuro muito distante. Tema de filmes ou no máximo do interesse de um segmento muito restrito de profissionais de tecnologia. No entanto, em poucos meses, especialmente após o surgimento do ChatGPT, o mundo entrou em polvorosa com seus potenciais avanços e ameaças. A suspensão do desenvolvimento e a regulação da sua aplicação entraram na pauta política e empresarial. Mas, afinal, quais as promessas da IA para a humanidade e até que ponto devemos nos preocupar com ela? As experiências e aplicações da IA não são uma novidade. Mas a aceleração do desenvolvimento dessas tecnologias e os seus efeitos na sociedade é que estão fascinando e assustando a sociedade e o mercado. Só na versão atual do ChatGPT já surgiram discussões sobre a escrita de artigos científicos pela máquina ou mesmo a polêmica aprovação de provas do robô no Exame de Licenciamento Médico dos Estados Unidos. O uso de IA pela Midjourney para criar uma imagem do Papa Francisco com um casaco fashion criou um alerta também para o impacto dessa tecnologia na criação de fake news, muito mais difíceis de serem verificadas. A grande questão dessas experiências é que estamos observando apenas os primeiros passos de uma aplicação mais popular da IA com o domínio da linguagem, a exemplo do que foram os primeiros computadores pessoais ou as versões iniciais do celular. O grau de transformação que elas podem provocar em um mundo que nem é sólido, nem líquido, mas “multiexplosivo” de tensões econômicas e políticas ainda é imprevisível. *Leia a reportagem completa na edição 213 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Ministério da Integração transfere R$ 50 milhões para obras da Adutora do Agreste

(Do Governo de Pernambuco | Foto: Aluísio Moreira/Compesa.) Já estão na conta do Estado R$ 50 milhões transferidos no último dia 6 de abril pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para a aceleração das obras da primeira etapa da Adutora do Agreste, que beneficiarão 23 municípios do interior de Pernambuco. Os recursos, obtidos após agendas da governadora Raquel Lyra em Brasília nesse primeiro trimestre de governo, possibilitarão retomar o ritmo da obra, que tem conclusão prevista para 2025, quando todas as adutoras estarão implantadas e a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Agreste concluída, viabilizando o transporte de um volume de 2 m³ de água por segundo. O valor repassado neste mês pelo governo federal é maior que a soma de todos os recursos disponibilizados em 2021 e 2022 juntos (R$ 40,83 milhões) e apontam para a capacidade de diálogo da nova gestão junto aos demais entes federativos. De acordo com a governadora Raquel Lyra,  o montante depositado garantirá a aceleração das obras ainda no primeiro semestre, mas a busca de mais recursos continuará no foco. “A gente sabe a importância que uma obra como a Adutora do Agreste tem para melhorar o acesso à água no interior e essa é uma meta prioritária do nosso governo. Estamos determinados a concluir a primeira etapa da Adutora e esse recurso que destravamos em Brasília já é uma amostra de muito trabalho e diálogo que vão se transformar em melhoria de vida para a nossa população”, explicou.  Do valor inicialmente conveniado com o governo federal, restam ser repassados ao Estado de Pernambuco cerca de R$ 35 milhões, mas com a atualização monetária dos valores do projeto, ainda de 2011, estima-se que a primeira etapa demandará mais R$ 400 milhões. A execução física da obra alcançou 78%, já tendo sido implantados 696 dos 787 km previstos de tubulações. Atualmente, a principal obra em execução é a Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB), localizada em Arcoverde. Para o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, os recursos repassados representam um novo momento de pactuação entre os governos federal e estadual. “Nessa semana estamos comemorando a chegada dos primeiros valores destinados à conclusão das obras da Adutora do Agreste no atual governo. Temos a oportunidade e compromisso do governo federal de que não faltarão recursos para concluir a obra no espaço de tempo mínimo possível”, destacou. O novo repasse de recursos federais está permitindo à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), executora da obra, a retomada do planejamento de novas ações, que envolve a abertura de novas licitações para a construção da Estação de Tratamento de Água e o complemento dos trechos da Adutora entre Caruaru e Gravatá; Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe; Belo Jardim e São Bento do Una e Belo Jardim e Brejo da Madre de Deus. Com estas ações, existe a previsão de reforço no abastecimento da cidade de Caruaru até o início de 2024.

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