Arquivos Z_Destaque_urbanismo - Página 11 De 20 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Z_Destaque_urbanismo

onibus conde boa vista easy resize com 2

Organizações de mobilidade urbana fazem propostas para o Plano Plurianual

Sugestões incluem aluguel de ônibus elétrico para cidades e investimentos em mobilidade por bicicleta e a pé. A votação fica aberta até 14 de julho (Do IDEC) O Idec, junto com outras organizações da sociedade civil, cadastrou na plataforma do Plano Plurianual (PPA) Participativo 2024-2027, do governo federal, três propostas de programas para melhorar a mobilidade urbana nas cidades brasileiras, que passa por profunda crise. As sugestões incluem iniciativas relacionadas ao transporte coletivo, mobilidade por bicicleta e a pé. Até o dia 14 de julho toda a população pode acessar a plataforma do PPA e votar nas propostas para que elas sejam incluídas no Plano. A proposição para o transporte coletivo, cadastrada pelo Idec, trata do aluguel de frota de ônibus elétricos, pelo governo federal, para ceder sem custo aos municípios. A medida busca promover a mobilidade sustentável, com redução de poluentes, e contribuir para reduzir a crise financeira generalizada do setor de transporte público no país. A eletrificação já é uma tendência mundial para o transporte público do presente.O Brasil está atrasado nesse movimento. Isso porque os ônibus elétricos custam caro e os municípios não possuem recursos suficientes para fazer o investimento. “O governo federal tem um orçamento mais robusto e condições de dar esse incentivo. Em troca, os municípios forneceriam dados para um monitoramento constante da qualidade do transporte público pelo Governo Federal, combatendo, assim, a má gestão do serviço e o mau uso do dinheiro público, o que é comum em todas as cidades brasileiras”, afirma Rafael Calabria, coordenador do Programa de Mobilidade Urbana do Idec. Uma reunião entre o Idec e a Casa Civil está agendada para o dia 4 de julho para discutir a viabilidade de implementação do programa de aluguel de frota elétrica, que foi apresentado ao governo federal pela primeira vez em abril de 2022. A proposta de mobilidade por bicicleta, cadastrada pela União de Ciclistas do Brasil - UCB, se refere à execução do programa Bicicleta Brasil, aprovado pela Lei 13.724 aprovada em 2018. Trata-se de implementar infraestrutura para bicicletas, ciclovias, ciclofaixas e sinalização vertical e horizontal; readequar velocidades levando em conta o uso das vias por ciclistas e pedestres, garantindo sua segurança. Inclui, ainda, investimento na integração dos sistemas de transportes, com bicicletários e subsídio a sistemas de bicicletas compartilhadas, com integração tarifária. Já a proposta para os pedestres envolve apoiar os municípios na implantação de infraestrutura adequada para a mobilidade a pé, incluindo travessias e calçadas acessíveis e iluminadas, produzindo segurança viária e pública.

Organizações de mobilidade urbana fazem propostas para o Plano Plurianual Read More »

porto digital 1

Prefeitura do Recife anuncia leilão de imóvel no Recife Antigo e terreno na Madalena

A Prefeitura do Recife realizará um leilão público no dia 6 de julho, conduzido pelo leiloeiro Luciano Rodrigues, da empresa pernambucana Lance Certo Leilões. O objetivo é vender um prédio histórico no Bairro do Recife e um terreno na Madalena. Será realizado um leilão de um prédio histórico pertencente à antiga Cia Alliança da Bahia. Localizado no Recife Antigo, uma região de grande importância histórica, cultural e afetiva para a cidade, o imóvel tem despertado grande interesse devido aos investimentos significativos na área, como a construção de hotéis e um centro de convenções. O prédio em questão possui uma área construída de 1.292,87 metros quadrados e abriga nove salas amplas distribuídas em seis pavimentos. No leilão, será ofertada a porção do edifício voltada para a avenida Marquês de Olinda. O outro bem é um terreno na Madalena, que possui 260 metros quadrados de área e já abrigou quatro unidades residenciais. O terreno está localizado em uma região com grande potencial para o desenvolvimento imobiliário, seja para a construção de empreendimentos residenciais ou comerciais.  O leilão será realizado na modalidade online, a partir do site da Lance Certo (www.lancecertoleiloes.com.br/leilao/060723IM).

Prefeitura do Recife anuncia leilão de imóvel no Recife Antigo e terreno na Madalena Read More »

motion speed effect with city night fotor 2023062345824

É urgente baixar a velocidade máxima na cidade para 50 km/h

A velocidade praticada acima dos limites permitidos é, de longe, a principal causa de mutilações e mortes no trânsito urbano do Brasil e do Mundo. No Recife também, com o sério agravante de que a morte de pedestres é superior à de todos os usuários de outros meios de deslocamento, inclusive de motociclistas. Segundo o Relatório Anual de Segurança Viária Recife 2021, de 2017 a 2021 morreram 249 pedestres vítimas de atropelamento na cidade do Recife contra 157 motociclistas, representando os pedestres, 48% das vítimas fatais de sinistros de trânsito em 2021. Um escândalo, além de uma covardia inomináveis! Afinal, pedestre não tem para-choque, nem motor, nem para-brisa, nem airbag, nem cinto de segurança. Se for vítima de um atropelamento, terá que se defender exclusivamente com o próprio corpo! De acordo com o Speeding Management Report (OCDE, 2005), um pedestre que for vítima de atropelamento por um veículo motorizado na velocidade de 60 km/h (limite máximo atualmente permitido nas vias arteriais urbanas, segundo o Código de Trânsito Brasileiro), terá apenas 2% (sim, dois por cento!) de chance de sobreviver, equivalendo o impacto a uma queda do 5º andar. Se a velocidade de impacto for de 50 km/h, velocidade máxima que a OMS (Organização Mundial de Saúde). recomenda enfaticamente para as cidades, a chance de sobrevivência sobe para 20% (vinte por cento!), equivalendo o impacto a uma queda do 4º andar. Esses números estarrecedores me fazem concluir que quem ultrapassa 60 km/h numa cidade deveria ser preso por tentativa de assassinato de pedestre, em especial no Recife. E o mais dramático é que esta situação de morte de pedestres perdura apesar do grande esforço que está sendo feito pelas autoridades de trânsito do Recife, em especial a CTTU – Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife, com o apoio internacional da Bloomberg Philanthropies – Iniciative for Global Road Safedy. Por isso, precisamos ir além, sobretudo no que diz respeito ao controle das velocidades praticadas na cidade. Por experiência própria de militante da mobilidade a pé no Recife, arrisco dizer que o índice de cumprimento do que determina o Código de Trânsito (máximo de 60 km/h nas vias arteriais – que ligam bairro a bairro; 40 km/h nas vias alimentadoras – que alimentam as arteriais; e 30 km/h nas vias locais) é praticado pela minoria dos veículos motorizados se o trânsito estiver livre. Já fiz pesquisa na minha rua que é uma alimentadora e, portanto, deveria comportar velocidade máxima de 40 km/h, com o reforço de que ainda tem uma ciclofaixa, e mais de 60% dos veículos motorizados passantes estavam acima deste limite, a qualquer hora do dia e da noite. A propósito da noite, existe, inclusive, em vigor uma absurda determinação judicial, ao que parece por solicitação do Ministério Público Estadual, para desligar as lombadas eletrônicas (de controle da velocidade), das 22h às 6h na manhã. E, justamente, neste intervalo horário, as estatísticas mostram o aumento da velocidade média, acima das máximas permitidas e, por conseguinte, o aumento de sinistros e de mortes. Os argumentos dos que são contra a fiscalização rigorosa com, nada mais nada menos, do que a aplicação estrita da lei, não resistem às provas científicas e estatísticas: segurança (para evitar assaltos) e retenção da fluidez (a velocidade reduzida aumentaria os engarrafamentos). Não é a velocidade que diminui o risco de assalto, o que ela aumenta, exponencialmente, isto sim, é o risco de sinistro. E, ao contrário do que alega o senso comum, a diminuição da velocidade aumenta a fluidez ao invés de reduzi-la. Em sendo assim, urge ser implacável com as velocidades praticadas acima dos limites e adotar imediatamente a recomendação da OMS: 50 km/h no máximo nas áreas urbanas. Fora disso, os rigores implacáveis da lei! As milhares de mortes covardes e injustificáveis de pedestres bem como as famílias destroçadas clamam por isto, já!

É urgente baixar a velocidade máxima na cidade para 50 km/h Read More »

Capa edicao 222

Acelerar menos para preservar vidas

*Por Rafael Dantas Ninguém imagina que um dia despretensioso, quando o ato cotidiano de ir ao trabalho ou para a escola, pode mudar anos da vida de um indivíduo simplesmente pela decisão de um motorista pisar mais fundo no acelerador. Fabiana Alves, 41 anos, é uma dessas pessoas afetadas. Ela ainda guarda no corpo e nas memórias algumas marcas de um desses dias. Aos 15 anos, quando atravessava a BR-101, em Paulista, a caminho da parada de ônibus para ir à escola técnica, ela não chegou do outro lado da via. Um veículo em alta velocidade ultrapassou um coletivo que estava mudando de faixa e atropelou Fabiana. Ela não lembra dos momentos seguintes ao acidente. Mas os relatos de quem estava no local é de que ela voou na pista, parando muitos metros à frente. Com o choque, ela fraturou o braço esquerdo e a perna direita. “Ninguém sabe como o acidente fraturou os membros dos dois lados. Provavelmente foi pelo giro que dei. Voei lá para frente. Tive fratura exposta no braço e saí com o fêmur quebrado”. Foram dois meses no hospital e um ano de fisioterapia até ela voltar a ter todos os movimentos. Fabiana só ficou de pé quatro meses após a colisão, com um tratamento intenso e correndo riscos, na época, até de perder o braço. “Todo o cenário — a distância que fui arremessada, a velocidade e o grau das fraturas —, agradeço a Deus por estar viva. Eu mesma vi o caso de uma menina na mesma situação, que foi atropelada por um carro que ultrapassou um ônibus, e ela não está aqui para contar história”. O motorista na ocasião nem sequer prestou socorro. Fabiana é mais uma a engrossar as tristes estatísticas do contingente de pessoas vitimadas por acidentes de transporte terrestre, que só no ano passado, em Pernambuco, atingiram 38 mil vítimas. Para muitas famílias, os quilômetros por hora a mais nas ruas resultam em perdas irreversíveis. MORTES E ALTA VELOCIDADE NAS VIAS No Brasil, morreram em 2021 (último ano com os dados fechados), 33.813 pessoas decorrentes de acidentes no trânsito. O número de vítimas em apenas um ano no País é superior a toda a população do município de João Alfredo e bem próximo ao total de moradores do populoso bairro de Nova Descoberta, no Recife. No Brasil, a maioria das mortes no trânsito, de motociclistas, é, portanto, um dos principais alvos das políticas públicas de segurança nas vias. No entanto, no Recife, a realidade é distinta. O Relatório Anual de Segurança Viária, publicado pela CTTU (Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife), indicou que 48% das vítimas fatais são pedestres, enquanto os motociclistas representam 29%. O estudo indicou também que, diante disso, há necessidade de políticas mais efetivas na adequação do espaço público para os que andam a pé, os mais frágeis no trânsito. “No Brasil, anualmente, mais de 30 mil pessoas perdem a vida no trânsito, em áreas urbanas e rodovias. A nossa taxa de mortalidade está próxima de 15 mortes a cada 100 mil habitantes, que ainda é muito alta. A título de comparação, nas Américas, uma das menores taxas é a do Canadá que, em 2018, era próxima de 5 mortes por 100 mil habitantes”, afirma Danielle Hoppe, gerente de mobilidade ativa do ITDP Brasil (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento). Muitos dos dramas e dos prejuízos originados nas ruas, avenidas e estradas têm como causa a pressa e a imprudência dos motoristas ao volante. “A velocidade inadequada é um dos principais fatores de risco nas lesões de trânsito, ela influencia tanto no risco de uma colisão acontecer, quanto na gravidade das lesões. Diminuir limites de velocidade favorece à segurança de todos os usuários da rua, inclusive a dos motoristas, há inúmeras evidências científicas”. Em outras palavras, obedecer à velocidade recomendada ou ser mais conservador no volante, dirigindo um pouco abaixo dos limites, aumenta as chances de sobrevivência da pessoa acidentada numa colisão. Segundo o Guia de Gerenciamento de Velocidade, do IRAP (Programa Internacional de Avaliação de Estradas), numa colisão quando o veículo está numa velocidade de 60 km/h ou mais, o motorista não tem tempo de frenagem suficiente, mesmo a 30 metros da vítima, e o pedestre tem alto risco de morte. Quando o veículo está a 50 km/h, também não é possível evitar o choque, mas a tendência principal é do atropelado sair com ferimentos e mais chance de sobrevivência. Em um cenário de deslocamento a 40 km/h, o condutor consegue parar antes e evitar o acidente. “De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), ferimentos associados ao trânsito representam a oitava causa de morte no mundo e a primeira entre crianças e jovens de 5 a 29 anos. No Brasil, sinistros de trânsito foram a maior causa de mortes de crianças de até 14 anos em 2019 (29% dos óbitos). Salvar vidas é o principal benefício da redução das velocidades máximas”, afirmou Ana Carboni, diretora financeira e coordenadora do projeto Vias Seguras, da UCB (União de Ciclistas do Brasil). Além da redução das mortes e de todos os sofrimentos relacionados às consequências para a saúde dos acidentados que sobrevivem às colisões, a redução dos sinistros tem um impacto importante na economia do País. De acordo com pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), estima-se que entre 2007 e 2018, o Brasil teve um custo de R$ 1,5 trilhão em decorrência da violência do trânsito. Atualmente, os sinistros de trânsito custam em média R$ 50 bilhões por ano para a sociedade brasileira. Um prejuízo que em Pernambuco está relacionado às 470 mil infrações registradas no ano passado e cometidas por veículos que trafegavam acima das velocidades máximas permitidas na via. Enquanto isso, o debate que está em andamento no Congresso Nacional e em organizações da sociedade civil é o de reduzir os limites máximos e tornar a fiscalização mais rigorosa. NOVA REGULAMENTAÇÃO Para enfrentar esse contexto de infrações e índices alarmantes de mortes no trânsito, no final de

Acelerar menos para preservar vidas Read More »

adriano lucena

"Incluir o Metrô do Recife no Programa de Desestatização foi um grande equívoco"

Adriano Lucena, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), tem sido uma voz crítica à opção do Governo Bolsonaro e, por enquanto, mantida pelo Governo Lula, de incluir a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que controla o Metrô do Recife, dentro do Programa Nacional de Desestatização (PND). Em entrevista concedida à Algomais e em seu pronunciamento na audiência pública que aconteceu Senado Federal, o engenheiro defendeu a urgência para reabilitar o sucateado sistema metroviário da RMR e sugere que Pernambuco discuta a expansão da malha de transporte de passageiro sobre trilhos. “Colocar o metrô no PND foi um grande equívoco e manter também é um grande equívoco. Ainda que a decisão do Governo Federal seja pela concessão pública, esse momento é igual ao final de feira, quando se vende o produto no menor preço possível, com rejeição e sucateamento”, afirmou o engenheiro. Diferente da defesa do Governo Federal até o ano passado pelos processos de privatização e concessão dos sistemas de transporte, Adriano Lucena observa de forma crítica essa opção, fazendo uma comparação com o modal rodoviário. "O debate nos últimos anos foi se o metrô é publico ou privado? Mas a preocupação é se ele é eficiente ou ineficiente. O nosso transporte rodoviário, por exemplo, é uma concessão. E não funciona . Temos que promover o transporte pelo preço justo e de boa qualidade". Especificamente sobre o modal metroviário, que tem um custo elevado de operação, ele destaca que há uma dificuldade de uma gestão privada pelo fato de serem sistemas que não dão lucro. "O setor privado, de forma correta, vai colocar investimento para ter lucro. Isso é como acontece no mundo do capital, pois não se trata de um papel social, mas da lucratividade sobre o investimento. Mas o metro gera déficit. Esse papel tem que ser feito pelo Estado, para transportar trabalhadores e estudantes. O debate do transporte público tem uma relação direta com a questão do meio ambiente e com o esforço para reduzir os acidentes de trânsito. São aspectos que o Estado tem que se preocupar". Adriano Lucena relembrou o fato do metrô do Recife já ter sido referência para o Brasil e ser destaque até em alguns padrões internacionais nos anos 90. Ele lamenta o fato da sociedade não ter cobrado de forma mais incisiva ao poder público a mantenção da qualidade desse serviço, nem a expansão. "Deixamos isso se perder ao longo do tempo. Nossa omissão tem preço muito grande enquanto cidadãos para termos uma sociedade mais justa e democrática. Temos que nos perguntar, porque o Metrô deu certo lá atrás e não deu agora. O que está acontecendo? E precisamos propor uma expansão. Além de recuperar o que está sucateado, melhorando o serviço, precisamos expandir". Durante a audiência pública, ele lembrou seis projetos de expansão que foram previstos, estudados, mas nunca saíram do papel. "Imagine se tivéssemos expandido o metrô nesse tempo, imagine quantas mil pessoas estariam se deslocando dia a dia em um transporte que tira a poluição e reduz a quantidade de veículos nas ruas. O metrô é um transporte amigo do meio ambiente. São muitos benefícios sociais que a gente gera com o metrô. Estamos construindo esse debate com o Sindmetro e tentando expandir para Minas Gerais, o Rio Grande do Norte e a Paraíba, provocando os sindicatos e Creas desses estados", afirmou Adriano Lucena. MINISTÉRIO DAS CIDADES Após a audiência pública que aconteceu no Senado Federal, questionamos o Ministério das Cidades se a decisão do Governo Bolsonaro de inclusão do Metrô do Recife no PND seria mantida ou revertida. O ministério respondeu que: "No momento a empresa permanece incluída no Programa Nacional de Desestatização – PND". O Ministério das Cidades informou que após a CBTU ter sido qualificada no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) e incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND), no Governo Bolsonaro, foi feita a contratação do BNDES para elaboração de estudos, incluindo o diagnóstico situacional da empresa, com a avaliação dos ativos e passivos para a descentralização dos sistemas de transporte e avaliação econômico-financeira da empresa. "A expectativa é que estudos e a estruturação da modelagem de negócios proporcionem um ambiente favorável para transferir para os Estados a administração e os sistemas de transporte ferroviários urbanos/metropolitanos de passageiros, com consequente possibilidade de os Governos Estaduais realizarem a concessão dos serviços ou mesmo a privatização dos ativos com vistas à operação dos sistemas e a exploração imobiliária e de negócios associados, caso entendam necessário". Os estudos desenvolvidos pelo BNDES estão sob a coordenação da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos – SEPPI, vinculada à Casa Civil, da Presidência da República. O cenário atual em que esse debate acontece, como destacado na reportagem Qual a saída para o Metrô do Recife?, é de intensa crise de duas das maiores concessões de sistemas sobre trilhos no Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Enquanto no caso do Rio de Janeiro se trata de um contrato perto do seu vencimento (25 anos), que não entregou a almejada recuperação do sistema e qualificação do serviço, em São Paulo, a concessão está em seus primeiros anos, mas a companhia que opera as duas linhas privatizadas não consegue manter o mesmo padrão dos trechos que permanecem com a operação pública. Em levantamento realizado pela TV Globo em São Paulo, nas linhas Diamante e Esmeralda, que foram concedidas para a iniciativa privada a quantidade de falhas disparou. De acordo com o monitoramento da emissora, foram contabilizados 6 descarrilamentos em apenas um ano e meio após o início da concessão. Sobre expansão, o Ministério afirmou que: "O governo federal pretende dar continuidade aos estudos e levantamentos técnicos com relação aos investimentos para melhoria do sistema, o que contempla também a avaliação da viabilidade quanto a futuras expansões e integração da rede. Entende-se que o momento agora é de avaliação quanto aos investimentos de curto e médio prazo necessários para a continuidade da prestação do serviço de

"Incluir o Metrô do Recife no Programa de Desestatização foi um grande equívoco" Read More »

capa home metro

Qual a saída para o Metrô do Recife?

*Por Cláudia Santos O Metrô do Recife perdeu 50% dos seus passageiros nos últimos três anos. A queda abrupta aconteceu no ano da pandemia, mas não foi mais normalizada. No entanto, desde 2016, o sistema metroviário vinha observando ano a ano a fuga dos usuários. A redução da qualidade do serviço, fruto de recursos para custeio e investimentos muito aquém dos requisitados pela companhia, e o aumento abrupto do preço das passagens no governo Bolsonaro (de R$ 1,60, em 2019, para R$ 4,25, em 2021) são dois fatores que contribuíram para o cenário atual. Os caminhos para reverter essa rota de colisão estiveram em debate numa audiência pública nesta semana no Senado Federal. No ano de 2015, quando Dilma Rousseff ainda era presidente, o Metrô do Recife transportava por mês 9,3 milhões de passageiros. Desde então, a quantidade de usuários vem em queda. Em 2022, esse número foi de 4,3 milhões, com uma leve recuperação do pior desempenho que foi em 2021, com média de 4 milhões de usuários por mês. A quantidade de falhas que afetam o metrô atualmente e que afugentam passageiros contrasta com o passado desse sistema. “Nosso metrô já foi considerado o melhor na América Latina e no mundo em limpeza e atendimento, nos anos 1990. Mesmo nos anos 2000, vivemos uma expansão durante o primeiro governo Lula até Camaragibe e com a abertura da Linha Sul, além do ramal do VLT até o Cabo. Com o advento da Copa do Mundo de 2014, recebemos novos metrôs, VLTs e máquinas especiais”, destacou o presidente do Sindmetro-PE, Luis Soares, relembrando os últimos ciclos de investimento do sistema. Os últimos investimentos mais robustos na empresa aconteceram poucos anos antes da queda do número de passageiros, com a chegada de 15 trens elétricos novos (2013) e 9 veículos leves sobre trilhos (2012). De acordo com o Metrô do Recife, cada novo trem elétrico, por exemplo, custou R$ 58 milhões e cada VLT foi adquirido por R$ 35 milhões. Em contraste com o aumento da frota daquele ciclo de investimentos, no ano passado parte das composições foi leiloada e adquirida pela empresa Açonorte. Por obsolescência dos trens e frente à necessidade de altos custos de reforma, parte dos trens virou sucata. Aproximando-se dos seus 40 anos de operações, o sistema demanda outros investimentos, além de novas composições, como nos trilhos e na rede aérea elétrica. Muitas estações também carecem de melhorias e de novos telhados. Apesar desse cenário, que demandava mais recursos, entre 2016 e 2020, os investimentos no Metrô caíram paulatinamente de R$ 26,5 milhões para R$ 500 mil em 2020. Em 2021 e 2022, os aportes voltaram a crescer, respectivamente para R$ 3,3 milhões e R$ 18,3 milhões. Nas verbas de custeio, referente a gastos com despesas correntes, os valores executados na maioria dos anos foram muito inferiores aos solicitados pela empresa. Em 2019, por exemplo, o Metrô do Recife solicitou R$ 282,7 milhões, tendo sido executados apenas R$ 94,6 milhões. Em outras palavras, o sistema funcionou um ano com apenas 33,4% da receita demandada. O único ano em que a receita solicitada foi menor que a executada foi no ano passado, em meio a um cenário muito degradado da operação. “Na área operacional, da antiga frota de 40 trens, hoje temos 16. Os intervalos que chegavam a um pico em torno de 5 minutos, estamos indo para 10 minutos e com risco porque os equipamentos estão quebrando. Com os sistemas desatualizados, com as estações degradadas, com a manutenção com muita dificuldade de peças, a verdade nua e crua é que o metrô vem funcionando graças ao empenho e à diligência dos funcionários. Esse pessoal tem se virado no mês para tirar uma peça de um trem e colocar no outro, para varar a madrugada. Antigamente havia manutenção preventiva, hoje praticamente é corretiva porque já não se dispõem das condições para isso”, expôs o senador Fernando Dueire na audiência pública realizada pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado Federal. DEBATE DO FINANCIAMENTO DO TRANSPORTE Para Rafael Calábria, coordenador de Mobilidade Urbana do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), o financiamento do sistema de transporte é uma questão-chave para garantir a qualidade na oferta de serviços à população. “Uma questão central para todo sistema de transporte é que os governos precisam entender que é um serviço público e precisa de investimento público. O Governo Federal tem acompanhado a crise do setor. Os órgãos de gestão precisam entender que não podem depender da tarifa, esse subsídio é necessário. Basear-se na tarifa é um estímulo à lotação”. É esse cenário crônico de custeio e investimentos, aquém do padrão de qualidade esperado pelos passageiros e agravado nos últimos anos, que provocou o sucateamento do sistema, na análise de Luis Soares. “O sistema começou a ter uma degradação forte. Não avançamos em recursos para manutenção, recebendo sempre valores entre 30% e 50% abaixo dos solicitados, que não cobriam as necessidades do sistema. Nos últimos quatro anos, com a redução da segurança contratada, aumentaram os roubos de cabos e a insegurança nas estações. Chegamos a essa terra arrasada que é o sistema sucateado que temos hoje”, lamentou. De acordo com o Metrô do Recife, o valor estimado para recuperação do sistema é de R$ 1,2 bilhão. Até o ano passado, o então secretário-executivo de Parcerias e Estratégias da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado, Marcelo Bruto, falava em um aporte de R$ 2,4 bilhões para investimentos, mais R$ 1,4 bilhão guardados para garantir o equilíbrio financeiro do sistema. O projeto em discussão pela então secretaria, no entanto, era bem mais amplo, com R$ 8,4 bilhões, diluídos em 30 anos. Durante a audiência no Senado, o senador Fernando Dueire destacou que o cálculo sobre o montante de recursos necessários ainda não está bem definido. “São recursos que precisam estar postos e disponíveis dentro de um ou dois anos. A CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) tem competência para esses investimentos. Poderíamos começar os investimentos e depois entrar no tema do modelo (se

Qual a saída para o Metrô do Recife? Read More »

audiencia senado

Sucateamento do metrô de Recife mobiliza senadores

Após audiência pública, senado fará visita ao Metrô do Recife (Com informações da Agência Senado, da assessoria do senador Humberto Costa e do Metrô do Recife) A Comissão de Assuntos Sociais do Senado, presidida pelo senador Humberto Costa (PT), realizou ontem uma audiência pública para tratar sobre a situação de sucateamento do Metrô do Recife. O parlamentar a anunciou que fará uma diligência para acompanhar in loco os problemas vividos pelo sistema metroviário da Região Metropolitana do Recife. Além de visitar as instalações do metrô, os parlamentares prometem realizar uma série de ações para debater soluções para recuperar o sistema. Uma nova audiência pública para debater o tema com lideranças políticas locais está prevista nos trabalhos da comissão, que planeja também um encontro com a governadora Raquel Lyra (PSDB). "O metrô do Recife é um dos principais modais do transporte público da região metropolitana e já foi referência para todo o Brasil. Infelizmente, hoje nos deparamos com um sistema abandonado e sucateado, que não atende às necessidades da população. O sucateamento da estrutura afeta também os trabalhadores que se dedicam a manter o sistema funcionando. Buscamos, de maneira efetiva, garantir a recuperação da rede e restabelecer a segurança e o conforto dos passageiros e dos trabalhadores", afirmou Humberto. O presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro), Luiz Soares, falou sobre a importância do metrô para o Recife e para toda a região metropolitana. A recuperação e a expansão do sistema é um compromisso da nossa categoria e do sindicato. O governo Lula assumiu o compromisso conosco de recuperar o metrô do Recife, que vinha sofrendo um processo de sucateamento nos últimos seis anos", afirmou. O metrô do Recife atende cerca de 400 mil pessoas por dia. Diretor de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano no Ministério das Cidades, Antônio Maria Espósito Neto reafirmou o compromisso do governo Lula em trabalhar pela melhoria do sistema. "O Brasil vive um momento de união e reconstrução. A recriação do Ministério das Cidades e da Secretaria de Mobilidade Urbana mostra que esta é uma pauta prioritária do governo. É o momento de voltar a olhar para este setor com o carinho e a atenção de que precisa", afirmou. Também participaram da audiência pública o senador Fernando Dueire, o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), Adriano Lucena, o gerente operacional de Recursos Humanos da CBTU/Recife, José Inocêncio Andrade, o chefe do Departamento de Estruturação e Projetos do BNDES, Arian Bechara Ferreira, a presidente do Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge-PE), Eloisa Basto Amorim de Moraes, e o procurador do Estado de Pernambuco, Sérgio Augusto. Metrô do Recife recebe audiência pública com interesse A audiência pública foi recebida com interesse tanto pela Administração da CBTU Recife, quanto pela classe metroviária que participou através de link disponibilizado pela TV Senado. A CBTU Recife teve fala do seu representante através do gerente de RH, José Inocêncio. “Ficamos satisfeitos com a argumentação no Congresso, porque entendemos que, principalmente a sociedade organizada, já compreendeu a importância desse modal para a cidade do Recife e já entendeu a realidade pela qual o Metrô do Recife passa. O Metrô é vetor de desenvolvimento por agilizar a mobilidade urbana, e de forma salutar, pois funciona com energia limpa. O metrô tira de circulação veículos pesados, diminui o tempo de deslocamento dos trabalhadores, minimiza acidentes de trânsito e consequentemente, melhora a saúde pública, entre outras caraterísticas", afirmou o superintendente do Metrô do Recife, Dorival Martins. “O Metrô do Recife está diretamente ligado ao crescimento socioeconômico da cidade, pois 70% das pessoas que transportamos são trabalhadores. Nos dependemos de financiamento público para que possamos voltar a oferecer à sociedade um metrô de qualidade, com confiabilidade, agilidade e conforto”, finaliza o superintendente.

Sucateamento do metrô de Recife mobiliza senadores Read More »

capa recife centro 2023

As perspectivas e desafios de morar no Centro do Recife

*Por Rafael Dantas A ausência de moradias permanece há anos como uma marca da região central da capital pernambucana, em bairros como do Recife, de Santo Antônio e São José. Com poucas exceções, como a comunidade do Pilar e o Condomínio Píer Maurício de Nassau, as famosas Torres Gêmeas, são os prédios públicos, comerciais ou mesmo imóveis vazios que caracterizam a área histórica da cidade. Esse cenário pode mudar com a chegada de alguns novos empreendimentos já anunciados, com as diretrizes das políticas públicas do Recentro e até com a nova fase do Minha Casa Minha Vida, que promete incentivar os retrofits. Há desafios grandes ainda a serem enfrentados nesse horizonte para incentivar a chegada da classe média e de garantir maior dignidade aos moradores dos habitacionais populares. Mesmo com grandes dificuldades de atrair investimentos privados para moradia nessa região central, o Recife tem uma vantagem. Diferente de outros centros urbanos que foram esvaziados de suas vocações econômicas, a capital pernambucana tem um ativo que foi a recuperação do Bairro do Recife com a ativação de vários prédios com empresas do Porto Digital. Os 17 mil profissionais em atividade, com uma renda maior que a média da população da Região Metropolitana do Recife, representam uma demanda reprimida de novos moradores, interessados em estar mais perto do trabalho. FALTA MORADIA PARA CLASSE MÉDIA TRABALHADORA Uma constatação das professoras Mariana Zerbone, da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e Edvânia Torres, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), sobre as poucas moradias atuais ou em construção nesses bairros centrais é que elas atendem às camadas sociais de cunho social, para a baixa renda, ou de projetos imobiliários para um público de alto poder aquisitivo. A classe média permanece excluída das escassas alternativas de moradia na região. “Um grande problema que identificamos são os extremos de ocupação das áreas. Ou são habitacionais de cunho social ou a abertura para mercado imobiliário de alto padrão. A classe média e trabalhadora que precisaria morar no Centro não tem acesso, não tem imóvel ‘médio’. É essa classe média trabalhadora que pode dinamizar a região”, avalia Mariana Zerbone. Ela destaca que parte do esforço de reocupação do Centro pode ser destinado a atender também ao público de estudantes universitários. Para além desses três bairros do núcleo mais antigo da cidade, Boa Vista e Santo Amaro integram a região central mais habitada. Especialmente Santo Amaro tem sido alvo de investimentos de maior porte, mas dentro de uma caracterização também de alto padrão. Em São José, no Cais José Estelita, está sendo erguido o Novo Recife, enquanto no Bairro do Recife há empreendimentos como o Yolo Coliving (uma plataforma de hospedagem e moradia que compartilha áreas e serviços comuns) e o Moinho (que contempla também moradias no seu complexo). A secretária do Recentro, Ana Paula Vilaça, afirma que a atuação do gabinete é para tornar o Centro atrativo para visitar, trabalhar, investir e morar. “Nosso maior desafio é atrair moradia. Desenvolvemos uma série de ações para tornar o lugar mais favorável à atração desses investimentos, junto com outras secretarias. Estamos desenvolvendo uma PPP (Parceria Público Privada) de locação social de forma prioritária. Estamos estudando o modelo para oferecer moradia no Centro. A ideia é ofertar 450 unidades habitacionais nesse novo formato, a Prefeitura do Recife entra com subsídio a partir da renda, com a parceria com a Caixa Econômica”. Nessa iniciativa, o setor privado construirá as unidades habitacionais e, em seguida, vai disponibilizá-las para aluguel ao público-alvo do programa. A Prefeitura concederá um subsídio parcial para o aluguel. O modelo já é bem-sucedido em países como França, Holanda e Alemanha, mas ainda é inédito no Brasil, onde o Recife foi escolhido para ser o primeiro município a implementar essa modalidade de habitação. O programa é voltado para famílias com renda máxima de até três salários mínimos. Além da PCR e da Caixa Econômica Federal, o projeto é liderado também pelos Ministérios do Desenvolvimento Regional e da Economia. Uma novidade mais recente nas políticas públicas de moradia que pode ter um impacto relevante no Recife é a nova fase do Minha Casa Minha Vida (MCMV). O Governo Federal anunciou que o programa passará a ter uma frente focada na reabilitação de edifícios abandonados. A ideia do Ministério das Cidades, que está desenhando esse programa, é lançar o “Minha Casa Retrofit” no segundo semestre. O lançamento, que deverá ofertar um subsídio maior para quem escolher fazer um retrofit em prédios antigos, na comparação com obras em áreas vazias e geralmente periféricas, representa uma oportunidade para a capital pernambucana, que possui um estoque relevante de imóveis ociosos. O retrofit é tendência na arquitetura, surgida na Europa, que revitaliza construções antigas, modernizando o espaço, tornando-o mais seguro, sem retirar as características originais históricas e arquitetônicas. “Essa nova fase do MCMV é um sinalizador de que o Governo Federal vai olhar para áreas centrais. Todo investidor avalia a viabilidade econômica do local. Esse programa federal está preocupado com isso. Achamos que ele pode alavancar o desenvolvimento do Centro e diminuir os deslocamentos na cidade. A região central da cidade conta com polo médico, universidades, o Porto Digital e órgãos públicos. Temos um potencial consumidor que, por questão econômica e pela falta de oferta de imóveis, foi morar nas periferias”, destacou Ana Paula Vilaça. A secretária destacou os incentivos fiscais para as atividades econômicas e de moradias para as construções ou intervenções destinadas à recuperação dos imóveis no sítio histórico dos Bairros do Recife, Santo Antônio e São José, aprovadas pela Lei do Recentro. Há também um conjunto de iniciativas em andamento de requalificação urbana na região. Obras de drenagem nas Ruas da Concórdia e Imperial, a construção da ciclofaixa conectando a Zona Sul ao Centro e o próprio projeto Viva Guararapes (realizado uma vez por mês, que interdita a Avenida Guararapes ao tráfego de veículos para atividades lúdicas, artísticas e de lazer) integram as iniciativas de incentivo à reativação da região. PORTO DIGITAL NA EXPECTATIVA DE MAIS MORADIAS O presidente do Porto Digital, Pierre

As perspectivas e desafios de morar no Centro do Recife Read More »

Parque Escada Miva Filho Secom

Raquel Lyra inaugura parque ambiental em Escada, na Mata Sul

A governadora Raquel Lyra inaugurou o Parque Ambiental Janelas para o Rio do município de Escada. O espaço é destinado à prática de atividades de lazer, esportes e brincadeiras, aliando áreas de convivência a iniciativas de preservação ambiental e à proteção do Rio Ipojuca. O valor total investido na obra do Parque foi de R$ 8.515.666,61. A vice-governadora Priscila Krause também participou da inauguração. A governadora ressaltou que tem dialogado com os municípios para eleger as prioridades e interiorizar os investimentos do Governo do Estado. “Que esse parque possa trazer mais qualidade de vida e simbolize o início de muitas obras que queremos trazer para essa região. Transformar Pernambuco carece de muita união e trabalho. É assim que vamos superar os desafios do nosso povo, e isso passa pela geração de emprego e renda, requalificação de estradas, construção de moradia popular e água para todos. Nada se faz da noite para o dia, mas nosso time de secretários está trabalhando para fazer as entregas dos nossos compromissos de governo”, destacou Raquel Lyra. O parque linear foi construído em uma área de 104.874,98 m² e concluído em abril deste ano, após 19 meses de execução da obra. No equipamento há áreas e edificações voltadas a atividades coletivas, como anfiteatro, viveiro de mudas, pista de skate, campos de futebol e academia requalificada.  O Janelas para o Rio de Escada também conta com um bloco destinado à educação ambiental, voltado para ações e aulas de sustentabilidade ambiental, econômica e social, com vista panorâmica para a área de reposição florestal e do Rio Ipojuca. Esse espaço, aliado ao viveiro de mudas e ao anfiteatro, atenderá alunos de escolas da cidade e demais visitantes.Perto da entrada principal do parque ficam o bloco administrativo, quiosque, sanitários e os reservatórios superior e inferior. “Esse parque é um orgulho para nossa cidade, que completa 150 anos nos próximos dias. Todos devem preservá-lo e aproveitar com o orgulho de ter o maior equipamento de lazer da região”, ressaltou a prefeita de Escada, Mary Gouveia. A inauguração faz parte do projeto Janelas para o Rio, elaborado pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), através do Programa de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca, que é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A execução das intervenções ficou a cargo da Secretaria de Recursos Hídricos e de Saneamento.

Raquel Lyra inaugura parque ambiental em Escada, na Mata Sul Read More »

capa 217 algomais

Urbanismo Social: A meta é ampliar a Rede Compaz

*Por Rafael Dantas Anderson Miguel, 14 anos, mora no Alto Santa Terezinha, na periferia da Zona Norte do Recife. Estudante de uma escola pública local, nos contraturnos das aulas, ele tem acesso aos computadores da biblioteca e participa das atividades de judô e futsal do Compaz. Lá ele é Pelezinho e está dentro do centro comunitário desde que foi fundado, em 2016. “ Venho para aprender no computador, fazer judô. E jogando nas várzeas, as pessoas dizem que eu pareço muito com Pelé, virei Pelezinho. Eu sonho em ser um grande jogador de futebol no futuro”. Os sonhos e as oportunidades que o adolescente tem acesso hoje possuem uma conexão direta com uma transformação de uma cidade do outro lado do continente: Medellín. Lá a taxa de homicídios chegou a ser de 375 por 100 mil habitantes, no início dos anos 1990, quando foi considerada a mais violenta do mundo. O índice apresentou uma queda para 177 quando Sergio Fajardo assumiu a prefeitura de Medellín em 2003. Em quatro anos, o indicador caiu para 26 homicídios para cada 100 mil habitantes. Desigualdade, violência e corrupção foram os inimigos que Sergio Fajardo, um professor de matemática que se tornou prefeito de Medellín em 2004, escolheu para enfrentar na sua gestão. Ao longo dos anos, a política que priorizava a reconstrução social dos territórios mais vulnerabilizados, com intensa participação comunitária, produziu efeitos visíveis. De cidade mais violenta do mundo, Medellín passou a ser considerada a mais inovadora. Um trabalho que influencia a atuação do Recife e de diversas cidades latino-americanas atualmente. A queda na taxa de homicídios e as construções icônicas que levaram serviços cidadãos para as regiões mais pobres e densas da cidade são apenas dois símbolos da política pública que ganhou o nome de urbanismo social. Fajardo conheceu Pelezinho e outras crianças do Compaz nesta semana em sua primeira visita ao Recife, quase 20 anos após o início do seu mandato. O ex-prefeito esteve na cidade, ao lado de outras referências latino-americanas, que são especialistas ou gestores públicos no 1º Congresso Brasileiro de Urbanismo Social. A escolha da capital pernambucana não foi por acaso. O Compaz é uma das vitrines nacionais de política pública inspirada em Medellín. Programas como o Mais Vida nos Morros e o Parque Capibaribe também possuem experiências exitosas de transformações urbanas, a partir de diálogos com as comunidades. Cases de iniciativas públicas bem- -sucedidas, que convivem ainda com desafios gigantes nos diversos territórios com intensa vulnerabilidade social na cidade. Em 2017, o Recife tinha um índice de 48,73 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2022, após oscilações no período da pandemia, o indicador caiu para 35,12 por 100 mil. Esse resultado não se deve exclusivamente ao Compaz, assim como em Medellín não são apenas as bibliotecas-parque as responsáveis pela mudança social. Mas no Compaz está o espírito da nova política de enfrentamento à violência. As participações de Sergio Fajardo e de Jorge Melguizo, que foi secretário de Cultura Cidadã de Medellín, deixaram claro que a experiência transformadora de Medellín foi mais social. As novas infraestruturas urbanas que surgiram, como metrô, teleféricos, espaços de cultura e equipamentos de lazer foram o suporte para uma nova vivência na sociedade que estava sendo costurada. “Nosso projeto é de construção de uma sociedade, não só a construção de uma cidade”, destingue Melguizo. Os equipamentos de alta qualidade que passaram a habitar nos espaços esquecidos e invisibilizados de Medellín quebravam uma lógica de fazer prédios e prestar serviços sem qualidade para as camadas populares. “O mais belo para os mais humildes”, disse o ex-prefeito. Uma mensagem exaustivamente repetida por Murilo Cavalcanti, secretário de Segurança Cidadã do Recife. Ao mesmo tempo, há o incentivo à experimentação e à escuta. “Quer fazer urbanismo social? Conheça o território metro quadrado por metro quadrado. Caminhei por todos os lados, conhecíamos todo o tecido social da cidade”, destacou Fajardo. A partir dessas andanças e da escuta popular, Fajardo formou a imagem de que os adolescentes e jovens da periferia têm um muro que os separa das oportunidades da vida. Enquanto isso, há uma porta aberta para a ilegalidade. “O que há de mais agudo na experiência da pobreza é a sensação de ser visto como inferior, como um fracassado no mais baixo patamar da escala social. As desigualdades, a violência e a corrupção geram desconfiança e desesperança, que nos faz pensar que não se pode fazer as coisas”, explica. O ex-prefeito afirma que a estratégia desenhada pela prefeitura na época, diante da impossibilidade de derrubar o muro, foi de ir abrir brechas nele, criando novas portas para as oportunidades. Essas portas são um conjunto de estratégias adotadas pela cidade colombiana, como bibliotecas, centros educacionais e espaços de lazer. A Rede Compaz, no Recife, é inspirada nas bibliotecas- parque de Medellín, mas tem como diferencial englobar em um único equipamento os serviços de diversas secretarias e órgãos públicos. COMO AVANÇAR? Mesmo com todo o avanço proporcionado pelo Compaz, o Recife ainda enfrenta problemas de violência. Para o secretário de Segurança Cidadã, Murilo Cavalcanti, a política de urbanismo social ainda está em construção na cidade. “O Compaz é um ponto de partida. É um laboratório. Fico emocionado ao ver o equipamento completamente tomado pela população, com atividades de formação e lazer. Se a gente não buscar o caminho dessa política, a tão desejada paz social não será alcançada”, alerta Murilo Cavalcanti. Para Cavalcanti, um dos pontos principais para ter resultados ainda melhores é a ampliação do números de unidades do Compaz no Recife. Em Medellín, os projetos de urbanismos sociais foram implantados de forma simultânea em vários territórios vulneráveis. Mas o aumento do número de equipamentos na capital pernambucana está previsto. “A expectativa é que sejam 16 para ter impacto em todos os territórios da cidade”, ressalta o secretário. Aos poucos, a rede vai sendo expandida. Até o final de 2024, segundo Murilo Cavalcanti, a capital pernambucana, que hoje tem quatro equipamentos do Compaz, terá mais quatro, totalizando oito unidades. “A gente cria uma rede bem robusta,

Urbanismo Social: A meta é ampliar a Rede Compaz Read More »