Arquivos Colunistas - Página 166 De 310 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Fusão empresarial é anunciada no Porto Digital

A CMTech, com expertise na área de integração de negócios em TIC, comprou a também pernambucana Inhalt, uma softhouse com presença nacional que  só nos últimos cinco anos desenvolveu mais de 50 projetos para grandes clientes da área privada e governamental. Em 2020, as duas empresas do Porto Digital projetam faturar R$ 35 milhões, empatando o ano passado mesmo em um cenário de crise. Com a fusão, as expectativa é de crescer numa média entre 30% e 40% ao ano e levar as tecnologias desenvolvidas aqui para o exterior. Os sócios Italo Nogueira e Rodrigo Vasconcelos revelaram que a negociação envolve recursos financeiros e troca de ações de participação. A partir dessa negociação, a partir de novembro, a Inhalt se integra oficialmente à CMTech. Os fundadores da Inhalt, Rodrigo Vasconcelos e Thiago Porto, assumirão o cargo de COO (chief operating officer) e CTO (chief technology officer), respectivamente. Com esse novo formato, a nova CMTech terá escritório comercial em São Paulo e em Haifa, Israel, um dos maiores pólos de inovação do mundo. Os sócios estimaram um faturamento de R$ 70 milhões para o ano de 2023. Um anúncio feito também na coletiva realizada ontem é que será feito um aporte de R$ 3 milhões já a partir deste ano no CMTech Labs, que é o braço de desenvolvimento de soluções próprias da empresa. O voo na área internacional é uma das principais novidades nesse novo momento das duas empresas, que já tinham uma atuação no mercado brasileiro. A desvalorização do Real e a alta de outras moedas, como o Dólar e o Euro, contribuem nesse cenário para chegar ao mercado exterior. "Na visão da gente é que cada vez mais teremos que ter um pensamento global, olhar para o mundo, aproveitar a possibilidade de vender nossas soluções e tecnologias para fora do País. Sair do Brasil é estratégia pós-pandemia. Daremos foco em relações bilaterais, onde usaremos nossa estrutura nesse novo momento da empresa para trazer soluções que possam se integrar com as nossas e levar as nossas soluções de maneira global para outros lugares. Vamos aproveitar esse momento em que há uma desvalorização da nossa moeda e uma supervalorização de outras moedas. Isso pode ser uma grande oportunidade", afirma Italo Nogueira. Rodrigo Vasconcelos acredita que a fusão vai potencializar a área de inovação da empresa aproveitando esse momento de forte transformação digital, acelerada no País por conta da pandemia. “Além disso, uma operação como essa reduz custos fixos, aumenta receita e reúne o melhor de cada um de nós”. A empresa projeta realizar contratações nos próximos anos nas áreas de desenvolvimento de software, comercial e de comunicação (marketing digital). Produtos e serviços voltados para a área de Internet das Coisas (IOT), inteligência artificial, cidades inteligentes e segurança digital estão no foco da nova CMTech. Thiago Porto afirma que a ideia é manter os produtos das duas empresas que estavam dando certo e aprimorá-los. “Mais que isso, vamos dar um gás no CMTech Labs e criar, do zero, ferramentas totalmente novas e de grande escalabilidade, produtizar e criar nossas soluções é palavra de ordem”, conclui. Lideranças do setor Além de fazerem parte do mesmo ecossistema e de uma mesma geração de empresas de tecnologia, CMTech e Inhalt têm mais um ponto em comum. Seus dirigentes são entusiastas do associativismo. Italo Nogueira já dirigiu por dois mandatos a regional e, atualmente, preside a Assepro Nacional - Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, com mais de 2.500 filiados em todo o país e considerada a mais importante entidade representativa do setor. Já Rodrigo Vasconcelos está no seu primeiro ano como presidente da Assespro PE/PB que comemorou este ano, nada menos que 40 anos de atividades. “Pudemos nos conhecer melhor lá dentro da associação. A ideia é essa: defender as empresas de tecnologia e gerar negócios que geram desenvolvimento para sociedade. Daí a importância do associativismo. De estarmos juntos - Assespro, Softex, Seprope, Manguez.Al e Porto Digital. para dar o exemplo de Pernambuco”, conta Nogueira. Seu colega de associação e mais novo sócio confirma. “O fato de nos unirmos nas causas pelo avanço das empresas de TIC nos aproximou bastante. Esse network é essencial para o crescimento do ecossistema”, avalia Vasconcelos.

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OCDE pede a independência da Autoridade Nacional de Proteção de Dados

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomendou, por meio de relatório, a garantia da independência funcional à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que está vinculada à Presidência da República, como órgão da administração pública federal. O órgão é uma das novidades da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor recentemente no Brasil. A advogada Manoela Vasconcelos, sócia do DMV Advogados, observa que a ANPD tem, entre as suas funções, a de zelar, fiscalizar, editar diretrizes e aplicar sanções relativas à proteção de dados pessoais no país e, por isso, precisa de autonomia para o seu funcionamento. “Como a ANPD possui um papel fundamental na regulamentação e na fiscalização de matérias relativas à proteção de dados pessoais, a recomendação da OCDE é completamente justificável. Para que a ANPD possa, de fato, realizar seu trabalho sem amarras e da forma mais eficiente possível, ela tem que ser independente.”, explica.

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Anísio Coelho: "A economia linear precisa ser abolida"

Anísio Coelho é presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPE. Ele respondeu à Revista Algomais três perguntas sobre o processo de transição das atividades industriais para um modelo econômico mais sustentável. Esse foi o tema da nossa última edição e temos publicado desde segunda-feira entrevistas com especialistas e representantes de classe sobre essa temática que deverá nortear o desenvolvimento econômico nos próximos anos. A transição para uma economia de baixo carbono, principalmente nesse momento de retomada dessa crise da pandemia, está no radar do mundo inteiro. Qual a perspectiva do setor industrial nesse sentido? Anísio Coelho – O mundo foi atingido no final do ano passado e no início deste ano com o alastramento da COVID-19, que surpreendeu pelo rápido poder de propagação, alto grau de letalidade e com abrangência global. Todas as economias foram afetadas e tomamos ciência de nossas enormes vulnerabilidades como sociedade. Problemas já existentes foram aflorados e verificamos que o modo de produção e consumo atual é insustentável do ponto de vista social e ambiental. O aquecimento global, a perda de biodiversidade, a contaminação de rios e de oceanos, a enorme geração de resíduos e o aumento da desertificação são desafios para a humanidade defrontar. Dentre muitas alternativas para enfrentarmos está uma mudança significativa na redução de emissões de gases do efeito estufa e na diminuição da geração de resíduos, com a adoção da economia de baixo carbono e a economia circular. Temos que aprender com a natureza, pois nos ecossistemas naturais não existem resíduos, o subproduto de uma espécie serve de nutriente para outra. O setor industrial tem muitos desafios e oportunidades, para colocar a economia circular na prática de suas atividades e diminuir a pressão sobre a extração de recursos naturais e preservar os ecossistemas. O setor industrial deve cada vez mais buscar a ecoeficiência de todos os seus recursos. Temos exemplos exitosos como a geração de energia renovável. Processos e produtos precisam ser otimizados na direção da racionalização, da redução dos impactos ambientais e do menor consumo de recursos naturais. A indústria nacional tem um grande espaço para crescer nesta rota da economia de baixo carbono, e possuímos importante vantagem competitiva frente a outras economias. Quais os principais desafios da indústria para fazer uma transição em direção a uma economia de baixo carbono? Anísio Coelho – Todo processo de mudança requer foco e persistência, alicerçado principalmente na inovação com base tecnológica. A economia linear, lastreada na extração, no processamento, na manufatura, no consumo e no descarte, precisa ser abolida. O modo de produção e de consumo necessariamente tem que ser responsável e sustentável. Na concepção de um produto, aspectos referentes a otimização de recursos naturais deverão ser considerados, assim como o ciclo de vida do produto deve ser aferido, como também a possibilidade de reaproveitamento após o seu uso. No processo produtivo é preciso rastrear a pegada de carbono e da água, a diminuição de emissões. . . Será necessário a ampliação de investimentos em pesquisa, tecnologia e qualificação da mão de obra. Hoje, o Brasil já é exemplo na Matriz Energética Nacional, pois 46 % são provenientes de fontes limpas e renováveis, enquanto nos países desenvolvidos a média é de 15%. No pós-pandemia, será necessária uma nova mentalidade, entendendo que o futuro é circular e, como o seu ciclo é fechado, será vital alargar o diâmetro desta esfera, para contemplar a todos e cada um com suas responsabilidades e ações consequentes. Como está Pernambuco neste cenário? Anísio Coelho – Temos grandes potencialidades na implementação de uma economia de baixo carbono, com plantas comprovadamente exitosas na geração de energia eólica e solar fotovoltaica, e na produção de etanol e biomassa. A possibilidade do aumento na oferta de gás natural é muito promissora, pois sendo ainda um produto de origem fóssil é o mais eficiente destes. Temos desafios na gestão de resíduos sólidos urbanos, onde ainda não existe a coleta seletiva aplicada em escala comercial, quase todo material passível de reciclagem é depositado em aterros sanitários, a logística reversa precisa funcionar. Mais de 50% do resíduo sólidos urbanos é formado por matéria orgânica, logo não existe compostagem para produção de adubo. A indústria de reciclagem de plástico e de papelão tem mercado para crescer e gerar emprego, renda e tributos, porém falta matéria-prima, pois estão sendo enterradas. Precisamos criar uma política de incentivo à coleta seletiva e investir em educação ambiental. É necessário a rápida ampliação da rede de coleta e tratamento do esgoto doméstico e pensar no reuso da água tratado do esgoto para aproveitamento agrícola e industrial, como já existe no estado de São Paulo, com o projeto Aquapolo, que reaproveita 700 litros por segundo. Temos a necessidade de implementar um programa de incentivo ao manejo florestal sustentável na região do bioma da Caatinga, principalmente no Sertão do Araripe, para produção de lenha visando suprir de forma sustentável a necessidade energética do Polo Gesseiro.

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Natal do Shopping Recife estreia no dia 1º de novembro

O Natal do Shopping Recife promete inovações e muita tecnologia. Para acender a magia deste período no coração dos recifenses, as emoções estarão presentes no “Natal dos Sentimentos” do centro de compras, que promete dar destaque às emoções que marcam a época de forma lúdica e cheia de encantamento. Para a campanha, o mall investiu R$ 3,8 milhões e tem a perspectiva de retomar a patamares de circulação bem próximos ao do ano passado. "Atualmente o Shopping Recife recebe cerca de 50 mil clientes/dia, número controlado pelos protocolos atuais em virtude da pandemia. Em cenário comum, esse número chega a 65 mil/dia. O ciclo natalino do Shopping Recife começa no dia 1º de novembro e segue até 24 de dezembro. Durante esse período, estimamos um fluxo de 95% de clientes em relação ao alcançado em 2019", afirma Danielle Viana, superintendente do Shopping Recife. Ela avalia que com a gradativa retomada de confiança do consumidor, há uma ascendência de fluxo e de vendas. Com a Black Friday e o Natal no calendário, a expectativa do mall é seguir nessa curva crescente com um avanço de 5% nas vendas. Além de uma decoração inédita produzida pela C+E, o centro de compras vai usar a tecnologia para aproximar ainda mais as pessoas das boas sensações do período natalino. Para isso, a Praça de Eventos do shopping contará com a tradicional árvore gigante - com 12 metros de altura - e ainda algumas soluções interativas sem a necessidade de toque: um túnel de luzes, que acenderá com a presença do público e piso interativo que ilumina as árvores espalhadas pelo cenário. Uma das novidades deste ano será o trono tecnológico, que  possibilitará que a garotada interaja através de videochamada com o papai noel, que terá contato virtual com o público. “Em tempos de cuidados especiais, adequamos as nossas tradições da época sem deixar de proporcionar momentos inesquecíveis e com a magia do Natal para toda a família”, destaca Renata Cavalcanti, gerente de Marketing do Shopping Recife. O Papai Noel também poderá gravar uma mensagem de vídeo personalizada. Através de um hotsite, será possível enviar um vídeo do bom velhinho com uma mensagem natalina exclusiva. Além da decoração principal e todos os corredores do mall, na área externa, o Parque das Esculturas contará com um parque infantil e duas intervenções gigantes. Nelas, milhares de luzes de Led vão iluminar uma árvore natalina e um Papai Noel, com 16m e 5m, respectivamente. Toda a fachada do shopping também receberá uma grande cortina de luzes em um projeto assinado pela Ecoluz. A tradicional abertura do Natal do Shopping Recife acontecerá através do Instagram do centro de compras. No dia 01/11, a partir das 10h, Tio Bruninho fará uma live para dar as boas-vindas ao Natal do Shopping Recife e apresentar a decoração natalina do mall em primeira mão com um show especial para que toda a família possa se divertir em casa. Já a partir das 12h dessa data, o público poderá conferir presencialmente o espaço “Natal dos Sentimentos”.

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Crítica| O Pequeno Refugiado

Começou na quinta (22) a 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Devido à pandemia do novo coronavírus, o evento acontece em plataformas digitais, além de ter exibições em dois cinemas ao ar livre na capital paulista. Alguns filmes já estão disponíveis gratuitamente na plataforma Spcine Play. Entre eles, a ficção turco-iraniana "O Pequeno Refugiado", uma interpretação aberta da comovente história de Aylan Kurdi, o menino curdo de três anos que foi encontrado morto em uma praia na Turquia, em 2015, após fugir com a família da Síria. O longa trata do drama vivido por famílias que, em busca de proteção, fogem de seus países arrasados pela guerra. Aylan entra na história como fio condutor da trama, que abraça o realismo fantástico ao mostrar o menino frente a frente com o próprio corpo estendido na praia. Sua morte marca o início da jornada. Aylan encontra no caminho figuras como o segurança de um estaleiro, desacreditado por causa do alcoolismo. Também tem um encontro com Nebvar (Farshid Gavili), homem que sofre com a morte do filho. Ainda que Aylan nomeie o filme, quem assume o protagonismo é Nebvar, personagem de grande importância para o desenrolar dos três atos. Dirigido por Batin Ghobadi, que em 2010 ganhou um Urso de Cristal no festival de Berlim pelo curta "Ask The Wind", "O Pequeno Refugiado" tem roteiro fraco, autoexplicativo, que subestima o espectador em alguns momentos. Porém nem tudo é ruim. Destaque para a boa direção de fotografia de Morteza Najafi, principalmente nas cenas que acontecem na praia. Além do streaming Spcine Play, é possível assistir ao longa no Looke, na sessão Spccine. Outros filmes da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo poderão ser vistos também nas plataformas Mostra Play e Sesc Digital. Mais informações: https://44.mostra.org/  

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MRV abre vagas no setor de segurança do trabalho

A MRV, plataforma de soluções habitacionais, está em busca de engenheiros com especialização em segurança do trabalho. As vagas, de engenharia e coordenação da segurança do trabalho, são para atuar nos estados do Ceará, Amazonas, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Curitiba e Paraná. Os candidatos devem ter formação completa em Engenharia, especialização em Segurança do Trabalho e vivência sólida na área no segmento da construção civil. Ainda, para os interessados no cargo de coordenação é importante ter conhecimento intermediário em MS Office e sistema de gestão ISO 45000 e ISO 14000. Já para o cargo de engenharia o profissional deve ter habilitação de acordo com a Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985. Ente os benefícios oferecidos pela MRV, estão salário compatível com o mercado, plano médico e odontológico, vale refeição/alimentação, participação nos lucros e resultados, previdência privada e Gympass. Geração de emprego no país Das 249.388 novas vagas de emprego com carteira assinada abertas em agosto, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), 50.489 são referentes ao setor da construção civil. De janeiro a setembro deste ano, a MRV realizou mais de 9 mil contratações. Para saber mais informações sobre as vagas e cadastrar currículo, acesse: · Vaga Engenheiro – Segurança do Trabalho www.vagas.com/v2120236 · Vaga Coordenador – Segurança do Trabalho www.vagas.com/v2120251

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Clóvis Cavalcanti: "Todo o modelo de consumo tem que ser revisado"

Clóvis Cavalcanti, pesquisador emérito da Fundação Joaquim Nabuco e professor da UFPE não gosta do termo "retomada econômica verde". Para ele o que é preciso é uma mudança de paradigma de desenvolvimento. Nesta entrevista concedida à Revista Algomais, o presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (EcoEco) e ex-presidente da Sociedade Internacional de Economia Ecológica fala sobre a relação entre a atual crise com o impacto ambiental promovido pelas atividades produtivas e sugere algumas alternativas para mudar o rumo. Ideias que não são apenas suas, mas que já ganharam força na academia, no meio empresarial e até político. A atual crise econômica e sanitária teria raízes no modelo de desenvolvimento econômico atual, de alto impacto no meio ambiente e na maioria dos setores ainda sem ser caracterizado pela sustentabilidade ambiental? CLÓVIS CAVALCANTI - Penso que sim. Em 1992, um grupo de cientistas fez um alerta a esse respeito em edição da revista científica BioScience. Repetiu-o, atualizado, 25 anos depois, em 2017, na mesma BioScience. São usados dados de pesquisas respeitáveis. O grupo de cientistas que elaborou esses avisos está indicado no site ScientistsWarning.org, que atua em cooperação com a Alliance of World Scientists. O elenco de nomes envolvidos nessa iniciativa inclui mais de 70 por cento dos detentores vivos de Prêmio Nobel das ciências. Daí por que, confio no que grupo tão respeitável argumenta. A percepção é de que o paradigma de desenvolvimento dos países ricos só poderia culminar, por motivo de uma percepção ecológica do fenômeno, em colapso do ecossistema global. De fato, como o sistema econômico exerce dupla pressão sobre o meio ambiente (suga recursos – alguns deles inequivocamente esgotáveis, como é o caso do petróleo – e joga na natureza a todo instante a sujeira que, em derradeira instância e do ponto de vista termodinâmico, resulta de tudo o que o homem, e qualquer outro ser vivo, faz), o processo global de desenvolvimento tem considerável custo ecológico. Representa ameaça à própria sobrevivência da humanidade, embutindo uma catástrofe planetária que, de toda forma, parece inevitável, se não se muda o curso dessa civilização, conforme argumentou Celso Furtado, em 1974, no seu livro O Mito do Desenvolvimento Econômico. É como, por sua vez, diz o pai do conceito de “pegada ecológica”, meu amigo William Rees, professor das Ciências Ambientais na Universidade de British Columbia (Canadá), “A empresa humana está em uma ultrapassagem potencialmente desastrosa, explorando a ecosfera além da capacidade regenerativa dos ecossistemas e fazendo os sumidouros naturais do planeta transbordar”. Grande responsabilidade disso é por ele atribuída à capacidade das políticas neoliberais de desmontar perigosamente equilíbrios ecológicos planetários. Não tenho nenhuma dúvida a esse respeito. Até porque alertas sobre as ameaças já foram dados pelo maior entomologista vivo, Edward Wilson, professor de Harvard, e pelo astrônomo-real do Reino Unido, meu amigo Martin Rees, professor de Cambridge e membro da Casa dos Lords e da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. . Há perspectivas de uma "retomada verde" da economia mundial para reverter o grave cenário de crise que enfrentamos? CLÓVIS CAVALCANTI - Retomada de quê? Do crescimento econômico? Convém ressaltar que o crescimento da economia não pode se sustentar indefinidamente, se o ecossistema não cresce e é finito. Afinal, só existe atividade econômica se existir um ecossistema que a acolha. Daí que, tal retomada deveria ser, no meu entendimento, a introdução de um novo paradigma de desenvolvimento, como o que prevalece no Reino do Butão desde 1972, de promoção da felicidade humana e do bem-estar de todos os seres sencientes, com uso moderado e prudente dos recursos (finitos) dos ecossistemas. Essa possibilidade existe. Fiz parte de um grupo de experts internacionais que compôs uma comissão instituída pelo governo do Butão, a convite deste, destinada a preparar relatório para a ONU, atendendo pedido de Ban Ki-moon, então seu secretário-geral, explicando em que consiste esse novo paradigma, baseado no conceito da Felicidade Nacional Bruta, formalizado pelo rei do país em 1979. Meu grupo foi ao Butão em janeiro-fevereiro de 2013, depois de reunião em New York em outubro de 2012, resultando do trabalho da comissão o documento Happiness: Towards a New Development Paradigm, finalizado em dezembro de 2013. Retomada verde, para mim, às vezes, é uma espécie de camuflagem para que se continue com o mesmo projeto de crescimento econômico a todo custo, de enormes custos ecológicos. Nos EUA, o Partido Democrata abraçou a bandeira do Green New Deal, que une o conjunto de reformas sociais defendidas por Franklin Roosevelt na Grande Depressão com a economia de baixo consumo de carbono. Qual o sinal disso para a economia global? CLÓVIS CAVALCANTI - Trata-se de uma sugestão sensata para que se reformule o modelo vigente, com mais atenção para dimensões sociais e ecológicas do processo econômico no mundo hoje. Mas algo ainda tímido, na medida em que poderosos interesses econômicos não podem ser contrariados. Razão pela qual se fala em green (verde). Afinal, niguém se opõe em tese a um “esverdeamento” das ações humanas. . Uma das iniciativas locais recente foi a carta lançada por ex-presidentes do Banco Central e ex-ministros da Fazenda, que defendem ações do setor público e da iniciativa privada na construção de uma economia de baixo carbono. E ressaltam que “a descarbonização significa a valorização da nossa economia no longo prazo, uma consideração cada vez mais importante para investidores internacionais”. Qual a sua avaliação sobre essa manifestação? Já é possível identificar uma maior sensibilização da classe empresarial para essa questão? CLÓVIS CAVALCANTI - Manifestação benvinda. Temos que trabalhar para reduzir o uso de combustíveis fósseis, vilões (com o desflorestamento) do perigoso efeito-estufa. Na verdade, todo o modelo de consumo tem que ser revisado. Ele leva à produção de artigos como os automóveis que são a negação da descarbonização. Um modelo de sobriedade é o mais recomendado. Significa viver com conforto nos limites do possível – assim reduzindo a pegada de carbono. No Butão, combate-se o consumismo. Não existem cartazes de qualquer tipo de propaganda no país, por exemplo. Os refrigerantes foram abolidos. O interesse

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Campanha da Rota do Mar valoriza liderança feminina da empresa

“Quem toca nosso barco?” é nome da nova campanha que a Rota do Mar está lançada nas suas redes sociais para valorizar ainda mais a sua força motriz: os colaboradores. A maioria das lideranças da maior empresa de confecções de Pernambuco é formada por mulheres. Dos 30 cargos de liderança, 20 são ocupados por mulheres (67%) e os demais (33%) por homens. A empresa hoje conta com 407 colaboradores, dos quais 185 são mulheres. A campanha faz alusão ao Dia internacional contra a Exploração da Mulher, instituído pela ONU e celebrado mundialmente no dia 25 de outubro. A data é dedicada à reflexão sobre as desigualdades e discriminações de gênero. De acordo com o Ministério da Economia, em levantamento sobre os cargos de liderança nas empresas, as mulheres detêm 42,4% das funções de gerência, 13,9% de diretoria e 27,3% de superintendência. Quanto mais alto o nível dentro de uma companhia, menos elas estão presentes. Na Rota do Mar, elas ocupam cargos de presidência, direção, gerência, subgerência e coordenação. Como é o caso de Ana Carolina, que é a coordenadora de corte da empresa com apenas 20 anos. “Podemos ser o que quisermos e tudo depende do valor que damos aos nossos esforços e sonhos. O que digo para outras mulheres: faça acontecer! Não espere para amanhã, faça hoje. Você não faz ideia do quão longe pode chegar e tudo começa quando você tenta. Se fizer tudo com amor e lealdade você pode ir muito longe”, declarou. Já Renata Balbino, subgerente de lojas, ressalta a questão da busca da perfeição. “Podemos errar, sim, temos defeitos, mas não precisamos dar conta sempre de tudo. Afinal quem dá? Mulheres devem inspirar, liderar, mostrar que são verdadeiras heroínas, não das histórias em quadrinhos, mas da vida real. O fato de sermos mães, donas de casa, esposas, filhas muitas vezes nos sobrecarrega. Porém, isso não pode nos impedir e nem limitar as conquistas em qualquer área de nossas vidas. Que as adversidades da vida sejam nosso combustível para vencer e alcançar nossos objetivos”, ressalta. Para Marta Ramos, sócia-fundadora e presidenta da Rota do Mar, ter maioria feminina na liderança da Rota do Mar é motivo de orgulho e uma conquista feita a partir de um olhar atento para a potência que tem o feminino. “Ser líder, enquanto mulher, em um ambiente corporativo é um verdadeiro desafio. Quantas vezes somos colocadas em pequenas caixas? Podemos nos conformar em ser apenas o que nos ensinaram historicamente a ser? E essa campanha é para que as nossas e todas as mulheres lembrem que podem ser o que elas quiserem e estar onde elas desejarem”, comenta. Ao longo dos seus quase 24 anos de mercado, a empresa deu espaço naturalmente as mulheres para ocuparam o lugar que quisessem, pois acredita que um mundo melhor vai ser construído através das mãos femininas. “Estimulamos esse protagonismo naturalmente e ficamos felizes em saber que elas estão em maioria nos nossos cargos de liderança. Essa série de retratos vai servir para dar rosto e enaltecer o coração pulsante da nossa indústria. Elas são os nossos braços fortes e o nosso olhar para o mundo”, declara Arnaldo Xavier, presidente da empresa. A campanha “Quem toca nosso barco?” foi idealizada e produzida pelos Departamentos de Marketing e Endomarketing da Rota do Mar. As fotos são de autoria de Larissa Dare. O resultado pode ser conferido nos perfis da empresa nas redes sociais: @rotadomar96.

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"O fluxo do capital caminha para uma economia de baixo carbono"

Teremos uma retomada da economia a partir de uma matriz mais sustentável? Essa foi a principal questão a ser esclarecida na nossa conversa com Marina Grossi, que é presidente do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável). A preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável deixaram de ser uma agenda apenas dos ambientalistas e ganham cada vez mais adeptos no mundo empresarial e político. Na última edição da Algomais vimos que a pandemia acelerou essa tendência, que deverá nortear os investimentos no cenário pós-crise. Confira abaixo a entrevista completa. Quais as principais lições que a pandemia deixa para a classe empresarial no quesito sustentabilidade ambiental? Marina Grossi: Acho que a principal lição é que não há desenvolvimento econômico e social que se sustente no longo prazo sem os serviços da natureza, sem água, ar, solo, chuva. Porque já está comprovado que a floresta em pé tem um valor maior do que áreas desmatadas. O Relatório da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos sobre Restauração de Paisagens aponta que um hectare de floresta em pé na Amazônia, por exemplo, gera em média R$ 3,5 mil por ano; e no cerrado, em torno de R$ 2,3 mil por ano. Em sistemas agroflorestais, esse rendimento pode chegar a mais de R$ 12 mil anuais. Já o mesmo hectare desmatado para a pecuária daria um lucro de R$ 60 a R$ 100 por ano. Se usado para soja, o valor seria de R$ 500 a R$ 1 mil por ano. . Estudo publicado no ano passado pela revista Perspectives in Ecology and Conservation e -- endossado por mais de 407 cientistas brasileiros, de 79 instituições de pesquisa – apontou que os 270 milhões de hectares de vegetação nativa preservados em propriedades rurais, entre áreas desprotegidas e de Reserva Legal, rendem ao Brasil R$ 6 trilhões ao ano em serviços ecossistêmicos, como polinização, controle de pragas, segurança hídrica, produção de chuvas e qualidade do solo. Os serviços oferecidos pelos sistemas naturais têm impacto na segurança alimentar, energética e hídrica; na produtividade da cadeia agrícola e servem de estoque e sumidouro para o carbono. . Na sua opinião, quais as principais tendências deverão nortear o desenvolvimento empresarial e o crescimento das empresas brasileiras nos próximos anos? Como os conceitos relacionados à economia verde afetarão as rotinas e os planos das empresas? Marina Grossi: A pandemia acelerou um processo que já estava em andamento. Os conceitos ESG (Enviromental, Social and Governance) devem guiar cada vez mais os investimentos privados e agora também começam a influenciar políticas públicas. O novo pacto ecológico da União Europeia, por exemplo, prevê a injeção de 1,8 bilhão de euros em projetos e iniciativas voltados para uma economia de baixo carbono. Para as empresas, não é apenas um bom negócio, é fator fundamental para a sustentabilidade financeira no longo prazo. A gente percebe um amadurecimento maior no mercado europeu, mas está claro que há um movimento global crescente. O perfil do consumidor no Brasil ainda privilegia em maior medida o preço e a conveniência do produto, mas já há um processo de amadurecimento em curso. . A recuperação da economia global tende a passar por investimentos na economia de baixo carbono? Quais os sinais do mercado podem apontar para isso? Marina Grossi: O fluxo do capital já caminhava cada vez mais para um modelo de economia de baixo carbono, mesmo antes da pandemia, mas houve uma aceleração após a Covid-19. Esse é um movimento global, que prevê a alocação de capital alinhado aos preceitos e princípios ESG. Os investidores também começam a ver resultados positivos no histórico de investimentos ESG. E isso também vem incentivando o mercado local. É um círculo virtuoso. . Como você analisa o Brasil nesse cenário, visto que temos ao mesmo tempo experiências reconhecidas globalmente de economia verde ao mesmo tempo que vivemos uma crise sequência de crises ambientais e um papel dúbio do Ministério do Meio Ambiente? Marina Grossi: Temos uma grande oportunidade de posicionar o Brasil e usar a vantagem que temos (florestas, água, matriz energética limpa) como forma de desenvolvimento sustentável com acesso a um capital que está buscando isso. O agronegócio brasileiro precisa se adaptar a um novo modelo de agricultura, do século 21, no qual é possível aumentar a produtividade sem ampliar a área agrícola. Caso contrário, haverá maior resistência e até fuga de investimentos externos de baixo carbono, além de perder o acesso a mercados ou a portfólios de investimentos que demandem por esse perfil. Também pode ter impacto nas carteiras de crédito. Ao ter uma gestão climática mais profunda, é possível mitigar o impacto de ter créditos em áreas que sofrerão com as mudanças climáticas, ou que terão quebras e mercados destruídos. No Brasil, estamos interessados em desenvolver ações de longo prazo que permitam colocar o país no rumo de uma economia de baixo carbono quando a pandemia do coronavírus passar. A implementação de um mercado de carbono no Brasil é agenda prioritária. Estamos buscando o diálogo não apenas com o governo, mas com todas as instituições do país com o objetivo de colocar o Brasil na rota de uma economia circular e de baixo carbono. O Brasil é uma potência ambiental e tem tudo para assumir a liderança nesta agenda. Essa é uma agenda de Estado, e não de governo. Temos a oportunidade única, os recursos e o conhecimento para dar escala às boas práticas e, mais do que isso, planejar estrategicamente o futuro sustentável do Brasil. Em nosso entendimento, esse é o melhor caminho para fincarmos os alicerces do país para as próximas gerações. . *Rafael Dantas é jornalista, repórter da Algomais, especialista em gestão pública e mestre em Extensão Rural e Desenvolvimento Local (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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Assaí Atacadista abre 1,8 mil vagas

O Assaí Atacadista, rede de atacado de autosserviço, está selecionando profissionais para mais de 1800 vagas temporárias em todo o País. A empresa irá reforçar os times de suas 176 lojas para o fim de ano, período de maior movimento para o setor. Há vagas para os cargos de Empacotador, Repositor, Operador de Caixa, Operador de Depósito e Fiscal de Prevenção de Perdas, com oportunidade de efetivação. Podem se candidatar maiores de 18 anos com ensino médio completo e disponibilidade para trabalhar em escala 6x1. Em razão da pandemia de Covid-19, o processo seletivo da rede foi adaptado para ser realizado 100% on-line. Em Pernambuco, os interessados podem consultar as vagas disponíveis e cadastrar o currículo no site da empresa AST Consult até o dia 10 de novembro. A rede oferece salário e benefícios compatíveis com o mercado. A rede está presente nas cinco regiões do País, com 176 lojas distribuídas em 22 estados e no Distrito Federal. Conta com uma plataforma própria de serviços financeiros, o Passaí, composta por cartão próprio e uma maquininha de cartão de crédito e débito. Anualmente, o Assaí recebe mais de 250 milhões clientes em suas unidades. Em 2020, foi eleito o atacadista mais admirado do País pelo ranking IBEVAR-FIA.

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