Arquivos Colunistas - Página 270 De 299 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Temporada de incertezas para os clubes pernambucanos (por Houldine Nascimento)

A Copa do Nordeste começa nesta terça-feira (16). Três clubes pernambucanos estarão na disputa pelo troféu mais cobiçado da região: Santa Cruz, Salgueiro e Náutico, que garantiu vaga na fase de grupos após eliminar o Itabaiana (SE) nos pênaltis, no último sábado. Dos três representantes do estado, apenas o Santa venceu o Nordestão. Este ano, Pernambuco corre por fora, sobretudo pelo abismo financeiro em relação às grandes equipes da Bahia e do Ceará. Quando comparamos a folha salarial do Vitória com a do Náutico, por exemplo, isso fica evidente. O Rubro-negro baiano gasta mensalmente R$ 4 milhões, enquanto o Timbu tem despesa de aproximadamente R$ 200 mil mensais, vinte vezes menos que o rival da boa terra. É difícil pedir ao torcedor alvirrubro paciência, uma vez que o Náutico vivencia um jejum de títulos há 14 anos. Se o longo período sem taça for quebrado com um triunfo regional, será formidável, mas diante do cenário desenhado, é compreensível que isso não aconteça. Na elite do futebol brasileiro, o Ceará inicia o ano gastando R$ 1,2 mi por mês com o elenco, superando em seis vezes a folha do Santa Cruz, que vai jogar a Terceira Divisão. A diferença nos orçamentos dos clubes não impede uma eventual conquista pernambucana, mas o principal objetivo nesta competição será mesmo o de montar os times para a Série C. No Campeonato Pernambucano, a disparidade financeira também é latente. O Sport começa 2018 com gastos mensais de R$ 3,4 mi, dezessete vezes mais que os seus adversários históricos. Graças a uma decisão absurda de sua diretoria, o Leão abdicou de disputar a Copa do Nordeste nesta temporada e concentra as forças no estadual. No mínimo contraditório, especialmente porque o presidente do Rubro-negro, Arnaldo Barros, afirmou que o Sport não cabia mais em Pernambuco. Houve algumas baixas no elenco. O principal nome, o meia Diego Souza, e o lateral esquerdo Mena deixaram a Ilha do Retiro. O volante Rithely, por sua vez, demonstra que não quer permanecer no clube. Para completar, atrasos salariais passaram a fazer parte do cotidiano rubro-negro. Para Santa, Náutico e Salgueiro, a briga será forte para subir de patamar na esfera nacional. Para o Sport, a manutenção do time na Série A é a prioridade. Será que vão conseguir?  

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"O Touro Ferdinando": respeito às diferenças é tema da nova animação do brasileiro Carlos Saldanha

Lançado nove meses antes da Guerra Civil Espanhola, o livro The Story of Ferdinand, do escritor americano Munro Leaf, revoltou lideranças de alguns países por onde passou, mais especificamente, daqueles que seguiam uma linha totalitária de governo. A proposta pacifista da história, que tem como protagonista um touro que prefere a vida no campo e o aroma das flores a lutar em touradas, trouxe como consequência o banimento do livro em países como Espanha e Alemanha. Baseada nessa importante obra da literatura mundial, chega aos cinemas a animação O Touro Ferdinando, do brasileiro Carlos Saldanha. Saldanha tem um currículo respeitado mundialmente. Dirigiu franquias de sucesso como A Era do Gelo e Rio. Só a Era do Gelo, juntando todos os cinco filmes, arrecadou cerca de US$ 3,200 bilhões. E seu novo projeto já está rendendo bons frutos: O Touro Ferdinando já acumula o total de US$ 185 milhões em bilheteria por onde passou. Além da boa recepção de público, recebeu a indicação ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Animação e Melhor Canção. A história começa com Ferdinando ainda bezerro. Mais reservado, gosta de admirar as flores, o que chama a atenção dos outros bezerros que preferem buscar inspiração nos touros maduros e fortes do rancho. Nesse lugar, eles são treinados para enfrentar os toureiros nas arenas de Madrid. Após um teste de força com outro touro, o pai de Ferdinando é selecionado para participar do evento. Mas o triste resultado do embate mudará completamente o destino do pequeno Ferdinando, que será adotado por uma nova família.   A animação propõe o respeito às diferenças como tema norteador da trama. Assunto bem necessário em tempos de intolerância, seja ela de qualquer espécie. Mas apesar da boa proposta, a história se perde em meio aos clichês do gênero. Perde muito tempo com algumas piadas insossas e com longas perseguições que, apesar de bem construídas, como a que acontece no centro de Madrid, só servem para alongar a história. Alguns personagens que acompanham o protagonista como a cabra Lupe, dublada por Thalita Carauta, até ajudam a movimentar a trama, mas deixam no ar a sensação de "mais do mesmo". Não por acaso, O Touro Ferdinando perdeu o prêmio de melhor animação para Viva: A Vida É Uma Festa, no Globo de Ouro. Se por um lado o novo trabalho de Carlos Saldanha não consegue explorar satisfatoriamente o tema proposto, com uma trama de pouca profundidade para um espectador mais exigente, por outro, deverá agradar ao público infantil. Suas cores e personagens por demais simpáticos facilmente conquistarão os pequenos. Boa pedida para o período de férias.

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Conheça as principais estreias do cinema no primeiro semestre

Primeira semana do ano e, com ela, começam a aparecer as famosas listas com os principais lançamentos do cinema mundial. Por aqui, claro, não poderia ser diferente. Como vem acontecendo nos últimos anos, o destaque fica para os blockbusters de super-heróis, que têm ocupado (e lotado) a maioria das salas, o que, sem dúvida, acontecerá também em 2018. Pois bem, trago aqui uma lista com os filmes que, acredito, conquistarão grandes bilheterias no Brasil e no mundo no primeiro semestre. Agora é só pegar a pipoca! Viva: A Vida É uma Festa   A nova animação da Disney/Pixar chega aos cinemas acompanhada por uma polêmica envolvendo a Disney e os exibidores de cinema brasileiros. A empresa do ratinho mais famoso do mundo propôs uma mudança no percentual da bilheteria que antes era de 50% para a distribuidora e 50% para os exibidores, exigindo a correção de seu percentual para 52%. Polêmicas à parte, a nova aposta da criadora de Procurando Nemo e Toy Story já é um grande sucesso: arrecadou mais US$ 500 milhões em bilheterias pelo mundo. A história se passa em um vilarejo mexicano, no período da conhecida festa do Dia dos Mortos. Tem como protagonista o garoto Miguel membro de uma tradicional família de sapateiros, que deseja seguir por um caminho diferente e tornar-se músico. A escolha trará grandes problemas ao garoto, pois a música foi banida de sua família, devido a um triste fato do passado relacionado à sua tataravó. Estreia: 04 de janeiro Trailer Pantera Negra   Chegou a hora do Pantera Negra ter uma aventura própria. A participação no filme Capitão América: Guerra Civil, mostrou seu grande potencial para um tempo maior na tela, ou melhor, para seu próprio longa. O material de divulgação exibido até o momento é de deixar, sem dúvida, qualquer fã da Marvel empolgado. O elenco escalado tem nomes como Andy Serkis, conhecido por seu trabalho na trilogia Senhor dos Anéis como Gollun, Forest Whitaker, Michael B. Jordan e Chadwick Boseman, no papel do Pantera. Na história, após os eventos de Capitão América: Guerra Civil, T’Challa retorna para Wakanda e descobre uma conspiração para destruir seu país. Estreia: 15 de fevereiro Trailer X-Men: Os Novos Mutantes   X-Men: Os Novos Mutantes chega com a promessa do diretor Josh Boone de que será o filme mais "pé no chão" da franquia X-Men. Primeiro de uma trilogia, terá um tom mais sombrio, inclinado ao terror. Boone declarou em entrevista que se inspirou nos quadrinhos de Bill Sienkiewicz e Chris Claremont. Na trama, cinco jovens mutantes são mantidos em uma instalação secreta onde começam a desenvolver melhor suas habilidades especiais. O longa contará com a presença dos atores Henry Zaga, Charlie Heaton, Anya Taylor-joy e a brasileira Alice Braga. Estreia: 12 de abril Trailer Vingadores: Guerra Infinita   Este é, sem dúvida, o filme de super-heróis mais aguardado do ano. E o mais importante da Marvel, até o momento. Para contar a história da batalha épica dos Vingadores contra Thanos, a Marvel não economizou dinheiro: o longa custou, aproximadamente, US$ 500 milhões - já é o mais caro da história do cinema, superando a marca de Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, que custou US$ 332 milhões. A Marvel também não economizou personagens, escalando para a aventura mais de 60. Vingadores: Guerra Infinita unirá todos os heróis do Universo Marvel no cinema, como o Doutor Estranho, Homem-Aranha, Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga e, claro, os Vingadores. A direção ficou nas mãos dos irmãos Anthony e Joe Russo, que dirigiram outros dois sucessos da Marvel, Capitão América 2: O Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil. Estreia: 26 de abril Trailer Han Solo: Uma História Star Wars   O segundo filme derivado da saga Star Wars chegará aos cinemas com o ranço de um período de gravações marcado por turbulências, culminando na troca de diretor. Saiu a dupla Phil Lord & Chris Miller, de Uma Aventura LEGO e entrou o experiente Ron Howard, conhecido por seu trabalho em Uma Mente Brilhante e O Código Da Vinci. Recentemente, uma fonte revelou ao site ScreenGeek que, devido aos problemas ocorridos durante a produção do longa, a Disney já está se preparando para um possível primeiro fracasso da franquia. Estreia: 25 de maio Trailer: Ainda não divulgado Deadpool 2   Após um hiato de dois anos, estreará, enfim, este ano o novo filme do herói mais escrachado e verborrágico do cinema. Deadpool 2 trará como novidade o vilão Cable, que será interpretado por Josh Brolin (o ator também está em Vingadores: Guerra Infinita, no papel do vilão Thanos). Em entrevista ao programa de televisão Good Morning América, o ator afirmou que este será mais engraçado que o primeiro. "Ainda não posso falar muito, mas há muita coisa acontecendo em Deadpool que é surpreendente, e será muito satisfatório de assistir. Para mim, é ainda mais engraçado do que o primeiro, na minha opinião. O Cable pode ser muito engraçado". Estreia: 31 de maio Trailer Jurassic World: Reino Ameaçado   A estreia de Jurassic World em 2015 trouxe um novo gás à franquia, que até então havia perdido força. Só no primeiro final de semana o longa atingiu a marca de US$ 511 milhões, tornando-se, na época, a maior bilheteria de abertura da história do cinema. Com todos esses números, é grande a expectativa para a sequência. Colin Trevorrow sai da cadeira de diretor e dá lugar ao espanhol J.S. Bayona, de O Impossível e Sete Minutos Depois da Meia-Noite. Retornam ao filme os atores Chris Pratt e Bryce Dallas Howard. A novidade é a volta  do ator Jeff Goldblum após 11 anos. Estreia: 22 de junho Trailer Os Incríveis 2   Longos 13 anos. Os fãs dos Incríveis não mereciam tanto tempo assim para o retorno da animação que, na época, conquistou crítica e público. Tanto que, quando fora lançado em novembro do ano passado, o trailer de Os Incríveis 2 alcançou nas primeiras 24 horas a marca de 113 milhões de visualizações. A nova aventura contará com a participação de Bob Odenkirk, mais conhecido por encarnar

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8 fotos da Avenida Rio Branco antigamente

A Avenida Rio Branco foi reaberta recentemente para o público, não mais como uma via para carros, mas como um Boulevard para pedestres e ciclistas. Fizemos uma seleção de fotos de outros momentos dessa avenida central e histórica do Bairro do Recife em diferentes décadas. A via nasceu após a demolição de aproximadamente 480 imóveis do bairro do Recife, em uma das remodelações da zona portuária da cidade. As imagens fazem parte do Acervo da Fundação Joaquim Nabuco. 1. Avenida Rio Branco em 1920 2. Outra extremidade da Avenida Rio Branco em 1920 3. Avenida Rio Branco em 1931 4. Avenida Rio Branco no ano de 1940 5. Postal da Avenida Rio Branco em 1941 6. Bonde Elétrico na Avenida Rio Branco 7. Banco River Plate e Associação Comercial de Pernambuco separados pela avenida 8. Vista da Avenida Rio Branco a partir do Marco Zero Se você tem fotos antigas do seu bairro ou de algum lugar relevante do Recife ou de alguma cidade do interior do Estado de Pernambuco nos envie pelo e-mail: rafael@algomais.com LEIA MAIS http://revista.algomais.com/noticias/avenida-rio-branco-sera-um-boulevard   http://revista.algomais.com/colunistas/rafael-dantas/abertura-da-avenida-rio-branco-e-um-marco-para-mobilidade-ativa

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Abertura da avenida Rio Branco é um marco para a mobilidade ativa

Inaugurado poucos dias antes do Natal, o boulevard da Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife é um presente para a mobilidade ativa na capital pernambucana. Além da transformação que o espaço passou, com calçadas niveladas, nova iluminação, fiação embutida e um mobiliário urbano diferenciado, a decisão pública de fechar a via para os veículos é simbólica. E conectada com as boas práticas de urbanismo praticadas em todo o mundo. O rua possui 18 bancos de madeira e liga de aço, quatro quiosques e uma banca de revista. O projeto básico para transformação da via partiu da Prefeitura do Recife. As obras foram executadas pelo Governo do Estado, com investimento de R$ 5,5 milhões, recursos vindos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para transformar a rua num espaço prioritário para pedestre, foram suprimidas da Rio Branco 46 vagas de Zona Azul e 17 de táxis. Esse é um passo de uma mudança de orientação na mobilidade da cidade, que deveria estimular principalmente a mobilidade a pé e por bicicletas, seguida do transporte público. Historicamente, a preocupação das agências que tratam da mobilidade municipal são estruturadas e focadas na fluidez do trânsito de veículos particulares. As medidas que  promovem a mobilidade ativa (a pé e de bikes), como abertura de ciclovias, redução de velocidade nas vias (a exemplo da Zona 30), sofre ainda grande resistência da parcela da população que se desloca de carros e motos. Mas é uma batalha diária de conscientização pela vitalidade dos espaços públicos da cidade e pela qualidade de vida da população.

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1º Sacoleja exibe o filme “Um Homem Sentado no Corredor”

Dando continuidade ao 1º Sacoleja  – Mostra Livre de Cinema Pernambucano, será exibido nesta terça-feira (19), no Cine São Luiz, o longa Um Homem Sentado no Corredor, do cineasta pernambucano Felipe André Silva. Com influências do mumblecore americano e tendo como referência cineastas do porte de Chantal Akerman e John Cassavetes, os filmes de Felipe André apresentam como característica uma pegada mais experimentalista. Seu trabalho mais conhecido, o longa Santa Monica, é um bom exemplo disso. Gravado totalmente com um celular, teve custo praticamente zero. Foi exibido no VIII Janela Internacional de Cinema e na 16ª Mostra do Filme Livre, no Rio de janeiro. Em entrevista à Revista Algomais, Felipe André Silva conta detalhes de seu último filme e fala sobre os desafios enfrentados por quem deseja trabalhar com cinema em Pernambuco. Revista Algomais - De que se trata "Um Homem Sentado no Corredor"? Felipe André Silva - Na gênese do processo eu queria falar sobre interpretação, focando na ideia de que o trabalho do ator é uma performance constante e que todos nós estamos vivendo algum nível dessa performatividade quando nos moldamos àquilo que o ambiente deseja, mas durante o processo ele se tornou também um filme sobre uma juventude algo perdida, desmotivada de certa forma, ainda que muito agarrada às suas certezas. Não chamo de retrato geracional porque não era minha intenção, mas fala um pouco de alguns jovens que estão por aí hoje, da minha geração sobretudo.   Qual mensagem deseja passar com o longa? Eu não me alinho muito a essa ideia de 'filme com mensagem', acho que os personagens são preexistentes ao próprio filme e as coisas que eles fazem e falam estão repletas de mensagens, caberia mais ao espectador filtrar aquilo que lhe pareça mais cabível. Como surgiu a ideia do filme? Eu assisti um experimento cênico chamado War Nam Nihadan e aquilo me encheu de curiosidade pelo universo do teatro, que havia abandonado a muitos anos. Comecei a dar forma a alguns diálogos e personagens que devolvessem em torno de uma companhia teatral mas notei que só aquilo não era o filme que eu buscava depois de fazer uma coisa tão experimental quanto Santa Monica. Nos meus arquivos encontrei essa história de dois adolescentes explorando a própria sexualidade e achei que havia um ponto em comum aí, o processo da descoberta, etc. Daí caminhou mais fácil.   Qual maior desafio enfrenta quem está começando a fazer cinema em Pernambuco? Talvez aprender a trilhar os caminhos da burocracia, se esse for o desejo. O Funcultura é um processo penoso, por vezes caro, e difícil para quem não tem experiência. Todos os meus filmes até agora forem feitos sem esse aporte, por questões relativas a essas. Eu não sou um cineasta de classe média que pode tirar dinheiro do bolso para fazer numa grande produção, então aprendi a fazer filmes que caibam na minha realidade. O importante é conhecer suas limitações, ainda que sempre lutando para expandir o limite delas, e se cercar de pessoas que acreditam nas suas ideias. Teu trabalho sofre influência de algum cineasta específico? Quando comecei a filmar eu era muito influenciado pelo mumblecore americano - e dentro desse, em especial o cinema de Joe Swanberg -, um movimento que fazia também filmes de baixo orçamento sobre jovens perdidos, sempre focados em diálogo, etc. Creio que o grosso da minha experiência estética vem daí, mas sempre existem as referências cinéfilas como Chantal Akerman, John Cassavetes, Valeska Grisebach, Straub-Huillet, Hong Sang-soo. Talvez não estejam presentes nos filmes, mas estão sempre acompanhando a gênese das ideias. Já planeja mais um filme? Dei uma pausa nas produções mas devo retornar em breve. A ideia é fazer um musical, não sei se conseguiremos, mas o desejo tá aí. Confira a programação completa do 1º Sacoleja.

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A nota da vergonha em defesa de Del Nero

*Por Houldine Nascimento No posto desde setembro de 2011, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, saiu em defesa de Marco Polo Del Nero, suspenso do comando da CBF e de qualquer atividade relacionada ao futebol por 90 dias graças a uma decisão do Comitê de Ética da Fifa. Indiciado por corrupção pela Justiça dos EUA em 2015, Del Nero evita desde então viajar para fora do Brasil para evitar uma eventual prisão. Apesar de todas as evidências, a última delas aponta que o presidente afastado da CBF teria recebido 6,5 milhões de dólares em propinas para beneficiar empresas de marketing esportivo em contratos de transmissão de TV, o atual gestor da FPF decidiu defender aquele a quem chama de “amigo”. Uma nota oficial foi lançada na última sexta-feira (15), no site da FPF, em “solidariedade a Marco Polo Del Nero”. Ainda segundo o texto, “nenhum movimento contrário ao presidente da CBF deve ser realizado, já que essa decisão é injustificável e trata-se de uma manobra política da FIFA com o intuito de interferir no processo eleitoral da CBF”. Evandro Carvalho conclui ratificando sua fidelidade a Del Nero, que nada faz pelo futebol do Estado. "Pernambuco mantém um alinhamento e sua integral participação junto ao presidente Marco Polo Del Nero", declara. Provavelmente, é a única federação de futebol do País que defendeu com veemência o presidente suspenso da CBF. Nem mesmo a Federação Paraense de Futebol, sob a liderança do coronel Nunes, quem hoje substitui Del Nero na CBF, teve essa ousadia. A mesma solidariedade não há em José Maria Marin, ex-presidente da entidade que conduz o futebol brasileiro e detido em Nova York. Neste domingo (17), em entrevista à Rádio Jornal, Carvalho insistiu que não há provas contra Del Nero. “Será que todos os integrantes do FBI, do Poder Judiciário e da Procuradoria de Nova York se transformaram em profissionais incompetentes e não conseguiram localizar, repatriar esses milhões que dizem que o presidente Marco Polo recebeu?” Não surpreende que o futebol pernambucano esteja agonizando, com dois clubes tradicionais como Náutico e Santa Cruz amargando a Terceira Divisão Nacional e as equipes do interior numa situação ainda pior. Também não surpreende por que o Campeonato Pernambucano seja pobre tecnicamente, tenha a maioria das partidas esvaziada e consequente média de público ridícula: em 2017, foram 1.645 pagantes por jogo e média de ocupação dos estádios de somente 8%. Nunca é demais lembrar que o mesmo Evandro Carvalho, poucos meses após assumir a FPF, disse querer que Pernambuco “conquiste o inédito título da Série A”, ignorando o Campeonato Brasileiro de 1987 do Sport. E foi além ao ser perguntado a respeito: “Quero um título brasileiro de verdade e não um por causa de erro de regulamento.” No mínimo assustador. *Houldine Nascimento é jornalista.

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6 retratos do Recife nos tempos da Maxambomba

Há 150 anos o Recife inaugurava a primeira ferrovia urbana do País. Em 1867 começou a operar na capital pernambucana a maxambomba, cujo nome vem da expressão inglesa machine pump (bomba mecânica). De acordo com o historiador José Lins Duarte, a implantação do trem urbano na cidade foi fruto da mobilização de grupos sociais preocupados na época em obter um meio de transporte compatível com a necessidade e prestígio do Recife. Veículos movidos a cavalos e transporte via canoas eram as principais alternativas de mobilidade de pessoas e mercadorias na época. O Governo Provincial deu concessão à empresa inglesa Brazilian Street Railway Company Limited, com sede em Londres para a operação desse modal de transporte no Recife. A maxambomba contava com 22 quilômetros de trilhos e 20 estações, tendo durado até 1914, embora alguns ramais persistiram até 1919. As imagens abaixo fazem parte dos acervos da Fundaj e do Museu da Cidade do Recife. 1. Maxambomba na Ponte D'uchoa 2. Em frente à Faculdade de Direito do Recife 3. Na Ponte Duarte Coelho 4. Maxambomba Sobre o Rio Capibaribe atual Ponte Duarte Coelho - Recife 1900 5. Ponte da Maxambomba (1914) 6. Duas Maxambombas no bairro de Apipucos Se você é interessado na história das Maxambombas no Recife, confera a dissertação de José Lus Duarte, no link a seguir: Recife no tempo das Maxambombas (1867 - 1889)  

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Mobilização defende Sombreado do Espinheiro

Na última semana aconteceu na Câmara do Recife uma Audiência Pública sobre a arborização da cidade, convocada pelo vereador Jayme Asfora Filho. No mesmo dia, o consultor Francisco Cunha entregou ao secretário de Meio Ambiente, Bruno Schwambach, o abaixo-assinado #EspinheiroSombreado, que solicitou um diagnóstico e um plano de ação para rearborização do Bairro do Espinheiro. A derrubada de árvores na cidade é um tema que incomoda a população há alguns anos. O movimento no Espinheiro, no entanto, tem uma característica simbólica, visto que trata-se de um dos bairros mais arborizados no Recife. Se até no Espinheiro o sinal de alerta já foi dado, já passou da hora de instituir medidas mais efetivas de proteção dos ativos ambientais da capital pernambucana. E com a temperatura elevada da cidade, a manutenção das árvores e o plantio de novas é necessário para garantir um melhor microclima e assim, inclusive, estimular a mobilidade ativa. Na audiência pública, o consultor Francisco cunha defendeu quatro aspectos principais: 1. Publicação prévia na internet dos laudos técnicos para qualquer erradicação de árvores na cidade. 2. Imediato replantio de todas as árvores erradicadas, em tamanho adequado para voltar a produzir sombra o mais rápido possível. 3. Cuidado obsessivo com as podas, visando à máxima preservação da sombra. 4. Elaboração e execução de planos de arborização/rearborização por bairro. O vereador Jayme Asfora pretende apresentar em breve um projeto de lei defendendo essas medidas. O parlamentar ressaltou na audiência a relevância das árvores urbanas para tornar a cidade mais agradável e saudável ambientalmente.  “Quanto mais verde nossa cidade for, mais ela vai estimular as pessoas a andarem pelas ruas e ocuparem os espaços públicos, contribuindo, inclusive, para a questão da segurança”, afirmou Asfora. O documento entregue por Francisco Cunha ao secretário Bruno Schwambach denunciou que desde o final do século passado verifica-se "um processo de poda extensiva e erradicação de árvores sem plantio, o que tem provocado, na prática, a abertura de 'clareiras', o desaparecimento do efeito 'túnel verde', o aumento da insolação e, como resultado, a perda do sombreamento característico do bairro”. Na edição de janeiro da Algomais teremos uma matéria sobre a mobilização em torno do Sombreado do Espinheiro.

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Santo Antônio do Carmo de Olinda

Em Olinda, saindo-se do antigo Varadouro da Galeota, contornando o morro de São Bento, pela Avenida Sigismundo Gonçalves, chega-se à colina onde se encontram a Igreja do Carmo de Santo Antônio e as ruínas do seu convento, cujos primórdios datam do ano de 1588. Os frades carmelitas, porém, já se encontravam em Olinda desde o ano de 1580. Quando, vindos de Beja (Portugal), iniciaram contatos para a fundação deste convento, que viria a ser o berço da Ordem Carmelita no Brasil e sede de sua província, a partir de 1591. A antiguidade do monumento é comprovada por Germain Bazin, ao constatar a existência de alguns túmulos com inscrições datadas do Século 17: 1612, Antônio Fernandes Pessoa, na capela do Bom Jesus dos Passos; 1623, Dona Ignez de Góes, na capela da Boa Morte; 1624, D. Diogo de Verçosa, no cruzeiro. Com a destruição de Olinda pelos holandeses, em novembro 1631, e a subsequente demolição dos seus edifícios, com o seu material aproveitável sendo transportado para o Recife, a fim de ser utilizado nas novas construções, muito sofreram a igreja e o convento dos frades carmelitas. Exteriormente, relata Pereira da Costa, ficou a fachada do monumento reduzida a uma terça parte da sua elevação, vendo-se juntar à portaria da clausura a seção inferior da torre do lado do Norte e um cornijamento geral que, ao correr da altura do primeiro pavimento da larga fachada do templo descansava sobre quatro colunas que ladeiam a sua grande porta de entrada. Essas ruínas compreendem ainda umas peças laterais, esparsas, à parte do Sul, onde ficava a igreja da Ordem Terceira, como demonstra tela do pintor holandês Frans Post, atualmente no Museu Real de Amsterdã. A Igreja do Carmo de Olinda, por sua grandiosidade, chama a atenção do visitante, conservando o conjunto a sua aparência primitiva do século 17. A planta apresenta uma ampla nave, ladeada por quatro capelas, cercada por tribunas, possuindo uma capela-mor bastante profunda, conservando uma decoração da segunda metade do século 17, constatando-se o emprego abundante da pedra lavrada em seus altares e colunas. O altar-mor, emoldurado por retábulo de talha, encontra-se ricamente decorado, estando ladeado por colunas. O professor José Luiz Mota Meneses faz referência à existência de um retábulo-mor primitivo, uma espécie de altar fingido, pintado sobre a parede, e sobre o qual foi levantado, aproximadamente em 1770, o atual retábulo, nitidamente de gosto rococó. O altar fingido foi descoberto quando do desmonte do altar-mor, para restauração, e, segundo Germain Bazin, sua moldura de arquivoltas, cercando um camarim pintado na parede de fundo, cujo estilo o dataria como pintado entre os anos de 1660-1670. Sendo um exemplo raro dos altares pintados que decoravam as igrejas enquanto se providenciava a construção do altar em talha. O retábulo que veio a substituir o originalmente pintado não recebe a tradicional douração, sendo simplesmente pintado de branco. Colocado no mesmo nível do piso, o altar-mor prolonga-se até atingir as cadeiras laterais confeccionadas em madeira decoradas por talhas. O piso revestido de mosaicos prolonga-se até o arco cruzeiro que marca o limite entre capela e nave. O teto pintado é formado por abóbada de alvenaria que nasce sobre as grossas paredes, e tão perfeitamente assentada que não é possível notar a emenda entre o muro e o corpo abobadado. O arco cruzeiro, a exemplo da capela-mor, também foi decorado, primitivamente, com uma imitação de retábulo pintado sobre o reboco da parede.  O detalhe aparece quando da restauração de um altar de talha, que o encobria há séculos, imitando um modelo de transição entre os protobarrocos e os de estilo franciscano, apresentando colunas contornadas em espiral por folhas de parreira. A Igreja do Convento Carmelita de Olinda tem planta em nave única, coberta com telhado em duas águas, não apresentando forro, sendo o acabamento interno do telhado simples em madeira aparelhada. O cruzeiro apresenta a singularidade de não ter cúpula, seus dois grandes arcos têm a mesma altura do arco da capela nova e apresentam as mesmas características arquitetônicas. Primitivamente, a nave central possuía treze capelas laterais, distribuídas do cruzeiro para a fachada. Em nossos dias, o número de capelas encontra-se reduzido a quatro, distribuídas de cada lado da nave, que se comunicam com a mesma através de arcadas, e cuja cornija do entablamento está na mesma altura da cornija do transepto. O conjunto encontra-se inscrito como Monumento Nacional no livro das Belas Artes v. 1, sob o n.º 217, em 5 de outubro de 1938; Histórico v.1, n.º 108, em 5 de outubro de 1938 (Processo n.º 148-T/38). Texto e fotos de Leonardo Dantas Silva

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