Arquivos Colunistas - Página 270 De 308 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Colunistas

A cadeirinha de seu Aldo (Por Joca Souza Leão)

Nunca tinha pensado nisso. Achava que era invenção de Fernando Sabino num conto. E que tudo tinha acontecido porque o personagem era um sujeito grandalhão e morava num edifício com elevador pequeno e escada estreita. Mas não. Nem tudo, no conto, era invenção de Sabino. O elevador do meu prédio, mesmo, era de bom tamanho e a escada bastante larga. E seu Aldo, meu vizinho, nem era tão grande assim. Eu tinha uma reunião às nove. Se o trânsito estivesse ruim, chegaria atrasado. “Parado para manutenção”, dizia a plaquinha na porta do elevador social. Fui para o de serviço. Toquei no botão várias vezes. Bati na porta com a chave do carro. E nada. O bicho não descia. Já ia interfonar pra portaria, quando a porta se abriu. Dois homens e seu Aldo, morador do 16º, estavam no elevador. Seu Aldo de pijama e cabeça baixa, como se estivesse dormindo, sentado numa cadeira. Os homens tinham suas mãos sobre os ombros de seu Aldo. “Está morto” – disse-me um deles. E a porta se fechou. Elevador e escada de edifício são só para gente viva. Caixão de defunto não cabe em elevador nenhum. E, pela escada, em pé bate no teto; deitado não faz as curvas entre os andares. “Daqui não saio, daqui ninguém me tira; daqui só saio sentado na cadeirinha de seu Aldo.” Disse eu no dia em que me mudei pra cá, há mais de 20 anos. Não há nada que perturbe mais o juízo do que mudança. Em casa nova, você é hóspede. Só vira sua com o tempo. E bota tempo nisso! Quer um conselho? Não pinte sua casa. Ela correria o sério risco de parecer nova. E, com a pintura, eles tirariam aquele prego que está na parede há um tempão, não pendura mais nada, mas já pendurou. E toda vez que você olha pra ele, pensa em pendurar alguma coisa. E seus livros, recortes e anotações? E os endereços e telefones que você ia (ia mesmo?) passar para a agenda? Nunca mais. E a tesourinha de unha? Adeus! A parede do meu corredor tem uma mancha que já foi várias coisas, elefante, urso e, agora, é Karl Marx (enquanto não virar Trump nem Temer, fica lá). Trocar a mobília? Nem pensar! Veja só que coincidência, caro leitor. Esta crônica já estava alinhavada, quando recebi um e-mail de Everardo Maciel com uma crônica de Machado de Assis que eu nunca tinha lido nem ouvido falar. Diz Machado num trecho: Eu guardei um exemplar da folha (jornal) para acudir às minhas melancolias, mas perdi-o numa das mudanças de casa. Oh! não mudeis de casa! Mudai de roupa, mudai de fortuna, de amigos, de opinião, de empregados, mudai de tudo, mas não mudeis de casa! Mudar de morada, Everardo, só sentado na cadeirinha de seu Aldo.

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Banco Imobiliário

Visitei um cliente, produtor rural, que em pleno Sertão, às margens do São Francisco, dentro da sua fazenda, construiu um oásis de esperança. Uma escola para mais de 200 crianças, com biblioteca, quadra poliesportiva, piscina, playground, laboratório, refeitório e enfermaria. Ao receber o convite, imaginei um puxadinho. Algo construído ali no fundo da propriedade para “fazer a frente”, o “migué”, o “H”. Sabe como é, né? Tem muito projeto que finge caridade para postagens de fotos autopromocionais nas redes sociais, com o objetivo de angariar likes. Não é o caso. Estou me referindo a algo grandioso, radical, visível, e que verdadeiramente irá mudar, para sempre, a vida de milhares de meninos e meninas pobres, sem perspectivas, no Sertão pernambucano. Tudo feito do próprio bolso, sem qualquer tipo de ajuda governamental. O único pedido ao poder público foi o de asfaltar a esburacada estrada de barro que liga a rodovia à porta dessa fazenda que, com mais de mil hectares de mangas plantadas, abastece prateleiras de supermercados europeus, asiáticos e americanos. Como de se esperar, até agora, petição não atendida! As empresas existem para dar lucro, eu sei. Acionistas e investidores concordam. Lucro não é pecado. Mas é preciso pensar a empresa como ator social fundamental. Imperioso fortalecer a cultura da empresa cidadã. Não estou a pregar que se transformem em instituições de caridade. Elas, as empresas, não existem para garantir lugar no céu. Contudo, além dos lucros, objetivar a melhoria da comunidade onde estejam inseridas, parece-me coerente com a função social constitucionalmente exigida, além de ser simpático aos olhos de todos, incluindo aí, clientes. É preciso ter cuidado, no entanto, para que não recaia nos ombros dos empresários o fardo de preencher lacuna secular deixada pela omissão de governos desastrosos que se sucederam, ao longo dos anos. Mas fiquem ligados, amigos empreendedores, porque organizações exponenciais não são apenas as que estiverem dispostas a realizar algo radicalmente novo no âmbito tecnológico, por exemplo. Aquelas que realizarem algo radicalmente novo no âmbito social também colherão doces frutos, como aqueles carinhosamente plantados neste Sertão. Os ensinamentos do Banco Imobiliário, jogo que divertiu milhões de crianças e adolescentes ao longo dos anos, são aplicados no mundo dos negócios. Tornar-se o mais rico jogador, passando por cima dos outros, é o esporte preferido de muita gente. O objetivo do jogo é, implicitamente, falir o oponente. Isso nos é ensinado, desde cedo, ainda que sutilmente. E por isso algumas empresas, por exemplo, pagam o fornecedor com 120 dias. A quem interessa isso? O jogo não precisa ser sempre jogado do jeito que nos ensinaram. Vocês não vão acreditar no poder dos olhos esperançosos que meus olhos encontraram. Não dá para descrever a emoção em saber que algumas dessas crianças, aos sábados e domingos, choram porque não é dia de ir à escola que foi construída para eles. Imaginem! Não dá para relatar em palavras o que é presenciar aqueles pequenos sertanejos em êxtase pela chance que o semiárido nordestino não costuma dar. Nada é mais disruptivo do que mudar a realidade do entorno. Tudo isso sob a benção do São Francisco.

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Resistência à transformação digital?

Os próximos 10 anos serão muito diferentes do que estamos vivendo hoje. A transformação digital – baseada principalmente no avanço da inteligência artificial e da internet das coisas – está modificando governos, mercados, empresas e, principalmente, as profissões e os empregos. E cada vez mais rapidamente. Estudos mostram que 40% das empresas podem fechar as portas e que 65% dos empregos serão afetados diretamente nesse período. Contudo, mesmo esse processo estando avançado, nem sempre os profissionais conseguem perceber com clareza as mudanças e os impactos da transformação digital em um setor. Nesse caso, pode estar ocorrendo a “resistência ao novo”. Esse tipo de resistência é caracterizado pela negação do uso da tecnologia no futuro profissional. Principalmente porque altera diretamente a zona de conforto, aquela fase da vida em que os principais desafios de uma profissão já foram superados. Os principais sintomas do pensamento de resistência à transformação digital são: a) ainda tá muito longe de ocorrer na prática; b) isso vai demorar muito para chegar no Brasil; c) mesmo que ocorra, sempre vai ter espaço para quem sabe muito; e) já estou velho demais para mudar e vou continuar assim; f) isso é uma fase e vai passar; entre outros tantos exemplos. Essa forma de pensar pode levar muitos profissionais a perderem mercado. Um bom exemplo é o setor de diagnóstico por imagem. Como a tecnologia já consegue identificar diversas doenças usando inteligência artificial, a quantidade exigida de médicos para fazer o trabalho no futuro será bem menor do que atualmente. Isso não chega a eliminar o papel do médico no processo, mas o mercado para esse tipo de profissional vai diminuir bastante nos próximos anos, na medida do avanço tecnológico, do seu barateamento e de sua popularização. Se você ainda não parou para pensar como a transformação digital vai afetar sua carreira, dê agora o primeiro passo para não ficar para trás. Faça um diagnóstico do mercado onde você atua considerando os impactos da transformação digital. Procure na internet sobre os avanços da tecnologia no seu setor e na sua profissão. Observe as mudanças e os impactos no mesmo setor em mercados mais maduros e consolidados, como o norte-americano e o europeu. Busque livros e artigos sobre o tema transformação digital. Em alguns casos, a mudança se dará dentro da mesma profissão, buscando outras especializações, como no caso do médico radiologista. Em outros casos, a profissão pode deixar de existir e ser substituída totalmente pela tecnologia, exigindo uma mudança radical de carreira. Do ponto de vista estratégico, há duas direções para sobreviver diante dessas mudanças: busque profissões que estarão em alta no mundo digital ou use o seu conhecimento para criar ou aperfeiçoar tecnologias que serão adotadas no futuro.

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Vai de cerveja croata ou francesa para assistir a final?

A Copa do Mundo se encerra nesse domingo e irá deixar saudades. Uma final inédita que vai por frente a frente França x Croácia. A velocidade alucinante do atacante Kylian Mbappé contra os toques mágicos e refinados do meia de Luka Modrić. Mas nenhum desses dois países tem uma tradição cervejeira. A França é mais conhecida pelos seus vinhos e o seu champanhe e a Croácia tem como bebida típica a Rakija, que é feita a partir de uvas, sendo um tipo de brandy com notas de anis e castanha tendo um pomposo teor alcóolico que vai de 40% a 60%, dependendo de sua forma de produção. Mas se formos assistir um jogo final com o intuito de provar cervejas dos dois finalistas, seguem duas dicas. Pela parte dos país dos balcãs até hoje eu só experimentei duas cervejas croatas, a Ozujsko e a Karlovacko. A primeira trata-se de uma cerveja lager bem leve e refrescante. Até meio comum demais. Sem grandes atrativos. Mas que é bastante consumida por lá. E a segunda, sua principal rival, é bem melhor e com um amargor mais bem trabalhado e refrescância acentuada. Pela França já munda um pouco de figura. Uma das cervejas que mais gosto é francesa e com um nome “sugestivo”: Belzebuth 11,8%. Também chamada de Belzebuth Extra Strong. É uma cerveja francesa de fermentação alta, da cervejaria Grain d'Orge Brasserie. Apresenta coloração dourada é levemente adocicada, e apesar do alto teor alcoólico, ele está bem “encaixado” na cerveja. E a famosa Kronenbourg 1664. Ela foi ganhadora do prêmio de melhor do mundo em 2004 pela “Brewing Industry Internacional Awards”. O segredo está no lúpulo Strisselspalt, considerado o caviar dos lúpulos que é cultivado exclusivamente na região de Alsace. A bebida tem uma amargura delicada, dando uma deliciosa sensação refrescante. Agora é esperar o momento do jogo e “viajar” nos sabores. MUNDO CERVEJEIRO Novamente se fazendo presente na Fenearte, que vai até domingo, o espaço das cervejas artesanais pernambucanas ficou ainda melhor. Localizado no mezanino central e com duas áreas separadas, onde uma se comercializa as garrafas de cervejas, copos, taças e souvenirs. E na outra um espaço para degustar a cervejas com várias torneiras com os chopes locais. Vale a pena conferir.

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Consulado da China no Recife agora sob a liderança de Yan Yuqing

O Consulado Geral da China instalado no Recife celebrou ontem (12) a chegada da nova cônsul geral, Yan Yuqing. Com a presença de diversos representantes do Governo do Estado, da Prefeitura do Recife e da sociedade consular pernambucana, ela fez um discurso apontando algumas diretrizes do trabalho a ser desenvolvido na Região Nordeste. Yan Yuqing desembarcou no Recife no dia 9 de junho para substituir a diplomata Li Feiyue, que foi a responsável pela fundação do consulado em 2016. Ela destacou o crescimento das relações diplomáticas entre a China e a região nos últimos anos. "A cooperação entre a China e o Nordeste vem atingindo grande desenvolvimento. Há mais de 10 anos um grupo chinês investiu na construção do Porto de São Luís. E no futuro promoveremos cooperação nas áreas de comércio, energia, agricultura e intercâmbio entre pessoas", afirmou no discurso. Ela ressaltou ainda o potencial nordestino nas áreas de turismo, agricultura e minerais. A nova cônsul avalia que em 2017 o ano foi muito produtivo para a cooperação entre o Brasil e a China. E a longevidade da  diplomacia entre os países tem resultado num aprofundamento dessas relações, com resultados comerciais significativos. "O volume de exportações ultrapassou US$ 87,5 bilhões. A China tem sido a maior parceira comercial do Brasil por nove anos consecutivos. A minha confiança vem do grande potencial de cooperação entre a China e o Nordeste do Brasil", afirmou Yan Yuqing. LEIA TAMBÉM Liderança mundial: China ultrapassará os EUA em até 15 anos “Pernambuco tem perspectivas brilhantes”, diz consulesa da China    

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Crítica| Arranha-Céu: Coragem Sem Limite

Dizer que Dwayne Johnson é o novo Arnold Schwarzenegger dos filmes de ação não seria um exagero. Basta uma rápida olhada na sua filmografia para perceber isso. Muita testosterona, pancadaria e explosões não podem ficar de fora. Uma boa história, às vezes, sim. Seu novo filme, Arranha-Céu: Coragem Sem Limite, que estreia na quinta (12), é uma prova disso. Dwayne Johnson interpreta o veterano de guerra e ex-líder da operação de resgate do FBI, Will Ford. Ele se afasta da função após perder uma perna durante uma missão, passando a trabalhar como especialista em segurança de arranha-céus. Indicado por um antigo amigo para fazer a vistoria de um edifício na China, conhecido como o mais alto do mundo, Will se depara com um ataque terrorista, que ameaça não apenas a moderna construção, mas também sua família.     Arranha-Céu: Coragem Sem Limite é dirigido por Rawson Marshall Thurber, que já trabalhou com  Dwayne Johnson no filme Um Espião e Meio. Marshall também é responsável pelo roteiro, bem ruim, por sinal. A começar pelos diálogos que, de tão sofríveis, parecem tirados de algum best-seller de autoajuda, com pérolas como "você precisa do medo para ter coragem". Algumas cenas destoam do conjunto e dão a impressão de que foram forçadamente "enxertadas". O elenco também não ajuda muito, a começar por Dwayne Johnson que, apesar do carisma, segue no automático interpretando ele mesmo. Outro nome que pode ser citado é o de Neve Campbell, conhecida por protagonizar a franquia de sucesso Pânico. Aqui ela encarna Sarah, mulher de Will. Sua personagem é de grande importância para o desfecho da história.     As sequências de ação, planejadas a princípio para mexer com os nervos do público e prender a atenção, provocam, ironicamente, efeito contrário. O excesso de situações improváveis e soluções inverossímeis enfraquecem a trama e distanciam o espectador. Cenas que insultam a inteligência como a que mostra o protagonista pulando de um guindaste até o edifício em chamas ou recorrendo a artifícios no melhor estilo Macgyver para se pendurar e saltar de um lado a outro do prédio (usando até fita adesiva). Arranha-Céu: Coragem Sem Limite aponta para a seguinte questão: grandes explosões, efeitos especiais de última geração e muita pancadaria em detrimento de uma boa história são suficientes para lotar cinemas? Em muitos casos sim, mas também é possível entreter e conquistar grandes bilheterias com blockbusters de qualidade. Basta ver os recentes Pantera Negra, Vingadores: Guerra Infinita e até Jumanji: Bem-Vindo à Selva, com o próprio The Rock, longas que conquistaram crítica e público. Confira o trailer

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Tite saberá aprender com os erros

*Por Houldine Nascimento A participação do Brasil na Copa do Mundo terminou antes do esperado. Na busca pelo hexa, a seleção brasileira teve o sonho interrompido pela Bélgica – eliminada pela França na semifinal – ao perder por 2 a 1, em partida válida pelas quartas de final, em Kazan, na Rússia. Na primeira etapa, os belgas foram bem superiores e aproveitaram as falhas do time liderado por Tite. Duas delas foram cruciais para a eliminação: o gol contra de Fernandinho, atrapalhado por Gabriel Jesus, e o escanteio brasileiro que culminou num contra-ataque bem puxado por Lukaku da intermediária belga. Nenhum jogador de verde e amarelo foi capaz de pará-lo. Assim como na humilhante derrota de 7 a 1 para a Alemanha na Copa passada, o escrete canarinho acusou o golpe. Emocionalmente, alguns atletas foram afetados. Não é difícil imaginar o que passou na cabeça de Fernandinho, remanescente e pior em campo no vexame, após o desvio involuntário no braço para a meta de Alisson. Visto como um dos melhores laterais do mundo, Marcelo também foi personagem de 2014 e seu comportamento como jogador da seleção não é sombra pálida do que faz no Real Madrid. No intervalo, Tite promoveu uma alteração: Willian deu lugar a Roberto Firmino. Durante o segundo tempo, Douglas Costa entrou na vaga de Gabriel Jesus, centroavante que passou em branco nesta Copa. O meia-atacante da Juventus pôs fogo na partida e praticamente ganhou todas do lado direito. Em um duelo decisivo, esperava-se bem mais do principal nome do time. No maior confronto da seleção brasileira no Mundial da Rússia, Neymar foi apático. No mano a mano com marcadores belgas, fez escolhas erradas. Mais uma vez, tentou cavar faltas, dando show de simulações e por isso sai marcado da Copa do Mundo com fama de cai cai e piada internacional. A expectativa também era grande em cima de Philippe Coutinho, que vinha sendo um atleta decisivo. Seus melhores lances foram a assistência do solitário gol brasileiro e outro passe para Renato Augusto, que desperdiçou a chance do empate. Coutinho, no entanto, demonstrou personalidade fora de campo. Após a derrota, deu entrevista na zona mista. Já Neymar... Do comando técnico, é necessário algumas reflexões. Tite não fez nesta Copa o que sempre pregou: escalar quem estivesse melhor. Gabriel Jesus, de talento inquestionável, sentiu o peso da competição. Seu suplente era Firmino, que em poucos minutos marcou contra o México. Outro ponto foi a lateral-esquerda. Filipe Luís entrou após Marcelo sentir um incômodo nas costas e foi bem. Mesmo com as boas atuações, não foi mantido no posto. Sem falar no meio-campo, que inexistiu contra a Bélgica, com grosseiras falhas de marcação. O combo Paulinho-Fernandinho comprometeu. Com isso, fica evidente que a fidelidade de Tite a certos jogadores pesou em detrimento do desempenho. Além disso, fez escolhas nulas na convocação. Apesar de tudo, o técnico da seleção brasileira não deixa a Copa do Mundo com imagem arranhada e não há outro nome melhor para seguir na condução. Sábio, Tite saberá aprender com os erros. *Houldine Nascimento é jornalista

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Gente & Negócios: Natura se destaca no relacionamento com startups

  Gigante no mercado de perfumaria e cosméticos, a Natura foi apontada como uma das empresas mais engajadas no universo das startups no Brasil. O reconhecimento veio através do Ranking 100 Open Startups 2018, lista que também classificou as startups mais atraentes de acordo com o mercado corporativo do País. A Natura ficou em terceiro lugar no Ranking 50 Open Corps 2018, divulgado pelo movimento 100 Open Startups, plataforma que conecta startups a grandes empresas. Os números do movimento mostram que aconteceram no último ano mais de 1,5 mil relacionamentos entre 275 startups e 243 empresas. O número se aproxima do dobro do observado no ano anterior. “Desde 2014 a Natura se aproximou mais do ecossistema empreendedor e tivemos uma jornada de aprendizagem para conseguir interagir da melhor forma com as startups, e está muito focada em trazer soluções para o negócio, inovação disruptiva e transformação cultural da empresa”, explica Marcela Martinelli, gerente de Inovação Aberta da Natura.   PE Avança terá participação de Daniel Oliveira, coordenador geral da SEED Daniel Oliveira confirma participação no PE Avança, alavancado pela AMCHAM-Recife, no dia 25/07, no Arcadia Paço Alfandega, a partir das 8h. Evento traz nomes de peso da inovação tecnológica para debater sobre Ecossistemas e Empreendedorismo no Brasil e no Mundo. Atualmente Daniel é coordenador geral do SEED uma plataforma de fomento do ecossistema de empreendedorismo e inovação brasileiro. Sua principal iniciativa é o programa de aceleração de startups para empreendedores do mundo todo que queiram desenvolver seus negócios em Minas Gerais. O programa é uma experiência única de desenvolvimento de startups, além de potencializar a interação e a transferência de conhecimento e habilidades entre empreendedores apoiados e o ecossistema local e global. As empresas aceleradas geraram 300 empregos diretos em MG e captaram cerca de R$ 22 milhões em investimentos. O coworking do programa recebeu, apenas em 2017, nove mil visitantes.   Francisco Vaz Guimarães fala sobre planejamento financeiro no pólo médico Autor do livro "Bolsa de Valores para médicos", Francisco Vaz Guimarães Filho vai falar sobre finanças para profissionais do polo médico do Estado, no próximo dia 12, na Associação Médica de Pernambuco (AMPE), juntamente com os profissionais das áreas médica e de mercado Felipe Araújo dos Santos e Walter Borba Júnior. O evento conta com um cronograma que vai abordar desde noções básicas de economia, planejamento financeiro com foco em finanças pessoais até a formatação de estratégias para construção, expansão e manutenção da riqueza e do patrimônio. Os interessados em participar podem realizar a inscrição no Sindicato dos Hospitais de Pernambuco por meio do e-mail cursos@sindhospe.org.br       Paulo Marostica no encontro da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros O planejador financeiro Paulo Marostica, embaixador no Nordeste da Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros e sócio da Matriz Contábil, recebe, no dia 17 de julho, às 18h30, profissionais com CFP® (Certified Financial Planner) e interessados em tirar a certificação para mais uma edição do Encontro Planejar. O evento contará com palestra sobre o tema “Planejamento patrimonial e sucessório”, ministrada por Gabriela Figueiras, sócia gestora de Direito Empresarial e Negócios Internacionais do escritório Queiroz Cavalcanti Advocacia. Interessados em participar podem se inscrever gratuitamente pelo telefone (81) 3267.6250.     Marina Lundgren e Renata Burle incorporam conceitos de consumo consciente na operação da Manon Saudável Na Manon, os pratos são criados para aproveitar a potência máxima de cada alimento que o compõe. “Jogar comida fora não pode mais ser um hábito da população brasileira que normalmente não sabe como utilizar partes não convencionais dos alimentos”, pontua Renata Burle, sócia da Manon Saudável. “De modo geral, o consumo humano é o segmento em que existe a maior taxa de desperdício. De que é tudo feito, cerca de 28% é descartado. Não pode ser assim, até porque, se pensarmos, estamos perdendo comida e partes ricas de nutrientes que nos garantiriam uma alimentação potencialmente melhor”. Para a sócia, o caminho para essa transição passa pela eliminação de preconceitos alimentares, como a ideia de que esse tipo de aproveitamento é para pessoas de baixa renda. "Os alimentos tem um alto poder nutricional e a melhora da nossa alimentação passa, indispensavelmente, por esse conhecimento e essa mudança de perspectiva”, argumenta Renata. O uso consciente e melhor aproveitamento dos alimentos possibilitaria, segundo Renata, "um novo caminho para resolver questões como a mudança hábito nos lares, auxiliar o combate à fome e até reduzir a quantidade de lixo produzido”. A Manon é uma empresa de alimentação saudável e funcional com base em Piedade. Funciona com o esquema de programação alimentar via delivery com refeições saborosas, nutritivas e ultracongeladas. De pratos mais robustos a snacks, sobremesas, sucos e shakes. Marina Lundgren e Renata Burle trabalham alinhadas com a política de Aproveitamento Integral do Alimento, reduzindo impactos da produção e garantindo um maior rendimento dos insumos.  

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Casa-Grande & Senzala – A comida como método social em Gilberto Freyre

  Gilberto se propõe a revelar “o seu” Nordeste ao leitor. Um Nordeste orientalizado a partir das matrizes lusas com os seus encontros com a China, Índia, Japão; e nas tradições moçárabes e judaicas. Um Nordeste da Zona da Mata de Pernambuco. Sim, Pernambuco como um foco possível e preferencial de Gilberto. O livro Casa-Grande & Senzala é também um depoimento vivencial de Gilberto, que mistura endoetnografias nos cenários do Recife. Assim, ele traz leituras e experiências familiares; também dá interpretações sentimentais; e ainda busca os sinais de uma região orientada pelo patriarcado que nasce na cana sacarina. É uma obra para muitas interpretações, para ser revisitada apontando-se para as cozinhas como experiências formais da identidade do brasileiro. Por ser um livro de vocação sensorial, sugiro ler algumas páginas ao sabor de um bolo de massa de mandioca, ou bebendo um boa cachaça, para que se possa assim ter um encontro hedonista ao gosto de Gilberto. Ele se revela hedonista quando traz de Ruth Benedict os seus conceitos de “apolíneo” e de “dionisíaco”. São encontros desejáveis e necessários ao tema açúcar, um tema nem sempre tão “doce”. Entender ainda que Gilberto tem suas preocupações literárias e estéticas com Casa-Grande & Senzala. Ele relata ambientes, festas, indumentárias, comidas, processos culinários, rituais de comensalidade. Gilberto tem um olhar iconográfico dominante, e recorre ao desenho e a pintura como processo de criação e de representação cultural. Estes imaginários estão nos textos, e se pode dizer que Casa-Grande & Senzala é um livro “cinematográfico”. E com este desejo visual, Gilberto mostra o melhor deste livro. Tudo acontece em contexto ecológico, na Mata Atlântica e nos canaviais, temas que mais tarde são aprofundados no livro Nordeste de Gilberto. Esta sociedade do século 19, exemplar em Casa-Grande & Senzala, é ampliada também em Sobrados e Mocambos, com um olhar mais urbano sobre a civilização que nasce do açúcar. Casa-Grande & Senzala mostra as histórias das “casas” e das pessoas que vivem nestas casas. Relata religiosidade, maneiras de fazer a comida, escolher os ingredientes; as muitas receitas de um Portugal já globalizado com as “grandes navegações” que aproximaram o Oriente do Ocidente. Esta obra de Gilberto mostra as festas, os rituais do plantio e da colheita da cana sacarina; os encontros de portugueses africanizados pelo Magreb, de povos nativos, de milhares de africanos da Costa, que revelam novos gostos e interpretações de sabores que se espalham pelas cozinhas, pelas mesas, num Brasil à boca. Gilberto quer apresentar um lugar possível do “trópico”.  Mostrar uma civilização onde o poder formal está no mando masculino. Contudo, este poder está também nas cozinhas, territórios consagrados ao mando feminino. Cozinhas na “Casa-Grande”, lugar onde as relações sociais são formalizadas na intimidade de espaços geradores de comidas, de um poder que se projeta no ato da alimentação. Gilberto revela os rituais das alimentações, inclusive dos “santos”, que são íntimos nestas relações sociais já à brasileira. O Menino Deus, para adoração e para o convívio com as crianças da “casa”, torna-se tão próximo que parece estar também se lambuzando de geleia de araçá. Outros doces são marcantes e, em especial, os “bolos”, tema que fundamenta o seu livro Açúcar, também dos anos 1930. Gilberto mostra o doce como um preparo feminino, marcado pela mulher lusa como uma atividade especial, pois o doce tem um preparo que vai muito além do açúcar. É um preparo de memórias ancestrais da história colonial lusa. O termo “doce” valoriza e qualifica aspectos sociais como, por exemplo, “você é um doce”; “te dou um doce”; tudo mostra o açúcar como formador de laços sociais, e isso também é retratado em Casa-Grande & Senzala. As referências dos sabores, a nova forma para se construir o paladar, o reconhecimento do que é o gosto gostoso, daquilo que chega de Portugal com os “gostos do mundo”, e se misturam com este Brasil de mandioca, de peixes, de milho, de pimentas frescas, e de muitos outros produtos da “terra”, produtos nativos. Gilberto, em Casa-Grande & Senzala, expõe uma sociedade que se revela à mesa. É assim que ele quer interpretar o brasileiro: “a partir da comida”. Casa-Grande & Senzala é uma construção formal de análise que está na tese Social life an Brazil in the middlle of the 19th Century para o título de Master Artium ou Master of Arts, Columbia University, 1922. Com certeza, em Gilberto, estão todos os sentimentos do gourmet, do antropólogo e do artista, todos reunidos na sua maneira pessoal de gostar do Recife. * Raul Lody é antropólogo.

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O primeiro teste da seleção brasileira na Copa

Por Houldine Nascimento A seleção brasileira terá na próxima sexta-feira (6), em Kazan, na Rússia, uma prova de fogo na Copa do Mundo. O adversário da vez é a Bélgica. Com jogadores experientes e qualificados, os diabos vermelhos – como são conhecidos os europeus – mostraram poder de reação nas oitavas de final, quando enfrentaram o Japão, na última segunda (2). Após os japoneses abrirem 2 a 0 no começo do segundo tempo, os belgas foram atrás e viraram o placar. Nos segundos finais, uma verdadeira aula de contra-ataque culminou no gol de Nacer Chadli. Ao mesmo tempo, o displicente comportamento belga na partida liga o alerta para o duelo contra o Brasil pelas quartas de final. Para chegar à vitória, houve uma insistência no jogo aéreo, com intermináveis bolas levantadas no meio da pequena zaga japonesa. Espera-se uma atitude diferente dos europeus no próximo confronto. Apontada como a geração de ouro da Bélgica, esta seleção se notabilizou pelo bom futebol. Além disso, são atletas cascudos e a maioria deles disputou a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Do goleiro Thibaut Courtois ao centroavante Romelu Lukaku, passando pelo veterano Kompany, Vertonghen, Alderweireld e Vermaelen; Witsel, Fellaini, De Bruyne, Dembélé, Chadli; Eden Hazard, Mertens e Janujaj, além dos goleiros suplentes Mignolet e Casteels. A expectativa é grande. Seu camisa 10, Hazard, do Chelsea, é o maior driblador do futebol europeu em 2018. A Bélgica também tem o vice-artilheiro da Copa na Rússia: Lukaku, que atua no Manchester United, possui talento de sobra e uma história de vida comovente. Carismático, o atacante promete dar trabalho à boa defesa brasileira. Por outro lado, De Bruyne ainda não apresentou o que pode. Neste Mundial, o meia do Manchester City tem sido escalado como volante, fora de sua posição habitual, mais avançado. O técnico Roberto Martínez deve promover uma mudança e utilizá-lo à semelhança de Guardiola no time inglês. Brasil e Bélgica se encontraram apenas uma vez na Copa do Mundo. Em 2002, pelas oitavas, a seleção brasileira venceu por 2 a 0, gols de Rivaldo e Ronaldo, e avançou até o pentacampeonato. Desde então, os belgas têm os brasileiros atravessados na garganta, sobretudo por um lance: ainda no primeiro tempo, quando o placar estava zerado, os belgas marcaram em cabeçada de Marc Wilmots, que foi indevidamente anulada pela arbitragem. Sorte do Brasil. *Houldine Nascimento é jornalista

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