Arquivos Colunistas - Página 286 De 309 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Colunistas

Pathfinders (por Bruno Moury Fernandes)

Passamos uma semana navegando em um veleiro-catamarã pelo Mar Egeu. Nós e mais três casais. Não meu senhor, não estou “me amostrando”. Não minha senhora, não estou me exibindo. Também pensava ser passeio para ricos. Mas posso garantir que é totalmente acessível. O simples acesso à informação pode ser o elemento que falta para você realizar uma viagem de rico, sendo pobre. Pesquise! Pois deu-se exatamente comigo, lá pras bandas das ilhas gregas. E gostei. Foi bom ser rico por apenas uma semana, apesar da pobreza não ter me abandonado em momento algum. Estava à bordo de um iate movido a vinhos, risadas, peixes e vômitos. Pense num lugar bonito da gota serena! A água azul, mas de um azul que de tão azul nos abestalhava. As ilhas, de nomes bem complicados, uma mais linda que a outra. Paros, Folegandros, Milos, Mykonos, Kimolos. E pensei que para um galeguinho de água doce oriundo de Uruçu-Mirim aquele mar salgado, cristalino, tava de bom tamanho. Então levantei as mãos aos céus e agradeci: “Senhooooôr”. Acho que não rezei direito. Não me pergunte por qual motivo, mas imaginava que praquelas bandas o mar era calmo. Mas como todo mar, o de lá também é bipolar. E em dois dias a embarcação balançou bastante. Eu estava doido por uma aventura. Algo que me desse elementos para uma narrativa próxima a Hemingway, em O velho e o Mar. O mais próximo que aconteceu de perrengue, porém, foi uma das cordas que sustentava o bote ter arrebentado. Nada que um marinheiro experiente não pudesse ajeitar em cinco minutos. Fiquei imaginando ele caindo ao mar e nós, que nunca havíamos pilotado um bicho daqueles, à deriva diante da morte trágica do tripulante mais importante. Então ficaríamos perdidos por uma semana e suprimentos começariam a findar. E seríamos resgatados por um navio italiano que nos avistaria por acaso. Mas voltei à realidade daquela cena entediante de um marinheiro grego arrumando o bote na mais absoluta tranquilidade, enquanto assobiava melodias indefinidas. E fiquei com aquela decepcionante sensação de que tudo correria na mais absoluta tranquilidade até o final da nossa jornada. Infelizmente, decepção para minha mente criativa. As companhias foram ótimas. Tinha uma blogueira chic que ao final da odisseia estava toda descabelada, com o seu marido poliglota. Tinha um doutor que medicava remédio para enjoo e sua esposa que insistia em querer experimentar a comida de todos os outros. O nosso líder comandante e sua esposa fotógrafa. Além da minha esposa que não parava de falar. E bem alto. O engenheiro naval que nos guiava e sua mulher que cozinhava divinamente, ambos gregos. Uma semana convivendo com essas pessoas, dentro de um barco, navegando e trocando experiências humanas. Histórias e causos. Muitos causos. Em meio à imensidão da noite, olhar aquele céu imenso e estrelado e ser aquele pontinho no meio da imensidão, fez-me lembrar que não somos nada. Mas navegar com amigos é sensacional. Então logo voltei à realidade e me senti foda novamente. Justamente por tê-los em minhas vidas. Thank’s pathfinders! Oremos todos novamente: “Senhor, multiplicai os euros, ó Pai, tal qual fizeste com os pães, para que lá possamos retornar um dia”.

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Janelas no Oitão (por Joca Souza Leão)

A borboleta amarela, na crônica de Rubem Braga, voou para o oitão da Biblioteca Nacional. “Oitão, uma bonita palavra. Usa-se muito no Recife; lá, todo mundo diz: no oitão da igreja, no oitão do Teatro Santa Isabel... Aqui (no Rio) a gente diz do lado. Dá no mesmo, porém oitão é mais bonito.” E precisa mais? Se precisasse, eu diria, além de mais bonito, é mais preciso. Mas oitão também é o espaço entre duas casas. Nem todas têm oitão. Algumas são geminadas (parede-meia), coladas umas às outras, como a maioria das casas antigas do Recife e Olinda. Há casas com um oitão e casas com dois oitões. Sempre, o da direita, à direita de quem olha para a casa, mais largo, é passagem de carro para a garagem que fica no quintal. E também passagem para os visitantes que têm intimidade com o dono ou a dona da casa: “Ele entra pela porta da cozinha”. Os que não têm intimidade são, diz-se, de cerimônia. Se anunciam, batem palma ou tocam a campainha, e entram pela porta da frente. Até pouco tempo, pelo menos, era assim. Aqui (não sei se no resto do Nordeste) e em Portugal ainda se fala oitão. Não fala tanto, mas fala. Quem mora em apartamento, mesmo, não chama o espaço entre um edifício e outro de oitão. Chama de área. Mas, se for explicar a alguém onde fica a Rua Direita, ensinará, certamente, que fica no oitão da Igreja do Livramento. Ou não? Rio de Janeiro, inverno, anos 70. Peguei um táxi no Leme. “Botafogo, por favor.” Para facilitar a vida do motorista, um português de meia-idade, bigode eciano, vasto e levemente arqueado nas pontas, disse-lhe, além do endereço, uma referência: “Essa rua fica no oitão da Mesbla.” “És patrício, pá?” “Não. Pernambucano.” “Primeira vez que estou a ouvir um brasileiro a falar oitão, ó pá!” Bem, o fato é que a rua, meio escondida e pouco conhecida, foi facilmente localizada pelo portuga. Terraço do (belo) apartamento da escritora Dayse Mayer. Ivanildo Sampaio no seu vinho e eu no meu uisquinho de sempre. Paula Costa e Silva, portuguesa, professora de Direito e colega da anfitriã na Universidade de Lisboa, tomando um Porto Vintage. Na conversa, não lembro mais sobre o quê, falei oitão. “Não ouço a palavra oitão há anos” – disse Paula. “Algumas palavras, que ainda são usadas aqui, estão a cair em desuso em Portugal.” E citou algumas, das quais lembro de duas, além de oitão: alcatifa (que tá virando ou já virou carpete) e encarnado (o “encarnado, preto e branco” do meu tricolor; que para os alvirrubros e rubro-negros é vermelho). Por amostração, como dizem meus netos, recitei para Paula (ainda não disse que era bonita a rapariga, ó pá!) versos de Mauro Mota: Ó velhos chalés de 1830 / eterniza-se entre as paredes os ecos das vozes invisíveis / habitantes. / Mãos de sombras femininas abrem de leve janelas no oitão. P.S. Imperdível: Contos da Era das Canções e Outros Escritos, livro de Aluízio Falcão que será lançado em novembro. *Por Joca Souza Leão

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Cinema francês em alta com a estreia de “O Melhor Professor da Minha Vida” (Por Wanderley Andrade)

Histórias inspiradoras sobre professores que transformaram a vida de alunos através de métodos bem à frente do seu tempo, há muito rendem bons filmes. Difícil esquecer de clássicos como Ao Mestre com Carinho (1967) e Sociedade dos Poetas Mortos (1989). Outro belo exemplo, desta vez mais recente, é a coprodução EUA/Reino Unido/Quênia, Uma Lição de Vida (2009). O longa narra a jornada de Kimani Marug, um queniano de 84 anos que, com a ajuda da professora, decide voltar à escola. Essa relação de amizade entre professor e aluno mostra ser fonte inesgotável de inspiração para roteiristas e produtores. Seguindo a mesma temática, chega aos cinemas, nesta quinta, a produção francesa, O Melhor Professor da Minha Vida. No filme, Denis Podalydès interpreta François Foucault, um professor de Literatura de uma importante escola de Paris. Um encontro com uma funcionária do Ministério de Educação resultará na proposta para lecionar em um colégio de periferia. François terá como desafio mudar a realidade de alunos indisciplinados como Seydou (bela interpretação de Abdoulaye Diallo), que sofre com a mãe doente e busca refúgio na marginalidade. O Melhor Professor da Minha Vida discorre sobre transformação. Seydou não será o mesmo após o encontro com François Foucault e a Literatura. Em contrapartida, a experiência com a nova turma marcará profundamente a vida de François e afastará medos e preconceitos acumulados até então. Sua boa relação com os alunos despertará ciúmes nos outros professores. Este é o primeiro longa-metragem dirigido por Olivier Ayache-Vidal, que também assina o roteiro. A fotografia é de David Cailley, que tem no currículo filmes como Amor à Primeira Briga (2014) e In Califórnia (2015). A câmera trêmula de Cailley confere às cenas de conflito maior tensão e um tom mais intimista. A história, fundamentada em um tema já exaustivamente explorado no cinema, poderia, sem cerimônia, atar-se à comodidade e falta de inspiração característicos ao clichê. Mas o roteiro bem escrito, livre de pontas soltas, e a competente direção de Olivier Ayache-Vidal dão ao filme a simplicidade e paradoxal profundidade de uma boa aula. Confira os horários de exibição.

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A menina do olho verde vence festival na Itália (por Paulo Caldas)

Vencedor da versão 2017 do Festival Convivio (para diversas formas de expressão artística), na Itália, com o Premio Assoluto: o livro pernambucano A menina do olho verde, de Patrícia Tenório é tema do comentário de hoje. Uma onda de ternura é o que nos envolve ao ler este A menina do olho verde, livro de Patrícia Tenório - edição do autor, cujo conteúdo, em tom de fábula, mostra a história de Manoela uma menina que impressiona pela cor dos olhos. Os acontecimentos são narrados pelo fio condutor da singeleza de um texto que, embora nem sempre mantenha apego às filigranas das técnicas ficcionais, é mais que tudo cativante. A escrita de Patrícia é cálida, prenhe de ternura, surpreendente ao revelar pecados adultos de um mandatário concentrador das circunstâncias e das gentes, e do preconceito visto na aura de uma senhora de caridade. Na narrativa transpira beleza, especialmente nos cenários naturais que ela compõe e que predominam na ambiência das cenas; contemplando gorjeios de pássaros, zumbidos de abelhas e aroma de flores. No entanto, o texto ganha fôlego quando Manoela caminha pelas alamedas do encantado e do maravilhoso. Ali contracena com animais que falam, água de um rio que surge ao seu desejo e que sussurram melodias regidas por um maestro imaginário, que flutua numa simbiose de água e sons, cena plasticamente soberba. Patrícia Tenório compõe outras cenas de refinada beleza estética, quando mostra Manoela na fonte de um oásis ou ainda a do personagem Pedro colhendo no eco de um grito pedaços escritos de seu nome. O livro é especial em conteúdo e estética, editado em capa dura, guarda cortinas e demais detalhes de esmerado bom gosto. A menina do olho verde é para se ler e guardar. *Paulo Caldas é escritor

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Regulamentação ou proibição? (por Ivo Dantas)

Se você já utilizou alguma vez um aplicativo de transporte, provavelmente recebeu notificações e e-mails desses Apps ao longo dos últimos dias sobre um abaixo-assinado para evitar o encerramento das atividades de aplicativos de mobilidade. O comunicado do Uber, por exemplo, chega a pedir que o usuário assine o documento e o entregue impresso ao motorista na próxima vez que utilizar o serviço. Você deve estar se perguntando o motivo dessa iniciativa, não é mesmo? Pois bem, o movimento foi impulsionado pelo resultado de uma audiência pública que aconteceu na semana passada em que senadores presentes solicitaram a urgência na votação do Projeto de Lei da Câmara dos Deputados 28/2017, que regulamenta os aplicativos de transporte individual. Esse documento, que foi aprovado em abril pelos deputados, estabelece diversas regras que deverão ser obedecidas pelos aplicativos. Entre outras coisas, as Prefeituras ficariam responsáveis por emitir licença de funcionamento e fiscalizarem a atuação dos mesmos. Com um passado marcado por derrotas nas esferas municipais – principalmente por um lobby dos taxistas junto ao poder público – o Uber, bem como seus concorrentes, decidiram adotar a estratégia de apelar para a pressão popular para que o projeto não passe pelo Senado. A bem da verdade, além da dificuldade de conseguir as licenças, os aplicativos têm receio da regulamentação da atividade quando o assunto são direitos trabalhistas. Com a nova lei, os Apps teriam que cadastrar os motoristas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como lidar com a questão do vínculo empregatício, que vem levantando debates na Justiça do Trabalho. Intitulada “Juntos pela Mobilidade”, a campanha conta com a assinatura dos Apps Uber, 99 e Cabify. Em novo e-mail enviado nesta terça-feira, os aplicativos comemoram os resultados atingidos em menos de uma semana. “Hoje, terça-feira, os senadores receberam um projeto alternativo, e a votação do requerimento de urgência foi adiada. Porém, a alternativa é só o começo de um amplo debate, e esse adiamento dura pouco: a votação pode acontecer já nesta quarta-feira”. Ao leitor, deixo a reflexão: Para você, o projeto de lei vai melhorar os serviços, garantindo maior segurança a usuários e motoristas, ou demarcarão o fim dos aplicativos? *Ivo Dantas é jornalista

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6 mercados públicos do Recife de antigamente

Os mercados públicos contam bastante da história e da cultura gastronômica das cidades. Não por acaso são alvo de visitação de muitos turistas pelo País e pelo mundo (embora no Recife muitos estejam em estado degradado de conservação). Nosso olhar da memória da cidade de hoje traz uma seleta coleção de seis mercados do Recife. Passamos desde o histórico Mercado de São José - inaugurado em 7 de setembro de 1875 e ainda em funcionamento no centro do Recife - até o extinto Mercado do Derby (inaugurado em 1899 por Delmiro Gouveia e incendiado em 1900, "destruído por um incêndio, causado por uma ação da polícia", segundo artigo de Lúcia Gaspar, da Fundaj). De acordo com a historiadora Isabel Cristina Martins Guillen: "No início do século XX o Mercado de São José enfrentou uma dura concorrência, a imposta por Delmiro Gouveia quando criou seu mercado no Derby. Além de se apresentar como um centro de divertimento, o Derby foi organizado como um grande centro de venda de artigos diversos, vendendo principalmente gêneros alimentícios a preços menores do que os praticados em São José. Mas o incêndio do Derby eliminou o poderoso concorrente". Na seleção, que faz parte do Acervo da Fundaj, estão os mercado de Afogados, Encruzilhada, Madalena e Santo Amaro. 1. Mercado de São José 2. Mercado do Derby (Mercado Coelho Cintra) 3. Mercado da Encruzilhada (1941) 4. Mercado da Madalena 5. Mercado de Santo Amaro (a descrição da imagem indica que é na Av. Cruz Cabugá) 6. Mercado de Afogados (1940) VEJA TAMBÉM: 9 pontes do Recife no século passado 7 imagens para voltar ao tempo dos bondes no Recife

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A crônica da cervejeira. Vale a pena investir em uma? (por Rivaldo Neto)

Tudo que é acessório relativo ao consumo de cervejas para o cervejeiro de plantão é um item de desejo. Já falei de alguns aqui na coluna. Mas todos os dias novos e novos produtos inundam o mercado com criatividade e descontração. Mas acredito que realmente a “joia da coroa” sejam as desejadas cervejeiras. Ela é uma espécie de “Santo Graal”, venerada e amada. Essas pequenas geladeiras são responsáveis por deixar sua bebida na temperatura certa, se enquadrando no divertido ritual de tomar uma cerveja adequadamente refrigerada para ser consumida de uma forma em que todos os insumos possam ser devidamente preservados. Mas enfim, vou contar um pouco da minha experiência se realmente vale a pena fazer esse investimento, pois não são baratas afinal de contas. A primeira vez que vi uma cervejeira, faz algum tempo, foi numa loja no shopping. Lembro que fiquei meio que em encantamento, mas quando vi o preço do “brinquedinho” me assustei. Custava em torno de R$ 2.300, mas depois do lançamento de algumas outras marcas e com o passar do tempo, o preço caiu em torno de R$ 1 mil e comecei a cogitar em adquirir uma. Recentemente, Tiago, um amigo com a mesma paixão por cervejas, me mostrou uma foto e falou: “Olha o que eu comprei pra pôr na sala, chega essa semana”, relatou orgulhoso. Naquele momento eu resolvi que teria uma e que isso seria apenas uma questão de tempo. Depois da "permissão conjugal" para compra, comecei a pesquisa quase que diária para comprá-la. Escolhi o modelo e fiquei monitorando o produto, pois tinha meses em que subia de preço e em outros baixava. Em um determinado momento, ela entrou no patamar que eu desejava. Efetuei a compra e fiquei aguardando o prazo de entrega de 16 intermináveis dias úteis. Terminado o prazo, a empresa me avisou que em meia hora faria a entrega, e que teria de ter alguém para receber. Quando o interfone toca e a voz do interfone fala: “É uma encomenda, uma cervejeira, é pra o senhor?”. Eu mais que apressadamente dei o “ok” e fiquei aguardando. Era um sensação estranha e engraçada. Eu aguardando no corredor para vê-la adentrar. Sendo conduzida. Parecia uma espécie de “casamento”, com a sensação do noivo, no caso eu, de barriga fria. Ao aparecer, ela realmente era tudo que eu esperava. Desembalei com o entregador, coloquei no canto da sala, peguei um boneco do Hommer Simpson, devidamente separado para ficar acima dela com uma lata de cerveja da mão para decorar o “altar cervejeiro”. Fui alertado para o entregador que só após 2 horas é que poderia ligá-la, procedimento comum de eletros que trabalham com gás quando são transportados. Voltei ao trabalho e retornando à noite para casa já com várias cervejas para serem devidamente distribuídas dentro dela. No caso do modelo que escolhi,  é muito silencioso e funciona assim: Possuí 5 níveis de temperaturas, (4°C, 2°C, 0°,-2°C e -4ºC), o que pode variar de acordo com o estilo a ser consumido. Ela não ocupa muito espaço, mas mesmo assim possui uma boa capacidade de armazenamento. Podem ser colocadas até 60 longs necks, ou se preferir, 37 garrafas de 600 ml, ou então 75 latas. Como as prateleiras são móveis, cabem até 5 pequenos barris de cervejas. Ao mudar a temperatura para a desejada, ela fica piscando até estabilizá-la. Por fim, cerveja gelada, na temperatura ideal, na comodidade do lar com com todo o charme que um produto assim pode proporcionar. Vale a pena? Vale! Demais!!! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas

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Filme de Angelina Jolie retrata os horrores da guerra civil do Camboja

Era esperado que a relação estreita de Angelina Jolie com o Camboja renderia um filme algum dia. Produzido pela Netflix, First They Killed My Father (Primeiro Mataram Meu Pai, em uma tradução livre) estreou no serviço de streaming no último dia 15. Baseado no livro de memórias da ativista Loung Ung, narra sua luta pela sobrevivência ao lado da família durante o regime do Khmer Vermelho, período em que morreram cerca de 2 milhões de cambojanos. O filme acompanha a jornada de Loung que, aos cinco anos, recebeu treinamento militar para defender o Khmer Vermelho durante a guerra civil cambojana. Retrata sem cortes e muito realismo os horrores de uma guerra que arrancou precocemente sua infância. First They Killed My Father foi gravado inteiramente no Camboja e a base do elenco formada por atores locais. Destaque para a boa atuação de Sareum Srey Moch, que encarna a protagonista. O filho adotivo de Angelina, o cambojano Maddox Jolie Pitt, também atua no longa, além de acumular a função de produtor. Este é o quinto trabalho de Angelina como diretora, função que abraçou desde 2007 com o documentário A Place in Time. A partir de 2011, seguiu para a ficção com Na Terra de Amor e ódio. Em 2014, dividiu opiniões da crítica especializada com o filme de guerra, Invencível. Já em 2015, recebeu duras críticas pelo insosso À Beira Mar, longa em que contracena com Brad Pitt. First They Killed My Father prova que Angelina amadureceu como diretora. É um tratado sobre a perda da inocência, um retrato cru da insanidade da guerra e da contradição de um regime que prega igualdade de direitos tolhendo a liberdade. A história de Loung Ung ecoa como um grito de denúncia de uma realidade, infelizmente, ainda tão palpável para muitos em pleno século XXI. Confira o trailer:

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Empresa aposta em Pernambuco como futuro Polo Cervejeiro (por Rivaldo Neto)

“O oceano Atlântico é um braço do Capibaribe”, quem já ouviu essa frase sabe bem que é uma citação genuinamente pernambucana. Ela retrata bem a forma como o pernambucano se olha e se encara. Tudo da gente tem a divertida mania de meio que “exagerar” com alguns fatos, e quem sou eu pra dizer que não? Até que porque, como pernambucano, eu concordo com tudo (rs). Pois, saibam de mais uma grandiosidade pernambucana: a primeria cerveja artesanal das Américas foi produzida em Pernambuco pelo mestre-cervejeiro Dirck Dicx, trazido pelo Conde Maurício de Nassau durante o domínio holandês. Pelo menos assim reza a lenda. É com esse pensamento Jadir Rocha, Ilceu Dimer e Luciano Fialho entraram nessa sintonia da pernambucanidade e apresentaram na última segunda, dia 18/09, na Beerdock de Boa Viagem, a Dimer e Fialho Consulting. Trata-se da primeira Consultoria com expertise no produto “Cerveja Artesanal”. Nascida de uma fusão da pernambucana Contti Auditoria e Consultoria Contábil e a gaúcha Dimer Consultoria. A ideia é prestar um serviço completo no que diz respeito a cervejas artesanais, tanto aqui quanto em outras regiões. Desde um planejamento estratégico geral para criação de um plano de negócio, contando também com toda a assessoria necessária para a sua implementação. O potencial é realmente promissor pelo simples fato do Brasil ser o terceiro maior produtor de cervejas artesanais do mundo. Sendo que 91% destas se encontram no Sul/Sudeste do País. Ou seja, um vasto mercado ainda se encontra aberto para que seja explorado. O mercado de cervejas artesanais vem crescendo anualmente, mesmo em tempos de crise econômica. Alguns anos mostrou diminuição no crescimento e não de queda, o que mostra que o setor vem realmente se consolidando e dando passos importantes e profissionalizando suas operações. Para se ter uma ideia, em 2005 havia no país 46 cervejarias artesanais, na última contagem em 2015 já contava com 372. Um crescimento absoluto de impressionantes 700%. Com números tão animadores um dos objetivos da consultoria é impulsionar Pernambuco a se tornar um Polo Cervejeiro e com isso se tornar referência no Norte/Nordeste. Atualmente Pernambuco conta com nove cervejarias artesanais (não estou contando as informais)  que produzem e comercializam seus rótulos, são elas: DeBron, Ekäut, Capunga, Duvália, Babylon, Patt Lou, Pernambucana, Haus (Petrolina). Em outubro tem início de produção a Navegantes, a caçula do seleto grupo. Potencial e talento nosso Estado tem de sobra, Nassau nos fez um grande favor em trazer Dirck Dicx para nos inspirar, mãos à obra! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@revistaalgomais.com.br)

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Black Sabbath: Documentário registra último show da banda (Por Wanderley Andrade)

4 de fevereiro de 2017. Data difícil para os fãs da banda Black Sabbath. Noite em que Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler subiram ao palco pela derradeira vez, após quase meio século em atividade. A banda, natural de Birmingham, segunda maior cidade do Reino Unido, revolucionou o rock, popularizando o estilo Heavy Metal. Começaram em Birmingham e lá realizaram seu último show. Todos os detalhes da apresentação histórica estão registrados no documentário Black Sabbath: The End Of The End, que terá sessão única nos cinemas, na quinta (28). Difícil desassociar o Black Sabbath da palavra "polêmica". Quem nunca ouviu falar do show em que Ozzy Osbourne arrancou a cabeça de um morcego com uma mordida? O fato ocorreu em 1982 durante uma apresentação na cidade americana de Des Moines, Iowa. Em The End Of The End o grupo relembra algumas dessas histórias que tornaram a banda conhecida mundialmente. Falam sobre as críticas negativas recebidas no início e sobre o preconceito que sofreram. Histórias como a do guitarrista Tony Iommi, que durante as gravações do 13º álbum fora diagnosticado com câncer linfático. Geezer Butler destaca a persistência da amigo durante a fase de quimioterapia: costumava sair do hospital direto para o estúdio. Iommi também recebe o carinho de Osbourne, que exalta a força de superação do companheiro de banda. Ele acha incrível a forma como Iommi toca guitarra, mesmo sem a ponta de dois dedos da mão direita, consequência de um acidente na época em que trabalhava numa fábrica. O documentário intercala entrevistas e interpretações completas de algumas músicas tocadas em Birmingham, entre elas, “Iron Man”, “Snowblind”, “War Pigs” e “Paranoid”.  Também há bons momentos gravados durante um encontro do grupo em um estúdio dias depois do último show. Para os fãs, oportunidade de ver a banda em ação longe da pressão de um palco. Mas o melhor de The End Of The End vem justamente no fim, ou melhor, após os créditos finais. A entrevistas continuam, agora, divididas por temas. O grupo discute a suposta ligação da banda com o ocultismo, resultado de, segundo eles, interpretações erradas de suas canções. Em outro momento, Ozzy Osbourne fala sobre a relação com as drogas e o alcoolismo e as consequências ruins que trouxeram à sua vida. Conta detalhes de como largou o vício. The End Of The End é um presente aos fãs do Black Sabbath que não puderam estar em Birmingham. Fecha com excelência o ciclo de uma das grandes bandas da história do rock mundial. Cinemas e horários: https://www.ucicinemas.com.br/Home/CinemaHorarios/8113?origem=filtro  

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