Arquivos Rivaldo Neto - Página 7 De 10 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Rivaldo Neto

As curiosas cervejas africanas (por Rivaldo Neto)

Quando falamos de cervejas praticamente endereçamos o foco para as europeias, americanas e, logicamente, as nacionais artesanais de boa qualidade. Com isso, mercados e países que passaram a ser destaques na produção de vinhos, como é o caso da África do Sul, são deixados em segundo plano, tanto por importadores, quanto de nós consumidores e entusiastas da bebida. Tal “erro” não se justifica. E se na cartilha do cervejeiro o lema número 1 é variar, provar e experimentar. Países que não olhamos como grandes mercados produtores de cervejas passam a ter um importante papel na procura por rótulos até então desconhecidos por nós brasileiros. E foi justamente usando esse raciocínio que consegui três cervejas africanas muito interessantes. Mas realmente não foi fácil. Começando justamente pela África do Sul, onde a produção de cervejas é praticamente toda em cima da gigante SABMiller (South African Breweries). Ela praticamente domina o mercado do continente. As mais populares da empresa são as Castle, a Lion e a Carling Black Label, encontradas facilmente em qualquer lugar por lá. Mesmo com essa concorrência de um gigante como a SAB, algumas cervejarias infinitamente menores produzem boas cervejas e que merecem destaque.       A cervejaria Boston Breweries foi criada por Chris Barnard que ao experimentar cervejas europeias decepcionou-se com as produzidas em sua terra natal e aprendeu o preparo da bebida sozinho. Ele criou essa cervejaria na Cidade do Cabo. Pois bem, ela produz a Johnny Gold, uma weiss estilo bávaro, bem turva e com notas frutadas e bem surpreendente. Não tem muito lúpulo, como a maioria das weiss, mas bastante aromatizada deixando uma sensação muito gostosa na boca e com uma leve acidez.                 Da Pretória vem a Emperor India Pale Ale, que é fabricada pela cervejaria Drayman's, seu fundador Moritz Kallmeyer, é um incansável produtor, antes das tradicionais cervejas de milho africanas e vinhos de frutas e que se entusiasmou com a produção de cervejas artesanais. Ele conseguiu fazer uma IPA leve, com 4,0%, mas bem cítrica, com um equilíbrio marcante entre o doce do malte e a acidez cítrica. Possuindo uma cor âmbar e um bom retrogosto.                 Finalizando com a Mitchell's, primeira microcervejaria da Africa do Sul, datando de 1983. Na época mal se falava em produção de cervejas em pequena escala. Lex Michell fundou a cervejaria e, posteriormente, vendeu em 1989. Mas deixou um portfólio interessante, principalmente com uma Strong Lager de 7,0%, a Mitchell”s Old Wobbly. Lembra muito as ALE inglesas pelo seu corpo, essa cerveja é uma grata surpresa, um amargor delicioso e frutado. Vale muito a pena.             MUNDO CERVEJEIRO E nunca se é tarde para parabenizar as cervejarias pernambucanas Debron e Ekaut, pelos prêmios conquistados no Festival Brasileiro de Cervejas, que ocorreu em Blumenau, Santa Catarina. A Debron arrebatou ouro com a Imperial Stout, que já foi citada aqui na coluna e bronze com a Golden Ale e a Witber. A Ekaut ganhou a prata com a American Pale Ale (APA) 1817. Parabéns a todos os envolvidos.      *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e apreciador de boas cervejas nas horas vagas

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5 dicas simples para você harmonizar cervejas (Por Rivaldo Neto)

O prazer de um cervejeiro ao apreciar uma cerveja ao seu gosto e estilo dá um prazer enorme. É um processo verdadeiramente saboroso e que proporciona experiências extremamente gratificantes. Quando unimos esse prazer de beber a algo que adoramos como uma boa comida, e conseguimos harmonizar os mais complexos gosto, tais “casamentos” causam sensações de dar água na boca. Não é difícil harmonizar cervejas , mas precisamos de um norte ou digamos, um ponto de partida para que um prazer corriqueiro se transforme em algo mais sublime. Vamos dar 5 “nortes” para você se guie e consiga alcançar prazeres que alguns estilos de cervejas podem proporcionar, se combinados com a comida certa. 1 – Cervejas Escuras (Porters, Stouts..) As cervejas Stouts, Dark Lagers ou Poters, que tem características mais “irlandesas”, pois contém em seus insumos de produção bastante malte torrado, típica da produção de cervejas no país, varia do café ao chocolate, podendo também ter aromas de baunilha. Procure juntas essas cervejas com croissants, uma boa carne (um filé alto e mal passado), bolo de frutas ou alguns fruto do mar como ostras, camarões e peixes. 2 – Cervejas Defumadas O gosto do defumo nas cervejas vem da torra do malte em forno de lenha, e dependendo da madeira dessa lenha temos a diferenciação do sabor. Podem ser cervejas Trapistas, pois elas contém esses insumos, ou alguma Bock ou Smoked Porter. Pratos como linguiças defumadas, queijos, pernis de porco ou um bom churrasco caseiro dão o tom dessa combinação despertando , reforçando e ousando em cima dessas qualidades, teremos assim satisfação garantida, pode apostar. 3 – Cervejas Lupuladas Aquele amargor típico das Ipas, Apas e suas variações abrem um leque de possibilidades deliciosas e interessantes. O aroma, carro chefe nas bebidas que carregam essas características, fazem com que sabores imponentes e fortes, causadas por generosas doses de lúpulo proporcione uma “explosão” de sensações. Tanto por aproximação com queijos faixa azul, queijos fortes holandeses, costelinhas de porco, ou contrastando com um sorvete de canela ou creme, para assim contrapor o amargor e o doce. Massas com molhos fortes como gorgonzola e pesto são excelentes também. 4 – Cervejas Frutadas O berço das cervejas frutadas fica entre a Bélgica e Holanda, com toques não só frutados, como também picantes e também uma leve acidez. São cervejas bem originais, com processos de produção bem característicos. Podemos até chegar a dizer que as cervejas frutadas são bons aperitivos, palavra mais usada quando nos referimos a bebidas destiladas. Por serem extremamente aromáticas e refrescantes, cabe muito bem com frutos do mar de uma forma geral ou linguiça condimenta com pimenta. As Lambics são ótimas para combinar com sushis e patês adocicados. 5 – Cervejas Maltadas O dulçor da bebida, por conta do malte é o ponto de partida para saborear pratos acompanhados com essas qualidades. Ao juntar o malte com um lúpulo bem aromatizado (como o lúpulo amarillo, com toques de caramelo ou toffee), torna este tipo de cervejas uma bebida muito agradável de apreciar. Os queijos maturados com cristais de sais, como os queijos holandeses são uma forma de potencializar os sabores dessas combinações. Grãos como castanhas 'in natura” ou torradas são excelentes. Pães secos com picles doces ou tomate seco são outra boa dica. Cervejeiro é por si só um explorador de marcas, rótulos, estilos e sabores. Juntar comidas para que essa experiência gastronômica se torne rica é melhor ainda. Vamos em frente com novas dicas na próxima coluna. *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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As cervejas para o calor das prévias do Carnaval (por Rivaldo Neto)

O verão traz os dias mais quentes do ano, e para os amantes da cerveja não há nada melhor do que degustar um copo bem gelado da bebida. Com os diversos tipos e famílias cervejeiras, é possível encontrar opções ultra refrescantes que combinam com este período. Com o carnaval chegando e o calor aumentando, a vontade de tomar uma cerveja para refrescar cresce cada vez mais entre os apreciadores da bebida. A cidade está com uma enorme ebulição de blocos e prévias carnavalescas, com isso estabelecesse um clima pra lá de favorável para curtimos alguns estilos. De que cerveja vamos? Quais são os estilos mais indicadas para as prévias da festa de Momo? Pra começar uma Pilsen. É o estilo de cerveja mais consumida no país, o que não é pra menos, por se tratar de uma cerveja leve, clara e que combina muito bem com nosso clima. O cuidado que deve ser tomado ao comprar é observar a quantidade de milho, arroz e açúcar, adjuntos do lúpulo. Assim garante-se mais sabor! Tem variação alcoólica entre 3% e 5%. No Brasil, 98% das cervejas consumidas são do estilo Pilsen. Outra cerveja leve e de baixa fermentação são as Lagers, são igualmente leves e menos aromáticas que as tradicionais Ale. Dentro do estilo abre-se um leque de boas opções que possam incrementar as escolhas. As variações são as American Lagers que é muito semelhante as Pilsens, a Munich Hells, Ambar Lager ou até uma Dark Lager. A diferença se dá devido a alguns tipos de insumos usados e que acentuam os sabores e modificam as colorações. As weissbiers são produzidas apenas com água, lúpulo, leveduras e mais de 50% de malte de trigo, geralmente é servida sem passar pelo tradicional processo de filtragem. Dessa forma, o aroma se aproxima a odores de frutas, como a banana. Além disso, leva especiarias na receita como o cravo e a canela, o que tornam o seu gosto mais adocicado, saboroso e refrescante. Igualmente de trigo, um outro estilo que vai muito bem nesse verão são as Witbers. Sua origem é belga. São cervejas igualmente refrescantes e muito aromáticas e frutadas, tem bom corpo sem deixar de ser leve. Insumos como sementes de coentro e raspas de laranja lhe dão uma característica marcante. Então nas prévias de carnaval e nos blocos escolha cervejas com graduações mais baixas. Se estamos em alta estação, bebidas mais leves combinam melhor e vão deixar você com todo gás! Evoé! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cada cerveja tem uma temperatura ideal! Você sabia? (Por Rivaldo Neto)

Uma das dúvidas mais frequentes que me deparo no universo das cervejas são pessoas que têm dúvidas sobre qual temperatura deve ser servido os diversos estilos da bebida. Essa semana fui indagado por um amigo que me ligou de um Foodpark que tinha cervejas artesanais e me perguntou: “Qual a temperatura ideal para se tomar uma IPA?”. Aqui no Brasil existe uma questão cultural de qual o grau que devemos bebê-la. Absolutamente toda propaganda de cervejas sugere em frases estampadas nos cartazes ou em outras mídias a frase: estupidamente gelada. Ou mofada, ou canela de pedreiro e por aí vai. Até o compositor Chico Buarque na letra da música “Feijoada Completa”, cita esse hábito com o seguinte trecho: “Solta uma cerveja estupidamente gelada para uma batalhão, e vamos botar água no feijão”. Com a mudança no panorama do mercado de cervejas no País e a chegada de novos rótulos e estilos, essas dúvidas se multiplicaram. Aqui no Brasil, de certa forma, como a Pilsen é o tipo de cerveja mais consumido devido ao clima, realmente é propício tomá-la com uma temperatura mais baixa que os demais estilos. Mas que temperaturas são essas? Como pudemos usufruir de uma boa cerveja e em seu grau mais correto para ser degustada.   O ideal é evitar tomar cervejas abaixo de 0°C, isso mascara o sabor, pois nesse grau as papilas gustativas se fecham e aí adeus sensibilidade, sabor e teor alcoólico. E verdade que também não tem como beber uma Pilsen, nesse calor, numa temperatura de 10° C, 12° C. Se uma cerveja excessivamente gelada em alguns estilos não deve se servida, um dano “fatal” a bebida é deixá-la congelar. Isso em nenhuma hipótese. Uma dica importante antes de fazermos um apanhado de estilos é que cervejas mais claras e suaves devem ser servidas mais geladas, enquanto as mais escuras e robustas em temperaturas maiores. Isso não é uma regra determinante, mas no geral dá uma orientação. Isso também vai muito do paladar de quem bebe. O saudoso e famoso cervejólogo Michael Jackson sugere alguns níveis de temperatura que se pode aplicar ao gosto e clima do Brasil: 1- Muito Gelada (de 0 a 4°C): As Pale Lagers, Pilsens e cervejas sem alcóol. Ou seja, cervejas que têm o intuito de apenas refrescar e não degustar devido ao processo citado acima do anestesiamento das papilas gustativas. 2 - Bem Gelada: (de 5 a 7°C): Weissbiers claras, Lambics frutadas e Gueuzes (Gueuze é um tipo de cerveja lambic, típica do sul de Flandres.) 3 - Gelada (de 8 a 12°C): Lagers mais encorpadas e escuras e variações das Pale Ale, como as Ambar Ale ou Brown Ale, Weissbiers escuras, Porters, Tripel e suas variações (menos a quadrupel) também se inserem nesse contexto. As IPAS (Indian Pale Ale) ou APAS (American Pale Ale) devem ser consumidas até no máximo 12 °C. 4 - Levemente gelada ou Temperatura de Adega: Quadrupel, Strong Ales Escuras, as Stout e a maioria das cervejas especiais Belgas, incluindo as Trapistas. Mesmo com essas referências acima e, como aqui no Nordeste o clima realmente pesa, sirva uns dois graus a menos pois rapidamente chegará a temperatura ideal. O importante é aproveitar o máximo o que os variados estilos de cervejas proporcionam com seus deliciosos insumos. Um festival de aromas e sabores. MUNDO CERVEJEIRO ShowerBeer: a cerveja para ser bebida no banho Para quem gosta, qualquer hora e lugar são propícios para tomar aquela gelada – até debaixo da água. Pode soar estranho, mas muita gente curte ao tomar banho também relaxar com uma cerveja. Pensando nisso, a micro empresa sueca PangPang criou o produto perfeito para esse pessoal. A ShowerBeer tem teor alcoólico maior que o convencional e tamanho menor. “O formato garante temperatura ideal e a força etílica necessária para limpar a cabeça depois de um dia exaustivo”, disso Fredrik Tunedal, criador da invenção, em entrevista para a Vice. Por ser do tipo Pale Ale, a bebida tem um gosto mais encorpado com tons cítricos e perfil de ervas em sua composição. Além de todos esses atrativos, Tunedal alega que a cerveja foi feita dessa maneira para também ser usada como condicionador. Se é verdade mesmo o poder higienizante do produto não é possível saber, pois as pouquíssimas unidades vendidas na Suécia se esgotaram igual água e não há mais garrafas à venda. Porém, a empresa pronunciou que prepara nova remessa que poderá ser comprada nos EUA e Reino Unido. Fonte: Portal Adnews *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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A importância da água na cerveja (por Rivaldo Neto)

Nos áureos tempos em que aqui no Recife se comercializava a deliciosa “Antarctica de Olinda”, sempre ouvia dos mais velhos a seguinte frase: A diferença é a água. Naquele tempo o mercado de cervejas era muito restrito, se resumia em duas marcas apenas, ou era Antactica ou era a Brahma. A Antactica tinha uma tradicional e uma chamada Pilsen Extra, assim consequentemente a Brahma , uma igualmente tradicional e a Brahma Extra, todas duas com grande aceitação na época, mas lembro muito bem das colorações e sabores quem nem de longe parecem com as que hoje tomamos desses mesmos rótulos, com exceção da Pilsen Extra, da Antactica, que não existe mais, infelizmente. Vez por outra surgia uma “Malt 90” da vida, e como disse um amigo meu recentemente, quando lembramos dela solto um: “ Era levinha!” Mas logo saíam do mercado e eram substituídas por outros rótulos, digamos, mais comerciais pra época. Então saindo do saudosismo e voltando ao assunto da questão da água na cerveja. Podemos afirmar que é o principal ingrediente, já que sem ela, não poderíamos produzi-la. Começando que a cerveja é composta por 90% a 95% de água. Na produção comercial, para cada 1 litro de cerveja produzida, são utilizados cerca de 20 litros de água. Não tudo usado nos tanques, mas em seu processo de produção em geral, como por exemplo, na limpeza e pasteurização, somente para citar alguns processos. Bom que se diga que os estilos das cervejas estão intimamente ligadas com as propriedades da água utilizada no processo de fabricação. Os íons dos elementos químicos que fazem parte das composição da água reagem entre si com os demais insumos presentes na fabricação da cerveja, modelando as características que se queira atingir ou não. Vamos adiante para esclarecer melhor: Saiba que a água é classificada conforme a quantidade de sais minerais que ela possui e definida assim: - 0 – 50 ppm: água “mole” - 51 – 110 ppm: agua “média” - 111 – 200 ppm: água “dura” - 201 ppm em diante: água “super dura E é justamente esses minerais que determinam alguns estilos de cerveja, justamente reagindo com os insumos como citado acima. Sulfato: Principal responsável em intensificar o amargor do lúpulo, deixando-o mais seco. Pode deixar um sabor adstringente que é aquele que causa a contração das mucosas da boca, que ocorre quando algum alimento tem uma elevada quantidade de tanino. Isso acontece quando há ingestão de frutas verdes, por exemplo. Cálcio: É o que determina o que chamamos de “dureza” da água, influi no sabor e na clareza do líquido e tem uma efeito acidificante. Magnésio: Também responsável pela “dureza” da água. É a principal fonte de nutrientes das leveduras da cerveja. Se presente em grande quantidade, produz um amargor intenso. Bicarbonato: Grande dominante da composição química das fontes usadas na fabricação, por pertencer a família dos carbonatos. Cloreto: Dá o “start” na acentuação da doçura do malte. E não de deve ter mais de 250 ppm, ultrapassando esse valor pode impactar no “trabalho” das leveduras e estragar a cerveja. Sódio: Também ajuda na doçura do malte, não podendo ultrapassar 150 ppm, pois faz com que o líquido fique salgado no final do processo de produção. Importante dizer também que antigamente a qualidade da água era determinante para produzir alguns estilos de cerveja. Porém, hoje em dia, isso não faz mais sentido. A tecnologia é capaz de ajustar corretamente as propriedades da água para cerveja, dependendo de como o cervejeiro quer a água e qual estilo quer chegar.   MUNDO CERVEJEIRO Devassa parte na frente Depois de um ano de tantas mudanças, a Cervejaria Devassa, que faz parte do portfólio da Brasil Kirin, encerra 2016 com uma novidade que promete agitar os cervejeiros. Com inspiração numa tendência que tem ganhado cada vez mais força fora do Brasil, a marca agora lançará o Growler 2 Go, um recipiente de cerâmica, que se assemelha a um galão de vinho, feito especialmente para o armazenamento de chopp. Com esta novidade, Devassa pretende colaborar ainda mais com a disseminação da cultura cervejeira no país e possibilitar uma experiência muito além do bar. Disponível em todas as franquias da marca a desde do dia 20 de dezembro, a garrafa armazena até 2 litros de chopp e possui tampa de pressão, que evita a perda de gás carbônico, conservando frescor, sabor e qualidade por até dois dias. O lançamento traz a liberdade de se tomar um chopp de qualidade, fresquinho, na reunião com os amigos ou em casa. O Growler 2 Go permite também que o sabor da bebida seja apreciado com mais calma, tornando a experiência ainda mais agradável. “Hoje em dia as pessoas estão buscando cada vez mais levar as experiências para dentro de casa e com o Growler 2 Go sabemos que podemos oferecer exatamente isso para os nossos consumidores. Agora eles vão poder levar para casa o chopp Devassa e usufruir quando quiser e da forma mais fresca possível”, afirmou Jussara Calife, gerente de marketing de Devassa. Para garantir a qualidade do chopp, toda vez que o Growler 2 Go for reutilizado, ele receberá uma tag com informações sobre qual data e qual estilo foi envasado. O consumidor poderá escolher entre as 5 opções de chopes especiais da casa, todos puro malte: Loura Tropical Lager, Ruiva Tropical Red Ale, Negra Tropical Dark Ale, Sarará Tropical Weiss e Índia Tropical IPA, cuidadosamente tirados com creme, que ajudará na conservação do líquido. O valor do Growler 2 Go poderá variar de acordo com a região. *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Você não curte colarinho na cerveja? Tá na hora de repensar (Por Rivaldo Neto)

O lúpulo, as proteínas e os açúcares são os componentes formadores da espuma, ou colarinho, como também o chamamos. Esse processo é de extrema importância para bebida, pois ele ajuda a manter a temperatura do líquido no copo. Facilita no desprendimento correto do aroma e serve como isolante também evitando que o ar entre em contato com a bebida e assim minimizar a sua oxidação. Para a “saúde” da cerveja que bebemos isso é fundamental. E nada de achar que a espuma faz com que “percamos” quantidade, até porque 70% volta ao estado líquido. Um colarinho bem formado, inclusive diz muito a respeito do que estamos bebendo. Sempre que uma cerveja for servida devemos observar sua espuma, como está sua formação e sua persistência. Lógico que levando em conta que isso pode variar em relação aos estilos. Um ponto importante é que as bolhas devem ser pequenas, com uma certa uniformidade e unidas. Alguns colarinhos podem ter características bem peculiares, podendo ser até “maciça”, esse caso ocorre se existir proteínas (dos grãos) suficientes para sua formação. Uma cerveja que não forma colarinho, ou não está apropriadamente carbonatada ou pode o copo em que foi servido conter impurezas ao ponto de impedir o processo de formação do mesmo. Isso a gente pode observar se as bolhas grudam-se nos lados do copo, mas não chega o topo do recipiente. Já quando o colarinho se dissipa rapidamente, com grandes bolhas, meio parecidas com sabão, esse comportamento acontece quando há uma “injeção” de estabilizadores de espuma (alguns desses estabilizadores são feitas de um derivados de alga marinha). Grandes cervejarias usam esses procedimentos, que podemos dizer que é um mal necessário, devido ao processo para o clareamento do líquido e manter a sobriedade da bebida. Cervejas que tem um puro malte, quase sempre possuem bolhas pequenas e com uma espuma cremosa e consistente. Abaixo algumas dicas de como devemos servir uma cerveja com um saudável colarinho: * Deite o copo ao uma angulo de 45 graus em relação à mesa, derramando a bebida aos poucos até a metade. Após, endireitar o copo e derramar o restante da cerveja, cuidando para que se produza cerca de dois dedos de espuma. * Lave muito bem o copo antes de servir a cerva. Restos de sabão ou gordura restante no copo podem “matar” a espuma e liquidar o seu prazer de beber. * Prefira servir a cerveja com o copo levemente molhado, o que favorece a criação da espuma. * Se alguém lhe oferecer, para fazer "firula", um copo gelado, recuse. O contato da cerveja com a temperatura do copo produz condensação que irá diluir a bebida a ponto de alterar-lhe o sabor e a temperatura correta na qual deveria ser servida. * Cerveja “estupidamente gelada” é apenas para quem não conhece de cerveja, para aqueles que querem apenas um líquido refrescante ou então para disfarçar o gosto de uma cerveja ruim.   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Nossas dicas de cerveja com rolha para brindar 2017 (por Rivaldo Neto)

Estamos na porta de 2017, que tal brindarmos com uma cerveja de rolha? Sendo uma bebida fermentada como o vinho, existe hoje no mercado vários tipos de cerveja com esse tipo de lacre e que não só preservam a integridade do líquido, como também dão uma certa elegância e glamour. Uma curiosidade é que são precisos 25 anos em média para que um tronco de sobreiro (árvore que dá a cortiça) comece a produzir cortiça para a elaboração de rolhas. Cada tronco do sobreiro tem que atingir em média um perímetro de 70 cm a 1,5 metro do chão. A partir de então, a sua exploração durará mais de 130 anos. Vamos sugerir três rótulos para dar uma toque diferente ao seu réveillon: Primeiro a Galoise Blonde, com 6,3%Vol e uma bela cor dourada, turva e bem carbonatada tem uma espuma bem cremosa e fina. Muito aroma de frutados característicos dos lúpulos florais que carrega. Tem um discreto amargor e bastante refrescante possuindo um retrogosto muito interessante. Indo para uma cerveja tripel estilo que se adiciona três vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possui aroma e sabores complexos, macios e com forte presença de frutas o que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio entre o lúpulo e a cevada. A Tripel da La Trappe, contém todas essas características acima, ma com uma presença marcante de lúpulo. Sua espuma é densa e com uma boa carbonatação. Com 8,0%Vol é intensa e deliciosa. E pra finalizar a belga e ímpar Blanche de Namur, uma witbier realmente diferenciada, considerada uma das melhores Wits do mundo com vários prêmios no currículo a Blanche é suave e refrescante. Tem uma coloração turva e amarelada, espuma espessa e densa e muito aromática, uma verdadeira explosão de frutados com notas cítricas e especiarias, amargor muito discreto, quase que imperceptível, com seus equilibrados 4,5%Vol. Vale muito a pena! Que venha 2017 com mais descobertas nesse maravilhoso mundo das cervejas! Feliz ano novo! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Cervejas Escocesas, tão boas quanto o whisky! (Por Rivaldo Neto)

A Escócia, Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte são os países que compõe o Reino Unido. Mas em se tratando da Escócia, terra do lendário monstro no lago Ness, curiosamente possui apenas 10% dos Pubs das ilhas britânicas. Isso é até compreensível por ser o menos populoso dos quatro. Por ter um clima mais nortenho e frio, tem a tradição de produzir Ales muito encorpadas, com cores bem mais escuras e muito maltadas. Tal gosto não é a toa, é cultural o gosto por bebidas mais fortes a mesma cultura que da tradição em produzir os melhores whiskys do mundo. Mas a Escócia também produz cervejas menos intensas também. Na verdade, para cada Bitter inglesa existe uma similar escocesa (mesmo sendo mais fracas, são mais fortes que as Bitters). São as chamadas Scottish Ales. Apesar do berço escocês, não existem muitos exemplares desse estilo na própria escócia. Nos EUA e no Canadá a oferta é maior, e até com outras denominações como a Strong Ale ou a Wee Heavy. Tais bebidas têm a característica de cervejas fortes, escuras, maltadas (como dito acima) e que, usualmente, variam entre 6.5 a 8.5% Vol, podendo ir um pouco além. Têm a particularidade de serem fermentadas a temperaturas mais baixas do que a maior parte das Ales e, para além disso, possuem sabor de malte mais acentuado e com pouca presença de lúpulo. Reservei três rótulos que valem muito a pena: Uma é a Cerveja Tennent´s Strong Scotch, típica Scottish Ale, produzida em Glasgow. As cervejas da Tennent’s são feitas em Glasgow, Escócia. Produzidas desde 1885 em Wellpark, sendo a marca de cerveja mais vendida do país. A sua Scottish Ale tem uma alta graduação, 9,0%Vol, mas é frutada também, e ao mesmo tempo contém aromas bem complexos. Têm sutis toques de lúpulo e um final caramelizado assim como uma bela cor avermelhada. Passando agora para uma Belhaven Scottsh Ale, uma das mais tradicionais do mundo, um pouco mais leve, com seus 6,5%Vol, possui coloração avermelhada. É uma cerveja límpida, bem maltada, com caramelo na receita e um pouco defumada. Tem um aroma sutilmente herbal e refrescante, clássicos dos lúpulos ingleses. No início, o dulçor equilibrando com o amargor. Por outro lado também é na Escócia que se encotra a BrewDog, uma das minhas cervejarias favoritas em se tratando de suas fórmulas inovadoras e ousadas. Ela produz a San Diego Scotch Ale, apenas um pouco de cuidado nesse rótulo, mesmo sendo maravilhoso, não é para qualquer paladar, trata-se de uma cerveja com personalidade fortíssima, onde até as Imperial Ipas, ficam mais amenas quando colocadas lado ao seu lado. Primeiro pela sua graduação pelos imponentes 11,9%Vol (isso mesmo!) que ela carrega no seu corpo. Para não deixar a tradição escocesa do lado é envelhecida em barris de whisky e o toque final, e surpreendentemente bom é que dentro do barris são postas passas californianas embebidas em Rum Ballast Point por 9 meses segundo o fabricante. Com uma cor marrom escura, um retrogosto fantástico e com muito aroma. É certamente uma das melhores que já provei. Na terra de monstro “Nessie” as boas cervejas não são só lenda, elas são realidade, é procurar e experimentar, vale muito a pena! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Mas o que são cervejas artesanais, caseiras e industriais? (Por Rivaldo Neto)

Muito se fala em cervejas artesanais. Mas você realmente sabe a forma de como elas são produzidas? Vamos então mergulhar um pouco nesse universo cervejeiro que está em plena ebulição e conhecer um pouco mais do que isso quer dizer. Passando depois pelas caseiras e por fim as industriais. O primeiro ponto é que quando nos referimos as cervejas usando o termo artesanal, nos remete a ideia que de certa forma é uma bebida produzida de um jeito mais “caseiro”. Um ponto importante a destacar é que mesmo uma cerveja produzida com equipamentos modernos e uma linha de engarrafamento do produto, a sua produção ainda é considerada artesanal. O ponto “X” da questão é o cuidado que tal produção terá. Isso porque que mesmo que no processo sejam usados ingredientes básicos, receitas de preparo e insumos mais apurados, tudo isso deve ser predominantemente natural e não químico. As cervejas artesanais são produzidas em menor escala, feitas com maior cuidado, com foco na qualidade. Todo o processo é controlado e acompanhado pelas mãos dos produtores. Observa-se mais de perto todas as etapas e, ao final, analisa se os aromas e sabores condizem com a qualidade que se é esperada. os ingredientes são selecionados, mais nobres e alguns precisam ser até mesmo importados. Essas bebidas têm quatro componentes: malte, água, lúpulo e levedura. Isso quer dizer que as cervejas não levam açúcares de fontes extras. Mas também existem sim cervejas “caseiras”, por assim dizer ao pé na letra e são aquelas em que são usados equipamentos de pequeno porte, onde não se precisa de muito espaço de produção, não tem engarrafadoras, usando embalagens comuns e em alguns casos utilizando até rolha no processo de vedação. E são feitas com produções limitadas, normalmente de 20 a 40 litros por vez. Cervejas artesanais e cervejas “caseiras” têm uma matriz mais comum e se assemelham mais do que as produzidas em larga escala comercial. As cervejas industrializadas são produzidas em maior escala com o objetivo de vender em grande quantidade para um maior número de consumidores. Elas também passam por processos como filtração e pasteurização, o que não acontece na produção da cerveja artesanal. Tais cervejas utilizam cerca de 60% de malte de cevada, que é o principal ingrediente dessa bebida, e os outros 40% são cereais não maltados ou carboidratos, como milho e arroz. No mundo das cervejas, os processos de produção definem diretamente na qualidade do que bebemos e apreciamos, é sempre bom sabermos onde podemos provar o que há de melhor! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Tá calor? 5 cervejas pra matar a sede (por Rivaldo Neto)

Com esse forte calor que hoje está fazendo nada melhor que uma boa cerveja para que possamos matar a sede e bater um papo em uma roda de amigos. Temos por costumes tomarmos cerveja quase sempre estupidamente gelada. Com cervejas artesanais e bebidas que contém insumos de melhor qualidade, essa necessidade do “estupidamente” não é tão necessária assim. Como sabemos, uma bebida muito gelada impede de sentirmos alguns sabores que esses rótulos proporcionam. Lógico que vez por outra cai muito bem, mas se existem possibilidades mais interessantes de fazer com que seu happy-hour, praia, churrasco ou confraternização no final de ano seja regado a novas experiências. Quais tipos de cervejas podemos implementar nessa época do ano, cheia de comemorações e sol a pino? Existem alguns rótulos artesanais que podem proporcionar o mesmo frescor de uma ‘loira gelada’ só que com muito mais sabor e complexidade. Neles, a sensação de frescor vem dos aromas cítricos, baixo corpo e teor alcoólico, uma acidez mais elevada e, no caso das cervejas secas, ausência de doçura. Estilos como witbier, bohemian e german pilsener, as weiss e lambics frutadas, sessions são boas apostas. Vamos listar 5 cervejas para essa época. Uma cerveja que é uma autêntica German Pilsner é a tradicional Bitburguer. Corpo leve e com 4,8%Vol. A bebida segue rigorosamente a lei de pureza alemã onde são insumos principais água, lúpulo, malte e levedura. Ela é frutada e com um certo aroma de biscoito. Amargor leve e ideal para se comer com um bom joelho e porco ou alguma linguiça mais apimentada. Me surpreendi com a Júpiter Tânger, da cervejaria Paulistana. Tem um estilo belga, frutada, com aroma de tangerina e cominho. Cerveja extremamente interessante, uma witbeer bem leve, contendo 4,0%Vol, com uma espuma consistente e liquido na cor amarelo palha e um pouco turva. Realmente um bela cerveja! Em homenagem ao eterno Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum, Sandro gomes, filho do comediante e sócio da cervejaria Ampolis, produziu a Biritis. Uma Vienna Lager muito refrescante e ideal para dias quentes. Tem a cor viva a alaranjada, um malte delicioso, com aromas e maltes muito bem “equilibradis” e com 4,8%Vol. A cervejaria Wals produz a melhor Pilsen do mercado brasileiro. Com 5,0%Vol, bem ao estilo Bohemian Pilsener, com um gosto acentuado de malte e uma boa dose do lúpulo Saaz. Resultou em uma cerveja com muito equilíbrio fazendo jus a tradição desta cervejaria que vem ganhando cada vez mais destaque e arrebatando prêmios com toda justiça. E pra finalizar uma cerveja Sour Ale muito interessante. Não se assustem com o nome, a Way Sour Me Not Acerola é muito leve, refrescante com 3,5%Vol, leve amargor e um frutado de acerola em destaque, bem cítrica e modernamente ácida. Se o chegou o verão beba com mais qualidade sempre que possível, seu paladar agradece com toda certeza! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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