2021 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

Premiações do Jornalismo da Revista Algomais

Com 15 anos de atividades, a Revista Algomais colecionou uma série de prêmios, menções honrosas e classificação para finais de premiações jornalísticas. Reconhecimentos do trabalho de análise e profundidade das nossas reportagens, que é uma marca do editorial da Algomais. Listamos abaixo a lista das premiações, os repórteres responsáveis pelas matérias e o ano de cada trabalho. 2021 - Final do Prêmio Cristina Tavares - Rafael Dantas, com a reportagem Independência esquecida de 1821 (do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco) - Final do Prêmio de Jornalismo Cultural - Yuri Euzébio, com a matéria “Entre a literatura e a música, entre João Cabral e Helô Ribeiro” (da Companhia Editora de Pernambuco) - Vencedor do Prêmio Urbana de Jornalismo - Rafael Dantas, com a reportagem Soluções para um Transporte Público Seguro e Sustentável (da Urbana-PE) - Vencedor do Prêmio Pernambuco de Turismo - Rafael Dantas, com a cobertura Turismo na Pandemia (da Secretaria de Turismo de Pernambuco)            

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Um bolo para homenagear o Recife

Gilberto Freyre: “Pode-se falar de um paladar brasileiro histórico e é possível também tropical ou ecologicamente condicionados e como tal ao que parece predisposto a estimar o doce e até o abuso do doce (...) um doce o de preferência brasileira, como que barroco e até rococó (...) é a arte mais sensual da sobremesa.” Pode-se dizer que Pernambuco tem uma forte relação com a criação de bolos. Bolos que trazem memórias ancestrais ibéricas, e bolos que são reinventados para formarem novas memórias. O bolo sempre acompanhou a história de Pernambuco, pois recebe nomes de lugares, de engenhos de açúcar, de famílias; marcam datas históricas; e revelam assinaturas, de doceiras e doceiros, de famílias ilustres à época da criação da recita do bolo. Assim, os bolos marcam a vida de uma sociedade marcada pelos contextos dominantes da cana-de-açúcar enquanto verdadeiras marcas heráldicas. Os bolos são quase brasões feitos de trigo, mandioca, ovos, leite, açúcar, diga-se muito açúcar; frutas frescas e/ou secas; e especiarias do Oriente. O bolo no Nordeste é principalmente uma invenção para expressar os sabores e as estéticas dos trópicos. Bolos para exibirem o glacê “mármore”, feito à base de açúcar e cítricos. Bolos para serem apreciados no dia a dia. Bolos para as celebrações dos santos de junho, com receitas com muito milho e canela. Destaque para Gilberto Freyre que em 2020 celebrou 120 anos de nascimento, e assim, do seu livro “Açúcar” (1939), trago alguns dos muitos nomes de bolos que marcam um sentimento nativo pernambucano. Bolos nomeados como pessoas: bolo Cavalcanti, bolo de milho D. Sinhá, bolo padre João, bolo D. Luzia, bolo Souza Leão, bolo Souza Leão - Pontual, bolo D. Pedro II, bolo de mandioca à moda Dr. Gerôncio. Bolos nomeados como lugares: bolo Guararapes, bolo de bacia Pernambuco, bolo paraibano, bolo de rolo pernambucano, bolo brasileiro, bolo Souza Leão à moda da Noruega.Há outros bolos com nomes diversos como: bolo Divino, bolo de São Bartolomeu, bolo engorda-marido, bolo de São João, bolo Republicano, bolo treze de maio. Trago um estudo de caso que vai além do livro “Açúcar”. É o bolo Recife, um bolo-homenagem à capital pernambucana. Tradicionalmente mantém a forma circular, que é características dos bolos caseiros e das padarias. Ainda, pode ser apresentado no formato retangular ou de “caixa”, e com recheio de doce de ameixa. É um bolo para o cotidiano, para acompanhar o café ou chá, ou mesmo acompanhar um generoso pedaço de queijo. Sem dúvida, o bolo acompanha a vida pernambucana.  

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A “utopiazinha” de Darcy Ribeiro

Na apresentação anual de lançamento da Agenda TGI, que tive a satisfação de fazer pela 23ª vez na segunda-feira 29.11.21, citei o sociólogo Darcy Ribeiro para fazer uma espécie de contraponto com a crise de desesperança e baixa autoestima que vivemos no Brasil nos dias de hoje. Diz Darcy na introdução do seu livro Aos Trancos e Barrancos – Como o Brasil Deu no que Deu: No dia em que todo brasileiro comer todo dia, quando toda criança tiver um primeiro grau completo, quando cada homem e mulher encontrar um emprego estável em que possa progredir, se edificará aqui a civilização mais bela desse mundo. É tão fácil; estendo os braços no tempo, sinto na ponta dos dedos essa utopiazinha nossa se realizando. Pelo que ele chama de “utopiazinha” vemos como não é tão difícil assim criar as condições mínimas para termos um país decente. Dito assim, deste modo tão desconcertantemente simples, a pergunta imediatava que nos assalta é: por que então não conseguimos? Bem, aí necessário se faz lançar mão da vasta bibliografia que temos de história, sociologia, ciência política... para tentar entender. Confesso que já fui por aí e ainda não consegui. Inclusive por isso, é que me socorro de Darcy, um otimista incorrigível, um “enlouquecido de esperança” pelo Brasil, para tentar uma espécie de “prova pelo absurdo”, que é a luz que a utopia traz. Fugir do emaranhado de impossibilidades do presente para, lançando mão da utopia, do sonho possível, dizer: não percamos a esperança porque o que precisamos, queremos, almejamos, não é impossível como o horizonte turvado do presente pode fazer crer. Aproveitei e citei também a frase do ex-governador Eduardo Campos dita no Jornal Nacional na noite anterior ao seu trágico desaparecimento: “Não vamos desistir do Brasil!”. E para terminar, fui buscar a frase de Victor Hugo: “Nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã”. E é justamente isso que desejo àqueles que não perderam de todo a esperança, não obstante os desmantelos e os descaminhos que trilhamos e, infelizmente, provavelmente continuaremos trilhando em 2022, que não será um ano fácil: que possamos, tão logo quanto possível, retomar o caminho apontado pela “utopiazinha” de Darcy e transformar em “carne e osso” esse sonho realizável. Bom 2022!

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Indústria projeta estagnação para 2022

Da Fiepe O ano de 2021 se encerra de forma previsível para o setor industrial pernambucano. É que, conforme as projeções dos especialistas, este ano seria para reorganizar a “casa” depois das perdas mais graves de 2020. E assim aconteceu. De acordo com os dados do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial do Estado caiu 3,7% no terceiro trimestre deste ano, se comparado ao igual período do ano passado. Apesar dessa retração, no acumulado deste ano, o segmento segue a tendência de recuperação e chega à marca de 7,9% de elevação de janeiro a outubro. Para 2022, a economia deve viver uma estagnação em razão do crescimento próximo a zero e da alta da inflação. Segundo a análise do economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Cézar Andrade, embora o ano passado tenha começado mal, em razão dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, o setor industrial se manteve aberto por se tratar de uma atividade essencial. “Isso gerou uma demanda represada e, com a reabertura dos demais setores econômicos, a atividade produtiva foi muito demandada”, explicou. Diferentemente do fim do ano passado, nesse 2021, a indústria produziu menos por conta do excesso de estoques e também pela dificuldade de adquirir matéria-prima no mercado. Essa tendência se justifica quando a Produção Industrial Mensal (PIM-PF), medida pelo IBGE, é analisada. De janeiro a outubro deste ano, o resultado da PIM-PF foi pífio e atingiu o razoável 0,7%, na comparação com 2020. Por outro lado, os resultados dos PIBs do Estado e do País apresentaram resultados diferentes e positivos no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2020. O PIB de Pernambuco cresceu 2,4% e o do Brasil atingiu 4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, marcando positivamente também no acumulado de 2021, sendo 5,1% e 5,7% de elevação, respectivamente. “Isso aconteceu por conta da reabertura dos demais setores, o que provocou uma guinada maior em ambos os resultados, já que o crescimento deste ano foi em cima de um desempenho muito ruim registrado em 2020”, acrescentou Andrade, frisando que “qualquer melhora em cima de zero é boa”. Outro fator de preocupação em 2021 foi a taxa de desocupação em Pernambuco, que configurou como uma das maiores do País. Atualmente, o Estado está com 19,3% da sua população desocupada (população economicamente ativa em busca de emprego) e lidera o ranking dos estados brasileiros com essa mesma problemática, à frente da Bahia (18,7%), do Amapá (17,5%), de Alagoas (17,1%), de Sergipe (17%) e do Rio Grande do Sul (15,9%). Pernambuco está acima também da média do Brasil, que, atualmente, está com 12,6% da sua população economicamente ativa sem emprego. EMPREGO X INDÚSTRIA Com relação ao quantitativo de oportunidades geradas pela indústria este ano, o setor pernambucano vem repondo o que foi perdido durante o período mais crítico da pandemia. Em razão disso, o saldo de empregos gerados pelo segmento no acumulado de janeiro a outubro de 2021 é de 15.785 empregos. Esse número se trata do resultado final entre os admitidos e os demitidos. “Num país em crise, o emprego é o último ponto a se recuperar e na indústria estamos vendo que, dia após dia, o segmento vem resgatando o seu quadro de pessoal de antes da pandemia, motivado, sobretudo, pelo reaquecimento da construção civil”, afirmou. É que o setor ficou meses parado por não ser considerado essencial e por ser um dos segmentos com mais elasticidade na hora da contratação, já que as grandes obras requerem sempre um quadro de pessoal volumoso.

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Afogados e seus porquês...

No Recife, a denominação da primitiva povoação dos Afogados é originária do Rio dos Afogados, afluente do Capibaribe, aonde, em 17 de fevereiro de 1531, sete marinheiros da expedição de Martin Afonso de Souza vieram a perecer em suas águas. O Rio dos Afogados, assim como outros afluentes do Capibaribe e do Beberibe, já aparece com a sua designação no Diário de Navegação de Pero Lopes de Souza (1532), e em mapa existente no Roteiro de todos os sinais etc., de Luís Teixeira (c. 1582-85), no qual, pela primeira vez, é assinalada, num documento cartográfico, essa primitiva povoação do Recife, distante uma légua da Vila de Olinda e de seus arredores. Cruzando a Ponte do Motocolombó, ingressamos em terras dos Afogados que ostenta, em sua praça central, um formidável cruzeiro esculpido em pedra, originário do Século 17, que fora ali fixado em 25 de novembro de 1868. O belo monumento, firmado em bonita peanha (pequeno pedestal onde se colocam imagem, estátua, cruz, busto etc.), foi transportado em procissão de penitência do primitivo Engenho Jiquiá (Século 16) para o Largo da Paz, quando das Santas Missões pregadas pelo capuchinho italiano Fidélis de Fognano. A praça é dominada pela Matriz de Nossa Senhora da Paz, originária de capela já existente em 1745. No ano de 1837, foi elevada à dignidade de matriz pela Lei Provincial nº 38, com o território de sua paróquia estendendo-se por toda a várzea do Capibaribe. A igreja passou por grandes obras em 1857, que conservaram sua estrutura primitiva bem como as imagens e alfaias, todas originárias do Século 18. No entanto, reformas realizadas em 1920 fizeram desaparecer todo o brilho do templo antigo que, em época recente, sofreu com o desabamento de sua nave central, restando de primitivo apenas seu austero frontispício. O termo dos Afogados só veio a ser incorporado ao Recife em dezembro de 1817, desmembrado de Olinda. De lá tinha início a estrada de rodagem para Vitória, inaugurada em 1836, com regular serviço de passageiros; daí a origem da Rua da Diligência, um pequeno beco existente à esquerda de quem cruza a ponte vindo da Rua Imperial. Até há pouco restava, em Afogados, na descida da ponte, o último dos nichos que outrora existiam nas ruas do Recife. Esse pequenino monumento, hoje transferido para o Largo da Paz, em frente ao cruzeiro, teve sua presença registrada pelo reverendo metodista Daniel Parrish Kidder, que aqui esteve em 1836: “Na extremidade oriental da ponte erguia-se o que Mr. Southey (referência ao historiador Robert Southey) chamaria de uma casa de ídolo. Suas dimensões não excediam a seis pés por quatro. Pela janela ou porta, quando aberta, o transeunte podia ver que continha uma pequena imagem, ricamente ornada, sobre um altar”. O bairro dos Afogados está ligado ao Centro do Recife pela Avenida Sul, com 2.500 metros, e pela Rua Imperial, com 2.300 metros, esta originária do “dique” construído ao tempo do conde João Maurício de Nassau (1637-1644) que servia de acesso ao forte holandês Príncipe Guilherme ali existente em área hoje ocupada pela antiga fábrica de Alimonda & Irmãos.

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Estudo científico aponta que adolescência é o período de maior eficácia de prevenção da obesidade

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. No Brasil, elas correspondem a 72% das mortes, com destaque para as patologias cardiovasculares (como a hipertensão), câncer, diabetes e doenças respiratórias. Segundo o estudo do PhD em Educação Professor Doutor Gabriel Lopes, publicado em conjunto com outros cientistas da área, a prática de exercícios físicos é o método preventivo mais eficaz - principalmente durante a infância e a adolescência. O pesquisador PhD Gabriel Lopes é Membro Imortal da Academia Brasileira de Educação Física (ABEF) e explica que a puberdade é um dos períodos mais críticos do desenvolvimento do sobrepeso. "Ao mesmo tempo, essa fase da vida é a mais eficaz tanto na intervenção quanto na prevenção do sobrepeso e da obesidade na idade adulta", pontua Gabriel Lopes. Em seu artigo publicado na Revista Científica Cognitionis, periódico interdisciplinar da Logos University International (UNILOGOS), o PhD Gabriel Lopes constata que além do sedentarismo, outros existem outras condições que influenciam diretamente no sobrepeso: “não podemos deixar de mencionar que fatores fisiológicos, hormonais, emocionais e hábitos comportamentais, que podem desencadear as Doenças Crônicas não Transmissíveis, tanto em crianças, quanto adultos ou idosos” declara o cientista. Segundo o PhD Gabriel Lopes, incluir as práticas de educação física na educação da criança, desde o início da vida escolar, é uma medida preventiva de grande eficácia. Além de promover benefícios para a saúde e desenvolvimento da criança e do adolescente, essa medida instiga desde cedo o hábito da prática de exercícios físicos.

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Curiosidades da estátua do David de Michelangelo

Diz a lenda que Michelangelo Buonarronti (1475-1564), ao concluir a escultura do Moysés, hoje na igreja de São Pedro Advíncola, em Roma, batendo com um cinzel na testa de sua escultura exclamou: “Parla!” A mesma cena poderia ter se repetindo em 8 de setembro de 1504, quando da conclusão da mais famosa estátua do mundo: O David de Florença. Com seus 515 centímetros de altura e 200 centímetros de base, da qual o Instituto Ricardo Brennand possui uma réplica nos seus jardins, trata-se da mais famosa escultura daquele artista renascentista, feita sob encomenda para a cidade de Florença (Itália), retratando com todo realismo anatômico o herói bíblico minutos antes de enfrentar o gigante Golias (Samuel, 17.1). A obra original permaneceu em frente ao Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria, até o ano de 1873, quando veio a ser transferida para a Galleria dell’Accademia em Florença, onde pode ser admirada. A réplica do David de Michelangelo existente nos jardins do Instituto Ricardo Brennand (Recife) é obra dos estatuário Cervietti Franco & Cia., de Pietrasanta, cidade localizada na Toscana, nas proximidades de Carrara, aqui instalado no mês de janeiro de 2011. Recentemente a imprensa noticiou que a Universidade de Florença moldou a estátua original e a montou em uma Exposição nos Emirados Árabes, em Dubai. Os italianos, ao lado de um grupo sueco, usaram uma impressora 3D para imprimir a estátua. Pelo enorme tamanho, a peça foi dividida em 14 partes para ser montada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde acontece uma grande exposição mundial até março de 2022. Confessa no site da Revista IstoÉ, a jornalista Keka Consiglio, artista plástica, jornalista e empresária do setor de comunicação, que “cerca de 25 milhões de pessoas poderão ver naquela exposição a réplica, feita com tecnologia de impressão 3D, usando o conceito de Digital Twins (gêmeo virtual idêntico ao original). Michelangelo demorou três anos de trabalho ininterrupto para esculpir David a partir do zero e, mesmo com a mais moderna tecnologia, a versão digital precisou de 120 dias para ser produzida mesmo tendo disponível o original para cópia. Realmente, impressionante”. Estudos recentes vêm algumas singularidades na escultura original do David de Michelangelo: Até os dias de hoje é difícil imaginar a ginástica necessária para transformar aquele enorme bloco maciço de mármore, em uma das esculturas mais belas do mundo. O David está nu e segura uma tipoia sobre o ombro esquerdo e uma pedra na mão direita. Seu olhar transmite emoção, sua pose é imponente e suas mãos parecem que acabaram de se movimentar. Está apoiado na perna direita, tem a perna esquerda levemente dobrada e sua mão direita acompanha seu corpo, ao cair na altura da coxa. Sua mão esquerda mostra um movimento e seu rosto é pensativo e enigmático, parecendo desafiar o adversário. Toda a anatomia de David exprime tensão e apreensão, mas também ousadia. Suas veias chamam a atenção por estarem dilatadas, sua testa está franzida e o olhar é agressivo e sereno simultaneamente. Os estudos continuam e hoje apresentam observações originárias das mais diversas fontes: Canhoto ou destro - A escultura sugere que David é canhoto, porque segura um estilingue com essa mão, mas seu corpo demonstra que ele é destro. Esse é um enigma talvez causado pelas limitações da peça de mármore antes de ser esculpida. Olhar defeituoso – Durantes séculos, quase ninguém percebeu a sutileza do olhar de David. Foram os especialistas da Universidade de Stanford que conseguiram mostrar com a ajuda de computadores que o olho esquerdo de David enxerga para a frente enquanto o olho direito está focado em algum ponto distante. Definitivamente, os americanos não entenderam que é justamente esse movimento que faz com que o olhar da escultura seja um dos mais enigmáticos e interessantes da história da arte. Além disso, dizem que o olhar propositalmente estava direcionado para Roma, longe dos conflitos políticos da época e que envolviam os Médicis (família que por séculos dominou a Cidade de Florença). Todas essas observações poderão ser por nós comprovadas numa visita ao Instituto Ricardo Brennand (Recife), onde nos aguarda a réplica em mármore de Carrara, confeccionada pelo estúdio de Franco Cervietti, também responsável por cinco outras cópias, existentes uma no Cemitério de Los Angeles; a segunda para Austrália; a terceira para o Museu de Taiwan; a quarta para uma fundação de arte de Taiwan e esta quinta cópia concluída em 2000 que teve como destino o Brasil. *Por Leonardo Dantas Silva

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4 dicas de como fazer o networking dar certo

*Mara Leme Martins O período de pandemia e isolamento social mudou a forma de trabalhar dos brasileiros, além de abrir novas oportunidades e perspectivas de trabalho. Para se ter ideia, uma pesquisa da FIA Employee Experience (FEEx), com dados colhidos no segundo semestre de 2020 a partir de questionários respondidos por 213 empresas em todo o território nacional, aponta que 90% das empresas aderiram a alguma modalidade de home office. Além disso, somente 43% das empresas ofereciam alguma opção de trabalho à distância antes da pandemia. As pessoas também começaram a buscar novas formas de negócios para se reinventar profissionalmente em meio a tantas mudanças causadas pela pandemia. De acordo com o Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, no fim do terceiro quadrimestre de 2020 existiam 11 milhões MEIs ativos no Brasil. Em março deste ano, eles já respondiam por 56,7% do total de negócios em funcionamento no país. A pandemia mudou a vida e os negócios como os conhecemos, e deixou ainda mais claro que para quem quer seguir adiante e se dar bem na carreira, é importante entender a melhor forma de criar conexões com as pessoas. Os líderes das empresas estão começando a perceber que a implementação eficaz da tecnologia é absolutamente crítica agora. A implementação e o aumento do home office é apenas uma das inúmeras provas de que não há como sobreviver, em tempos pós pandêmicos, sem estar conectado com a cultura do trabalho digital. É importante entender que o gênio saiu da garrafa e é provável que muitas pessoas adotem uma abordagem híbrida para suas redes de trabalho, mesmo após a pandemia. À medida que isso acontecer, nós veremos mais networking de negócios ocorrendo por meio de algum tipo de formato de realidade mista, que irá globalizar o mercado. Entretanto, por mais que o virtual possa funcionar, ainda acredito que algumas coisas têm um melhor resultado presencialmente. Quando falamos de networking, as reuniões cara a cara são mais adequadas e não vão desaparecer completamente. Isso porque, quando trabalhamos com networking, estamos falando sobre como cultivar e colher relacionamentos com as pessoas. É sobre se relacionar, não fazer negócios. Para quem deseja fazer um networking que dê resultados, listo algumas dicas: Não vá direto para o modo de vendas: as pessoas tentam pular a visibilidade e a credibilidade para chegar ao momento da lucratividade com mais rapidez. Isso acontece o tempo todo, principalmente nas redes sociais. As pessoas se conectam e no dia seguinte estão vendendo seus produtos e serviços. A realidade é que isso são vendas, não networking. É preciso ter uma conexão verdadeira ou ajudar alguém antes de pedir algo. As pessoas costumam dizer que perguntar nunca é demais, mas estão erradas. Pode doer e as coisas podem dar errado se você perguntar muito cedo. Leve em consideração o “efeito borboleta”: quando falamos em efeito borboleta, é algo simples e fácil de se entender. Você não sabe quem as pessoas conhecem, então apenas entre em contato com alguém para construir um relacionamento. É preciso ter um ponto de partida para conhecer as pessoas. Conhecendo alguém em uma reunião ou evento, ela pode te indicar para outras pessoas e, dessa forma, você vai construir relacionamentos sem saber onde esse efeito borboleta pode te levar, mas mudando a vida dos seus negócios. Fale com as pessoas: quando se trata de networking, é importante falar com as pessoas e pensar em maneiras criativas de construir o seu negócio. Dedique tempo aos relacionamentos que você já tem. Estenda a mão e pergunte se elas estão bem, se há algo que você pode fazer para ajudá-las. A correria do dia a dia nos faz pensar que nunca há tempo para fazer networkings, mas na realidade sempre há. Não é tarde demais para começar a construir sua rede agora, uma pessoa de cada vez. Lei da Reciprocidade: é importante ter a visão de que a confiança colaborativa é a moeda mais valiosa nos negócios, nos relacionamentos e na vida. O marketing de referência e indicações nunca foram tão importantes quanto nos dias de hoje, em que as empresas precisam conquistar novos clientes, presencial ou remotamente, para não colocar em risco a sua operação. Os empreendedores precisam aprender os benefícios da filosofia “Givers Gain”, ou seja, “se eu lhe ajudar indicando negócios, você vai se interessar em me ajudar também”. É a Lei da Reciprocidade em ação no mundo dos negócios. *Mara Leme Martins é PhD e VP BNI Brasil - Business Network International, a maior e mais bem-sucedida organização de networking de negócios do mundo

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Maria Farinha Beach Club ganhará festival de verão em Janeiro

O ano novo ainda nem chegou, mas os pernambucanos já tem agenda marcada para os domingos de janeiro: o Festival de Verão Maria Farinha Beach Club. Reunindo nomes consagrados da música nacional, o evento acontecerá durante três finais de semana, nos dias 9, 16 e 23, em Maria Farinha, prometendo ser o maior evento do verão pernambucano. Para todos os estilos, o evento passará pelo pagode, axé, forró, sertanejo e até funk. Na estreia, no dia 09 de janeiro, a festa será animada por Thiaguinho, Pedro Sampaio e Leo Santana. No final de semana seguinte, dia 16, será a vez de Jorge e Mateus, Dennis DJ e Matheus Fernandes. Fechando com chave de ouro, o último domingo da festa, dia 23, receberá Raí Saia Rodada, Bruno e Marrone e Dorgival Dantas. Com três setores disponíveis, os ingressos custam R$ 70 (área VIP), R$ 150 (premium) e R$ 3000 (gazebo para 10 pessoas), no primeiro fim de semana. Já nos dois domingos seguintes, os valores são R$ 80 (área VIP), R$ 160 (premium) e R$ 4000 (gazebo para 10 pessoas). Eles podem ser adquiridos nas lojas Esposende, nos principais shoppings da cidade, ou através do site Bilheteria Digital. Serão permitidas no evento apenas pessoas com o ciclo de vacinação completo.

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Lanche Verde (por Bruno Moury Fernandes)

Casal de amigos foi chamado pelo colégio onde a filha estuda para uma reunião. A curiosidade era enorme, mas estranharam o convite, já que a pré-adolescente em questão é comportadíssima. Um doce de menina. Incapaz, até então, de uma trela no ambiente escolar. O constrangimento logo povoou a sala da diretoria. A escola descobriu que a filha desse casal havia levado cerveja na sua lancheira. Os pais estranharam o fato, mas prometeram apurar. No mesmo dia, descobriram que as latinhas de Heineken na geladeira foram confundidas com as latinhas de Sprite que se acotovelam no andar logo abaixo, no mesmo refrigerador. A cachaça sempre acompanhou as gerações dessa família. Não tem jeito. Esse é o tipo de história que esses adolescentes irão carregar para o resto da vida. Daquelas que se contam para os netos, em festa de família, quando o velhinho é arrodeado por pessoas para contar suas peripécias infantis. Se for rico, então, todos prestarão atenção. Se for pobre, poderão dar alguma risada, e depois algum moleque vai chutar sua canela e sair correndo, murmurando: velho safado! Bom mesmo era o lanche raiz. Aquele que levávamos para a escola. Aliás, faz falta todas as coisas que estão a faltar por toda a parte. Se me permitem, ouso enaltecer o cuscuz de rua. Esse ia para a escola. Dormia na geladeira e no outro dia estava na minha lancheira. Saudade até do próprio apito do vendedor. Daquele que se houve a três quilômetros de distância. Porque é som de final de tarde, de volta para casa, de final de expediente. É a sonoridade de um Recife que desaparece lentamente. O pequeno fragmento de coco equilibrando-se sobre aquela circunferência amarela e encharcada no leite e açúcar nos dá água na boca, mesmo estando, pelo menos eu, a anos de distância do último que prazerosamente comi. Não podemos esquecer do japonês. O doce. A iguaria. Aquela que agarra nos dentes e impedia o aluno de falar com o professor, no pós-recreio, de tanto doce agarrado aos dentes. Pelo menos é mais saudável do que as latinhas da loirinha gelada e os dentistas agradeciam. Bom, mas voltando às latinhas da filha do casal amigo, eles voltaram à escola no dia seguinte e esclareceram tudo. Não deu para esconder o fato de que os meninos, a filha do casal e seus coleguinhas, todos pré-adolescentes, passaram três dias dividindo cerveja no recreio, com gaitadas homéricas, comportamento esse que se estendia pelas aulas pós-recreio, o que fez saltar aos olhos dos professores as atitudes anormais e o andar trôpego da meninada. A cor verde – que me perdoem os palmeirenses – sempre nos confunde. Verde claro, verde escuro, verde musgo, verde oliva, verde mar. Enfim, a culpa não é do casal amigo. Tem verde demais no mundo a confundir pais distraídos, especialmente os cachaceiros.

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