2021 - Página 72 De 173 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

10 e outras razões contra o distritão

*Por Maurício Costa Romão A proposta de substituir o sistema proporcional brasileiro de voto pelo modelo majoritário “distritão” continua avançando na Câmara dos Deputados (no bojo da PEC 125/11), com riscos de ser aprovada. Tudo isso inobstante a advertência de especialistas e de organizações da sociedade civil (Manifesto sobre reforma partidário-eleitoral em curso no Congresso Nacional, maio 2021) de que tal mudança se constitui num tremendo retrocesso político-eleitoral, jogando por terra as mais importantes conquistas da reforma eleitoral de 2017. Ao fim e ao cabo a adoção imediata do distritão para o pleito de 2022, ainda mais como modelo transitório, visa a tão-somente socorrer parlamentares com dificuldades de reeleição por conta do fim das coligações proporcionais, e a dar sobrevida financeira a partidos sem musculatura de voto para atenderem à cláusula de barreira eleitoral. Depois, é cediço que o modelo sugerido, em que pese sua simplicidade (inteligibilidade) e o mérito de sempre respeitar a vontade do eleitor, elegendo os mais votados (a chamada “verdade eleitoral”), tem algumas características reprováveis. Primeira. Reduz o pluralismo político, já que com o mecanismo em questão o Parlamento deixa de refletir a proporcionalidade dos segmentos sociais; Segunda. As minorias perdem influência e reduzem sua participação na esfera legislativa, assim como grupos subrepresentados institucionalmente, como o das mulheres; Terceira. Os partidos são relegados a papel sem importância. A ênfase é toda centrada no indivíduo; Quarta. Aumenta a personalização da representação, sinalizada desde a campanha e salientada no exercício da atividade parlamentar; Quinta. Há supervalorização de pessoas famosas, prováveis campeãs de voto, em detrimento da qualidade da representação; Sexta. Existe competição acirrada entre candidatos do mesmo partido, lutando para figurarem nas primeiras colocações do pleito; Sétima. Há pouca ligação entre o parlamentar e sua base (ausência de accountability), pois o distrito é grande, plurinominal; Oitava. Há pouca renovação da representação (propicia chances de maior recall dos eleitos); Nona. Favorece a influência do poder econômico (o candidato precisa figurar entre os primeiros colocados); Décima. Os votos conferidos aos não eleitos são completamente descartados (wasted votes). Sobre este último aspecto, matéria recente de Bruno Boghossian e Ranier Bragon (Folha de S. Paulo, 19/06/2021) mostra, com base na eleição de 2018, que se o distritão for implantado para 2022 cerca de 70% dos votos válidos poderão ser descartados. Grosso modo, isso quer dizer que os votos de aproximadamente 69 milhões de eleitores dados aos seus preferidos não terão valor algum na próxima eleição. Visto sob outro ângulo, apenas 30% dos votos válidos (cerca de 29 milhões de votos) iriam para candidatos eleitos, o que significa que 30% dos eleitores seriam representados no Parlamento, ao passo que 70% não seriam. Esse descarte de votos é tóxico para a democracia: o descontentamento paulatino e crescente de grande parte do eleitorado devido à reiterada desconsideração de sua vontade nas urnas vai potencializando o alheamento eleitoral (um dos fatores de o Japão abandonar o distritão em 1993). O já abissal fosso entre representantes e representados aumentaria ainda mais. Da mesma forma são desconsiderados também os votos em excesso dos que se elegeram. Por exemplo, em Pernambuco os votos do primeiro colocado para deputado federal em 2018 (460.387 votos) têm o mesmo peso dos votos do último colocado entre os 25 eleitos (52.824 votos). Em São Paulo, na mesma eleição, o mais votado (1.843,7 milhão de votos) se equivale ao menos votado entre os 70 eleitos (69.256 de votos), etc. Vale salientar ainda que o modelo distritão pode gerar sub ou sobre-representação de algumas áreas ou regiões do grande distrito. De fato, em determinada eleição os mais votados podem estar concentrados em certas localidades do distrito (na região metropolitana, por exemplo), causando assimetria na representação. Troca de sistema eleitoral no mundo democrático contemporâneo é algo que se aventa de quando em vez, mas que ocorre raramente. Dada sua transcendência, deveria mobilizar o país, pois diz respeito a uma mudança estrutural no seu aparato institucional e é vista como veículo de consolidação de sua democracia. Envolve transparência, ampla discussão parlamentar, debates na sociedade e, se for o caso, concebida para implantação de forma programática e duradoura. A mudança esboçada atualmente, ao contrário, é feita de forma açodada, interna corporis, já para viger em 2022 e, pasme-se, como mecanismo transitório, para logo em seguida, em 2024, se implantar outro sistema, completamente diferente. O Brasil vai ser traumatizado com trocas radicais de sistemas de voto e conviver com três deles em um espaço temporal de três anos! Uma combinação de casuísmo com agressão ao bom senso e escárnio com a população. *Maurício Costa Romão é Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. mauricio-romao@uol.com.br

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CredPop Recife libera hoje novo lote de inscrições

Da Prefeitura do Recife O Programa Crédito Popular do Recife (CredPop Recife) tem sido uma oportunidade para que micro e pequenos empreendedores possam começar um negócio ou dar fôlego para tocar o empreendimento já existente, sobretudo, nesses tempos de pandemia do Covid-19. Oferecendo empréstimos de até R$ 3 mil, a iniciativa, que abre novo lote inscrições de pré-cadastro hoje (2), a partir das 12h, têm possibilitado a compra de equipamentos e insumos aos trabalhadores, gerando emprego e renda em todo o Recife. O acesso é feito pela plataforma Conecta Recife, por meio do aplicativo ou no site www.conectarecife.recife.pe.gov.br. Nessa nova leva, serão disponibilizadas mais 1 mil vagas. Desde o lançamento em 30 de março, o CredPop Recife já beneficiou 686 empreendedores, liberando R$ 1.719.100,00 em recursos. O programa, atualmente, registra o valor médio de R$ 1.718,00 por empréstimo. José Wilson da Silva Júnior, proprietário da barraquinha de lanches Delícia do Sabor, localizada atrás do Shopping RioMar, é um dos beneficiados. Para ele, o acesso ao Crédito Popular do Recife foi importante para organizar as contas e adquirir produtos. “Investimos e agora é correr atrás do resultado. Eu decidi participar para as pessoas saberem que é de verdade. Tem muita gente boa por aí que merece ter este incentivo, se beneficiar e melhorar os seus negócios”, afirma o comerciante, que pegou R$ 2,5 mil emprestados. Ao longo dos últimos quatro meses, mais de 7 mil pessoas se inscreveram no CredPop Recife. Do total, 57,8% são mulheres, 41,1% são homens, 61,1% se declararam pardas e negras, 24,9% jovens e 0,8% pessoas com deficiência. Os bairros que mais solicitaram empréstimos são: Ibura (217), Iputinga (198), Cohab (180), Várzea (164) e Boa Viagem (137). A prioridade do programa são mulheres, jovens, negros e pessoas com deficiência. No ato da inscrição, os interessados devem informar um documento de identificação e comprovante de endereço do negócio, que ateste ser instalado no Recife, além de laudo médico – no caso das pessoas com deficiência. O Crédito Popular do Recife foi um dos compromissos assumidos pelo prefeito João Campos e é um instrumento de promoção e inclusão produtiva, incentivando a geração de emprego e renda para empreendedores individuais, formais ou informais, microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas, através da concessão de microcrédito. A meta da Prefeitura do Recife é realizar 40 mil operações ao longo dos próximos quatro anos. CONDIÇÕES FACILITADAS – Os beneficiários do CredPop Recife poderão contrair empréstimos de até R$ 3 mil e quitar os débitos em até 12 parcelas, com uma taxa de juros simbólica de 0,99% ao mês. O diferencial é que, quem pagar em dia todas as 11 primeiras parcelas, a 12ª ficará por conta da Prefeitura. Após o recebimento do empréstimo, o favorecido terá quatro meses de carência para o iniciar o pagamento das prestações. Outro diferencial é que o programa não tem restrições a quem esteja negativado em serviços de proteção ao crédito.

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Apenas 9% dos que podem trabalhar remotamente voltariam ao escritório

Quem acha que com o passar da pandemia o ambiente de trabalho voltará a ser como antigamente, provavelmente está enganado. Um estudo global realizado pela consultoria PwC, que ouviu 32.500 trabalhadores, apontou que 40% dos trabalhadores observassem melhoras em suas habilidades digitais durante a pandemia e apenas 9% dos que podem trabalhar remotamente gostariam de voltar para um escritório tradicional em tempo integral.. Os dados da pesquisa “Esperanças e temores 2021” indicaram que 19% do profissionais ficariam felizes em trabalhar sempre remotamente. O grande vencedor dessa disputa, no entanto, é o regime híbrido, uma mistura de trabalho presencial e remoto, desejado por 72% dos entrevistados. A pesquisa apontou que essa preferência pelo trabalho remoto é mais forte nos trabalhadores urbanos (66%) do que dos profissionais de áreas rurais (44%). Para a maioria dos entrevistados (51%), os avanços tecnológicos transformarão a maneira como as pessoas irão trabalhar nos próximos três a cinco anos, seja com a readequação da utilização dos espaços físicos das empresas, seja tornando os processos 100% digitais. Outro dado com destaque na pesquisa é o seguinte: 44% dos trabalhadores dariam permissão para que o empregador monitorasse seu desempenho no trabalho. Em outra frente, 31% são contra. Entre os participantes da pesquisa, 41% dizem que não desejam dar ao empregador acesso a seus dados pessoais, como perfis de mídia social, enquanto que 35% estão dispostos a fazer isso.

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Pernambuco avança no Plano de Convivência a partir de hoje

O Governo de Pernambuco anunciou novas flexibilizações no Plano de Convivência com a Covid-19 em todo o Estado. A partir de hoje (02.08), bares, restaurantes e demais serviços de alimentação vão poder funcionar das 5h até meia-noite, todos os dias da semana. As atividades esportivas coletivas e individuais e os clubes sociais também seguirão esse novo limite de horário. Já os eventos corporativos, que continuam com permissão de funcionamento até às 23h, poderão ser realizados para um público de até 200 pessoas ou 50% da capacidade do local, o que for menor. A secretária executiva de Desenvolvimento Econômico, Ana Paula Vilaça, explicou que as colações de grau, aulas da saudade, cultos ecumênicos, cinemas, teatros e circos também poderão ampliar a capacidade para 300 pessoas, ou 50% do local, o que for menor. Ela esclareceu ainda que cinemas e teatros, especificamente, poderão funcionar até a meia-noite, durante todos os dias, a partir da próxima semana. Ana Paula aproveitou para pedir mais conscientização da sociedade neste momento de flexibilizações das atividades econômicas, e respeito dos frequentadores aos protocolos de saúde. “Por conta de relatos sobre casos de desrespeito aos protocolos nos bares e restaurantes, principalmente após a liberação da música ao vivo, faço um pedido para que todos se conscientizem, pois ainda não vencemos a guerra e os números da pandemia podem voltar a piorar”, afirmou a secretária executiva, reforçando que apesar das medidas de flexibilização, os cuidados devem ser mantidos.

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Entidades defendem Arco Metropolitano por fora da Área de Proteção Ambiental

O Conselho Regional de Biologia da 5ª Região (CRBio-05) e diversas entidades ambientais pernambucanas cobraram, por meio de um evento virtual, que o projeto atual do Arco Viário Metropolitano seja totalmente por fora da Área de Preservação Ambiental (APA). Para embasar o posicionamento, os biólogos apresentaram diversos elementos reforçando as preocupações com o impacto ambiental e, consequentemente, o dano econômico que o estado e as pessoas terão se o Arco for construído por dentro da área florestal. A cobrança é pela revisão do atual projeto. Como o tema “Prevenir ou compensar? Arco Viário Metropolitano, biodiversidade e economia de Pernambuco”, o evento virtual foi mediado pela conselheira do CRBio-05, bióloga Rachel Lyra, e está disponível no Youtube: https://youtu.be/_Tu7ta2odPs A presidente do Conselho Federal de Biologia (CFBio), bióloga Maria Eduarda Larrazábal, destacou a importância do debate neste tipo de evento. Além de discutir o projeto, é preciso também sinalizar com opções em um formato amplo de ideias. “Tivemos uma oportunidade rica de trocar ideias sobre o projeto. Como Bióloga, é sempre bom deixar claro que não somos contrários ao crescimento da economia, ao futuro ou a algo que venha de encontro ao desenvolvimento do nosso estado. O que queremos é discutir, com base científica, principalmente neste momento em que a ciência vem sendo alvo de tantos ataques. Portanto, queremos ver a melhor forma de desenvolver o projeto com alternativas para ter o almejado desenvolvimento sustentável", ressaltou. Essa troca de ideias, de acordo com a professora da UFPE, Bióloga Bruna Bezerra, será fundamental para que o melhor seja feito a partir de estudos ambientais. “Para pensarmos na melhor solução, temos de conhecer melhor os impactos que as estradas causam na natureza como erosão do solo, poluição visual e sonora. Uma escolha errada no traçado pode trazer diversas perdas. Então, precisamos fazer um balanço entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente com sustentabilidade. Por isso, é necessário manter o diálogo para escolher o melhor traçado a partir das respostas dadas pelas ferramentas da Biologia”, resumiu. Pelo lado do Governo do Estado, durante a live, a secretária executiva da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PE), Inamara Melo, afirmou que uma das alternativas é passar o Arco Viário Metropolitana por fora da Mata Atlântica, preservando, assim, a natureza. Ele destacou que o projeto ainda está sendo estudado. “Acho que a gente não se deve fechar apenas para a necessidade de desenvolvimento. Temos de ter o entendimento da questão ambiental. Sabemos que o Arco Metropolitano é uma obra estratégica para a logística do Estado e existem razões para essa polêmica com debate. Mas é uma decisão que não está tomada. Há uma proposta em estudo e temos apresentado as justificativas para não passar a estrada por dentro da mata. Pode ser sim evitado uma alteração na dinâmica em relação à área ambiental. Não se pode colocar em risco a biodiversidade da Mata Atlântica", pontuou.

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Cresce o uso de lentes de contato na pandemia

No início da pandemia, existiam dúvidas de que as lentes de contato poderiam ser inseguras e seu uso deveria ser evitado. Mas, estudos recentes têm mostrado que quem as utiliza não tem mais chance de ser infectado do que pessoas que usam óculos. “Como os usuários de lentes de contato estão mais predispostos a desenvolver quadros inflamatórios e alérgicos, a orientação era manter uma rotina rígida de higienização, pois sendo a Covid-19 transmitida pelo contato com as mãos, considerávamos que poderiam infectar as lentes no processo de colocá-las ou removê-las do olho”, explica o oftalmologista José de Barros, especialista em lentes de contato, no Instituto de Olhos do Recife – IOR. Entretanto, a frequência da conjuntivite em pacientes com coronavírus tem se provado baixa, sendo menor que 3%. Estudo realizado pelo Center for Ocular Research and Education (CORE), em Ontário, no Canadá, demonstrou pouca incidência da Covid-19 no filme lacrimal, sendo baixo o risco de transmissão por meio das lágrimas. A pesquisa também provou que a probabilidade de contaminação das lentes de contato é mínima. “O olho é dificilmente envolvido na infecção por Covid, portanto, as lentes são uma forma de correção ótica bem segura”, confirma Barros. Outra dúvida era se haveria diferença de risco de infecção, de acordo com os materiais das lentes disponíveis no mercado. “Ainda não temos estudos conclusivos a esse respeito. É necessário investigar melhor a interação do vírus com a matéria prima das lentes”, comenta o oftalmologista. No entanto, as lentes de descarte diário podem ser a melhor opção neste período pandêmico. Já quem estiver com coronavírus, deve suspender imediatamente o uso de lentes de contato. O aumento no uso de lentes de contato é mais uma tendência identificada, na pandemia. Pesquisa realizada pelo Instituto Penido Burnier, em Campinas (SP), com usuários de óculos de grau constatou que houve um incremento de 10% no número de pessoas que passaram a usar lentes de contato. “Segundo esse trabalho, um dos motivos que levaram os pacientes a deixarem os óculos de lado e migrarem para as lentes é o embaçamento dos óculos pelo ato de respirar com máscara”, explica o doutor Barros. A adesão também tem sido incentivada pelo aumento da incidência de pessoas míopes. “São pacientes que apresentaram um início ou uma piora na miopia, atribuídos ao uso prolongado de eletroeletrônicos. Ou seja, são novos usuários que antes não precisavam de correção e agora precisam, e muitas vezes acabam optando pelas lentes de contato”, comenta. HIGIENIZAÇÃO - Seja qual for o motivo para o uso de lentes, Barros frisa a necessidade de manter uma boa higiene. “O mau uso das lentes é ainda a maior causa de contaminação da córnea no mundo. Mais de 60% dos casos ocorrem por má higienização, armazenamento incorreto e uso fora da validade”, alerta. Por isso, e apesar do risco reduzido de infecção pela Covid, todo cuidado é pouco. “O paciente deve manter o hábito de lavar as mãos com água e sabonete neutro ou antibacteriano e secá-las bem, antes e após a retirada das lentes e sempre que tocar em qualquer superfície. Essa prática é muito eficiente e diminui o risco de contaminação por microrganismos”, reforça. Outro vilão que pode facilitar o contágio é o ar-condicionado. “O uso intensivo de refrigeração, pode causar o ressecamento da lágrima e facilitar a infecção. Quem não tiver como escapar de ambientes refrigerados, deve dar preferência às lentes esclerais, que cobrem uma área maior do olho e diminuem o ressecamento da lágrima”, orienta o oftalmologista. Confira dicas para o uso correto de lentes de contato e evitar a contaminação: - Comece a higiene sempre pelo mesmo olho, pois cada um tem sua própria prescrição - Se usar lentes de troca programada, limpe-as imediatamente após sua remoção - Se as lentes forem descartáveis, jogue no lixo assim que as retirar - Siga as orientações do seu oftalmologista para desinfectar as lentes - Nunca use água da torneira para limpar as lentes ou o estojo - Siga as instruções de uso da solução para desinfectar as lentes - Lave o estojo semanalmente e troque-o por um novo a cada três ou quatro meses - Mantenha limpo o local onde você manuseia as lentes - Evite dormir com as lentes de contato - Evite usá-las na praia - Nunca entre na piscina ou no mar com lentes de contato - Use colírios lubrificantes, no horário e período indicados pelo seu oftalmologista O doutor José de Barros lembra ainda que os usuários de lentes de contato devem fazer revisões periódicas, de acordo com os prazos orientados pelo seu oftalmologista.

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16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo com inscrições abertas

A Abraji abriu inscrições para o 16° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, o maior encontro de jornalistas da América Latina, que será realizado de forma virtual entre os dias 23 e 29 de agosto. A edição deste ano do Congresso contará com mais diversidade nas oficinas, palestras e painéis, com 17 jornalistas convidados da América Latina, África e Ásia. Entre os convidados nacionais, estão o comunicador digital e youtuber Felipe Neto e o senador e relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), entre outros. Grandes furos de reportagem e documentários também serão contemplados no evento. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas no link: congresso@abraji.com.br

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Voo inaugural da companhia ITA ganha batismo no Recife

Da Aena A partir do próximo domingo, o Aeroporto Internacional do Recife Guararapes - Gilberto Freyre, gerido pela Aena Brasil, passa a contar com mais uma opção de voo. A companhia aérea ITA, que começa a operar no terminal recifense, inaugura a rota Guarulhos - Recife - Maceió. A empresa passa a oferecer mais uma possibilidade de atrair turistas ao Estado, e mais uma opção para os pernambucanos que desejam se deslocar até São Paulo. O voo também liga o Recife à capital alagoana — cujo Aeroporto Internacional de Maceió - Zumbi dos Palmares também é administrado pela concessionária. “É sempre um impacto positivo, para os nossos clientes, que tenhamos uma empresa a mais para atrair o público. O aumento da competitividade contribui para melhorar a qualidade dos serviços prestados e também alavanca o turismo”, ressalta o diretor do Aeroporto do Recife, Diego Moretti. “Ficamos muito felizes com o Recife sendo uma das cidades contempladas pela ITA. Esta novidade vem num momento muito importante para a retomada do turismo, tanto da nossa cidade quanto do Brasil. Essas novas conexões chegam no momento certo, trazendo novas pessoas para a nossa cidade”, destacou a secretária de Turismo e Lazer do Recife, Cacau de Paula. O voo inaugural da ITA parte de Guarulhos às 8h15 e pousa no Recife três horas depois. Ao meio-dia, decola para Maceió, onde chega às 12h50, retornando para Guarulhos às 13h35. Ao aterrissar no Recife, o voo de número 5212 da ITA será comemorado com um batismo, viabilizado com o apoio do Corpo de Bombeiros. Depois do batismo, o diretor do Aeroporto do Recife, Diego Moretti; a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão; os secretários de turismo da Prefeitura e do Estado de Pernambuco, Cacau de Paula e Rodrigo Novaes, respectivamente; e o diretor de segurança operacional do Grupo Itapemirim, Sydnei Casarini, participam de uma breve solenidade, antes do avião levantar voo novamente. “Poder anunciar uma nova companhia aérea operando no Estado, justamente neste período de retomada, é algo que muito nos alegra. O Aeroporto do Recife segue como o maior do Nordeste e esta nova frequência nos fortalece ainda mais, Vamos preparar uma recepção bonita para os primeiros turistas a desembarcarem pela ITA, respeitando os protocolos de segurança”, afirma o secretário Rodrigo Novaes.

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"A recorrência da corrupção gera uma descrença da sociedade na política"

Túlio Velho Barreto, cientista política e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, foi um dos entrevistados da matéria de capa da última semana da Algomais, sobre a corrupção. Ele conversou com o jornalista Rafael Dantas sobre o impacto dos recentes escândalos expostos na CPI para o engajamento político da sociedade e nas eleições 2022. Qual o impacto nos eleitores e na percepção da política na sociedade quando surgem grandes denúncias de corrupção, como as que vemos na CPI? A recorrência do surgimento e evidências de casos de corrupção na administração pública envolvendo agentes do Estado ou atores políticos tende a gerar descrença generalizada da sociedade na política. E também na capacidade dos órgãos públicos de controle e de investigação de inibi-la, e dos órgãos públicos de justiça em puni-la. Em última instância, em muitos casos, pode mesmo criar descrédito nos institutos legais e nas instituições da democracia. Evidentemente, isso tende a fazer com que os eleitores e as eleitoras neguem a política e tornem-se apáticos com relação à própria democracia como um valor imprescindível à República. Daí, abre-se espaço para o surgimento de outsiders da política, aventureiros ou ditadores, ou candidatos a ditadores. Antes de Bolsonaro, outras lideranças políticas já tiveram o discurso anticorrupção como um dos seus pilares, como os ex-presidentes Lula, Collor e Jânio Quadros. Esse tema tão recorrente ainda tem peso na decisão dos eleitores? Na sua avaliação, a pauta corrupção deve surgir forte de novo em 2022 ou será deixado de lado pelos principais candidatos? É provável que o tema da corrupção ainda venha a pautar as próximas eleições. Mas, na minha avaliação, não deve ser um tema central, porque há outros, como a crise sanitária e a omissão, por um lado, e as ações estapafúrdias, por outro, do governo federal quanto a essa questão, que tenderão a ocupar o centro do debate eleitoral em todos os níveis. Nesse momento, o Brasil já ultrapassou mais de meio milhão de óbitos e quase 20 milhões de pessoas contaminadas, e apenas patina em termos de vacinação. Tudo isso em decorrência da forma irresponsável e inconsequente como o governo federal e os seus apoiadores têm agido ou deixado de agir diante da crise sanitária. E a CPI da Covid tem apontado casos de corrupção no ministério da Saúde e envolvendo outros setores do governo federal. Então, tais fatos tenderão a inibir iniciativas de trazer para o centro do debate a questão da corrupção. E deverão dar centralidade à crise sanitária e o quanto esta escancarou e agravou as desigualdades no País, sem que o governo federal tenha sido capaz de dar uma resposta satisfatória. Muito pelo contrário. O Brasil não é o único País, nem deve ser o primeiro, a ter uma trajetória política com vários episódios de corrupção. Olhando para o cenário internacional, o Sr. destacaria algum case de um País que tenha enfrentado com sucesso um quadro de corrupção crônico? Caso, sim, quais os caminhos que foram trilhados? Corrupção há em quase todos os países e sociedades, mas isso não justifica a sua existência dessa forma endêmica que perdura no Brasil. Até porque há países e sociedades em que a corrupção é algo absolutamente residual. A grande diferença é que há sociedades em que há o que chamo de "cultura de intolerância" em relação à corrupção, e em que o Estado e os seus órgãos públicos, criados para tanto, são eficientes em fiscalizar, controlar e punir casos de corrupção. No Brasil, há certa tolerância por parte da sociedade mesmo no dia a dia, até porque não é incomum praticar, vamos dizer, pequenos atos de corrupção no cotidiano. E, por seu turno, os órgãos públicos são lenientes e ineficazes em punir exemplarmente. Veja o caso da operação Lava Jato que se deixou contaminar completamente por opções políticas e por posição de classe. Isso para dizer o mínimo. Ou mesmo porque foi criada e agiu deliberadamente por motivações políticas e classistas. No fim, colocou-se tudo a perder pela forma como agiram procuradores e juízes federais. E tornou-se um escândalo até maior do que aquele que, supostamente, era o seu objetivo investigar e punir. Mas, enfim, não há fórmula pronta e essa "cultura da intolerância" com a corrupção, ou seja, com os corruptos e corruptores, e a eficácia estatal para punir, é algo que tem que ser construído e consolidado no seio da sociedade. Infelizmente, parece que ainda estamos longe disso ainda. A maior exposição da corrupção contribui para disseminar as práticas de corrupção na sociedade, visto que há quase que uma normalização desses assuntos? Não acredito que a maior exposição da corrupção implique em sua disseminação em qualquer sociedade, porque, nesses casos, como você pergunta, haveria uma naturalização. Pelo contrário, acho mesmo que é importante que haja transparência na divulgação de casos de corrupção. Essa almejada transparência, em minha análise, é que pode contribuir para que se crie o que estou chamando de “cultura da intolerância à corrupção” no seio da sociedade, por assim dizer. É preciso mesmo expor ao máximo tais casos e os responsáveis garantindo-se, evidentemente, todo o direito de defesa aos acusados e julgamentos à luz da legislação. O problema, portanto, não é a exposição da corrupção; o problema é a existência da corrupção e a leniência e tolerância dos órgãos públicos em puni-los exemplarmente, como afirmei anteriormente. Sem isso não avançaremos nem tão cedo no combate à corrupção.

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