Ayrton Montarroyos foi uma das revelações da música pernambucana nos últimos anos. Conversamos com o cantor no mês passado para a matéria de capa da Revista Algomais do mês de setembro (A Nova Música Pernambucana) e publicamos agora a conversa na íntegra em que fala do seu álbum de lançamento e sobre as produções musicais do Estado. Confira!
Quais os planos da carreira para este ano?
Gravei meu primeiro disco e estou fazendo lançamento dele. A turnê começou pelo Rio de Janeiro. Após o Rio, estou fazendo São Paulo. Vou fazer Recife, depois vou fazer interior de São Paulo. Estamos conversando com pessoal de Belém. É um momento interessante, bem importante. Tenho a sorte de lançar o primeiro álbum com as pessoas já sabendo quem eu sou. Nem todo artista tem essa oportunidade. Muitos lançam um disco para começar. Após a indicação para Grammy, cantei com Elba Ramalho, Cauby Peixoto, Angela Maria. Fiz show no Brasil inteiro. Isso me permite lançar o álbum com uma situação muito tranquila para um artista em primeiro trabalho. Sou muito grato por esse fruto que o destino está me deixando saborear com calma e na hora certa. Vivo para a musica, para mais nada. Vivo para cantar, só faço isso desde os 11 anos de idade. Adquiri um método de ser focado, disciplinado. Ter essa obstinação de ser dado a musica. Isso rende bons frutos que estou colhendo com o primeiro disco.
Como tem sido a repercussão do primeiro álbum?
A música começou a tocar na rádio Nova Brasil, nem sei como aconteceu. Nunca liguei. Nunca mandei disco. De repente acontece. O Jornal O Globo procurou para uma entrevista quando souberam que estava indo fazer show. De repente me ligam, para fazer uma matéria. Estamos nessa energia, de muito trabalho. Então meus projetos são sempre agraciados com essa sorte de ter um pessoal atento ao meu trabalho, que me ouve, sabe o que está rolando. Nunca tinha feito show no Rio de Janeiro, de repente tem casa lotada. Mesma coisa aconteceu em São Paulo.
Qual a relevância da participação no The Voice para sua carreira?
Foi importantíssimo. Acho que temos que ser muito gratos pelas oportunidades que a vida nos dá. Muitas matérias que vem saindo até agora fazem a referência de “ex-The Voice”. Eu me sinto orgulhoso. E gosto quando sai essa referência. Faz parte da história. Ate agora o maior acontecimento da minha vida pública foi a participação no The Voice, até maior que o lançamento do primeiro disco. Afinal, foi uma competição musical em que foram mais de 100 mil inscritos. Fui segundo lugar num programa, com 100 mil cantores, com musica popular brasileira, nesse momento, de uma depreciação da musica tão grande, com grandes clássicos, sem malabarismo vocal. Isso foi no final de 2015, tenho essa proximidade com o público até hoje. Moro em Higienópolis, São Paulo, e os feirantes me chamam pelo nome. É uma exposição em 3 meses que acessa muita gente. Recife é cidade onde sou mais reconhecido, quase a cidade inteira me conhece.
Qual o grande aprendizado desse momento no concurso?
Se hoje tenho bom relacionamento com a imprensa e se gravo comercial para fazer divulgação aprendi na Globo. Procuro passar pela vida e prestar atenção. Caminho sempre como aprendiz. Entrei ali para aprender muito. Ganhei mais que merecia. Aprendi a lidar com público e imprensa, entendi o que o povo gosta e não gosta.
Qual a sua avaliação da música pernambucana?
É bem interessante e acho um pouco pretensiosa as vezes. Sou apaixonado pela música de Pernambuco. 90% dos compositores do meu disco são pernambucanos. Canto muita gente do meu Estado… mas as vezes acho que a cena musical local fica um pouco numa bolha. Acho que arte não é para a gente. Não sei se é limitação natural pela distancia com eixo sul e sudeste. As pessoas deveriam ter mais acesso ao público. Se sentir mais a vontade de chegar mais perto. Zé Manoel saiu de Petrolina, saiu de Recife, veio para São Paulo. A carreira dele deu um salto quando veio para cá. Chegou aqui em São Paulo cantou juntou com Ana Carolina, Fafá de Belém… Não teve medo ou pretensão de ficar em guetos e bolhas. Muitos artistas em Pernambuco teriam possibilidade de atender muita gente se fossem mais abertos. A cena fica muito retraída. Somos um celeiro de talentos. Isadora Melo lançou um disco que é uma coisa linda, de canção popular. Foi pouco explorado ainda pela imprensa.
Quais os planos para o futuro?
Tenho pouca expectativa para o futuro, procuro fazer o agora. Procuro não pensar muito no depois. Pretendo rodar com esse disco. Os lugares onde passei têm tido uma repercussão muito boa das pessoas. Como intérprete, minha função é 90% de pesquisar. Tudo que estou ouvindo vai me despertando uma vontade de querer fazer alguma coisa… música, sonoridade, arranjos. Despertando sensações. Antes tinha percepções e ia colocando nos shows, mas agora ele está pronto, tá montado. Consequentemente vou pensando no segundo disco, projetos futuros. Mas não costumo adiantar. Fazemos tanta coisa em tão pouco tempo.
*Entrevista concedida ao jornalista Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais
Para conhecer mais sobre o trabalho de Ayrton Montarroyos: https://www.facebook.com/ayrtonmontarroyos
Programação de Shows de Ayrton Montarroyos