Proposta de tombamento foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, que também lançou um folder que sugere um roteiro do patrimônio cultural no Cemitério, nesta terça (1), véspera do Dia de Finados.
O Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco aprovou por unanimidade, nesta terça-feira, véspera do Dia de Finados, o pedido de tombamento do Cemitério Senhor Bom Jesus da Redenção, mais conhecido por Cemitério de Santo Amaro.
No documento para o tombamento, assinado pela presidente do Conselho de Preservação Márcia Souto, é feita também uma orientação para que, ao mesmo tempo em que aja a proteção, insira o desenvolvimento de políticas públicas que estimulem atividades de utilização do cemitério, assim como acontece no Brasil e no mundo, onde aqueles que se destacam pelo conjunto de suas obras, viram destino de visitação turística, de estudos e pesquisas diversas.
“No mundo todo e no Brasil discute-se hoje sobre cemitérios como lugar de preservação do patrimônio, de salvaguarda da história de um povo. Estávamos, dentro do Conselho de Preservação, debatendo sobre garantir a proteção deste espaço tão importante que é o cemitério de Santo Amaro, o maior de Pernambuco, e certamente o que guarda valiosas obras de arte, em forma de esculturas belíssimas que também podem passar a fazer parte de um roteiro de turismo cultural, conforme acontece em cemitérios como o Pére Lachaise, em Paris, ou da Recoleta, em Buenos Aires”, diz a presidente da Fundarpe e também do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, Márcia Souto.
O processo de musealização dos cemitérios é apontado no documento que pede o tombamento do Cemitério de Santo Amaro como necessário devido à importância deste espaço como repositório de obras de arte, sobretudo plásticas e da arquitetura.
Entre alguns destaques do patrimônio cultural do cemitério de Santo Amaro são citados o túmulo do abolicionista Joaquim Nabuco (escultura retrata a Emancipação do Elemento Escravo, em 13 de maio de 1888, formado por um grupo de ex-cativos levando sobre suas cabeças o sarcófago simbólico do grande abolicionista); o do governador Manuel Borba (com uma mulher de bronze com torre na cabeça, e em seus pés um grande leão); o mausoléu da Família Drummond (com um escudo de mármore, sobre uma pequena ampulheta, com uma caveira e uma foice); o Túmulo dos quatro bustos (uma obra de arte, toda em mármore, pertencente à Família Miguel José Alves, representando quatro irmãos: um homem com as mãos no peito e três mulheres chorando em volta dele); o do barão e da barones, entre outros.
O pesquisador Leonardo Dantas Silva, membro do Conselho de Preservação, foi o responsável por introduzir o debate sobre o patrimônio cultural do cemitério, destacando a beleza e imponência de diversos túmulos e mausoléus que nele, lamentando pela ausência de visitas guiadas com o objetivo de apreciar e conhecer a história de Pernambuco, a partir da observação do conjunto escultórico do cemitério. O pesquisador é autor do artigo “Arruando pelo Cemitério de Santo Amaro”. O texto, bem como fotografias retiradas pelo pesquisador, ilustram o folder “Cemitério de Santo Amaro – Um Roteiro de Seu Patrimônio”, que o Conselho de Preservação também lançou nesta terça, juntamente com o pedido de tombamento.
A publicação – que também contou com a colaboração da fotógrafa Jan Ribeiro – tem como objetivo estimular a criação de visitas guiadas pelo Cemitério de Santo Amaro e será distribuída pela Fundação do Patrimônio Histórico de Artístico de Pernambuco – Fundarpe, em instituições ligadas à educação patrimonial e ao turismo, em todo estado.
(Blog do Governo do Estado)