Arquivos Algomais Saúde - Página 106 De 171 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Novas tecnologias visam reduzir mortes por doenças cardiovasculares

Maria Fernanda Ziegler  – Dispositivos que auxiliam o coração a bombear sangue enquanto o paciente aguarda por um transplante, técnicas cirúrgicas menos invasivas e um hidrogel que, no futuro, vai permitir a impressão 3D de órgãos e tecidos em laboratório. Essas são algumas das soluções que estão sendo desenvolvidas por pesquisadores paulistas para combater a principal causa de morte no país e no mundo: as doenças cardiovasculares. As inovações visam criar alternativas terapêuticas para pacientes com condições graves, como é o caso da insuficiência cardíaca – responsável por 27,5 mil mortes anuais no país segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). De acordo com a entidade, a cada 90 segundos uma pessoa morre no Brasil em decorrência de problemas diversos no coração. “Um transplante no Brasil demora cerca de dois anos. Além da oferta limitada de órgãos, é preciso levar em conta uma série de fatores que dificultam o procedimento. O número de pacientes com problemas cardiovasculares é muito grande e, por isso, é importante desenvolvermos dispositivos no país a preços mais acessíveis”, disse José Roberto Cardoso, pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), durante o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação sobre “Novas Tecnologias para o Coração”. O evento foi organizado pela FAPESP e pelo Instituto do Legislativo Paulista na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em dezembro. O próximo encontro da série será no dia 26 de março e terá como tema Indústria 4.0. Assistência ventricular A equipe de Cardoso, que inclui pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, desenvolve um dispositivo de assistência ventricular para pacientes adultos com insuficiência cardíaca – condição em que o órgão não consegue bombear o sangue adequadamente. O equipamento serve como uma bomba para ser implantada ao lado do coração do doente, com a finalidade de complementar ou suprir a função cardíaca debilitada. O projeto é apoiado pela FAPESP. “O dispositivo visa auxiliar o coração debilitado durante o período de espera pelo transplante, mantendo níveis fisiológicos de pressão e fluxo, reduzindo a mortalidade de pacientes na fila de espera e após o transplante”, disse. De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, em 2016 foram realizados 353 transplantes de coração no Brasil. Estudos indicam que a mortalidade de pacientes na fila de espera pode chegar a 40%. “Precisamos encontrar uma solução nacional e não simplesmente copiar os materiais usados lá fora, que são caros e inviáveis para o Sistema Único de Saúde. No comparativo entre um dispositivo importado e um nacional, o importado ficaria em R$ 800 mil, enquanto o nacional em R$ 100 mil”, disse. Outro projeto, também apoiado pela FAPESP, busca desenvolver um dispositivo de assistência ventricular para pacientes pediátricos que necessitam de um transplante cardíaco. A pesquisa foi vencedora do prêmio Péter Murányi 2015 . “Em nosso país não temos opção de suporte circulatório de longa duração para pacientes cardiopatas pediátricos e juvenis com insuficiência cardíaca grave. Trata-se de um grupo de pacientes com necessidades específicas. Estamos desenvolvendo uma bomba pulsátil que atua conectada ao coração por meio de cânulas”, disse Idágene Cestari, diretora da Divisão de Bioengenharia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP. De acordo com a pesquisadora, a bomba do dispositivo é controlada por um console à beira do leito, onde são ajustados todos os parâmetros de suporte ao coração, como a frequência de batimentos da bomba, por exemplo. “Esse sistema de suporte requer a hospitalização do paciente e é indicado para pacientes em lista de espera para o transplante cardíaco. Em outro projeto dessa mesma linha de pesquisa, estamos desenvolvendo um dispositivo implantável que permite a assistência por tempo mais prolongado e não requer a hospitalização do paciente após o implante do dispositivo”, disse Cestari. Prótese inédita Também foi apresentada durante o ciclo ILP uma técnica conhecida como endobentall, que une duas tecnologias – inserção de válvulas por cateter e stents – para criar uma prótese única, que pode ser inserida pela perna do paciente e conduzida até o coração. O método pode substituir uma grande cirurgia na válvula do coração e na artéria aorta. “Graças à técnica, desenvolvida com o apoio da FAPESP, hoje não precisamos mais abrir o peito do paciente e parar o coração para tratar uma doença grave, como estenose aórtica associada a aneurisma de aorta ascendente. Isso certamente vai contribuir para a redução de risco e de mortalidade desses pacientes”, disse Diego Felipe Gaia dos Santos, professor de Cirurgia Cardiovascular da Unifesp. A equipe liderada por Gaia foi a primeira a tratar, em humano, problemas na válvula aórtica (saída de sangue do coração) e ao mesmo tempo a aorta ascendente (vaso que leva sangue para o coração e outros órgãos) sem a necessidade de abrir o paciente. Órgãos do futuro Outros métodos de engenharia apresentados visam, no futuro, desenvolver órgãos e tecidos artificiais. A empresa TissueLabs, apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresas (PIPE-FAPESP), desenvolve um hidrogel que permite a impressão 3D de órgãos e tecidos em laboratório. A startup fabrica e vende hidrogéis de diferentes tecidos para pesquisadores de várias partes do mundo. O material pode ser usado tanto em estudos in vitro como em modelos animais. Para produzir o hidrogel, a empresa usa órgãos de animais. “Retiramos todas as células dos órgãos de porcos, deixando só a matriz extracelular, as proteínas comuns a todos os animais (tanto humanos quanto os porcos). A partir dessa matriz fabricamos o hidrogel, que é misturado com células-tronco ou mesmo células adultas já diferenciadas. Com isso, é possível imprimir essa composição no formato tridimensional de um órgão ou de um tecido”, disse Gabriel Liguori , pesquisador do InCor. Para fins didáticos, Liguori costuma fazer um paralelo entre a técnica e a construção de uma casa. “Os tijolos seriam as células, e o nosso material, o cimento. Nosso objetivo é dar suporte para que as células-tronco tenham uma estrutura tridimensional”, disse. “É claro que esses órgãos ainda estão muito distantes de se tornarem realmente funcionais. Com o nosso material já é possível fabricar tecidos, ainda que

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Núcleo de terapias em Petrolina amplia possibilidades de tratamento do autismo

Especializado no tratamento pediátrico de patologias físicas e cognitivas a exemplo da síndrome de Down, paralisia cerebral, distrofias musculares e Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Núcleo de Terapias da Unimed Vale do São Francisco, em Petrolina – PE, obteve um resultado surpreendente em 2019, com o atendimento de crianças de 0 a 12 anos. Somente para se ter uma ideia dos avanços conseguidos, o setor multiprofissional que cuida do TEA, transtorno caracterizado pela dificuldade na comunicação social e presença de comportamentos repetitivos, realizou mais de 70% dos 21.196 atendimentos feitos pelo Núcleo no ano passado. E o que é mais gratificante, os pacientes conseguiram respostas bastante positivas no aumento da independência, socialização, iniciativa, estímulo das habilidades motoras e desenvolvimento das áreas sensoriais. De acordo com a fisioterapeuta e gerente de Terapias Continuadas da Unidade, Danielle Alencar, o Núcleo oferece um serviço completo de atendimento pediátrico interdisciplinar. “Contamos com uma equipe de 24 profissionais qualificados nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia”, afirmou a gerente que também é especialista em Gestão de Serviço de Saúde. São desenvolvidas técnicas a exemplo de integração sensorial, terapia aquática, linguagem PECS (comunicação alternativa), TEACCH (programa para melhorar a comunicação), psicomotricidade e análises de comportamento. Segundo a médica especialista em Neurologia Pediátrica, Adriana Tenório, o trabalho começa com o acolhimento familiar, passa pelo atendimento interdisciplinar e se conclui com um tratamento unificado, individualizado para cada caso. “Aqui os pacientes encontram bons profissionais e com o auxílio dos pais engajados que seguem as orientações médicas, conseguimos melhores resultados com terapias cada vez mais acertadas”, ressaltou. O Núcleo de Terapias da Unimed Vale do São Francisco possui um ginásio equipado, com estrutura completa de integração sensorial (piscina de bolinhas, balanços diversos, tirolesas, cama elástica e parede de escalada) além de três salas com estruturas para integração sensorial, piscina coberta e aquecida. Serviço: O Núcleo de Terapias da Unimed Vale do São Francisco fica na rua Dr. Nestor Cavalcanti, 206/ Vila Mocó – Petrolina, PE. (87) 3866 – 7936. Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Atendimento mediante indicação médica.

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Empório Mineiro Cheirin Bão chega ao Plaza Shopping

O Empório Mineiro Cheirin Bão inaugurou hoje (21) sua unidade no Plaza Shopping. O empreendimento é a quarta franquia do grupo Universal Franchising, neste modelo, em Pernambuco. Seu mix de produtos traz delícias típicas de Minas Gerais, entre elas cachaças artesanais, geleias, biscoitos, doces, pão de queijo, tapiocas, bolos e cafés moídos e coados na hora. A loja funciona no piso L2 do mall, com mesas distribuídas pelo hall para que os clientes possam apreciar os sabores da gastronomia mineira.

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Pesquisa investiga como trauma pode ser transmitido entre gerações

Maria Fernanda Ziegler  – É sabido que situações adversas ocorridas na infância, como negligência ou violência física, psíquica e sexual, podem ter reflexos negativos na saúde mental durante a vida adulta. Estudos também demonstraram que esses efeitos negativos podem ser transmitidos para gerações futuras, mesmo que os descendentes não tenham vivenciado tais experiências. O chamado trauma intergeracional foi observado pela primeira vez em descendentes de sobreviventes dos campos de concentração. Agora, os mecanismos de transmissão envolvidos serão investigados em uma pesquisa com 580 gestantes em situação de vulnerabilidade na cidade de Guarulhos (SP). O estudo, apoiado pela FAPESP e pelos National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, é conduzido por pesquisadores da Columbia University e da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Embora alguns estudos tenham demostrado a influência de eventos adversos ocorridos na infância da gestante sobre o desenvolvimento cerebral de sua prole, pouco se sabe ainda sobre os mecanismos envolvidos no processo. Nosso estudo é o primeiro a analisar as alterações placentárias e o neurodesenvolvimento do bebê por meio de análises genéticas, imagens de ressonância magnética neonatal e avaliações cognitivas”, disse Andrea Parolin Jackowski, professora da Unifesp e coordenadora do projeto no Brasil. Transmissão via placenta Segundo Jackowski as hipóteses predominantes relacionam a transmissão intergeracional de trauma a altos níveis de marcadores inflamatórios ou de cortisol – o hormônio do estresse – durante a gestação. Tal condição resultaria em alterações epigenéticas (modificações bioquímicas nas células que controlam a ativação ou silenciamento de genes) que são transmitidas para os bebês. De alguma forma, as substâncias pró-inflamatórias e o cortisol produzidos durante a gravidez de mulheres que sofreram traumas na infância ativa ou silencia genes ligados a problemas de saúde mental – como depressão, déficit de atenção e outros. “Isso é transmitido para o feto via placenta, que é o meio de comunicação entre a mãe e o feto. São essas alterações epigenéticas placentárias que alteram o desenvolvimento cerebral do feto”, disse. Prevenção Além de entender o mecanismo de transmissão do trauma intergeracional, o projeto tem o objetivo de identificar formas possíveis de prevenir problemas de saúde mental nos filhos de mulheres com esse histórico. “Podemos identificar quais comportamentos são alterados por esses mecanismos e pensar em formas de prevenção, possivelmente a ser adotada durante a gestação”, disse. O estudo vai avaliar 580 grávidas atendidas em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de Guarulhos. O grupo será divido em dois: um composto por 290 mulheres que sofreram eventos adversos na infância e o outro por aquelas que não vivenciaram tais problemas. Além da análise genômica e epigenômica da placenta e de amostras de sangue (para ver marcadores de inflamação) e de cabelo (nível de cortisol) das mães e dos bebês, o estudo também vai acompanhar o neurodesenvolvimento do controle cognitivo dos bebês por 24 meses após o nascimento. A associação entre o trauma materno e o desenvolvimento do bebê será observada por meio de imagens de ressonância magnética de crânio dos neonatos e avaliações comportamentais de controle cognitivo aos 12 e 24 meses. “Sabe-se que as mães com histórico de experiências adversas na infância têm risco aumentado de gerar filhos que logo após o nascimento apresentam alteração em alguns circuitos cerebrais responsáveis pelo controle cognitivo. Aos 24 meses é possível identificar essas alterações no desenvolvimento. Por volta dos cinco ou seis anos, essas crianças apresentam risco aumentado de desenvolver comportamentos impulsivos”, disse. Jackowski destaca que, embora existam estudos em andamento focados no desenvolvimento infantil, inclusive na Columbia University, nenhum deles conseguiu tão a fundo as vias que relacionam experiências adversas na infância, inflamação, placenta e cérebro. “Só foi possível realizar esse estudo no Brasil porque infelizmente existe uma população vulnerável a vários tipos de violência e, felizmente, existe o SUS. Desse modo, conseguimos coletar informações detalhadas e de qualidade em uma população de baixa renda e em contexto propício para a realização de futuras intervenções que venham a quebrar esse ciclo de impacto da violência tão cedo quanto possível”, disse. O projeto é o desdobramento de um estudo-piloto realizado também em três UBS e uma maternidade em São Paulo com 40 grávidas e seus bebês. “Nossa ideia é, no futuro, prolongar o estudo com as 580 grávidas e acompanhar as crianças até a idade escolar”, disse. Agência FAPESP

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Codevasf inaugura Casa de Mel em zona rural de Petrolina

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) inaugurou nesta semana a Unidade de Extração e Beneficiamento de Mel em Roçado, comunidade na zona rural de Petrolina (PE). Foram investidos cerca de R$ 250 mil para a Casa de Mel de Roçado, com capacidade de extração de até 40 toneladas de mel por ano. “Já somamos quase 20 unidades de extração e beneficiamento de mel em nossa área de atuação. E para que os apicultores, além dos equipamentos da casa, também tenham os kits individuais para trabalhar, já garantimos mais de R$ 1 milhão destinados a compra de utensílios, indumentárias e equipamentos apícolas para 2020”, informou Aurivalter Cordeiro, superintendente regional da Codevasf em Petrolina. A ação visa fomentar e fortalecer a prática da apicultura em Pernambuco. No total, mais de R$ 10 milhões foram investidos e quase 3 mil famílias formam beneficiadas com a entrega de kits de apicultura e com a implantação de casas de mel nas regiões do São Francisco, Araripe, Sertão Central, Moxotó e Pajeú.

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Software pode ajudar gestores a tornar as cidades amigáveis para ciclistas e pedestres

Maria Fernanda Ziegler – Um software capaz de analisar o deslocamento de ciclistas e pedestres pela cidade foi desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores apoiada pela FAPESP. A ferramenta, disponível gratuitamente on-line, tem o intuito de auxiliar gestores públicos a definir estratégias e ações que estimulem e tornem mais seguras as formas não motorizadas de mobilidade urbana. O estudo, realizado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, compreende a maior análise de dados de ciclistas e pedestres já realizada. Os pesquisadores usaram dados gerados por usuários de bicicleta compartilhada e de um aplicativo para caminhada georreferenciado na cidade de Boston (Estados Unidos). Segundo os autores, a metodologia pode ser adaptada para outras cidades do mundo. “Depois de desenvolver o método para análise de dados, criamos um software livre que está disponível para todos. Estamos firmando uma parceria com a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] para analisar os dados de São Paulo. A ideia é que, a partir da análise de diferentes conjuntos de dados, seja possível identificar o que dificulta o aumento do fluxo de ciclistas e pedestres na cidade e, assim, propor novas estratégias e ações”, disse Fabio Kon, membro da Coordenação Adjunta da Pesquisa para Inovação da FAPESP. A pesquisa foi conduzida no âmbito do INCT Internet do Futuro para Cidades Inteligentes, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela FAPESP. Também contou com apoio de bolsa da Comissão Fulbright que Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP), recebeu para realizar estudos no MIT Senseable City Lab. A equipe de pesquisadores desenvolveu uma técnica para análise georreferenciada de dados a partir de 260 mil viagens de pedestres de quase 6 mil usuários, de maio de 2014 a maio de 2015, e 800 mil viagens de bicicleta. Os resultados da pesquisa foram publicados no Journal of Transport Geography. Comportamento de ciclistas e pedestres “Historicamente, as cidades têm investido em estruturas viárias sobretudo para carros, o transporte motorizado individual. Hoje, no entanto, sabe-se que incentivar as pessoas a caminhar e a usar a bicicleta como meio de transporte traz benefícios para a saúde, torna as cidades mais humanas e propícias para o convívio, além de reduzir os índices de poluição”, disse Kon. O pesquisador ressalta que essa preocupação tem mudado políticas e a forma de pensar as cidades em várias partes do mundo. “Por isso, desenvolvemos uma metodologia para analisar o fluxo de pedestres e ciclistas em uma cidade e com isso poder gerar ações para esse encorajamento”, disse. De acordo com o estudo, apesar de deslocamentos a pé ou por bicicleta serem cada vez mais reconhecidos como soluções para problemas urbanos, há ainda uma carência de pesquisas focadas em veículos não motorizados e quase nenhuma pesquisa sobre a comparação do comportamento de pedestres e ciclistas. “Não existem muitas análises sobre o comportamento de ciclistas e pedestres por causa da dificuldade de obter dados de qualidade. De pedestres é mais raro ainda. Dessa forma, o trabalho contribui para uma melhor compreensão das características de mobilidade não motorizada em relação à distância, duração, hora do dia, distribuição espacial e sensibilidade ao clima”, disse Kon. Comparando as diferenças O estudo realizado na cidade norte-americana demostrou que ciclistas e pedestres têm comportamentos muito diversos. Uma das principais diferenças está na distância percorrida pelas viagens. Os dados mostraram que ciclistas fazem viagens um pouco mais longas que pedestres, geralmente ligando bairros próximos, enquanto os que andam a pé tendem a fazer isso por alguns quarteirões, porém dentro de um mesmo bairro. Além disso, as viagens a pé têm picos durante a manhã (por volta das 9h), na hora do almoço (por volta das 12h30) e à tarde (por volta das 18h). Já as viagens em bicicletas apresentaram picos em horários semelhantes pela manhã e pela tarde, mas não apresentam pico significativo na hora do almoço. Ao contrário das viagens a pé, as de bicicleta tendem a ter direções opostas durante a manhã e durante a tarde, indicando o uso para ida e volta do trabalho. Outro achado do estudo foi que, nos dias mais quentes, há mais viagens de bicicleta. No entanto, quando chove ou faz frio, essas viagens são reduzidas. O mesmo não ocorre entre os pedestres, que tendem a ser mais regulares, independentemente das questões climáticas, embora haja uma diminuição sensível nas viagens a pé em dias muito quentes. “Se as cidades desejam promover o uso de bicicletas como meio de transporte, terão que investir na infraestrutura de ciclovias ou ciclofaixas. Especificamente em Boston, notamos que as pessoas não se sentem seguras ou confortáveis para esse tipo de deslocamento quando chove ou neva, situação em que o risco de ser prejudicado por carros parece ser maior. Se houvesse mais estrutura, o número de usuários não seria tão reduzido nesses dias”, disse Kon. O artigo Comparing bicycling and pedestrian mobility: Patterns of non-motorized human mobility in Greater Boston (doi: 10.1016/j.jtrangeo.2019.102501), de Christian Bongiorno, Daniele Santucci, Fabio Kon, Paolo Santi e Carlo Ratti, pode ser lido em https://interscity.org/assets/journal_of_transport_geography_2019.pdf. Agência FAPESP

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Saliva permite predizer taxa de gordura corporal em jovens

Elton Alisson  – Além de facilitar a mastigação e a deglutição, umedecer a boca e proteger contra bactérias, a saliva pode ajudar a detectar precocemente o risco de desenvolver doenças associadas ao excesso de gordura corporal. Ao medir a concentração de ácido úrico na saliva de adolescentes, pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiram predizer a porcentagem de gordura corporal dos jovens. Dessa forma, identificaram adolescentes com porcentual de gordura acima do ideal, ainda que sem sintomas de doenças crônicas relacionadas à obesidade. Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram publicados na revista Nutrition Research. O objetivo da pesquisa foi identificar na saliva biomarcadores confiáveis que se correlacionem com os encontrados no sangue, de modo a viabilizar o desenvolvimento de testes rápidos para monitorar o estado de saúde principalmente de crianças. “A ideia é possibilitar a ampliação do uso da saliva como amostra biológica alternativa para análises clínicas. Tem a vantagem de poder ser coletada várias vezes, assim como a urina, de forma não invasiva e indolor”, disse à Agência FAPESP Paula Midori Castelo, professora da Unifesp, campus de Diadema, e coordenadora do projeto. Segundo a pesquisadora, o nível de ácido úrico salivar se mostrou um bom preditivo da concentração de gordura corporal mesmo em adolescentes considerados saudáveis. Contudo, a relação entre esses dois fatores ainda não é bem compreendida e deverá ser mais bem estudada em estudos futuros. Produto final da degradação das purinas, bases nitrogenadas constituintes do DNA e do RNA, o ácido úrico acumula-se no sangue e, em proporções muito menores, na saliva. Apesar de desempenhar função antioxidante, a concentração elevada do composto no sangue e na saliva pela desregulação na degradação das purinas pode predispor à hipertensão, inflamação e doenças cardiovasculares. Métodos Além do ácido úrico, foram dosadas na saliva de 248 adolescentes – 129 meninos e 119 meninas – as concentrações de diversos compostos, entre eles colesterol e vitamina D. Os jovens, com idade entre 14 e 17 anos e estudantes de escolas públicas de Piracicaba, no interior paulista, responderam previamente a um questionário sobre o histórico médico e foram submetidos a uma avaliação odontológica a fim de identificar e excluir os que apresentavam cárie ou doença periodontal (inflamação da gengiva). “Esses fatores influenciariam parâmetros da saliva, como o pH [índice de acidez] e a composição eletrolítica e bioquímica. A cárie e a doença periodontal estão relacionadas com a secreção de substâncias que podem alterar a composição do fluido”, explicou Castelo. Os adolescentes aptos a participar do estudo foram submetidos a uma avaliação antropométrica, que incluiu medidas de altura, peso, porcentagem de gordura corporal e massa muscular esquelética por impedância biolétrica – um aparelho que mede a gordura corporal por meio de uma corrente elétrica de baixa intensidade. As amostras de saliva foram coletadas em domicílio, após um jejum de 12 horas, por meio de um dispositivo chamado salivete – uma espécie de tubo coletor feito de plástico. A concentração de ácido úrico e dos outros compostos foi medida com um equipamento de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC, na sigla em inglês). Esse método de separação de compostos químicos em solução permite identificar e quantificar cada componente presente na mistura. As análises estatísticas dos dados indicaram que os adolescentes que apresentaram concentrações mais elevadas de ácido úrico na saliva também possuíam maior porcentagem de gordura corporal. Por meio da aplicação de um modelo de análise de regressão linear – que avalia a relação entre variáveis –, os pesquisadores também conseguiram predizer a porcentagem de gordura corporal dos adolescentes a partir da concentração de ácido úrico na saliva. “A concentração salivar desse composto mostrou-se um bom indicador para detectar o acúmulo de gordura corporal, mesmo em adolescentes que não estavam em tratamento para doenças crônicas, e pode dar origem a um método não invasivo e preciso para monitorar e identificar precocemente alterações no estado nutricional”, disse Castelo. O artigo Salivary uric acid is a predictive marker of body fat percentage in adolescentes (DOI: 10.1016/j.nutres.2019.11.007), de Darlle Santos Araújo, Kelly Guedes de Oliveira Scudine, Aline Pedroni Pereira, Maria Beatriz Duarte Gavião, Edimar Cristiano Pereira, Fernando Luiz Affonso Fonseca e Paula Midori Castelo, pode ser lido em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0271531719307304?via%3Dihub. Agência FAPESP

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Mutirão de Saúde do Chegando Junto realiza mais de 200 ultrassons neste sábado (18)

A Prefeitura do Recife promoverá, neste sábado (18), o primeiro Mutirão de Saúde do Programa Chegando Junto deste ano. Sairão da fila de espera para exames de ultrassonografia 235 pacientes que aguardavam pelo procedimento. Os exames serão feitos na RC Diagnósticos, clínica que faz parte da rede complementar da Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife e fica localizada na Encruzilhada, Zona Norte da cidade. Desde junho, quando o Programa Chegando Junto foi lançado, foram ofertadas mais de 12 mil vagas em consultas com especialistas, exames e pequenas cirurgias, e foram realizados mais de seis atendimentos por causa da abstinência, que chega a 45%. O acesso dos recifenses ao mutirão é através de agendamento via Sistema de Regulação, para os usuários que estão com sua solicitação pendente no sistema. Todas as 235 pessoas agendadas para este sábado receberam uma ligação e mensagem de texto informando da vaga para atendimento, confirmando a disponibilidade de comparecimento na data. Por isso, é importante que os dados cadastrais estejam atualizados na unidade de saúde de referência para que a equipe da Sesau consiga o contato com o usuário e possa garantir sua participação no mutirão. CHEGANDO JUNTO – Lançado em junho, o Programa Chegando Junto reúne uma série de ações de assistência à população e apoio à geração de renda em prol da população que vive nas áreas mais vulneráveis da cidade. Uma das iniciativas são as Frentes de Trabalho Miguel Arraes, que pagam diárias a quem colabora com os mutirões de retirada de entulhos (bens inservíveis) no entorno de unidades de saúde, por exemplo. Desde agosto, a Prefeitura do Recife já pagou mais de 800 diárias, totalizando mais de R$ 40 mil. Já foram realizados também minicursos de formação com foco no empreendedorismo e na geração de renda, como corte de cabelo, manutenção de bicicleta e artesanato, incluindo a entrega de kits com o material necessário para início das atividades. Também começaram a ser sorteados mensalmente 100 kits com bicicleta e smartphone com pacote de dados para que os beneficiados aumentem sua renda prestando serviços para os diversos aplicativos de entrega a domicílio disponíveis no mercado.

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Frevo, passeios e conscientização ambiental marcam fim de semana

Na terra do maior Carnaval de Rua do país, o ritmo da folia já marca presença. Neste fim de semana, o Paço do Frevo promove apresentações de orquestras de frevo. Mas também não faltam opções para quem deseja curtir e se nutrir com cultura e informação. O Museu Murillo La Greca apresenta a exposição “Concreto-Corpóreo”, por estudantes da UFPE. O projeto Olha! Recife oferece passeio de reconhecimento de seres mitológicos que habitam ruas da cidade. O Econúcleo Jaqueira e o Jardim Botânico do Recife estão de portas abertas com atividades da Ecoférias. Paço do Frevo apresenta orquestras de rua em fim de semana no museu Dando continuidade a sua programação de boas vindas a 2020 e preparação para o Carnaval, o Paço do Frevo traz neste fim de semana ao seu palco duas orquestras de frevo que costumeiramente se apresentam nas arrastando multidões. Nesta sexta (17), a Hora do Frevo receberá a Orquestra Aló de Frevo e Maracatu, regida pelo maestro Aluízio Soares e que conta ainda, em seu repertório, com maracatus executados dos instrumentos metálicos associados ao frevo. O show ocorre às 12h, com acesso gratuito. Já no Sábado no Paço (18), às 16h, é a vez da Orquestra Paranampuká se apresentar gratuitamente, sob a batuta do Maestro Rinaldo. Além da vivência carnavalesca, o público também poderá trazer a criançada para a uma experiência educativa com a contação de história sobre os mestres e mestras do frevo. A atividade ocorre no sábado e domingo, às 15h, com acesso incluso no ingresso do museu, que custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada). SERVIÇO HORA DO FREVO: ORQUESTRA ALÓ DE FREVO E MARACATU Sexta (17), 12h. Acesso gratuito. SÁBADO NO PAÇO: ORQUESTRA PARANAMPUKÁ Sábado (18), 16h. Acesso gratuito. CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: MESTRES E MESTRAS DO FREVO Sábado e domingo, 15h. Acesso incluso no valor do ingresso. Funcionamento Horários: Terça (entrada gratuita) a sexta, das 9h às 17h. Sábado e domingo, 14h às 18h (Última entrada até 30 minutos antes do encerramento das atividades do museu). Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia). Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife. Informações: 3355-9500 e http://www.pacodofrevo.org.br/programacao Museu Murillo La Greca apresenta exposição de estudantes da UFPE Visualizar as interligações entre corpo, casa e território como fundamental marco para a compreensão de movimentos urbanos. Esse é o objetivo central da exposição “Concreto-Corpóreo”, realizada pela turma de Bacharelado em Museologia da UFPE de 2017.1, em cartaz no Museu Murillo La Greca até o dia 2 de fevereiro. A mostra é orientada pela professora Camila Maria dos Santos. Compõe a exposição os artistas Marina Feldhues, Tacio Russo, Enrique Andrade, Piera Lobo, Equipe Andar (Dodô Trajano e Kerda L.A.), Elizabeth de Carvalho, Leandro Roberto, Pedro Henrique Reinaux, Leonardo Bertrand e Pedro Felipe Silva. Museu Murillo La Greca Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366, Parnamirim. Abre de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h, e, no sábado, das 15h às 18h. Fone: (81) 3355-3129 Exposição “Cinco Pontas” no Museu da Cidade No Museu da Cidade, localizado no Forte das Cinco Pontas, no Bairro de São José, a exposição “Cinco Pontas” está aberta à visitação gratuita aos sábados e domingos, reunindo achados arqueológicos, pinturas e documentos que mostram a importância da fortificação em diversos momentos históricos da capital pernambucana. Em quase 400 anos de existência, o local já foi base para navegadores, depósito, prisão e quartel militar. As instalações passeiam por épocas contando o papel da edificação em diversos momentos históricos da capital pernambucana. Na primeira etapa, monstros marinhos, encontrados nas cartografias e azulejos do século XVI, evocam os medos dos homens do mar no período das navegações. Gravuras do período holandês, quando a Europa pouco sabia sobre as terras de cá, mostram como os estrangeiros enxergavam o Recife. Duas belíssimas telas de Baltazar da Câmara e Murillo La Greca também compõem o acervo, bem como desenhos de Frans Post, mapas históricos, fotografias, textos, achados arqueológicos feitos no interior do prédio (balas, cachimbos, conchas) e objetos de demolição da Igreja dos Martírios. A exposição ainda conta com animações, imagens atuais do Forte das Cinco Pontas sob um ponto de vista ainda pouco explorado da arquitetura do edifício (feitas com ajuda de um drone) e videoaulas, gravadas com o arqueólogo Ulisses Pernambucano, o professor e arquiteto Pedro Valadares e o arquiteto e urbanista José Mota Meneses. Serviço Exposição Cinco Pontas Horário: terça a domingo, das 9h às 17h Informações: (81) 3355-9558 e 3355-9540 (visita com os educadores do museu devem ser agendadas por telefone) Museu da Cidade do Recife Forte das Cinco Pontas, bairro de São José. Quanto: entrada gratuita www.museudacidadedorecife.org MEIO AMBIENTE Ecoférias oferece diversão para crianças e jovens no Econúcleo Jaqueira e Jardim Botânico do Recife Levar as crianças para curtir atividades ao ar livre com oficinas, brincadeiras, contação de histórias, gincanas e trilhas no período das férias escolares tem lugar certo: Ecoférias. Entre os dias 14 de janeiro e 2 de fevereiro, o Econúcleo Jaqueira e o Jardim Botânico, equipamentos ambientais ligados à Prefeitura do Recife, vão oferecer mais de 100 atividades gratuitas ao ar livre para crianças e jovens. Confira a programação da semana: Jardim Botânico Sábado (18) 9h às 9h30 – Inscrição 9h30 – Voa voa passarinho 10h30 – Esquete teatral: “transforme o pensamento” 12h00 – Encerramento MANHÃ 13h às 13h30 – Inscrição 13h30 – Caminhada Ecológica: Trilha selvagem 14h30 – Contação de histórias: borboletando coisa e tal 16h – Encerramento TARDE Domingo (18) 9h às 9h30 – Inscrição 9h30 – Voa voa passarinho 10h30 – Esquete teatral: transforme o pensamento 12h – Encerramento MANHÃ 13h às 13h30 – Inscrição 13h30 – Voa voa passarinho 14h30 – Tangram ambiental 16h – Encerramento TARDE Jardim Botânico do Recife BR ­232, km 7,5 – Curado De terça a domingo, das 9h às 15h30 Entrada gratuita Econúcleo Jaqueira Sábado (18) 9h às 9h30m: inscrição 9h30 às 10h15 – Na Trilha da Sustentabilidade (Apresentação do espaço e Trilha Ambiental) 10h15m às 11h10 –Oficina de Aboio de Memória; 11h10 às 12h

Frevo, passeios e conscientização ambiental marcam fim de semana Read More »