Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 103 De 141

Claudia Santos

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Gestão Mais: O líder não pode se deixar enlouquecer

Muitos líderes, frequentemente, se queixam da expectativa excessiva que a sua equipe tem de ser cuidada e compreendida, especialmente em situações de maior exigência. Numa rotina puxada, num dia a dia dos mais exigentes, com grandes responsabilidades e demandas, sempre fica a pergunta: por que o gestor precisa também atender esse tipo de demanda, como se os gerenciados fossem crianças? Antes de responder à pergunta, é preciso considerar que o líder é alvo de muitas expectativas, algumas legítimas, outras descabidas. Dentre as legítimas estão as demandas por orientação, por suporte nas dificuldades, por proposição de soluções ou pelo provimento de condições adequadas de trabalho. Outras demandas, porém, são inatingíveis e expressam a suposição fantasiosa de que o líder nunca falha e é responsável por resolver todos os problemas, atendendo todos os pedidos da equipe. São expectativas infantilizadas, decerto, mas que se movimentam gerando pedidos impossíveis de atender e queixas por insatisfações diversas. Ao fim e ao cabo, em todo grupo há uma espécie de desejo inconsciente e, portanto, não intencional, de enlouquecer o gestor. É um desejo inconsciente, sem dúvida, mas efetivo no que representa de pressão sobre o líder... Por isso, preservar o equilíbrio é fundamental. Deve o gestor cumprir seu papel de mobilizar, comprometer, dar suporte e prover condições possíveis e, ao mesmo tempo, deixar claros os limites do que não é possível. Isso significa considerar alguns dos interesses legítimos da equipe, mas defender, simultaneamente, o interesse maior da organização. Quando o gestor consegue esse equilíbrio, o efeito é de admiração, respeito e confiança da equipe. E isso favorece enfrentar e realizar o maior desafio de uma liderança que é o de fazer com que as pessoas se identifiquem com o projeto da empresa e se sintam motivadas a fazer o que precisam, principalmente, porque confiam no seu líder. Um líder precisa, sim, cuidar da sua equipe, mesmo naquilo que parece imaturidade. E precisa cuidar também de si mesmo, para não se deixar enlouquecer por essas contradições inevitáveis em qualquer relacionamento, especialmente naquele que envolve diversas pessoas e seus desejos diversos.

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Cinco palestras que você vai gostar de assistir (por Beatriz Braga)

Hoje comecei o dia ouvindo, mais uma vez, a palestra de Shonda Rimes, produtora de séries de TV como Grey´s Anatomy e How to get away with murder, no TED (www.ted.com). Ela conta sobre o acordo que fez consigo mesma de, por um ano, dizer “sim” para todas as situações que a assustavam. “Para qualquer coisa que me deixasse nervosa, e me tirasse da minha zona de conforto, eu me forcei a dizer sim”. As consequências foram incríveis. Sempre quando ouso me desanimar diante de um começo de semana, vou atrás desses vídeos para resgatar o gás. O TED nunca me decepciona. Por isso, sempre deixo algumas das suas palestras baixadas no celular e, volta e meia, escuto essas vozes poderosas. Assim o dia ganha mais força. E eu também. Aqui seguem seis dicas de palestras inspiradoras de homens e mulheres que têm muito a dizer. Está sem tempo? Faz como eu e aproveita o momento a caminho do trabalho ou de algum compromisso para se inspirar também. Tenho certeza que você vai gostar. 1) Shonda Rimes – Meu ano de dizer sim para tudo “Todas as cores pareciam ser uma só, e eu não estava mais me divertindo. E era a minha vida. Era tudo o que eu fazia. Eu era o zumbido, e o zumbido era eu. Então, o que fazer quando aquilo que você faz, o trabalho que você adora, passa a ter gosto de poeira?” 2) Ziauddin Yousafzai - Minha filha, Malala O pai da garota paquistanesa que levou um tiro por se “atrever” ir à escola (e virou ícone da luta contra misoginia) é uma prova de como precisamos prestar atenção na maneira que criamos nossos filhos. “As pessoas me perguntam o que há de especial na minha orientação que deixou Malala tão corajosa, destemida e segura. E eu digo: "Não me perguntem o que eu fiz. Perguntem-me o que eu não fiz. Eu não cortei suas asas, foi só isso". 3) Roxane Gay - Confissões de uma feminista ruim A autora do livro ‘Má feminista’ faz uma linda palestra na qual reflete sobre rótulos e sai em defesa das imperfeições. “Eu preferiria ser uma feminista ruim a não ser feminista de jeito nenhum. Isso é verdadeiro por muitas razões, mas, principalmente, digo isso porque no passado, minha voz foi roubada de mim e o feminismo me ajudou a consegui-la de volta” 4) Jimmy Carter - Por que eu acredito que os maus-tratos às mulheres sejam a principal violação aos direitos humanos O ex-presidente estadunidense fala sobre o perigo da interpretação dos homens sobre religião, violência contra mulher e a importância de darmos vozes às mulheres anônimas espalhadas pelo mundo. “O homem mediano realmente não se importa. Mesmo que digam: "Sou contra discriminação contra meninas e mulheres", eles desfrutam uma posição privilegiada. Eu diria que a melhor coisa que poderíamos fazer hoje é que as mulheres das nações poderosas como esta, que têm influência e liberdade para falar e agir, precisam assumir a responsabilidade para elas mesmas e serem contundentes na exigência do fim da discriminação racial contra meninas e mulheres no mundo todo”. 5) Halla Tómasdóttir: É hora das mulheres se candidatarem à presidência Nesse talk inspirador, a empresária fala sobre sua candidatura à presidência da Islândia, considerado o melhor lugar do mundo para ser mulher, e a importância de dar exemplo às novas gerações. “Foi a jornada da minha vida. Foi incrível. A jornada começou com 20 candidatos em potencial. Reduziu-se a 9 qualificados, e por fim, quatro: três homens e eu. Mas esse não é o fim do drama, ainda”.   *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais

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8 concursos e 1.259 vagas em disputa em Pernambuco

Os concurseiros que estão se preparando para buscar uma vaga no serviço público têm em Pernambuco 8 editais com inscrições abertas na capital e interior. As oportunidades vão desde as prefeituras e os mais concorridos tribunais. Ao todo são 1.259 vagas em disputa. Destaque para o recém lançado edital do Tribunal de Justiça de Pernambuco e para a extensão do prazo de inscrições para o concurso da UPE. Confira abaixo o quadro de vagas e as informações referentes às inscrições e salários de cada seleção. Universidade de Pernambuco Vagas: 338 Oportunidades: Médicos, assistentes técnicos e analistas técnicos em Gestão Universitária para serem ocupadas nas unidades de Arcoverde, Caruaru, Petrolina, Salgueiro, Serra Talhada, Garanhuns, Mata Norte, Mata Sul, Região Metropolitana do Recife e Complexo Hospitalar Inscrições:  Até o dia 16 de julho de 2017, pela internet, através do site do IAUPE (www.upenet.com.br/concursos/17_UPE_17/UPE_17.html) Salários: Até R$ 4.599,02 Baixe o edital: Concurso da UPE Tribunal de Justiça de Pernambuco Vagas: 109 Oportunidades: Para o preenchimento de cargos de cargos de técnico judiciário, analista judiciário e oficial de Justiça. Inscrições: Começam no dia 24 de julho e seguem até o dia 24 de agosto no site da organizadora (www.ibfc.org.br) Salários: Os vencimentos variam entre R$ 4.222,45 (médio/técnico) a R$ 5.502,12 (superior). Baixe o edital: TJPE Prefeitura de Betânia Vagas: 50 Oportunidades: Preenchimento de cargos de enfermeiro, odontólogo, médico, técnico de saúde bucal, técnico de enfermagem, técnico em radiologia, assistente social, psicólogo, nutricionista, bioquímico-farmacêutico, educador físico, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, professores de inglês, letras, matemática, história e pedagogo. Inscrições: Até o dia 18 de julho, na sede da Secretaria de Administração Geral  (Praça Anfilófio Feitosa n. 60, centro, Betânia). Salários: Entre R$ 937,00 e R$ 7.700,00 Baixe o edital: Prefeitura de Betânia Prefeitura de Cabrobó Oportunidades: São inúmeras vagas temporárias de nível básico, médio e superior nas secretarias de educação (242 vagas), saúde (92 vagas), infraestrutura (62), assistência social (69), finanças e gestão (24), Inscrições: Até o dia 17, exclusivamente na internet, pelo site www.cabrobo.pe.gov.br Salários: De R$ 937 até R$ 11 mil Baixe o edital: Editais da Prefeitura de Cabrobó Prefeitura de Vitória de Santo Antão Vagas: 173 Oportunidades: Profissionais de educação especial, intérprete professor, braillista, auxiliar de educação especial e profissional de apoio escolar (cuidadores para classes inclusivas de educação especial). Inscrições: Até o dia 18 de julho, na Secretaria Municipal de Educação (Rua Demócrito Cavalcanti, nº 144, Livramento). Baixe o edital: Prefeitura de Vitória de Santo Antão Tribunal de Contas do Estado Vagas: 36 Oportunidades: Os cargos são para auditores de controle externo (áreas de Auditoria de Contas Públicas e Auditoria de Obras Públicas), analista de controle externo (áreas de Auditoria de Contas Públicas e Analista de Gestão nas áreas de Administração e Julgamento). Inscrições: Acontecem virtualmente entre os dias 11 a 31 de julho, através do site: www.cespe.unb.br/concursos/tce_pe_17 Salários: Entre R$ 11.606,55 e R$ 18.477,13 Baixe o edital: Edital do Concurso do TCE Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape) Vagas: 52 Oportunidades:  10 vagas para analistas jurídicos previdenciários e 42 vagas para analista em gestão previdenciária Inscrições: Entre os dias 19 de junho e 20 de julho pelo site da FCC (http://www.concursosfcc.com.br/) Salários: R$ 3.678,05 (com vale-alimentação de R$ 246,40) Baixe o edital: Concurso para Funape Prefeitura de Ibimirim Vagas: 12 Oportunidades: Vagas para médicos generalistas Inscrições: Até o dia 28 de julho presencialmente na Prefeitura Municipal (Av. Castro Alves, nº 432) ou pelo e-mail: selecaoibimirim2017@gmail.com. Salários: R$ 6,3 mil ou R$ 7,7 mil Baixe o edital: Edital do concurso de Ibimirim

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A vez das Dark Lagers (por Rivaldo Neto)

As cervejas de baixa fermentação tomam conta da maior fatia do mercado de cervejas do Brasil. São mais leves e refrescantes e com um teor alcoólico menor do que as de alta fermentação. Em sua maioria tem uma tonalidade mais clara que suas irmãs Ales, que tendem a ter uma cor mais avermelhada no geral. Cervejas de baixa fermentação são fermentadas em baixas temperaturas entre 6ºC e 12ºC com tempo de fermentação maior, com base em um processo inventado no século 19. São um pouco mais leves com graduação alcoólica geralmente entre 4% e 5%. As vezes fazemos alguma confusão em torno de termos e se confunde o que é Pilsen e o que é Lager. Uma das melhores definições didáticas que vi descreveu desta forma: Toda cerveja Pilsen é uma Lager, porém nem toda Lagers é uma Pilsen, isso porque a Lager é uma família e a Pilsen é um estilo. Mas para que estou dando essa rápida introdução? Como falei acima, o mercado nacional é dominado por cervejas mais leves. As cervejas mais escuras passam uma falsa ideia de ser uma bebida bem mais forte, o que na realidade não é. E com isso uma cerveja que vem ganhando cada vez mais adeptos é a Dark Lager. Mas o que são Dark Lagers? Dark Lager é caracterizada por uma cor escura proveniente da junção de malte e por vezes de caramelo, sendo que, em princípio, as Dark Lagers podem ter a junção de outros cereais. São cervejas leves e com bastante gás, levemente doces aproximam-se mais das lagers mais claras do que dos estilos de lagers escuras. E com isso, faz com que essas cervejas comecem a cair nas graças do consumidor brasileiro. Fora do Brasil, principalmente nos EUA, ela já é popular. Então quando se deparar com uma Dark Lager, prove! Vale demais a pena, pois vai abrir um espaço cativo na sua cervejeira ou na sua geladeira. Esse é o “lado negro da força” que vale a pena experimentar, para o deleite para qualquer cervejeiro Jedi. MUNDO CERVEJEIRO Muma promove harmonização de queijos e cervejas artesanais com vagas limitadas A MUMA, loja online de design autoral que traz a assinatura de profissionais emergentes e consagrados do mundo todo, abre seu showroom no bairro das Graças para uma conversa sobre como harmonizar cervejas e queijos em parceria com duas marcas locais consagradas: a Cervejaria Ekäut e o Laticínio Campo da Serra. “Nossa ideia ao abrir a loja sempre foi promover encontros e estabelecer diálogos. Esse é um evento que fomenta relacionamento com outros segmentos que também atendemos aqui na MUMA. Afinal, temos uma linha de cozinha e mesa completas”, conta Matheus Ximenes Pinho – sócio fundador e curador da marca. Serviço: Oficina de Harmonização de Queijos e Cervejas acontecerá no dia 15/07, Às 10h | Showroom MUMA| Rua Amélia, 470 – Bairro das Graças | Recife. Link para inscrição: http://goo.gl/HZcEia *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@revistaalgomais.com.br)

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A mãe de todas as reformas (por Francisco Cunha)

Confesso que sempre olhei com desconfiança a longa defesa que sempre fez o ex-governador, vice-presidente da República e senador Marco Maciel, da reforma política como a principal a ser feita no Brasil. Entendia eu que existia tanta coisa mais urgente para reformar no País que a política era de somenos importância. Continuei pensando assim, mesmo depois que, anos atrás, tive o insight de que ou o Brasil acabava com o modo de financiamento de campanhas políticas vigente ou ele acabaria com Brasil... Hoje, sou obrigado a reconhecer que Marco Maciel estava certo. Como antigo e profundo conhecedor da cena política nacional, ele percebeu, bem antes do senso comum, que manter o status quo de então não nos levaria a lugar muito bom como, de fato, não nos levou. Hoje, estamos atolados no pantanal político, num imbróglio que, pelo menos eu, nunca vi igual nos últimos 40 anos. Como sair da armadilha na qual entramos por falta de reforma no seu devido tempo? Depois de muito pensar no assunto, eu que não sou especialista mas que, por dever de ofício do planejamento empresarial, me vejo obrigado a especular sobre os desdobramentos futuros dos cenários nacionais, cheguei à conclusão de que pelo menos três medidas não podem deixar de ser adotadas: (1) cláusula de barreira; (2) voto distrital; (3) rígido disciplinamento do financiamento de campanha. A cláusula de barreira me parece imprescindível porque creio ser impossível administrar com mais de 30 partidos representados no Congresso Nacional, alguns deles com apenas um parlamentar. No que diz respeito ao voto distrital, além da melhor representação dos eleitores que possibilita, outro grande benefício de sua adoção está diretamente relacionado com os altos custos de campanha, já que os atuais distritos são os Estados inteiros, no caso das eleições de deputados. Em relação ao financiamento de campanha, a importância me parece óbvia: é fundamental que a clareza seja total ou, então, ficaremos eternamente reféns das delações premiadas... Trata-se, evidentemente, de um tema demasiado árido para quem não é do ramo mas, estou convencido, inescapável se tivermos a pretensão de desatar o nó atual. A reforma política é, sem dúvida hoje, a “mãe de todas as reformas” como nos queria fazer entender Marco Maciel e, infelizmente, não conseguiu. Sem ela, temo que as operações do tipo Lava Jato se perpetuem ad eternum. *Francisco Cunha é consultor e sócio da TGI

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“Tem mulher que gosta” (por Beatriz Braga)

Certa vez, um amigo propôs o seguinte argumento sobre o machismo cotidiano: “Tem mulher que gosta quando um cara a chama de gostosa na rua”. Ele mesmo tinha uma amiga que dizia sentir-se elogiada diante dessas coisas que eu chamava de assédio. Desanimei-me diante daquele argumento “infalível”. Eu não poderia levantar a bandeira do assédio, uma vez que nem todas as mulheres pensam como eu. Como explicar o que ser mulher há 27 anos me ensinou sobre mulheres? “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Simone de Beauvoir queria dizer, com essa frase, que a condição do gênero feminino no mundo não é completamente determinada por fatores biológicos. Aprendemos o que é ser mulher através do que nos é passado ao longo da vida. Não poderia concordar mais. Aprendemos a ser mulher quando, ainda novas, entendemos o sentido do “incômodo”. É a sensação de que há algo errado com o riso, com a fala ou tato de um homem, seja amigo, chefe, parente, médico. Quando pensamos nas reações que nossas roupas provocam. Quando abaixamos nossas cabeças nas ruas, nas praças, nos postos de gasolina, na escola, no trabalho. Quando nos calamos ou nos preparamos para ouvir em segredo. Ser mulher é ter muitas histórias ao seu redor. O estupro revelado dolorosamente a um grupo de amigas, o corpo marcado pela agressão, o tapa na cara do namorado ciumento. Ser mulher também é aprender a ser metade medo. Aprendemos a nos rodear de preconceitos, vergonhas, sequelas e silêncios. Aprendemos que ser mulher é não poder falar demais, beber demais, dançar demais. Ser mulher é, tantas vezes, precisar ser menos. Aprendemos quando começamos, menores de idade, a entender os olhares ao nosso redor. Notamos que homens muitos mais velhos repetem um olhar que, em algum momento, identificamos como desejo e que nos acompanhará ao longo da vida. Assim como vamos aprendendo que ser mulher é também desconstrução, coragem, força, resiliência. É ir além do prato que prepararam para nós nesse mundo, até agora, governado por homens. Desde pequenas, o mundo relaciona o nosso valor ao nosso corpo e muitas vezes acreditamos nisso. Somos um reflexo do julgamento dos homens sobre nós. E assim saímos nas ruas e entendemos o “gostosa” como elogio. Afinal, não é para isso que estamos aqui? Ser um objeto à disposição da chancela de um olhar masculino? Não julgarei a mulher que diz que um “gostosa” desconhecido a faz sentir-se bem. Ela foi criada para isso. Toda atitude que invade o espaço de uma pessoa, sua privacidade, correndo o risco de lhe impor medo, vergonha ou desconforto é abuso, violação, assédio. As cantadas inconvenientes são a ponta do iceberg. Tenho amigas que gritam nas ruas, devolvem as agressões com olhares agressivos, com foras ou simplesmente com um “boa tarde” retórico. Eu ainda não cheguei lá. Quando passo por um grupo de homens, instintivamente desvio o olhar, me finjo de surda e abaixo a cabeça. Tenho medo. E cada vez que isso acontece penso no hábito desses homens que aprenderam desde sempre a me desrespeitar. E aí penso no meu hábito de me calar diante deles. Aprendi a fazê-lo ao entender, lá atrás, o que ser mulher nesse mundo significa. Hábitos são poderosos. Por isso devemos questioná-los por nós e por todos aqueles que, mesmo que hoje não compreendam o peso de uma invasão, serão pais e mães de meninos e meninas que herdarão seus hábitos e passarão adiante. Vamos, juntos, mudar de escola. E bora combinar: mulher gosta mesmo é de respeito. As artes usadas na coluna foram publicadas pela campanha Chega de Fiu Fiu da Think Olga, que mapeia o assédio no País e mostra que a maioria das mulheres brasileiras não aprova as cantadas nas ruas. Aproveito para divulgar a palestra “Cantada não é elogio” da idealizadora desse projeto, Juliana de Faria: *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais *As ilustrações dessa postagem são da campanha Chega de fiu fiu (http://thinkolga.com/chega-de-fiu-fiu/)

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Confira: 8 concursos e 548 vagas em Pernambuco

As seleções públicas e concursos públicos abertos em Pernambuco vão desde as prefeituras e fundações, até o concorrido TCE. Em breve será publicado também o edital do TJ-PE. Mas por enquanto são sete editais que já tem inscrições abertas, que juntos somam 548 vagas só em Pernambuco. As oportunidades são bem diversificadas, com seleções para profissionais do nível básico ao superior. Destacamos que hoje (10) é o último dia para inscrição no concurso do Conselho Nacional Técnico em Radiologia. Outras seleções estão também nos últimos dias para finalizar essa fase. Confira abaixo o quadro de vagas e as informações referentes às inscrições e salários de cada seleção. Tribunal de Contas do Estado Vagas: 36 Oportunidades: Os cargos são para auditores de controle externo (áreas de Auditoria de Contas Públicas e Auditoria de Obras Públicas), analista de controle externo (áreas de Auditoria de Contas Públicas e Analista de Gestão nas áreas de Administração e Julgamento). Inscrições: Acontecem virtualmente entre os dias 11 a 31 de julho, através do site: www.cespe.unb.br/concursos/tce_pe_17 Salários: Entre R$ 11.606,55 e R$ 18.477,13 Baixe o edital: Edital do Concurso do TCE Universidade de Pernambuco Vagas: 338 Oportunidades: Médicos, assistentes técnicos e analistas técnicos em Gestão Universitária para serem ocupadas nas unidades de Arcoverde, Caruaru, Petrolina, Salgueiro, Serra Talhada, Garanhuns, Mata Norte, Mata Sul, Região Metropolitana do Recife e Complexo Hospitalar Inscrições:  Até o dia 31 de julho de 2017, pela internet, através do site do IAUPE (www.upenet.com.br/concursos/17_UPE_17/UPE_17.html) Salários: Até R$ 4.599,02 Baixe o edital: Concurso da UPE   Conselho Nacional de Técnico em Radiologia - Regional Pernambuco Vagas: 3 vagas (mais 75 para o cadastro de reserva) Oportunidades: Uma vaga para gente fiscal, uma para auxiliar administrativo e uma para técnico em contabilidade. Inscrições: Até o dia 10 de julho, exclusivamente via site www.quadrix.org.br. Salários: R$ 1.069,20 (para auxiliar e técnico) e R$ 2.057,15 (para agente). Os profissionais terão direito ao valor de R$ 330 de vale refeição. Baixe o edital: Concurso do CONTER   Câmara de Itaíba Vagas: 7 Oportunidades: Vagas de auxiliar de serviços gerais, assistente administrativo, auxiliar de controle interno, técnico em Contabilidade e coordenador de Controle Interno. Inscrições: Devem ser realizadas até o dia 14 de agosto de 2017, pela web: www.contemaxconsultoria.com.br. Salários: Entre R$ 937 e R$ 2,5 mil Baixe o edital: PoderExecutivo(20170622)   Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape) Vagas: 52 Oportunidades:  10 vagas para analistas jurídicos previdenciários e 42 vagas para analista em gestão previdenciária Inscrições: Entre os dias 19 de junho e 20 de julho pelo site da FCC (http://www.concursosfcc.com.br/) Salários: R$ 3.678,05 (com vale-alimentação de R$ 246,40) Baixe o edital: Concurso para Funape Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) Vagas: 100 Oportunidades: Para agentes socioeducativos (nível médio) nos municípios de Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns, Petrolina e Arcoverde. Inscrições: De 7 de junho a 14 de julho de 2017, via internet: www.institutodarwin.org Salários: R$ 1.320 Baixe o edital: Seleção para Funase Prefeitura de Ibimirim Vagas: 12 Oportunidades: Vagas para médicos generalistas Inscrições: Até o dia 28 de julho presencialmente na Prefeitura Municipal (Av. Castro Alves, nº 432) ou pelo e-mail: selecaoibimirim2017@gmail.com. Salários: R$ 6,3 mil ou R$ 7,7 mil Baixe o edital: Edital do concurso de Ibimirim  

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Navegando com o poeta João Cabral (por Leonardo Dantas)

Arruando pelo Recife, iremos ao Parque da Jaqueira a fim de sentir todo o bucolismo do Rio Capibaribe, recordando os tempos dos velhos engenhos de açúcar neste curioso passeio, embalado pelos versos do poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Tomando-se um barco a remo, na passagem de Ponte D’Uchoa, na Avenida Rui Barbosa, poderemos nos transportar para outra margem, em terras do antigo Engenho da Torre, ou, dependendo de um acerto com o barqueiro, subir o rio em direção ao Poço da Panela e outros “portos” existentes ao longo do seu leito: Porto dos Cavalos, do Vintém, do Cemitério, de Sant’Ana, do Bom Gosto, do Poço da Panela, do Caldeireiro, do Monteiro, da Porta d’Água e tantos que se perderam na memória do tempo. Neste singular passeio, logo teremos a memória aguçada para os versos do poeta que manteve esta paisagem nas retinas da memória. Agora vou entrando no Recife pitoresco, sentimental, histórico, de Apipucos e do Monteiro: do Poço da Panela, da Casa Forte e do Caldeireiro, onde há poças de tempo estagnadas sob as mangueiras; de Sant’Ana de Dentro, das muitas olarias, rasas, se agachando do vento. E mais sentimental, histórico e pitoresco vai ficando o caminho a caminho da Madalena. A navegação no Rio Capibaribe continua presente em nossos dias, não somente a utilizada por pescadores e batelões areeiros, mas também pelos que cultuam os prazeres do rio. Neste nosso itinerário sentiremos de perto a poesia de João Cabral que, nascido em Sant’Ana de Dentro, hoje Rua Leonardo Cavalcanti, tão bem soube descrever a paisagem e os tipos ribeirinhos do seu tempo de menino – A roda dos expostos da Jaqueira; O jardim de minha avó; Lembrança do Porto dos Cavalos; O Capibaribe e a leitura; Sinhá Maria boca de flor, dentre outros poemas. O Capibaribe é uma eterna presença em sua obra, como demonstra as estrofes do seu poema O Rio: Um velho cais roído e uma fila de oitizeiros há na curva mais lenta do caminho pela Jaqueira, onde (não mais está) um menino bastante guenzo de tarde olhava o rio como se filme de cinema; via-me, rio, passar com meu variado cortejo de coisas vivas, mortas, coisas de lixo e de despejo; vi o mesmo boi morto que Manuel viu numa cheia, viu ilhas navegando

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O monge que tomou banho de cuia (por Bruno Moury)

Alguns gastam rios de dinheiro para estudar em Harvard, MIT ou Stanford. Claro, é importante. Estão atrás de mais conhecimento. Querem aprimorar o que sabem nas universidades de ponta desse mundo de meu Deus. São, na maioria, profissionais bem sucedidos com sede de mais aprendizado. Procuram esses centros do saber para estudarem técnicas de gestão. O intuito, quase sempre, é aplicar aos seus negócios. O custo é alto. Mas os ensinamentos, muitas vezes, estão próximos. E de forma gratuita. Não é preciso ir para far far away. A vida é nossa melhor professora. Na última semana, fiz algo que há muito não necessitava. Faltou energia e o boiler elétrico não funcionou. Banho gelado nem pensar! O Recife anda frio que só a poxa. Enchi um balde d’água quente e tomei o velho banho de cuia. Me dei conta que ali está uma verdadeira aula de administração. Extraí pelo menos 10 ensinamentos. Harvard deveria estudar o banho de cuia e fazer um paralelo com o mundo dos negócios. Como ainda não o fez, faço eu: Ali se aprende na marra o que é (1) controle de estoque, por exemplo. A água, sua matéria-prima, está num único balde que deverá servir para toda a jornada. Você precisa dividi-la racionalmente entre todos os departamentos: cabeça, tronco, membros e partes íntimas. Presente também ensinamentos sobre (2) otimização de tempo. À medida que o tempo passa, a água vai esfriando, razão pela qual é preciso celeridade. Se bobear e cantarolar durante o expediente, ao final do turno, a água estará gelada e você terá que interromper o processo produtivo no meio do caminho, tendo prejuízos. É preciso (3) eficiência e produtividade. Fazer mais com menos. Claro, (4) precisão nem se fala, pois o sabonete não poderá cair no chão. Não poderá haver desperdício de água para lavá-lo. Necessário, outrossim, (5) liderança. Ordens são dadas para que ninguém adentre ao recinto. Não pode haver distração. A palavra é (6) foco! Tem que focar nos detalhes, pessoal! Só assim você atingirá o sucesso. O objetivo final é o (7) lucro: aquele resto d’água que sobra no fundo do balde e que lhe permite dispensar a cuia para que o derrame final seja triunfal. Para que tudo isso seja alcançado, não esqueça: (8) planejamento! Enquanto a água esquenta na chaleira, no fogão, todo o passo-a-passo deve ser planejado, afinal, não há execução sem planejamento. Há quem queira trabalhar o (9) marketing, convidando a esposa para assistir aquela cena linda de nu frontal. Por fim, é preciso pensar na (10) sucessão e passar para as próximas gerações todo o aprendizado. Quem sabe não escrevo um livro sobre isso? Desses que vendem em aeroporto. Se já existe O monge e o executivo e O monge que vendeu sua Ferrari, que tal O monge que tomou banho de cuia? Posso ficar rico que só a moléstia dos cachorros. A literatura de aeroporto é o futuro do meu futuro. Que se exploda Machado, Bandeira, Drummond, Oswald, Meireles, Xico, Prata, Sabino, Joca, Rubem e afins. Eu quero é ficar rico para estudar em Harvard e poder apresentar a tese da cuia ao Tio Sam. *Bruno Moury é cronista

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Mulher-Maravilha e o mundo dos homens (por Beatriz Braga)

“Você é mais forte do que acredita. Você é mais poderosa do que imagina”, diz a treinadora da Mulher-Maravilha no novo filme da DC Comics. Na trama, mulheres vivem reclusas em uma ilha e a heroína é destinada a acabar com a guerra no “mundo dos homens”. É a primeira vez que a personagem ganha um filme desde a criação do seu quadrinho em 1941. Na ilha de Themyscira, mulheres massacram invasores e acham homens desnecessários para o prazer. Quando vai ao mundo “real”, Diana (alter ego da protagonista) é coberta com roupas sufocantes para não despertar desejos, é assediada nas ruas e constantemente subestimada por ser mulher. Diana é autoconfiante. Aprendeu a ser ao ver as mulheres ao seu redor lutando, sendo líderes e comandando uma nação. Quando ouve que é preciso achar o “cara certo” para salvar o mundo, prontamente (e ironicamente) responde que ela “é o cara”. Ter autoestima é complicado quando crescemos ouvindo que mulher é o “sexo-frágil”. Um estudo conduzido na University College London mostrou que, apesar de não haver diferença de gênero quando se trata de inteligência, homens tendem a se perceberem mais inteligentes do que são e mulheres fazem o contrário ao redor do mundo. Elas subestimam suas habilidades, enquanto eles as inflam e ambos veem, erroneamente, seus pais, filhos e avôs como mais inteligentes que suas filhas, mães e avós. Mulheres se enxergam menos. Se acham feias, menos úteis e menos competentes, mesmo quando a verdade é o oposto. Eu vejo esse estudo dar as caras diariamente. Como fazer o contrário quando somos bunda e peitos antes de sermos mente? Onde “mulherzinha” é fraqueza e “ser homem” é bravura? O especialista em gestão indiano Raj Sisodia tem ecoado no mundo ao falar sobre a “liderança Shatki”, um equilíbrio de energias femininas e masculinas dentro das empresas. O nome homenageia a entidade indiana que é metade homem (Shiva) e metade mulher (Shatki). Na tradição indiana, todos os seres possuem as duas energias dentro de si, mas o mundo patriarcal desvaloriza as femininas (listadas como poder criativo, sabedoria e prosperidade) e valoriza as masculinas (como coragem, foco e agressão). Para Raj, as organizações do século 21 precisarão unir as duas energias, seja dentro das pessoas - permitindo os homens despertarem a energia feminina, por exemplo - e na empresa, com mais mulheres no topo. Não venho dizer que um mundo governado por mulheres seria o ideal. Unir as duas forças é o único caminho para empresas mais prósperas e um mundo mais equilibrado. Mulheres e homens. Gays, trans, cis, negros, índios, orientais, ocidentais, brancos... “Cada um está vivendo sua batalha” diz, no filme, o soldado que queria ser ator, mas “não tinha a cor certa”. Imagine só, se a batalha de um fosse sempre a batalha de todos. Uma humanidade que abarca todas as lutas não nos cansaria individualmente em falar apenas para quem nos entende. Mulher-Maravilha não é um filme isento de sexismos. Nossa heroína ainda salva o mundo seminua, para começar. Mas é o primeiro longa de quadrinhos dirigido por uma mulher, Patty Jenkins, que bateu recordes de bilheteria e limpou a barra da DC após os seus últimos fracassos. Além disso é, sim, uma visão feminina sobre o que é ser mulher “no mundo dos homens”. As protagonistas da minha infância não eram chamadas de heroínas. Eram princesas adormecidas, presas nos castelos, com vestidos pomposos demais para salvar o dia. Suas maiores ambições eram encontrar o príncipe. Enquanto eles se tornavam heróis, minhas princesas se enfeitavam e eram invejadas por irmãs mais feias, mais gordas e menos loiras. Eram sereias à espera de quem lhe desse pernas para andar. Não é à toa que passamos a vida ouvindo “já pode casar” quando fazemos algo bom. Agora podemos trocar para “já pode arrumar um emprego”, que tal? As luzes acenderam, olhei para o lado e vi minhas amigas. Mulheres-maravilha da vida real que haviam me alertado que precisamos dizer umas às outras que somos fortes e belas. Porque o mundo muitas vezes nos diz o contrário. Pensei na minha mãe, amazona-mor, guerreira que não larga o osso. Pensei em Daniela e Mariana e no nosso trabalho no ensino médio quando, na ocasião, enforcamos barbies e questionamos as histórias que nos eram contadas na infância. Pensei em todas as amazonas que me cercam. Quis dizer para cada uma: “Você é mais forte do que acredita. Você é mais poderosa do que imagina”. Porque são. E se a Mulher-Maravilha é, hoje, quem engrossa esse coro, eu abraço a personagem com orgulho. Pensando bem nas mulheres da minha vida, elas bem que poderiam governar o mundo. *Beatriz Braga é jornalista e empresária (biabbraga@gmail.com). Ela escreve semanalmente a coluna Maria pensa assim para o site da Revista Algomais    

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