Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 113 De 141

Claudia Santos

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Vantagens de malhar ao ar livre

Muita gente do Recife está descobrindo o prazer de se exercitar ao ar livre. Residir numa bela cidade, ensolarada durante boa parte do ano, já é um incentivo e tanto para essa mudança de comportamento. Mas as vantagens vão além: desde proporcionar maior contato com a natureza, propiciar novas amizades e até aliviar a depressão. As corridas e caminhadas nos calçadões e praias não são novidades, mas a prática de atividades como ioga, tai chi chuan e crossfit em grupos passou a fazer parte da rotina na beira-mar. As Academias da Cidade, espalhadas pelas praças e parques públicos, também têm motivado a população para o cuidado com a saúde aliado à natureza e ao lazer. De olho nesse movimento, profissionais da área de educação física e academias têm investido na formação de equipes e orientação de alunos nessas modalidades ao ar livre. Marcos Lima, 31 anos, malha desde os 14. Há apenas seis meses deixou a rotina das academias e passou a usar a estrutura do Parque da Jaqueira para fazer exercícios físicos. Além das quatro voltas de caminhada na pista do parque, que realiza em companhia da mulher Wellenice Lima, 28, ele faz repetições de exercícios de marinheiro, de prancha e abdominal. “Faço atividades físicas por questão de saúde mesmo. A opção pelo parque é por estar num ambiente arborizado, que provoca a sensação de frescor, além de ser gratuito”, justifica. Ter muitas pessoas caminhando e também se cuidando é uma motivação para ele. “O clima da Jaqueira é bem amistoso e agradável, não sei se volto aos ambientes fechados”, salienta. Embalados por atitudes como a de Marcos, educadores físicos investem na formação de grupos interessados em fazer exercícios em ambientes externos. Pioneiro, Jailton Santos, há 12 montou uma equipe que se reúne na Jaqueira. “Comecei esse trabalho após participar de um evento em São Paulo que já apontava essa tendência das práticas em parques, corridas de rua e treinamentos funcionais”, diz Jailton, que é professor da Running Assessoria Esportiva.   Ele afirma ser amplo o perfil de pessoas que não gostam de treinar em lugares fechados. “Vai de adolescentes a idosos”, constata o professor. Malhar ao ar livre também seduz as pessoas mais tímidas, que não curtem o ambiente das academias e ainda traz benefícios extras: “pesquisas têm mostrado que a prática esportiva em ambiente aberto alivia a depressão e melhora sociabilidade das pessoas”, informa Jailton. Essa sociabilidade foi um dos diferenciais da experiência da fisioterapeuta Juana Benevides, quando passou a trabalhar na praia e parques. Especializada em pilates e aluna de ioga, ela integrou no último ano um grupo que circulou por lugares públicos para disseminar a prática dessas modalidades. A princípio esse time de profissionais tinha o nome de Beach Pilates, que depois virou Pilates e Ioga para Todos. “A interação com pessoas novas a cada encontro foi um diferencial. Todos adoravam. O público mudava bastante. Chegamos a reunir 40 pessoas na Jaqueira”. Com o projeto, Juana e as amigas passearam por lugares da cidade como Jaqueira, Dona Lindu, Parque Santana, oferecendo aulas de graça. Ela acrescenta que uma das fisioterapeutas do grupo levou a iniciativa ainda para a praia de Pau Amarelo, em Paulista. “Após experimentar, amei fazer essas atividades ao ar livre. Gosto do clima, amo praia e adoro natureza. Juntar essas coisas foi maravilhoso e ainda tem a proposta oferecer as aulas para quem não conhece essas práticas”. O grupo entrou de férias no final de 2016 e deve retornar à ativa após o Carnaval. Período em que Juana tem praticado tecido acrobático e se preparado para morar em Luxemburgo. A fisioterapeuta tem planos também de levar o estilo de pilates ao ar livre ao país europeu. Mas antes de se exercitar ao ar livre é preciso tomar alguns cuidados.   Por Rafael Dantas

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Antes de malhar ao ar livre, fique atento a alguns cuidados

Se existem benefícios, a prática de exercícios físicos ou esportes ao ar livre tem seus riscos. Para o coordenador do curso de educação física da Faculdade Guararapes, Thiago Borges, o grande problema é a falta de orientação de um profissional antes e durante a realização das atividades. “Em geral, nas academias os alunos são sempre acompanhados por educadores físicos, que fazem a prescrição do exercício e o atendimento dos clientes”. Mas exercitar-se em ambiente externo sem esse auxílio é arriscado. “É preciso um controle do volume e da intensidade do exercício. Com um profissional qualificado o treinamento será otimizado, com melhores resultados e menos risco. Muitos problemas de saúde são descobertos quando se passa da conta. Exercitar-se é como um medicamento, quando passa da dose, tem problema”. Começar com segurança e pegando leve é a dica de Lucemberg Vasconcelos, da Accel. Ele indica que antes de tudo é preciso procurar o médico inicialmente, para testar como o corpo se comporta com o esforço, com movimento. O segundo passo é ter a prescrição de um profissional de educação física e obedecer a linha sugerida de atividades. “Hoje percebemos muitas pessoas iniciando as caminhadas por indicação médica mesmo. Após essas etapas, para quem vai fazer corrida, por exemplo, deve começar caminhando leve e ir acrescendo na distância ou diminuindo o tempo de fazer o trajeto”, aconselha. Estar exposto ao sol também é perigoso. “O uso de roupas e calçados leves, óculos de sol, chapéu ou boné, e aplicação de protetor solar são alguns cuidados a serem tomados”, alerta Edison Tresca, educador físico da Universidade Guarulhos (UNG). Ele sugere ainda que os praticantes reduzam a exigência ou duração dos exercícios em cerca de 20%, em dias e horários muito quentes. A recomendação é válida até para aqueles que estão habituados a uma prática regular de atividades físicas, não devendo ultrapassar o tempo total de aproximadamente uma hora. Outra dica é procurar malhar nos períodos mais frescos do dia, como início da manhã, finalzinho da tarde, ou à noite. “Indico evitar exercitar-se, independentemente do horário, em temperaturas superiores a 29 graus ou em dias com umidade relativa do ar abaixo de 50%”, completa. A preocupação com a hidratação não pode ficar de fora. “É preciso ingerir pequenas quantidades de líquido, preferencialmente água fresca (um ou dois pequenos goles), antes do início e a cada 15 ou 20 minutos de exercício para manter o organismo sempre bem hidratado”, recomenda Tresca.

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Contato com a natureza estimula malhar ao ar livre

O crescimento das corridas de rua é outro fenômeno que tem encorajado os recifenses a se exercitarem pelas ruas da cidade. O personal trainer Diogo Andrade dirige dois grupos que treinam diariamente na praia Boa Viagem, parte deles são frequentadores de competições e planejam correr a Meia Maratona do Rio de Janeiro neste ano. “O contato com a natureza é o que as pessoas destacam como benefício de se exercitar ao ar livre. Há vantagens de trabalhar na areia também. É recomendado para quem está saindo de uma lesão, além ajudar a trabalhar o equilíbrio, a força, resistência e mobilidade”, recomenda Diogo. Gerente do grupo Accel, que foi um dos pioneiros em treinamentos funcionais no Recife, Lucemberg Vasconcelos explica porque essas práticas têm apresentado um desempenho satisfatório aos alunos e ganhado cada vez mais adeptos. “O movimento do corpo humano em espaços públicos é um remédio que tem reabilitado muita gente. Esses treinos ao ar livre têm bons resultados porque exigem muita concentração, equilíbrio e potência. São mais estimulantes, prazerosos e proporcionam às pessoas estabelecer uma conexão entre o corpo e a mente”. Com três unidades no Recife, a Accel – que tem um trabalho integrado de atividades indoor com aulões ao ar livre e participação de corridas - vem registrando um crescimento em torno de 20% ao ano. Essa integração, que envolve aspectos físicos, mentais e espirituais, típica de algumas artes marciais orientais, levou o professor de tai chi chuan André Silva a dividir as suas aulas entre o espaço da sua associação e o parque Dona Lindu, em Boa Viagem. “Para o tai chi chuan o homem precisa manter a harmonia com o meio em que vive. A natureza faz parte do plano horizontal da convivência, quando o homem não a respeita, adoece”, afirma, baseando-se na filosofia taoista. A técnica milenar traz benefícios como a pacificação dos pensamentos, melhora na condição cardiorrespiratória e fortalecimento nas articulações. Embora a atividade ao ar livre atrapalhe a concentração necessária para os praticantes do tai chi chuan (devido a quantidade de pessoas que transitam próximo aos seus praticantes), o professor aponta alguns diferenciais significativos. “Uma das vantagens é que é benéfica para as pessoas que estão se recuperando de depressão ou que têm dificuldade e socializar-se. O ambiente externo vai desinibindo os praticantes e melhorando sua sociabilidade. Eles se relacionam com públicos diferentes que estão interagindo no espaço”, explica. Citando a filosofia de Confúcio, André acredita que as pessoas que passam pela praça e veem o grupo se exercitar sintam-se estimuladas a também cuidarem da saúde e a se integrarem com a natureza. FORÇA GOVERNAMENTAL Um espaço que virou xodó dos recifenses foram as Academias da Cidade, que completam 15 anos de funcionamento, contando com 42 unidades. Elas recebem por mês cerca de 40 mil pessoas. “Podemos dizer que está bombando. Temos um público que veio de academia com essa perspectiva de modelar o corpo, mas muita gente veio por causa da saúde”, conta o coordenador geral da academia, que é ligada à Secretaria de Saúde do Recife, Ricardo Menezes. Essas unidades oferecem aulas em horários alternativos pela manhã e à tarde, com 156 profissionais fazendo o acompanhamento e orientação aos alunos. Com menos tempo de operação, as Academias Recife contam com equipamentos de musculação em aço e também vão ganhando adeptos. Além de manter os investimentos e ampliar as unidades, outra ação da Prefeitura do Recife que impulsionou a população a aproveitar as ruas em atividades físicas foi o incentivo à prática do ciclismo, com as ciclofaixas móveis aos domingos. O uso do BikePE - sistema de aluguel de bicicletas públicas, nascido de um projeto do Governo do Estado - aumentou 17%, em 2016, em comparação com 2015. A informação é do Banco Itaú, que patrocina a iniciativa. Só nos dias úteis o crescimento foi de 30%. Desse empurrãozinho do poder público, o universitário Daniel Praxedes, 21, decidiu voltar a cuidar do corpo e da saúde. Com uns quilinhos a mais, ele voltou à academia, mas não perde a oportunidade de pedalar pelas ruas da cidade, aproveitando principalmente as ciclofaixas dos finais de semana. “Eu precisava sair do sedentarismo. Faço academia para perder o peso e a opção por também andar de bike foi porque gosto mesmo. É um exercício que me satisfaz, me sinto livre”, diz. Outra coisa que o motiva é pedalar com amigos dos tempos de escola ou da igreja. Em apenas poucos meses na ativa, ele já se sente mais disposto e mais feliz por fazer atividade com pessoas com quem tem afinidade. Conheça os cuidados que se deve ter ao se exercitar o ar livre

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As cervejas para o calor das prévias do Carnaval (por Rivaldo Neto)

O verão traz os dias mais quentes do ano, e para os amantes da cerveja não há nada melhor do que degustar um copo bem gelado da bebida. Com os diversos tipos e famílias cervejeiras, é possível encontrar opções ultra refrescantes que combinam com este período. Com o carnaval chegando e o calor aumentando, a vontade de tomar uma cerveja para refrescar cresce cada vez mais entre os apreciadores da bebida. A cidade está com uma enorme ebulição de blocos e prévias carnavalescas, com isso estabelecesse um clima pra lá de favorável para curtimos alguns estilos. De que cerveja vamos? Quais são os estilos mais indicadas para as prévias da festa de Momo? Pra começar uma Pilsen. É o estilo de cerveja mais consumida no país, o que não é pra menos, por se tratar de uma cerveja leve, clara e que combina muito bem com nosso clima. O cuidado que deve ser tomado ao comprar é observar a quantidade de milho, arroz e açúcar, adjuntos do lúpulo. Assim garante-se mais sabor! Tem variação alcoólica entre 3% e 5%. No Brasil, 98% das cervejas consumidas são do estilo Pilsen. Outra cerveja leve e de baixa fermentação são as Lagers, são igualmente leves e menos aromáticas que as tradicionais Ale. Dentro do estilo abre-se um leque de boas opções que possam incrementar as escolhas. As variações são as American Lagers que é muito semelhante as Pilsens, a Munich Hells, Ambar Lager ou até uma Dark Lager. A diferença se dá devido a alguns tipos de insumos usados e que acentuam os sabores e modificam as colorações. As weissbiers são produzidas apenas com água, lúpulo, leveduras e mais de 50% de malte de trigo, geralmente é servida sem passar pelo tradicional processo de filtragem. Dessa forma, o aroma se aproxima a odores de frutas, como a banana. Além disso, leva especiarias na receita como o cravo e a canela, o que tornam o seu gosto mais adocicado, saboroso e refrescante. Igualmente de trigo, um outro estilo que vai muito bem nesse verão são as Witbers. Sua origem é belga. São cervejas igualmente refrescantes e muito aromáticas e frutadas, tem bom corpo sem deixar de ser leve. Insumos como sementes de coentro e raspas de laranja lhe dão uma característica marcante. Então nas prévias de carnaval e nos blocos escolha cervejas com graduações mais baixas. Se estamos em alta estação, bebidas mais leves combinam melhor e vão deixar você com todo gás! Evoé! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Bunda pra cima, não! (por Joca Souza Leão)

Taí uma coisa que você nunca vai ouvir um coroa dizendo que os de antigamente eram melhores do que os de hoje: tira-gosto de bar. Nos anos 50/60, no Bar Savoy – o do poema de Carlos Pena (“são trinta copos de chope, são trinta homens sentados...”) – tira-gosto era ovo cozido (com sal, num pires, pro freguês, após tirar a casca, salgar) e coxinha (enfadada, seca, por vezes dormida). Lembro vagamente de um sanduíche de pernil. Mas, quem tinha coragem? Carne de porco sem refrigeração? O diabo é que comia. Talvez tivesse queijo-prato e presunto em cubinhos, no palito. Não lembro. (Cartas à redação). Se o local fosse bar e restaurante, havia a chance de sair um filezinho ao palito com fritas (pelo preço do filé servido como refeição) e frango à passarinho. Caldinho de feijão foi uma grande novidade. (Acho, até, que foi inventado aqui no Recife nos anos ‘60. A pesquisar). Não tinha em todo canto e quando tinha não era todo dia. Só o caldinho. Sem charque, paio, torresmo, nada. Servido em xícara de café pequeno. “Dentro do Recife” – como era chamado o bairro antigamente – uma barraca servia em xicrinha de plástico de casa de boneca; o caldinho ganhou fama, fazia fila na rua, acho que Alfredo Lisboa. Um dia, Vinte e Oito (que ganhou o apelido porque fora, no passado, o guarda nº 28 do Porto) apareceu com uma novidade no bar Chip Shandler: uma sanduicheira elétrica doméstica. Demorava a esquentar e só fazia um sanduíche por vez. Pão francês e queijo do reino. Sucesso absoluto. E estava inventado o que agora chamam Tostex. Em boteco de subúrbio e barraca de cachaça, tira-gosto era caju, umbu, cajá, charque crua e passarinha (baço de boi salgado). A gente ia a um restaurante popular e pedia, pra tira-gosto dos quatro que estavam à mesa, uma rabada, depois um sarapatel ou uma dobradinha. Hoje, o bar é uma festa. Os tira-gostos são servidos em espetos, quando grelhados, e tabuleiros. No tabuleiro do botequim tem: tem casquinho de Dona Margarida, tem; tem coxinha e tem coxão; tem empada de camarão, palmito e queijo do reino; tem pastel, bolinho de bacalhau, quibe e agulha frita, tem... tudo quentinho, feito na hora. Nos espetos, recém-saídos da brasa, tem codorna, tem; tem galeto, tem costela, tem picanha, linguiça de frango, porco e bode... tudo com farofa e vinagrete no capricho. Caldinho? Feijão, camarão, peixe, sururu... até de rabada e cozido, tem. Olho na balança, freguês, pra não engordar muito, e olho no bolso pra não gastar demais. Que é tudo bom, é. E que é caro, também. Só tem um porém. O garçom traz a empada ainda na fôrma, quentinha, dourada, com uma cara ótima. Na hora de servir, desenforma com habilidade, segurando a fôrma quente com duas colheres e dando umas batidinhas para soltar. Mas, na hora de servir, serve a empada emborcada. Seria o mesmo, leitor, que servir pizza com o queijo pra baixo. – Seu garçom, uma empada! Mas, por favor, de cara pra cima e bunda no prato!

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Trabalho é o que mais afasta casais, revela pequisa

O trabalho pode acabar com a intimidade e atrapalhar a vida a dois. Segundo pesquisa do Instituto do Casal, mais de 40% dos entrevistados apontaram que a maior dedicação à vida profissional que ao casamento é a causa número um para o afastamento conjugal. Segundo Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal e uma das coordenadoras da pesquisa, vivemos uma realidade politica, social e econômica que tem exigido das pessoas um grau de dedicação e comprometimento com o trabalho que tem afetado as relações afetivas. “Hoje, segundo dados da Organização Mundial do Trabalho (OIT), mais de 33% dos profissionais que compõem o mercado de trabalho têm uma jornada de mais de 44 horas semanais e 19,1% trabalham mais de 48 horas semanais. Além disso, 87% das mulheres que trabalham fora realizam tarefas domésticas, ou seja, têm a chamada dupla jornada”, explica Denise. Para Marina Simas de Lima, terapeuta de casal e uma das coordenadoras da pesquisa, não foi surpresa que o trabalho tenha aparecido em primeiro lugar no ranking. “O medo de perder o emprego é legítimo perante o momento atual, basta acompanhar os noticiários para ver os índices de desemprego subindo e empresas fechando. Com isso, as pessoas estão se dedicando ao máximo à profissão e descuidando dos relacionamentos”. Para Denise, dedicar-se ao trabalho também é uma das formas indiretas de investir no casamento, mas está longe de ser o suficiente para se alcançar uma relação de qualidade. “É comum pensar que depois do casamento as coisas funcionam automaticamente, ou seja, não é preciso mais cuidar, conversar, dar atenção, fazer carinhos ou preocupar-se com o bem-estar do outro. Sabemos que muitos casais caem nessa armadilha, que gera distanciamento e sérios problemas na vida a dois”. Isso nos traz um desafio: como administrar o tempo para investir nas relações afetivas com qualidade, sem deixar papel profissional de lado? Segundo as especialistas, tudo na vida precisa ter um equilíbrio. “A vida profissional é uma fonte de realização para muitas pessoas e precisamos respeitar isso. Por outro lado, o casamento também pode ser realizador, mas requer investimentos diários de ambos. O segredo é encontrar um ponto de equilíbrio entre o tempo dedicado ao trabalho, aos filhos e ao relacionamento”.

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Rumos da UFPE

Tem havido expressivas mudanças no ensino superior brasileiro. As matrículas nos cursos de graduação cresceram significativamente no País entre 2010 e 2015 (+ 25,8%), as unidades privadas ganharam mais espaço (+1,5%) no conjunto das instituições de ensino e houve reposicionamentos na hierarquia das principais universidades brasileiras. Do ponto de vista qualitativo, em algumas universidades, como a UFPE, estratégias equivocadas de gestão, ocupações, greves e vandalismos de motivação ideológica evidenciaram sinais de crise que foram percebidas com preocupação pela sociedade. A despeito do crescimento relevante nas matrículas, o percentual de estudantes no ensino superior brasileiro em relação à população com idade entre 18 e 29 anos, grupo etário que abriga a maioria das pessoas cursando a universidade, foi 21,3 %, em 2015 (Censo do Ensino Superior/INEP e PNAD/IBGE). Ademais, no mesmo ano, a importância relativa das pessoas com ensino superior completo no conjunto da população ocupada com carteira de trabalho assinada foi de 19,5% (RAIS/MTE). Esses dados evidenciam que há ainda uma grande demanda insatisfeita por cursos de graduação no País. Em 2015, um pouco mais de três quartos (75,7%) das matrículas nos cursos de graduação ocorreram em instituições privadas, com e sem fins lucrativos. E esse percentual vem crescendo ao longo dos anos. Os cursos de graduação públicos vêm perdendo espaço para os da esfera privada. Esse fenômeno traz em si um mecanismo consolidador de desigualdades a despeito dos avanços dos últimos anos com o sistema de cotas, bolsas (Prouni) e financiamento (Fies), entre outras medidas. As universidades públicas são de melhor qualidade e gratuitas. Nelas ingressam os melhores estudantes originados, em sua maioria, de escolas privadas onde o ensino médio – como comprovado pelos resultados do Enen – é superior. Os estudantes menos preparados e de menor posicionamento na hierarquia de renda do País ou frequentam escolas pagas ou enfrentam muitas dificuldades para acessarem a universidade pública. Ou seja, o sistema de ensino superior brasileiro ratifica e reforça as desigualdades geradas antes dos estudantes ingressarem nos cursos de graduação. Isso sugere que a melhor forma de democratizar e de facilitar o acesso à universidade pública é investir no ensino básico: educação infantil, fundamental e médio. A melhoria terá que ser nos três níveis para evitar retenções e desequilíbrios entre eles. As universidades federais estão entre as melhores do País. No ranking universitário Folha de S. Paulo, sete das dez melhores universidades do Brasil, em 2016, são federais. Entre as dez melhores não consta nenhuma privada. A UFPE ficou em 12º lugar perdendo duas posições no ranking em relação a 2015 quando ocupou a décima posição. Como a melhor instituição de ensino superior do Nordeste situa-se agora a Universidade Federal do Ceará (UFCE) que se posicionou em 10º lugar. A pontuação é o resultado ponderado de notas para o ensino, pesquisa, mercado, inovação e internacionalização. Claro que há diferenças de desempenho entre os diversos Centros e Departamentos, mas, na média, houve retrocesso. Cabe questionar as razões pelas quais a UFPE perdeu posição relativa, mas isso é um desafio que não cabe analisar neste espaço. A gestão da UFPE, em todos os seus níveis, deve identificar as causas e atuar para reposicionar a instituição no conjunto das dez melhores universidades federais brasileiras. Os recentes atos de vandalismo e de intolerância política que transformaram ocupações pacíficas em palco de inaceitável espetáculo de barbárie e de incivilidade, especialmente nos Centros de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, não estão associados à perda da instituição no ranking, mas sinalizam uma alteração preocupante no ambiente político e na estratégia de gestão da universidade. Os lamentáveis fatos ocorridos revelam que a direção da universidade foi leniente com as ocupações e que confiou ingenuamente em negociações com grupos radicais e descompromissados que não têm nenhuma representatividade institucional, até mesmo porque não foram legitimados por nenhuma eleição. Além do mais, o direito fundamental de ir e vir de estudantes, professores e funcionários foi cerceado de forma acintosa e violenta, rompendo um dos princípios fundamentais do nosso ordenamento jurídico. O direito de protestar de alguns não pode se sobrepor aos direitos da maioria de cumprir atividades acadêmicas e profissionais pelas quais é paga com dinheiro público. O diálogo é necessário, mas pressupõe que o outro lado deseje ouvir, negociar e cumprir o que foi acordado. Insistir neste caminho depois de renovadas confirmações de má fé põe em risco a integridade das pessoas, do patrimônio público e abala o respeito e a credibilidade que a sociedade deve ter pela instituição universitária. Fatos como esses contribuem para criar uma imagem negativa da universidade e se somam aos que têm conduzido a UFPE a perder importância relativa no conjunto das universidades brasileiras.

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Cais do Imperador, novo ponto de encontro da cidade

Uma novidade surgiu recentemente no centro do Recife e vem atraindo um público romântico, ávido por um ponto de encontro para congraçamento de amigos e curtição da brisa, contemplando o entardecer refletido nas águas da bacia do Capibaribe. Assim surgiu, o Cais do Imperador, situado em frente à Praça Dezessete onde, em 22 de novembro de 1859, desembarcou o imperador D. Pedro II, acompanhado da imperatriz Tereza Cristina, em sua visita oficial a Pernambuco. O local, no passado denominado Cais do Colégio, foi hoje transformado em ponto de convívio, com a construção de uma esplanada, na qual se abriga um café com suas mesas, que, se devidamente explorada, poderá se transformar numa grande atração turística da cidade do Recife: Bastaria tão somente um barquinho, com um saxofonista da categoria de um Edson Rodrigues, para em um recital de meia hora, nos pôr em contato com as mais belas páginas musicais de exaltação de nossa cidade, compostas por Capiba, Nelson Ferreira, Luiz Bandeira, dentre outros autores, congregando assim os românticos frequentadores dos finais de semana. Neste local, quando de sua chegada ao Recife, teria Dom Pedro II exclamado: “Pernambuco é um céu aberto”. Ao que o redator do Diario de Pernambuco acresceu “na realidade, a Veneza Americana seduzia e encantava, pois, como mágica sereia estava deslumbrante de esplendores”. (DP 23.11.1859). No mesmo Cais do Imperador gozaremos da visão do entardecer do Bairro do Recife, destacando-se o Cais da Alfândega, as pontes Giratória e Maurício de Nassau, como se encantar nas águas do Capibaribe no seu caminhar em busca do oceano. Na mesma avenida, voltado para o nascente, ergue-se o grande monumento em mármore construído em honra aos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que, saídos de Lisboa a bordo do aeroplano Lusitânia, em 3 de março, aqui amerissaram nas águas Capibaribe, em 5 de junho de 1922, realizando assim a primeira travessia do Atlântico Sul em hidroavião. O monumento, esculpido por Santos & Simões – estatuários, foi ofertado pelos portugueses residentes em Pernambuco no ano de 1927. No outro extremo da Praça Dezessete (1817), iremos conhecer a igreja do Divino Espírito Santo próxima de uma fonte com uma estátua de uma índia, esculpida em mármore, representa a nação brasileira. Trata-se de uma oferta feita pela Companhia do Beberibe em 1846, em cujo pedestal foram posteriormente fixadas quatro datas ligadas à história de Pernambuco: 1654, Restauração Pernambucana; 1817, Revolução Republicana; 1824, Confederação do Equador; e 1889, Proclamação da República. No edifício da atual Igreja do Divino Espírito Santo funcionou, durante a dominação holandesa, o templo dos calvinistas franceses – o único templo religioso levantado pelos holandeses no Recife –, construído obedecendo ao traço do arquiteto Pieter Post e concluído em 1642. Em suas imediações ficava a Porta Sul da cidade Maurícia, chamada de Porta de Santo Antônio, por onde entraram as tropas luso-brasileiras quando da Restauração Pernambucana, ao meio-dia de 28 de janeiro de 1654. A primitiva igreja dos calvinistas franceses, construída em forma de cruz latina nos moldes da igreja reformada de Haarlem (Holanda), foi, após a rendição dos holandeses, entregue aos padres da Companhia de Jesus. Entre 1686 e 1689, o templo sofreu reformas, confiadas ao mestre-pedreiro Antônio Fernandes de Matos, que acresceu no seu lado direito o edifício do colégio (demolido para dar lugar ao último trecho da Rua do Imperador). Sob a direção dos padres jesuítas, o templo recebeu a invocação de Nossa Senhora do Ó. Em seu lado esquerdo, foi construída a Capela das Congregações Marianas, fundadas em 1687, que ostenta em sua fachada a data de 1708 e em seu altar-mor a imagem de São João Batista, trasladada em 1839 da igreja olindense daquela invocação, pertencente à irmandade dos militares de Olinda, e nunca mais devolvida. O Colégio dos Padres Jesuítas do Recife, demolido quando do prolongamento da atual Rua do Imperador, esteve em atividades até 1760, ano da extinção da ordem pelo Marquês do Pombal. Após à expulsão dos Jesuítas de Pernambuco, o edifício do antigo colégio teve várias destinações, inclusive como Palácio do Governo da Capitania e Tribunal da Relação, este último instalado em 13 de agosto de 1822. A sua igreja voltou ao culto católico em 1855, sob a invocação do Divino Espírito Santo e hoje permanece, escondida entre as árvores da praça, compondo a nova paisagem do Cais do Imperador, ponto de encontro dos finais de semana da cidade do Recife. *Por Leonardo Dantas

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A volta da caxumba (papeira)

No ano passado, um surto de caxumba, também chamada de papeira, preocupou a classe médica. Em várias cidades do País, incluindo o Recife, uma quantidade atípica de adolescentes e adultos contraiu a doença. O vírus, que se multiplica na garganta e cai na corrente sanguínea, provoca inchaço nas glândulas parótidas e pode comprometer o sistema reprodutor de homens e mulheres. A transmissão ocorre por gotículas de saliva presentes no ar ou em objetos. A vacina tetraviral, que previne a caxumba, é comumente aplicada na infância. “Quando aparece uma situação como essa, nós temos que parar e rever os conceitos. Devido à forte campanha de vacinação contra a doença nas décadas passadas, acreditávamos que estávamos protegidos dela, mas o real impacto de uma vacina só pode ser analisado após aproximadamente 25 anos”, explica infectologista Filipe Prohaska, do Real Hospital Português. Segundo ele, há estudos acerca da necessidade de uma dose a mais de imunização contra a infecção, mas ainda não há nada definido.

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Obesidade infantil aumenta nas férias

As crianças estão em maior risco de ganhar peso durante as férias de verão, do que durante o ano letivo, de acordo com um novo estudo publicado no Obesity Journal. Os pesquisadores estudaram mais de 18 mil crianças, em creches, com cerca de dois anos, e descobriram que a obesidade aumentou apenas durante as duas férias de verão e não durante o ano escolar. Os resultados do estudo foram apresentados durante o simpósio Obesity Week, conferência anual da Sociedade de Obesidade, realizado no final de 2016. "Os educadores há muito tempo se preocupam se as férias de verão levam à perda do hábito de estudo. Agora, sabemos que o recesso também é um tempo de ganho de peso excessivo para os alunos mais jovens. Os resultados do estudo levantam questões para pais e gestores de políticas públicas sobre como ajudar as crianças a adotar comportamentos saudáveis durante as longas férias de verão para impedir o ganho de peso. Os resultados também sugerem que não podemos reverter a epidemia de obesidade se nos concentrarmos apenas no que as crianças estão fazendo e comendo enquanto estão na escola", afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349). Entre o início do jardim de infância e o final da 2ª série, a obesidade aumentou de 8,9% para 11,5% entre as crianças, e o excesso de peso (sobrepeso) aumentou de 23,3% para 28,7%. Nenhum aumento de peso ocorreu durante o ano escolar; tudo isso aconteceu durante as férias de verão. Os pesquisadores defendem que agora que existem dados sólidos apontando que as férias de verão são um período propício para o ganho de peso potencial em crianças pequenas, o próximo passo é trabalhar junto com as escolas para moldar os comportamentos fora do horário letivo. "Os pais podem tomar algumas medidas simples para ajudar os filhos a aderirem a um horário de sono adequado, durante todo o ano, e podem reduzir o tempo de tela", destaca o médico. Mas os pais não podem resolver o problema sozinhos. Os autores do estudo sugerem que, para reduzir o aumento da obesidade infantil e do sobrepeso, os programas escolares devem tentar moldar os comportamentos extra-escolares, bem como melhorar a qualidade das refeições escolares e da prática de atividade física durante o ano letivo. Sugerem também testar intervenções adicionais para ver o que funciona melhor, mas que podem incluir: limitações ao marketing de alimentos dirigidos às crianças e educação nutricional para os pais. "Esperamos que essas descobertas unam os esforços dos pais, educadores, defensores da saúde pública e funcionários para garantir que o verão não coloque por água abaixo os esforços feitos durante o ano letivo para não apenas ensinar as crianças a comerem bem, mas para mantê-las saudáveis", diz o pediatra, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Financiado pela Fundação Russell Sage, o estudo utilizou dados nacionais representativos para medir objetivamente a altura e o peso ao longo de um período de três anos. Os pesquisadores usaram o Early Childhood Longitudinal Study para seguir uma amostra aleatória nacional e complexa de 18.170 crianças do jardim de infância em 2010, até a segunda série em 2013. O peso e a altura foram medidos nas escolas em cada outono e primavera e os autores estimaram o aumento do IMC, a prevalência de sobrepeso e a prevalência de obesidade durante cada verão e ano escolar. O objetivo do estudo foi avaliar a importância dos fatores de risco para ganho de peso dentro e fora do ambiente escolar.

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