Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 114 De 141

Claudia Santos

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Temer inaugura campus do IFPE em Serra Talhada

O presidente Michel Temer e o ministro da Educação Mendonça Filho inauguram,hoje, o campus definitivo do Instituto Federal de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco. Com investimento total de R$ 11,7 o campus com 5.577,37m² de área construída as novas instalações possuem 12 salas de aula com capacidade total para atender 1.030 alunos, alem de dispor de quadra poliesportiva, refeitório, biblioteca, auditório, anfiteatro e laboratórios. O campus do IFPE de Serra Talhada oferece os cursos técnicos de refrigeração e climatização e técnico de logística e com campus definitivo, tem programação para ampliação para criação de dois novos cursos. Hoje a unidade de Serra Talhada funcionava em sede provisória, cedida pela prefeitura enquanto a obra, iniciada em 20014, não era concluída. Durante o evento o ministro e o presidente vão assinar a liberação de R$2.147.904,99 destinados à aquisição de equipamentos para tecnologia da informação e para aquisição de mobiliário para copa, cozinha e área de convivência; além de um ônibus e uma caminhonete.

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Cada cerveja tem uma temperatura ideal! Você sabia? (Por Rivaldo Neto)

Uma das dúvidas mais frequentes que me deparo no universo das cervejas são pessoas que têm dúvidas sobre qual temperatura deve ser servido os diversos estilos da bebida. Essa semana fui indagado por um amigo que me ligou de um Foodpark que tinha cervejas artesanais e me perguntou: “Qual a temperatura ideal para se tomar uma IPA?”. Aqui no Brasil existe uma questão cultural de qual o grau que devemos bebê-la. Absolutamente toda propaganda de cervejas sugere em frases estampadas nos cartazes ou em outras mídias a frase: estupidamente gelada. Ou mofada, ou canela de pedreiro e por aí vai. Até o compositor Chico Buarque na letra da música “Feijoada Completa”, cita esse hábito com o seguinte trecho: “Solta uma cerveja estupidamente gelada para uma batalhão, e vamos botar água no feijão”. Com a mudança no panorama do mercado de cervejas no País e a chegada de novos rótulos e estilos, essas dúvidas se multiplicaram. Aqui no Brasil, de certa forma, como a Pilsen é o tipo de cerveja mais consumido devido ao clima, realmente é propício tomá-la com uma temperatura mais baixa que os demais estilos. Mas que temperaturas são essas? Como pudemos usufruir de uma boa cerveja e em seu grau mais correto para ser degustada.   O ideal é evitar tomar cervejas abaixo de 0°C, isso mascara o sabor, pois nesse grau as papilas gustativas se fecham e aí adeus sensibilidade, sabor e teor alcoólico. E verdade que também não tem como beber uma Pilsen, nesse calor, numa temperatura de 10° C, 12° C. Se uma cerveja excessivamente gelada em alguns estilos não deve se servida, um dano “fatal” a bebida é deixá-la congelar. Isso em nenhuma hipótese. Uma dica importante antes de fazermos um apanhado de estilos é que cervejas mais claras e suaves devem ser servidas mais geladas, enquanto as mais escuras e robustas em temperaturas maiores. Isso não é uma regra determinante, mas no geral dá uma orientação. Isso também vai muito do paladar de quem bebe. O saudoso e famoso cervejólogo Michael Jackson sugere alguns níveis de temperatura que se pode aplicar ao gosto e clima do Brasil: 1- Muito Gelada (de 0 a 4°C): As Pale Lagers, Pilsens e cervejas sem alcóol. Ou seja, cervejas que têm o intuito de apenas refrescar e não degustar devido ao processo citado acima do anestesiamento das papilas gustativas. 2 - Bem Gelada: (de 5 a 7°C): Weissbiers claras, Lambics frutadas e Gueuzes (Gueuze é um tipo de cerveja lambic, típica do sul de Flandres.) 3 - Gelada (de 8 a 12°C): Lagers mais encorpadas e escuras e variações das Pale Ale, como as Ambar Ale ou Brown Ale, Weissbiers escuras, Porters, Tripel e suas variações (menos a quadrupel) também se inserem nesse contexto. As IPAS (Indian Pale Ale) ou APAS (American Pale Ale) devem ser consumidas até no máximo 12 °C. 4 - Levemente gelada ou Temperatura de Adega: Quadrupel, Strong Ales Escuras, as Stout e a maioria das cervejas especiais Belgas, incluindo as Trapistas. Mesmo com essas referências acima e, como aqui no Nordeste o clima realmente pesa, sirva uns dois graus a menos pois rapidamente chegará a temperatura ideal. O importante é aproveitar o máximo o que os variados estilos de cervejas proporcionam com seus deliciosos insumos. Um festival de aromas e sabores. MUNDO CERVEJEIRO ShowerBeer: a cerveja para ser bebida no banho Para quem gosta, qualquer hora e lugar são propícios para tomar aquela gelada – até debaixo da água. Pode soar estranho, mas muita gente curte ao tomar banho também relaxar com uma cerveja. Pensando nisso, a micro empresa sueca PangPang criou o produto perfeito para esse pessoal. A ShowerBeer tem teor alcoólico maior que o convencional e tamanho menor. “O formato garante temperatura ideal e a força etílica necessária para limpar a cabeça depois de um dia exaustivo”, disso Fredrik Tunedal, criador da invenção, em entrevista para a Vice. Por ser do tipo Pale Ale, a bebida tem um gosto mais encorpado com tons cítricos e perfil de ervas em sua composição. Além de todos esses atrativos, Tunedal alega que a cerveja foi feita dessa maneira para também ser usada como condicionador. Se é verdade mesmo o poder higienizante do produto não é possível saber, pois as pouquíssimas unidades vendidas na Suécia se esgotaram igual água e não há mais garrafas à venda. Porém, a empresa pronunciou que prepara nova remessa que poderá ser comprada nos EUA e Reino Unido. Fonte: Portal Adnews *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Confiança do consumidor aumenta 3,5% em janeiro

Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) aumentou 3,5% em janeiro frente a dezembro e alcançou os 103,8 pontos. Com isso, está 5,3% acima do registrado em janeiro de 2016. Mesmo assim, o indicador continua 4,5% abaixo da média histórica, que é de 108,7 pontos. As informações são da pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 27 de janeiro, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, os brasileiros estão mais otimistas neste início de ano porque melhoraram as perspectivas em relação à inflação, ao emprego e à renda pessoal. O indicador de expectativas de inflação aumentou 8,1%, o de desemprego subiu 8,3% e o de renda pessoal cresceu 7,5% em janeiro na comparação com dezembro. Quanto maior o indicador, maior é o número de pessoas que espera a queda da inflação e do desemprego e o aumento da renda pessoal. A população também percebe melhora de sua situação financeira e redução de seu endividamento. Mesmo assim, está cautelosa com as compras de maior valor, como automóveis, móveis, eletrodomésticos. O índice de expectativas de compra de maior valor nos próximos seis meses caiu 2,6% em relação a dezembro e está 4,5% menor do que o de janeiro de 2016. Na avaliação da CNI, isso "reflete um comportamento mais cauteloso devido à perda de rendimento com a recessão prolongada". Para o economista da CNI Marcelo Azevedo, a reação das expectativas de compra de maior valor depende da confirmação, na prática, da queda da inflação e do desemprego e da melhora da renda da população. "As compras de maior valor exigem financiamentos e, consequentemente, comprometimento de parte da renda por mais tempo. Por isso, a disposição dos consumidores vai melhorar na medida em que as pessoas se sentirem mais seguras com o emprego e com as condições financeiras", afirma Azevedo. Ele explica que o Inec é um índice importante porque antecipa tendências de consumo. Consumidores confiantes, com perspectivas positivas em relação ao emprego e seguros com relação à situação financeira, tendem a comprar mais, o que aquece a atividade econômica. Esta edição do Inec, feita em parceria com o Ibope, ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre 19 e 23 de janeiro.

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Lucilo Maranhão comemora 70 anos

Fundada em 1947, a Lucilo Maranhão Diagnósticos celebra 70 anos de atividades com novos planos. A clínica iniciou suas atividades em radiologia geral através do seu fundador, o médico radiologista Lucilo Maranhão. No começo oferecia exames de radiologia geral. Com o passar do tempo, seus dois filhos se formaram em medicina e decidiram se especializar na radiologia.  Norma Maranhão se dedicou a radiologia mamária, enquanto Ricardo se especializou em ultrassonografia. A Lucilo Maranhão Diagnósticos foi a pioneira na América Latina a receber o mamógrafo digital, que permite,  entre outros benefícios, a melhor avaliação de lesões mamárias, possibilitando o diagnóstico mais precoce do câncer de mama. Norma Maranhão também foi uma das primeiras profissionais do Brasil a realizar biópsia percutânea de fragmentos da mama guiados pela estereotaxia de lesões mamárias não palpáveis. Ricardo Maranhão, por sua vez, foi um dos primeiros profissionais de Pernambuco a utilizar o equipamento de ultrassonografia com Doppler Colorido, tecnologia inovadora que foi adquirida pela Lucilo Maranhão no início da década de 1990. Assim como os filhos, os netos de Lucilo também seguiram os passos do avô. Marcos Miranda Filho, Beatriz Maranhão, Ricardo Maranhão Filho e Lucilo Maranhão Neto estudaram medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Pernambuco (UPE), e enveredaram na radiologia, completando a abrangência diagnóstica com novas técnicas de exames. Atualmente, Marcos Miranda Filho e Ricardo Maranhão Filho atuam nos exames de raios-x, tomografia computadorizada, densitometria óssea e ultrassonografia. Beatriz Maranhão especializou-se na área da mama, realizando mamografia, ultrassonografia, punção/biópsia e ressonância magnética mamária; e, por fim, o Lucilo Maranhão Neto nas áreas de tomografia computadorizada, ultrassonografia, procedimentos guiados por USG (tireóide e mama) e ressonância magnética. A inserção familiar da terceira geração teve início em 2010, integrando o corpo clínico e participando ativamente da diretoria da unidade. Dentro do organograma de uma empresa familiar, cada um dos novos sócios da terceira geração atua, junto a Norma Maranhão e Ricardo Maranhão, na coordenação de alguns setores. Nesse ano houve também o reposicionamento da marca, aprimoramento e investimento em qualificação pessoal, o que multiplicou por oito a quantidade de serviços prestados, aumentando, assim, o número de pessoas atendidas diariamente. Hoje, a Lucilo Maranhão realiza cerca de 800 exames por dia e conta com um quadro de mais de 20 médicos prestadores, mais os 6 sócios da diretoria, que também atuam diretamente no atendimento aos pacientes. Além dos procedimentos realizados pela própria clínica, há também os serviços executados por empresas parceiras, que são reconhecidas por excelência nas suas áreas.

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Emagrecer ajuda a engravidar

Controlar o peso com uma dieta equilibrada e atividade física pode ajudar as mulheres a engravidar, além de reduzir o risco de complicações durante a gravidez e desenvolvimento de doenças crônicas nos descendentes. De acordo com o estudo publicado na revista científica "Fertility and Sterility", mulheres que irão realizar tratamentos de reprodução humana, especialmente aquelas com IMC (índice de massa corporal) a partir de 35, devem ser orientadas a realizar uma dieta antes de iniciar o tratamento, para dessa forma terem mais chances de atingir o objetivo de ser mãe. De acordo com a especialista em reprodução humana do IVI Salvador, Genevieve Coelho, as pacientes dentro do IMC normal precisam tomar menos medicação hormonal para estimular seus ovários e a redução de peso em alguns casos pode ajudar para que a gravidez aconteça de forma natural sem tratamento. “Dependendo da paciente, a única coisa que está impedindo-a de engravidar é um desequilíbrio hormonal que pode ser solucionado com a perda de peso”, afirma a ginecologista. Aborto espontâneo, parto prematuro, hipertensão e diabetes gestacional são algumas das complicações aumentadas entre obesas. De acordo com o estudo publicado na revista científica "Journal Gynecological Endocrinology", devido a um fator chamado “programação fetal”, que se relaciona à influência do ambiente uterino no desenvolvimento fetal, se durante a gravidez a gestante estiver obesa, o fator de risco do descendente desenvolver doenças crônicas, cardíacas, síndromes metabólicas ou diabetes tipo II na adolescência e na idade adulta é mais elevado. Homens obesos também podem ter problemas para conceber A fertilidade masculina também reduz com a obesidade. “Fizemos estudos dentro do nosso grupo de clínicas com 1.931 casais e comprovamos que os homens obesos ejaculavam uma média de 8 milhões de espermatozoides a menos. Em um tratamento de reprodução humana isso pode ser menos relevante, porque fazemos uma seleção dos melhores espermatozoides para fecundar o óvulo no laboratório, mas na gravidez espontânea, as chances de engravidar podem ser afetadas”, explica  Genevieve.  

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Por uma peinha de nada (por Joca Souza Leão)

2016. O ano em que quase virei um vira-casaca. Como você e todo mundo, caro leitor, eu também sei pouco, muito pouco, sobre a Islândia. Mas, por algum motivo, não sei qual, sabia-lhe a capital e, até mesmo, como se escreve: Reykjavík. Dessa Islândia de ouvir-dizer, fiquei sabendo um pouco mais com a transmissão da televisão portuguesa do jogo da Eurocopa em que os islandeses bateram os ingleses por 2 a 1 (se não me falha a memória, em julho). “A Islândia tem pouco mais de 300 mil habitantes e cerca de 10% deles, 30 mil, estão aqui em Nice, na França, dando um verdadeiro show de alegria e civilidade, torcendo por sua boa, ótima seleção”, dizia o speaker, num jogo que narrava sem nenhuma imparcialidade, mas declarada torcida. E quem nas arquibancadas não torcia pela Islândia? No final, acho, até os ingleses. No intervalo, a TV portuguesa exibiu um pequeno documentário sobre a Islândia. Cidades e vilarejos com casinhas seculares, sem prédios, sem congestionamentos e sem poluição, grandes parques e lagos. E, meu caro leitor, você não imagina como são feias as lourinhas islandesas. “Aqui, havia uma cadeia pública. Fecharam-na por falta de presos. Não há desempregados nem desabrigados na Islândia. Todos têm direito à educação e à saúde pública plena e universal. É o país com o maior índice de felicidade do mundo” – disse com convicção o narrador do documentário. (Enquanto isso, a gente paga caro pelo que se convencionou chamar de progresso, morando em cidades cada vez mais congestionadas, poluídas e violentas. Progresso? É ruim, hein?) Bem, não é novidade pra ninguém que as coisas por aqui, no Brasil, aí pelo meio do ano, iam de mal a pior. Em campo, então, nem se fala. A gente já tinha até esquecido o 7 a 1 de 2014, o Mineiratzen. Mas, e a era Dunga? Dunga não dava pra esquecer, né? Ele não deixava. Falava. Como eu não tinha como trocar Dunga, cogitei, confesso, trocar de time. Sempre achei essa história de “pátria de chuteiras” uma das invencionices geniais de Nelson Rodrigues. Patriotada. E não patriotismo. Patriotismo é saúde pública e educação. Na Copa, meu time era o Brasil. Agora, pensei, será a Islândia, porque ela tá dando show de bola dentro e fora dos gramados. Sem perda de tempo, dei tratos à bola. Escrevi ao primeiro-ministro da Islândia. Expliquei a ele direitinho a situação e pedi autorização para torcer oficialmente pela seleção deles, mesmo que ela não viesse a ser classificada para a Copa de 2018. “Não há de ser nada – disse-lhe – haverei de torcer na próxima Eurocopa e nos jogos amistosos.” Vã tentativa. Sua Excelência foi diligente e gentil. Agradeceu, mas dispensou minha torcida. Nórdico, mas também político, ele se disse “fã do futebol brasileiro”, até citou Pelé e Neymar. E, em bom e claro íslenska, recomendou-me paciência. E vaticinou: “Dunga vai passar”. Não é que passou? E eu quase viro um vira-casaca. Foi por uma peinha de nada. 2017. O Brasil volta a ser o país do futebol. (Por Joca Souza Leão)

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O'linda! O teu nome bem diz...

Aos olhos de quem a contempla pela primeira vez, Olinda se apresenta povoada de sonhos e tomada pela claridade a ofuscar as retinas de quem chega: De limpeza e claridade é a paisagem defronte. Tão limpa que se dissolve a linha do horizonte. Carlos Pena Filho Aquele conjunto de colinas, que pouco interessou aos indígenas habitantes de suas redondezas antes da chegada do colonizador, fascinou o português que nele viu o local ideal para a construção de uma vila. Segundo a tradição recolhida pelo frei Vicente do Salvador, registrada na sua História do Brasil (1627), a denominação Olinda vem de um galego criado de Duarte Coelho, porque, andando com outros por entre o mato, buscando um sítio em que se edificasse [a vila], e achando este, que em um monte bem alto, disse com exclamação e alegria: O’ linda!. A versão já fora antes relatada pelo cristão-novo Ambrósio Fernandes Brandão, autor dos Diálogos das grandezas do Brasil (1618), que residiu em Olinda na segunda metade do século XVI, sendo repetida pelo franciscano frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695-1779) e pelo beneditino dom Domingos do Loreto Couto (c.1696-c.1762), chegando o historiador inglês Robert Southey (1810) a atribuir a exclamação ao próprio Duarte Coelho: Oh! linda situação para se fundar uma vila!. Com a versão de frei Vicente do Salvador, que também residiu no convento franciscano de Olinda e começou a recolher anotações para sua História em 1587, não concorda o historiador Adolpho de Varnhagen que, meticuloso em suas conclusões, lembra que a denominação teria origem em Portugal: Nada mais natural que aquele nome fosse de alguma quinta, ou casa, ou burgo, por qualquer título caro ao donatário na sua pátria, e que ele no Brasil quisesse perpetuar [...] Sabe-se também que Olinda era o nome de uma das belas damas na novela do “Amadis de Gaula”, cuja leitura estava então muito em voga, não faltando leitores que lhe davam fé, como em nossos dias se dá à história. Alfredo de Carvalho, em Frases e palavras (1906), ao concordar com Varnhagen, chama a atenção para a existência, nas cercanias de Lisboa, das freguesias de Linda-a-Pastora e Linda-a-Velha. A versão do frei Vicente do Salvador, corroborada por Ambrósio Fernandes Brandão, é a mais aceita para explicar o nascimento da primitiva capital de Pernambuco, cujo núcleo urbano parece delineado na carta de doação, assinada por Duarte Coelho, de 12 de março de 1537. Naquele documento, impropriamente chamado de Foral de Olinda, a nascente vila recebe do primeiro donatário as terras de serventia, para uso comum dos seus habitantes. Nele se faz menção à existência da Câmara, da Rua Nova (Bispo Azeredo Coutinho), das fontes de água potável, do Varadouro Galeota (onde aquela embarcação sofreu reparos) e do Arrecife dos Navios, porto da vila que veio a dar origem à cidade do Recife. Nome poético, surgido de uma leitura de novela; ou denominação saudosista, a relembrar um sítio perdido na toponímia portuguesa; ou ainda, exclamação de um criado de Duarte Coelho, oriundo da Galícia, perdido entre as matas de cajueiros que se espalhavam na planície arenosa, hoje ocupada pelos bairros do Rio Doce e Rio Tapado, tudo serve para explicar o que há no nome: Olinda. Os olindenses, porém, a exemplo dos seus avós, têm uma explicação própria para todo esse feitiço que toma conta de quem a conhece: Quem não viu Olinda, não amou ainda! Os cronistas que descrevem a Vila de Olinda no final da segunda metade do século XVI e nos anos que antecederam ao incêndio provocado pelos holandeses, na noite de 25 de novembro de 1631, são unânimes em proclamar as suas belezas naturais e a imponência do seu casario, dominados por ricos conventos, belas igrejas, a grandiosidade do seu colégio e o ambiente acolhedor de suas residências. Em sua narrativa, assinala o capelão holandês Johannes Baers, além das construções religiosas e do Colégio dos Jesuítas, alguns aspectos importantes da casa urbana olindense: As casas não são baldas, mas, cômodas e bem feitas, arejadas por grandes janelas, que estão ao nível do sótão ou celeiro, mas sem vidros, com belas e cômodas subidas todas com largas escadarias de pedra, porque as pessoas de qualidade moram todas no alto. Os umbrais de todas as portas e janelas são de pedra dura e pesada. Na visão romântica do oficial inglês Cuthbert Pudsey, que esteve a serviço da Companhia das Índias Ocidentais de 1629 a 1640, era Olinda uma cidade formosa, situada numa curiosa situação, de prazerosa perspectiva, com edifícios suntuosos, acompanhados por raros jardins com frutos e prazeres, fontes de uma água pura e maravilhosa. Uma visão de Olinda, no início do século XVII, nos é dada por Ambrósio Fernandes Brandão, em Diálogos das grandezas do Brasil (16l8): Dentro na Vila de Olinda habitam inumeráveis mercadores com suas lojas abertas, colmadas de mercadorias de muito preço, de toda a sorte em tanta quantidade que semelha uma Lisboa pequena. A barra do seu porto é excelentíssima, guardada de duas fortalezas bem providas de artilharia e soldados, que as defendem; os navios estão surtos da banda de dentro, seguríssimos de qualquer tempo que se levante, posto que muito furioso, porque têm para sua defensão grandíssimos arrecifes, a onde o mar quebra. Sempre se acham nele ancorados, em qualquer tempo do ano, mais de trinta navios, porque lança de si, em cada um ano, passante de 120 carregados de açúcares, pau-brasil e algodão. A vila é assaz grande, povoada de muitos e bons edifícios e famosos templos, porque nela há o dos Padres da Companhia de Jesus [1551], o dos Padres de São Francisco da Ordem Capucha de Santo Antônio [1585], o Mosteiro dos Carmelitas [1588], e o Mosteiro de São Bento [1592], com religiosos da mesma ordem. Na primeira metade do século XVII, a riqueza da capitania de Pernambuco, bem conhecida em todos os portos da Europa, veio a despertar a cobiça dos Países Baixos. A produção de 121 engenhos de açúcar, correntes e moentes, no dizer de van der Dussen, viria a

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Abaixo o escapamento aberto (por Francisco Cunha)

Passei recentemente uma semana trabalhando em casa no bairro do Parnamirim e pude atentar para uma coisa que me incomodava de forma difusa e, pensava eu, episódica em dias anteriores: o barulho ensurdecedor de escapamento de motos e, pude constatar observando mais atentamente, de carros também. Sim, a qualquer hora do dia e da noite, motos e carros passam pelas ruas próximas fazendo um barulho insuportável e, evidentemente, proibido pela legislação pertinente (Inciso XI, Art. 230 do Código de Trânsito Brasileiro: “Conduzir o veículo com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou inoperante”). Trata-se de uma infração de trânsito grave, com cinco pontos na carteira, multa de R$ 195,23 e medida administrativa de retenção do veículo. Profundamente incomodado, passei a prestar mais atenção e a perguntar a pessoas diversas se também estavam percebendo a ampliação do fenômeno. Descobri espantado que não só a coisa vem num crescendo preocupante como está espalhada por toda a cidade e vários locais da região metropolitana. Há casos relatados até de caravanas de dezenas de motos promovendo verdadeiro ralis itinerantes da velocidade e do barulho. Outro dia, já mais atento ao problema, presenciei estupefato, na minha rua outrora pacata, um motorista de um veículo importado Porsche branco reduzindo a marcha e entrando numa curva com o escapamento aberto como se estivesse numa pista de Fórmula 1... E aqui não posso deixar de fazer um apelo veemente às autoridades de trânsito: ajam! Não permitam que esse abuso incivilizado continue em progressão vigorosa. Sim, vigorosa porque a permissividade aumenta o estímulo e cada vez mais e mais incentivados pela impunidade, independente da potência dos seus carros e motos, abrem os escapes e impõem sua ditadura azucrinante a quem precisa de concentração, de descanso ou simplesmente de paz nos recessos dos seus lares, um direito essencialmente democrático. Nesses tempos de ajustes fiscais severos, pode-se até prescindir de grandes aparatos fiscalizatórios: basta colocar alguns fiscais bem posicionados em determinados corredores de trânsito para multar os infratores na passagem. Tenho certeza que o valor das multas e os pontos na carteira os fará bem mais silenciosos... *Francisco Cunha, publicado na coluna Última Página, da Revista Algomais (fcunha@tgi.com.br)

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Literatura e psicanálise de mãos dadas (por Paulo Caldas)

De repente, no final do ano de 2016, é lançada outra coletânea no cenário das letras pernambucanas - Escrituras III - Manuscritos de Viagem, organizada pela escritora Lourdes Rodrigues com textos dos participantes da Oficina de Criação Literária Clarice Lispector. Segundo ela, a oficina criada em 2006 no âmbito da Associação Traço Freudiano Veredas Lacaniana, escola de psicanálise, “mantém estreito vínculo entre a Literatura e a Psicanálise”. Ela conta com maestria o nascer, o crescer e o findar, no conto William Wilson de Edgar Allan Poe, “referência de estudos literários sobre o ‘duplo’, há mais de um século”. Nos textos bem elaborados, é visível a criatividade, virtude que não pode ser ensinada conforme a organizadora, “mas consegue se desenvolver por meio de desafios que impulsionam sujeito criador”, argumenta. Dentre os participantes da coletânea aparecem nomes já publicados, caso da própria Lourdes, de João Gratuliano e César Garcia. No conteúdo, o livro cumpre o percurso dos viageiros (codinome dos participantes dessa obra) pelos mares das palavras, adota o rumo de um barco imaginário, que obedece a escalas inadiáveis pelos portos dos desafios. Durante cada uma dessas abordagens lítero psicanalistas, os autores fazem agradáveis visitas a Edgar Allan Poe, Raduan Nassar, Lígia Fagundes Teles ou mostram o perfil inocente dos bichinhos, tal o pato de Andersen.  Navegam ainda um périplo intimista, viagem em torno de si mesmo ou aportam pelos dramas do cotidiano. Trata-se de um livro que vale a pena conhecer e como vale, pois ainda reúne ilustrações de alguns dos autores, traços inspirados que adornam uma edição bem elaborada com a assinatura de Tarcisio Pereira Editor. Interessados em adquirir a obra, contatar via marilurde@gmail.com

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Espinhas

E se não tivesse acenado para mim, da janela do seu apartamento, quando passei em frente ao seu prédio, naquela manhã de terça-feira? Eu estaria longe de qualquer risco, mas não teria vivido, aos 16 anos, meses de intenso prazer. Ela morava no primeiro andar de um prédio caixão, numa rua movimentada, em Boa Viagem. Eu morava em outro prédio, uma quadra adiante. Todos os dias passava na frente da sua casa, mas nem a conhecia. Nunca tinha notado, sequer tinha visto aquela morena de lábios carnudos. Mas neste dia escutei um “Ei, gatinho!”. Gatinho é foda, odeio isso. Mas me vi a procurar de onde vinha aquela doce voz. “É comigo mesmo?”, pensei. Olhei para cima e lá estava Débora com aquele sorrisinho escroto de canto de boca, fazendo assim com o dedinho, me chamando para subir. “Olhe que eu subo, viu!?”, respondi. “É para subir mesmo”, ela gritou. Obedeci. Casada, logo vi pela aliança na mão esquerda. Nem me conhecia. Mas disse que me via passar todos os dias. Era o trajeto do meu colégio. Ela era muito gostosa. Estava com uma blusinha, dessas de ficar em casa, sem sutiã, com os peitos agudos, como se estivesse com frio. Bronzeada, a marca do biquíni se confundia com o fio estreito da peça que usava. Não era magra, mas também não era gorda. Tinha carne. Muita carne. Jamais perguntei-lhe a idade. Mas certamente não tinha menos que 35. Corpo escultural, tipo sedutora mesmo. Já experiente e, eu, um pivete de 16, em plena ebulição hormonal. Pediu que eu deixasse a mochila do colégio no sofá. “Quero te mostrar meu quarto”. Puxou-me pelas mãos. Não tinha trocado mais do que duas palavras. A casa era bagunçada, pequena. Sentou-se na cama, de frente para mim. Estava no comando, dando ordens, ensinando-me tudo. Só quando terminamos me dei conta do perigo. Mesmo assim, passei seis meses da minha vida nessa rotina de, pelo menos duas vezes por semana, visitar minha “professora”. Até que um dia, a placa de “vende-se” na janela do seu quarto. Dona Sheila, uma senhora de seus 70 anos, vizinha de Débora, chegava com sua cesta de frutas. “Seu parque de diversões já se mudou, garoto”. “Bem feito, a casa caiu pra ela!”, disse a velha que ainda alfinetou, cortando meu coração: “De todos os que vinham aqui, você era o mais jovem”. Calei-me e fui embora. Foram seis meses intensos. Mas Débora não foi leal aos meus sentimentos. Sua chama não era só minha e do seu marido. Era de muitos. Sequer se despediu. Aos 16 anos eu pensava que Débora e minhas espinhas eram eternas. Estava hipnotizado e viciado. Agradeço todos os dias por ter sido convocado por aquele furor uterino numa manhã ensolarada de 1990. Para minha surpresa, encontrei-a numa livraria, em Casa Forte, dias atrás. Acenei de longe, mas não me reconheceu. Ou fez de conta que não. Sei lá, já se foram 25 anos. Deve estar beirando os 60. Usava um vestido longo com estampa florida, rosto envelhecido, magra, cabelo curto, e certo ar de tristeza. Claro que o tempo também chegou para Débora – e para mim -, mas ainda se percebe as curvas generosas que a natureza lhe emprestou. Segurava a mão de uma lindo garotinho que aparentava ter 6 anos e lhe chamava de “vó”. Tive vontade de ir lá e, respeitosamente, dizer o quão grato sou. Mas achei inapropriado. Fiquei com medo de ouvir um “Débora não, por favor, dona Débora. De onde lhe conheço?”. As espinhas cicatrizaram. O tempo voou. Eu era apenas um fedelho sortudo a se divertir. E Dona Débora era apenas Débora, a adúltera que me abduziu.

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