Claudia Santos - Página: 131 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Claudia Santos

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Célula-tronco a partir do dente de leite

O Diretor do Centro de Criogenia Brasil (CCB), Carlos Alexandre Ayoub, está hoje no Recife) para apresentar a palestra Medicina Regenerativa: a coleta de células-tronco a partir da polpa do dente de leite. Da mesma forma como acontece com o armazenamento das células-tronco do sangue e do tecido do cordão umbilical, o CCB, através de tecnologias desenvolvidas e pesquisas, também realiza o armazenamento de células-tronco encontradas na polpa do dente de leite. Estas podem ser utilizadas para o tratamento de síndromes raras, autismo, diabete, doenças neurodegenerativas, Mal de Alzheimer, Parkinson, entre outras. A polpa do dente destaca-se pelo fato de fornecer células-tronco mesenquimais (bem mais primitivas que as células do cordão umbilical) multipotentes e imunocompatíveis, isto é, elas podem servir não só ao doador, mas também a toda sua família. Além de ser possível a utilização em até três gerações, ascendente ou descendente. O CCB, primeiro e único banco de coleta de células-tronco da polpa do dente do Brasil, tem autorização oficial do Ministério da Saúde para realizar a expansão celular. As células isoladas podem ser expandidas, criopreservadas e fornecidas ao cliente. A coleta é feita no consultório do dentista, em pacientes com idade entre 2 e 12 anos, período de troca dentária natural. O dente de leite é extraído e, no lugar de ser desprezado, é colocado em um kit específico, aprovado pelo Ministério da Saúde. O material é armazenado em nitrogênio líquido, fazendo com que as células permaneçam em perfeitas condições de uso por tempo indeterminado. A palestra, aberta ao público, será realizada nesta quinta-feira (28/07), das 17h às 19h, no auditório do Rio Mar Trade Center.

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Cresce evidência que muriçoca pode causar Zika

Além do Aedes aegypti, o Zika também pode ter outros vetores, como o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca, sobre o qual crescem as evidências de que pode estar envolvido na emergência do vírus no País. O alerta foi feito por Constância Flávia Junqueira Ayres Lopes, pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (IAM) da Fiocruz em Recife, Pernambuco, em uma mesa-redonda sobre “O mosquito, o vírus e o que temos para combatê-los”, durante a 68ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizado no início deste mês , no campus de Porto Seguro da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Em entrevista à Agência Fapesp, a pesquisafora disse haver sérias dúvidas se o Aedes aegypti é um vetor exclusivo do vírus Zika. “Em ambientes silvestres várias espécies de Aedes estão implicadas no processo de transmissão. Por que em ambientes urbanos somente uma espécie estaria envolvida?”, questionou. De acordo com a pesquisadora, o mosquito Aedes aegypti começou a ser incriminado como vetor do vírus Zika em 1947, quando foi encontrado em uma floresta com nome homônimo em Uganda, na África, por pesquisadores financiados pelo Instituto Rockefeller, dos Estados Unidos. Os pesquisadores estavam tentando isolar o vírus da febre amarela e, para isso, estudaram mosquitos de espécies de Aedes, velhos conhecidos como transmissores da doença. Ao analisar o material coletado, eles observaram que o vírus que isolaram era diferente e o batizaram de Zika em homenagem à floresta onde foi descoberto. Desde então, diversos outros isolamentos do vírus Zika foram feitos a partir de diferentes espécies de Aedes, como o Aedes africanus, contou a pesquisadora. Em 1966, quando houve a primeira emergência do vírus Zika, na Malásia, foram analisados inúmeros pools de mosquito no país asiático e identificado apenas um como Aedes aegypti. Já nas epidemias mais recentes do vírus Zika, como em 2007, na Micronésia, na região do Pacífico, quando cerca de 70% da população da ilha de Yap, com população de 7,3 mil pessoas, foi infectada, não foi encontrado nenhum pool de Aedes aegypti, afirmou a pesquisadora. “Na verdade, há pouquíssimos mosquitos Aedes aegypti na Micronésia. Há outras espécies de Aedes na região, mas o Aedes aegypti é muito raro na maioria das ilhas e completamente ausente nas ilhas onde houve uma grande ocorrência de casos de infecção pelo Zika vírus”, disse. Quando ocorreu a epidemia, Lopes entrou em contato com pesquisadores da região a fim de saber qual era a espécie de mosquito mais abundante por lá. A resposta dos pesquisadores foi o Culex quinquefasciatus, que não tinha sido investigado como um vetor do vírus Zika. “A questão é que todo mundo que estudou a circulação do vírus Zika antes só olhou para as espécies de Aedes. Como esses mosquitos já são conhecidos como vetores de dengue, chikungunya e febre amarela, por que não seriam também do Zika?”, explicou Lopes. No início da emergência do Zika no Brasil, a pesquisadora decidiu investigar se o Culex quinquefasciatus também poderia transmitir o vírus. O mosquito é 20% mais abundante do que o Aedes aegypti no ambiente urbano e é vetor de outros arbovírus (transmitidos essencialmente por artrópodes), como o do Oeste do Nilo e da encefalite japonesa, que são próximos do vírus Zika. Além disso, começou a chamar a atenção da comunidade científica e da Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio de cartas publicadas em revistas como Lancet, sobre a urgência e a necessidade de se investigar outras espécies de mosquito que também podem ser vetores do vírus Zika, e não apenas o Aedes aegypti . “Até então, infelizmente, a comunidade científica e a OMS estavam focando só o Aedes aegypti e todo o combate ao vírus Zika foi voltado exclusivamente para essa espécie de mosquito, negligenciando uma série de outras, como o Culex quinquefasciatus”, afirmou Lopes. Os resultados dos ensaios realizados pelos pesquisadores, em que foram infectados, em laboratório, mosquitos Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti com Zika para comparar suas capacidades de transmitir o vírus, indicaram que o desempenho das duas espécies é muito semelhante. Os pesquisadores conseguiram observar a presença do vírus Zika na glândula salivar dos mosquitos Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti três dias após infectados. “Esse ciclo é menor do que o do vírus da dengue, que leva entre 10 a 15 dias para vencer as barreiras de resistência e chegar à glândula salivar dos mosquitos. O pico de surgimento do vírus Zika na glândula salivar dos insetos ocorre sete dias após serem infectados”, detalhou Lopes. A fim de verificar se o vírus Zika era capaz de sair da glândula salivar e ser encontrado na saliva dos mosquitos, os pesquisadores realizaram um teste em que exphttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgam os insetos a um papel filtro coberto com mel e um antibiótico. Ao se alimentar do mel, os mosquitos depositavam saliva no papel filtro, que era coletada e dela extraído o RNA. O resultado do ensaio, em vias de ser publicado, aponta que o Zika está presente e com carga semelhante na saliva dos mosquitos Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti.“Como o Culex quinquefasciatus é mais abundante no ambiente urbano do que o Aedes aegypti, queremos saber agora qual tem maior importância no papel de transmissão do vírus Zika”, disse Lopes. Os resultados dos estudos realizados pelos pesquisadores da Fiocruz foram apresentados à OMS, que recomendou à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) que outras espécies de mosquitos – principalmente o Culex quinquefasciatus – fossem investigados em regiões com casos registrados de infecção por vírus Zika no mundo. Mudança na forma de controle Na avaliação de Lopes, uma das implicações de ter outras espécies envolvidas na transmissão do vírus Zika, caso seja comprovado, é que mudará drasticamente a forma de controle da infecção, que hoje está focada exclusivamente no Aedes aegypti.Os hábitos do Aedes aegypti são bastante diferentes dos do Culex quinquefasciatus, ressaltou. Enquanto o Aedes aegypti pica durante o dia, o Culex quinquefasciatus pica durante a noite. Isso deve provocar uma mudança de hábito das pessoas – especialmente as grávidas – que estão tomando medidas de proteção contra a picada, como o

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Seminário debate soluções para cenário brasileiro

A Faculdade dos Guararapes (FG) – integrante da rede internacional de universidades Laureate – reúne, sábado (30), especialistas de renome nacional na área da economia, política, meio jurídico e comunicação para debater soluções e novos caminhos para o desenvolvimento econômico do País. Aberto ao público, o "Seminário Brasil: Cenários e perspectivas" acontece das 14h às 19h, no auditório do campus Piedade da FG, na Rua Comendador José Didier, 27. O evento é realizado pelo Instituto de Defesa do Cidadão (IDC) e contará com apoio da FG, CTI Nordeste, Espaço Jurídico e Instituto Calango de Brasília. O público-alvo são intelectuais, políticos, empresários, profissionais liberais e estudantes. Estarão em pauta temas como: conjuntura política, corrupção, Operação Lava-jato, papel da mulher na política, economia, cultura criativa e o papel da imprensa nas crises políticas. Entre os palestrantes estarão presentes a economista Tania Bacelar, o economista e secretário de Audiovisual do MinC, Alfredo Bertini; e o senador da República, economista, ex-Ministro da Educação e ex-Governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, além do fotógrafo Orlando Brito. Inscrições Os interessados devem se inscrever no site: www.even.tc/seminario-brasil-cenarios-e-pe. A inscrição custa R$90,00 (inteira), R$45,00 (meia) e R$35,00 + 1kg de alimento (para estudantes da instituição). A arrecadação dos itens será destinada ao Hospital de Câncer de Pernambuco. Outras informações sobre o Seminário Brasil: Cenários e perspectivas pelo telefone: 3461.5514 ou 98714.6862. PROGRAMAÇÃO: 14H00 – Painel 1 Temas: ''A Indústria do Audiovisual e o Desenvolvimento Econômico'' ''Direito Autoral e Pirataria'' Palestrantes: Alfredo Bertini | Economista e Secretário de Audiovisual do MinC. Ricardo Castanheira | Diretor-geral da Motion Picture Association. Moderador: Roberto Pereira | Secretário Executivo da Fundação CTI/Nordeste. 14H45 – Painel 2 Temas: ''O papel da imprensa nas crises políticas" "A solidão dos Presidentes'' Palestrantes: Orlando Brito | Um dos maiores fotógrafos do mundo. Trabalhou no jornal O Globo, Veja e Jornal do Brasil. Recebeu o prêmio World Press Photo do Museu Van Gogh (Amsterdã, Holanda) e por onze vezes o Prêmio Abril de Fotografia, inclusive o de HorsConcours. Tales Faria | Editor do blog Os Divergentes, foi vice-presidente e publisher do Portal iG, colunista, repórter, diretor e editor de veículos como IstoÉ, jornais O Globo, Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil. Moderador: Patrícia Raposo | Diretora da Redação da Folha de Pernambuco. 15h30 – Painel 3 Temas: ''A Crise Política e a Corrupção'' ''Limites à atuação do Poder Judiciário no Processo Político'' Palestrantes: Melillo Dinis | Advogado, escritor e cientista político. Francisco Mário | Procurador do Estado de Pernambuco e professor do Espaço Jurídico. Marcello Diniz Cordeiro | Superintendente da Polícia Federal (a confirmar). Moderador: Paulo Suzano | Advogado e membro da Comissão de Justiça e Paz de Brasília. 16h15 – Painel 4 Temas:''Brasil: para além da crise Econômica'' ''O novo papel das mulheres na política'' Palestrantes: Tânia Bacelar | Graduada em Ciências Sociais pela UFPE e em Ciências Econômicas pela UNICAMP. Especialista em Planejamento Global pela CEPAL, possui Doutorado em Economia pela Universidade de Paris I - Panthéon-Sorbonne e foi Secretária da Fazenda e do Planejamento do Governo de Pernambuco. Rita Polli Rebelo | Jornalista, Coordenadora da União Brasileira de Mulheres do Distrito Federal. Atualmente trabalha na Procuradoria da Mulher do Senado. Moderador: Jamildo Melo | Editor do Blog do Jamildo. 17H00 – Painel 5 Palestra Especial: ''A Conjuntura Política e os Novos Rumos do País'' Palestrante: Cristovam Buarque | Senador da República, economista, ex-Ministro da Educação e ex-Governador do Distrito Federal. 17h45 – Debate. 18h – Encerramento.

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Lazer cultural para todos (Por Romildo Moreira)

Ainda trilhando no mote das férias, assunto do artigo anterior, ouso convidar os que assim se encontram em acrescentar um pouco aos seus hábitos após o período de férias, o lazer cultural. Com isso, além dos benefícios intelectuais que se adquire, como bem sabemos, há o benefício físico e mental que diminui, e muito, a carga de estresse em qualquer pessoa que assim agir. Ler, ir ao cinema, visitar exposições, assistir espetáculos de teatro, circo, dança, música, etc., são antídotos perfeitos contra o estresse. No Recife, encontramos equipamentos culturais perfeitos para tornar hábito o lazer cultura e sem ter que gastar muito, quando não for franqueado o acesso. E são vários os exemplos. Vejamos alguns: O Teatro de Santa Isabel, um dos mais antigos teatros monumento do país, mensalmente apresenta concertos gratuitos da Orquestra Sinfônica do Recife, sob a regência do Maestro Marlos Nobre e também da Banda Sinfônica do Recife, regida pelo Maestro Nenéu Liberalquino. O Cinema São Luiz, um patrimônio remanescente das casas luxuosas de exibições cinematográficas do Brasil, diariamente oferece uma programação de qualidade, com preços acessíveis. O Centro Cultural Correios, que além de exposições gratuitas de artes plásticas e visuais, mantém uma programação que reveza artes cênicas e musicais em um teatro aconchegante, a preços simbólicos. O Museu Cidade do Recife, instalado no Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José, que além da beleza arquitetônica, oferece exposições gratuitas de grande relevância para a cultura local. O Paço do Frevo e o Museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga, ambos nas imediações da Praça do Arsenal, no bairro do Recife, entre os mais novos equipamentos que a cidade dispõe, permitem ao visitante um mergulho prazeroso na história e nos costumes culturais do povo de Pernambuco. Lembremos ainda da Oficina de Cerâmica Francisco Brennad e do Instituto Ricardo Brennand, instalados na Várzea, que além de causar um verdadeiro deslumbramento pela grandiosidade dos espaços, há, sobretudo, o acervo criado por Francisco no primeiro e a coleção do Ricardo no segundo, ambos memoráveis. Cafés e livrarias interessantes espalhadas pelo Recife não são difíceis de encontrar em bairros como Casa Forte, Graças e Bairro do Recife (que o povo insiste em chama-lo de Recife Antigo, como se antigo no Recife fosse apenas aquela ilha. Mas como bem disse Coelho Neto, o povo é sábio e o que o povo diz, Deus assina em baixo) e também nos shoppings. Dados os exemplos, fica a confirmação de que é possível criar o hábito cultural em pessoas de qualquer realidade social, porque a capital pernambucana oferece arte e cultura para todos os gostos; é só procurar e desfrutar. Encerro este artigo externando o imensurável prazer que sinto em saber que a cidade do Recife já pode contar com o Teatro Barreto Júnior com seu sistema de ar condicionado perfeito, oferecendo ao público local espetáculos de artes cênicas em temporadas convencionais. Para isso, estão abertas inscrições de projetos de ocupação da pauta até o dia 1º de agosto, e o regulamento com seus respectivos anexos estão disponíveis no site da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br), assim como na administração do próprio teatro, situado à Rua Estudantes Jeremias Bastos, S/N, no bairro do Pina. As pautas em licitação são para espetáculos adultos e infantis, nos meses de agosto e setembro. Mais informações poderão ser adquiridas através do telefone 81-3355- 6399.  Antes dos espetáculos da concorrência o Teatro Barreto Júnior vai oferecer uma programação especial de férias, iniciando com Angélicus (vide indicação abaixo), e na sequência dois espetáculos para o público infantil que são: Os Três Porquinhos, dias 23 e 24 e Vento Forte Para Água e Sabão, nos dias 30 e 31.     DICAS DE ESPETÁCULOS EM CARTAZ NO RECIFE: - “Angelicus”, com o Grupo Matraca de Teatro. Local: Teatro Barreto Jr. Dias: 16 e 17/07 às 20h. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 33556399. - Programação do XIII Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco - “Meu Reino Por Um Drama”, com a Métron Produções. Local: Teatro de Santa Isabel Dia: 16/07 – às 16h30. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00. – Informações: 33553322. - “Branca de Neve”, com o Humantoche Produções. Local: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu) Dias: 16 e 17/07, às 14h30. Preços: R$ 20,00 e R$ 10,00 – Informações: 33559821. - “Malévola e Aurora em Uma Bela Adormecida”, com a Capibaribe Produções. Local: Teatro Experimental Roberto Costa (Paulista North Way Shopping) Dias: 16 e 17/07, às 16h30. Preços: R4 20,00 e R$ 10,00. – Informações: 988590777.

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Anatomia dos juros altos

O Brasil pratica a maior taxa de juros real e nominal do planeta. A esse custo do dinheiro trava-se o consumo e o investimento. Ademais, o custo fiscal é muito alto. Em 2015, o governo pagou aos credores cerca de meio trilhão de reais de juros, equivalente a 8% do PIB. E entre dezembro de 2014 e de 2015, graças à elevação da taxa de juros, o País desembolsou R$ 190 bilhões a mais. Esse valor é muito superior à meta de déficit primário aprovado recentemente pelo Governo Temer para 2016. As razões para o Banco Central praticar eventualmente juros altos não residem apenas no seu objetivo de manter a inflação de demanda sob controle. Há outras duas razões macroeconômicas importantes. Até o início da década passada juros altos atraiam capitais de curto prazo que ajudavam a financiar o déficit de transações correntes. Historicamente, investimento direto e financiamentos externos não fechavam essa conta. Os capitais de curto prazo eram quase sempre necessários para bancar a diferença. Por conseguinte, quando o País não conseguiu gerar saldos crescentemente positivos na sua balança comercial e atrair novos investimentos e financiamentos de forma sustentável, juros reais elevados foram funcionais para atrair os dólares necessários para equilibrar o balanço de pagamentos. A outra razão - muito mais importante e atual- é o desequilíbrio fiscal do setor público. Este setor captura a poupança privada oferecendo taxas de juros atraentes para financiar o seu déficit. A irresponsabilidade fiscal do passado gerou enormes déficits internos que são financiados com poupança privada intermediada pelas instituições financeiras. Uma vez que o estoque da divida representa cerca de 68% do PIB, o mercado para cobrir a possibilidade do default incorpora aos juros um fator de risco. Para rolar essa divida, indexada parte a Selic e parte a índices de preço, a União precisa oferecer uma remuneração que, no fundo, estabelece uma rigidez para baixo na taxa de juros real. Esses são os fundamentos para o argumento de que a taxa de juros real no Brasil tenha um piso alto porque cumpre duas funções: a primeira, agora não mais existente, mas que foi importante no passado, é ajudar a financiar o déficit externo (transações correntes), captando poupança do resto do mundo e, a segunda, bastante atual, é financiar o déficit interno (divida pública), captando poupança doméstica através do sistema financeiro. Todavia, essas razões não são as únicas que explicam as altas taxas de juros. É necessário entender, também, como funciona a intermediação financeira no Brasil e porque esse mercado pratica spreads (diferença entre o custo da captação e da aplicação) tão elevados. Segundo o Banco Mundial, o spread, brasileiro é um dos mais altos do mundo (22,8% em maio de 2016, sendo 32% no segmento de pessoas físicas e 12,2% no de pessoas jurídicas). Por que essa diferença é tão alta? Em primeiro lugar, há um prêmio pela inadimplência. Na composição do spread, a inadimplência responde, por cerca de um quarto da diferença. Em segundo lugar, há o mark-up dos bancos constituído pela soma das participações no spread das despesas administrativas (9,2%), dos impostos diretos (25,4%) e dos lucros (37,75%; dados de 2014). Pergunta-se: Existe indício de cartelização por parte do sistema bancário? Os lucros dos bancos são exagerados? A teoria econômica ensina que, em mercados onde o produto é artificialmente escasso e muito caro em comparação com mercados onde há mais competição, existem fortes indícios de práticas monopolísticas. Existe, de fato, um poder de mercado que se manifesta pelo elevado spread, pela escassez relativa de crédito e por altos lucros. O spread bancário é uma medida da eficiência e da competitividade do sistema financeiro. Países mais desenvolvidos e com sistemas financeiros mais competitivos apresentam spread inferiores a 10% e volumes de crédito, medidos com relação ao PIB, relativamente elevados. Além disso, a concentração bancária está longe de ensejar uma saudável concorrência no mercado de crédito. No Brasil, os quatro maiores bancos- dois públicos e dois privados- respondem por 70% do volume de crédito. É importante estimular a competição entre os bancos. Mais competição amplia o crédito e reduz o seu custo. Isso significa maior desenvolvimento para o mercado financeiro e para a economia como um todo. Caso essas condições se estabeleçam, os juros irão cair até atingir um ponto de equilíbrio que sempre será testado pelo mercado. O importante é que a oferta de crédito aumente e o seu custo caia a níveis que permitam retomar o crescimento econômico.

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Conjuntura torna eleição imprevisível

Múltiplas candidaturas. Pelo menos cinco partindo com força - seja de estrutura, reconhecimento político ou tempo de TV. As eleições municipais do Recife sinalizam um cenário com toda tendência de segundo turno, após 12 anos. A última eleição na capital pernambucana que foi para o segundo turno foi entre João Paulo e Roberto Magalhães, no ano 2000. A deliberação oficial sobre as candidaturas e coligações acontece entre 20 de julho e 5 de agosto. Mas a disputa já começou há um bom tempo. O PT e DEM (na época ainda PFL), atores daquele embate voltam fortes nessa eleição, mas sem favoritismo. Os democratas representados pela pré-candidata e deputada estadual Priscila Krause. Os dois mais votados nas eleições 2012, Geraldo Júlio (PSB) e Daniel Coelho (PSDB) voltam a se enfrentar no pleito de outubro. O partido do prefeito apresenta recall maior que naquele embate, mas sem uma figura que foi fundamental para aquela decisão: Eduardo Campos. Junta-se a esse grupo o deputado estadual Sílvio Costa Filho (PRB), que sonhava até então com o apoio dos petistas e do PTB, do senador Armando Monteiro. Mais duas candidaturas com menor estrutura já foram postas: o deputado estadual Edilson Silva (Psol) e o presidente do PV Carlos Augusto Costa. “Podemos esperar uma eleição muito pulverizada. Muitos candidatos, muitos dos quais competitivos. O segundo turno é certo e o resultado é uma incógnita. Priscila agrega a bandeira da mulher, além de experiência no Legislativo. Ela tem capacidade de reunir as chamadas bandeiras de centro-direita. Daniel sempre teve excelentes performances devido a sua boa capacidade comunicacional”, avalia o cientista político e professor da Unicap, Thales Castro. Apesar do reconhecimento popular de João Paulo, o especialista acredita que o desgaste do impeachment no seu partido trará dificuldades para o ex-prefeito recompor sua base e reinventar o discurso. A participação do DEM e do PSDB no ministério do governo provisório de Michel Temer é visto pelo cientista político Túlio Velho Barreto como um fator que poderá resultar num empoderamento dos seus candidatos na disputa local. No caso, Priscila Krause e Daniel Coelho. No entanto, ele ressalta que horizonte político até outubro ainda não é claro. Um maior ou menor envolvimento dos atores políticos locais no governo e o desgaste das denúncias de corrupção poderiam tanto contribuir como prejudicar tais candidatos no Recife. “A morte de Eduardo Campos, único real líder do PSB no Estado, certamente, afetará a campanha. Não se sabe o que acontecerá com a disposição do PMDB de emplacar o candidato a vice na chapa, o que significaria o afastamento do atual vice- -prefeito Luciano Siqueira, do PCdoB”, avalia. Sobre o prefeito Geraldo Júlio, Thales destaca que o socialista entrará numa eleição na situação oposta a que enfrentou quatro anos atrás. Em 2012, a força e habilidade de costura política do ex-governador Eduardo Campos, aliado ao intenso desgaste interno do PT, que detinha a prefeitura, levou o então desconhecido secretário de desenvolvimento econômico, mas com rejeição baixíssima, a uma vitória no primeiro turno. “Geraldo Julio tinha Eduardo Campos como principal cabo eleitoral e ainda contava com uma aliança com Lula e Dilma. Há uma diferença brutal desse contexto de alianças”, afirma. Na ocasião, o atual prefeito contava com 12 partidos no seu palanque, que garantiu a eleição do então pouco conhecido secretário no primeiro turno. Daquela Frente Popular, ao menos o PRB e PV terão candidaturas próprias. Até o partido do vice-prefeito Luciano Siqueira, o PCdoB, não está garantido na coligação devido ao apoio socialista ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para Velho Barreto, as dificuldades da gestão socialista se agravaram com o afastamento das legendas do DEM e  do PSDB em Pernambuco e no Recife. “No plano local, o PSB parece ter se precipitado ao afastar ainda mais o DEM e o PSDB ao solicitar os cargos que esses partidos ocupavam na prefeitura e Estado. Tal fato pode ter sido resultado do açodamento dessas legendas em lançar os seus pré-candidatos, mas, fundamentalmente, parece ter resultado da inabilidade em costurar a manutenção da aliança ou de manter uma relação de proximidade que permitisse alguma composição na frente, ou seja, antes, durante ou depois da disputa eleitoral”, afirma. Além das múltiplas candidaturas fortes, a crise econômica e política torna a eleição ainda mais imprevisível. “O cenário nacional de incerteza, denuncismo e delações promove uma desorientação no eleitor. Em outubro ainda estaremos submersos nessa crise continuada. Uma eleição atípica e oposta ao quadro econômico de 2012, quando Pernambuco surfava numa onda de muitos investimentos e euforia. Hoje omomento é de esgotamento tributário e financeiro do País”, afirma Thales. Soma-se ainda a esse cenário turbulento a estreia de uma série de regras eleitorais que irão reduzir drasticamente o período de realização de campanha oficial, o tempo disponível em rádio e TV e uma queda no financiamento, devido à proibição da doação de recursos por parte das pessoas jurídicas. Em tese, o discurso de cada candidato ganha mais força frente as restrições. REJEIÇÃO. Estudo do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) realizado em Parceria com a Folha de Pernambuco no final de junho indicou um fato preocupante para todos os pré-candidatos à prefeitura: o índice de rejeição é muito elevado. O único pré-candidato ao pleito municipal com menos de 50% de rejeição é Carlos Augusto (?), que tem 48%. As maiores rejeições são dos deputados Edilson Silva (57%), Priscila Krause (54%), Sílvio Costa Filho (53%) e Daniel Coelho (52%). O prefeito Geraldo Julio e o ex-prefeito João Paulo ficaram empatados com 50%. (Por Rafael Dantas)

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O mal-estar da mobilidade (Por Gustavo Costa)

A expectativa era de padrão Fifa. A execução das primeiras concessões de serviço de transporte de passageiros da Região Metropolitana do Recife foi iniciada durante a Copa. Os dois primeiros lotes de linhas (sete licitados), beneficiados por BRTs, passavam a integrar a operação transitória dos Corredores Norte- -Sul e Leste-Oeste. Após dois anos, e três das “Jornadas de Junho”, grassa o mesmo mal-estar coletivo com o padrão do serviço de mobilidade. Apesar dos vultosos investimentos públicos e privados, a operação segue transitória; da boa aceitação dos BRTs, a infraestrutura de vias e terminais segue inacabada, travada e insegura; dos ganhos de escala e velocidade em algumas linhas, caras estações depredadas e dezenas de BRTs depreciando em garagem são o pior retrato da ineficiência, do desperdício e improviso. Afinal, o que deu errado? Seguramente, o impacto da maior crise econômica da história brasileira explica muito. Não tudo. Outra parte da explicação está em velhos e conhecidos gargalos da gestão pública, cujas soluções demandam diagnóstico, esforço e prioridade na agenda política metropolitana e local. Em primeiro lugar, há a secular cultura da insegurança jurídica nos contratos públicos. Não é eficiente licitar às pressas para fazer bonito na Copa. São indispensáveis planejamento e regras que projetem estabilidade, equilíbrio entre direitos e obrigações, proteção contra casuísmos burocráticos, além da garantia de retorno do investimento a taxas de mercado. Em síntese, expressivos investimentos público-privados em infraestrutura de mobilidade reclamam marco legal e contratual estável, equilibrado desburocratizado e previsível. A falta de concorrentes na recente licitação internacional, as prenunciadas dificuldades nos contratos em execução e o atraso dos contratos pendentes sinalizam que o gargalo da insegurança jurídica não tem sido bem compreendido pela gestão pública. O segundo gargalo é a ineficiência da gestão e regulação. Quando de sua criação (2007), o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, sucessor da extinta EMTU, era uma inovadora ideia no papel: a primeira empresa pública multifederativa destinada à gestão do complexo sistema de transporte metropolitano, com estrutura societária, organizacional e financeira. Quase 10 anos depois, a ideia não pegou: os municípios consorciados não compraram o projeto, o governo estadual banca sozinho o “consórcio”, com escassos repasses, e o Grande Recife, apesar do esforço de alguns técnicos abnegados, segue desestruturado, sem equipe e receitas à altura da sua missão. É uma grande ideia fora do lugar, a reclamar urgente simplificação. Por fim, o mais importante: o atual modelo de financiamento da mobilidade está esgotado. As “Jornadas de Junho” de 2013 deixaram claro que a sociedade não suporta mais expansão de tarifas sem contrapartida eficiente. Por outro lado, o retorno da inflação a partir daí, potencializada pelo represamento artificial de preços administrados, confirma que a alternativa não é o “lanche grátis”. No mundo rico, a sociedade financia boa parte da conta com subsídio público. No Brasil, e em Pernambuco, o sistema é dependente de tarifa, paga pelos pobres e sem subsídio eficiente. A conta da mobilidade é injusta e não fecha. A solução do complexo problema do financiamento passa pelo fim da dependência tarifária, com a ampliação das fontes de receita, inclusive subsídios orçamentários. Alternativas existem, algumas delas impopulares para a classe média, a exigir muita prioridade política. E há também alternativas mais sofisticadas, como os fundos de infraestrutura, tal como previsto na recente MP 727/2016. Pernambuco já ensaiou um fundo garantidor de mobilidade, mas abortou a ideia. É hora de retomá-la, agora com impulso federal. A mobilidade entrou na agenda política pelo grito das ruas de 2013. A Copa e a crise político-econômica secundarizaram sua pauta, mas o mal- -estar coletivo e silencioso continua. O silêncio das ruas acabará cedo ou tarde. Já passou da hora de os atores políticos locais e metropolitanos formularem respostas para um problema que também é seu.

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Sobre os livros que ensinam a escrever (1) (Por Paulo Caldas)

O recente lançamento do livro “Escrever ficção não é bicho papão” (Autoajuda Literária), cujo conteúdo propõe dicas de como dar os primeiros passos na carreira literária, abriu espaços para discussão sobre o tema.  No prefácio do “A arte da ficção” John Gardner (Civilização Brasileira), um dos textos mais elogiados do gênero, o autor escreve: “Este livro propõe-se a ensinar a arte da ficção ao principiante que pretende levar seu ofício a sério. Antes de tudo, admito que o aprendiz de escritor, potencial e virtual usuário deste livro, tenha efetiva capacidade de tornar-se um autor de sucesso se assim o desejar, uma vez que a maioria das pessoas que conheci e que queria isso – sabendo o que realmente significava – alcançou, de fato, seu objetivo. Tudo o que se exige do candidato a escritor é uma nítida compreensão do que pretende ser e do que tem a fazer nesse sentido. Se, por mais que se esforce, isso não for possível, esta obra o ajudará, pelo menos, a concluir que não foi posto no mundo para escrever livros”. Assim, convidamos autores pernambucanos para opinar sobre este tipo de publicação. Opiniões “Ensinar a escrever não é ensinar técnicas. As técnicas podem e devem ser ensinadas e estudadas. Para ensinar a escrever é preciso mostrar como fazer. Assim como na literatura existe o autor que diz ‘Em vez de mostrar, alguns autores ensinam a escrever dizendo como fazer e outros mostram como fazer’. É o caso de ‘A preparação do escritor’,  de Raimundo Carrero. Ali ele vai conduzindo um processo de intertextualidade e o leitor vai vendo como um texto original se forma a partir de dois parágrafos distintos de Joyce e Thomas Mann. Só não aprende quem não quer”. João Gratuliano. “Já usei ‘Como resolver problemas de roteiros’, de Script Doctor Syd Field, autor especializado em roteiros de cinema, mas cujas ideias sempre criam boas saídas, também, para impasses literários. Como pensar no passado dos personagens para resolver uma questão do presente”. Marcelo Trigo. "São ótimos para disciplinar o processo de criação, estimulam a pensar. Dos que consultei ‘Os segredos da ficção’, e ‘Preparação do escritor’, ambos de Raimundo Carrero. ‘Sobre a escrita’, de Stepham King, me agradou  pela objetividade e por alinhar conceitos que vemos em Carrero. É interessante observar que não devemos usá-los como manual”. Roberto Beltrão. "Foi depois de ler 'Para ler como um escritor', de Francine Prose, liguei para a Editora Zahar e eles sugeriram a oficina de Criação Literária de Raimundo Carrero e com ele comecei a carreira de autora. No momento pretendo ler ‘Como funciona a ficção’ de James Wood". Camilla Inojosa. “Um livro dos melhores, uma síntese das principais teorias está em ‘Cartas a um jovem escritor’, de Mário Vargas Llosa, inclusive tem na internet uma versão em PDF gratuita, em espanhol. Há tradução em português e ofertas de usados/novos também na internet. Por aqui, Carrero está revisando um dos seus livros nesta área, ‘Os segredos da ficção’ ou ‘A preparação do escritor’, ambos muito interessantes”. João Carlos Barros.  

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Sintomas de visão podem ser doença neurológica

A enxaqueca é uma das principais queixas nos consultórios oftalmológicos, mas se ela for causada por problemas relacionados à visão é indispensável procurar um neuroftalmologista. Essa subespecialidade da oftalmologia cuida de problemas no nervo óptico e nas vias ópticas, isto é, regiões do cérebro responsáveis pela visão. Além da dor de cabeça, dor ocular e retro ocular, outros sintomas podem indicar a presença de alterações neurológicas, dentre eles: baixa visão, diminuição dos campos visuais, alteração do tamanho da pupila, visão dupla, estrabismo, queda da pálpebra, sensação de blackout, fotofobia, balanço no olhar (nistagmo) ou, ainda, alteração na visão das cores. “Por isso, é indispensável que o paciente fique atento a esses sintomas, pois eles podem revelar outras doenças neurológicas”, explica a neuroftalmologista Marisa Kattah, do Instituto de Olhos do Recife. Segundo a médica, algumas doenças neurológicas podem incidir diretamente na visão e, por conta disso, o paciente também deve ser acompanhado por um neuroftalmologista. Tumores cerebrais benignos, por exemplo, podem comprimir as áreas nobres relacionadas ao sistema visual. “Aneurismas, adenomas de hipófise, suspeita de hipertensão intracraniana, infecções virais, bacterianas e parasitárias, e doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, podem afetar o nervo óptico e outras áreas do sistema visual”, revela. Já acidentes vasculares cerebrais e tromboses podem causar perda súbita da visão e a miastenia grave (comprometimento da comunicação entre os nervos e os músculos) pode provocar visão dupla e queda das pálpebras. “Além disso, alterações nos campos visuais e na pupila, gerando dificuldade para enxergar de perto e fotofobia, podem ser originadas por doenças do sistema nervoso periférico ou autônomo, como Parkinson ou Alzheimer”, complementa a médica. CRIANÇAS – Quem tem filhos, especialmente bebês, deve ficar atento a certos comportamentos que podem ser indicativos de doenças neurológicas. “Se perceber, por exemplo, que a criança não fixa o olhar ao amamentar ou ao olhar para mãe, se apresenta estrabismo ou queda da pálpebra, se tem diferenças no tamanho da pupila e na cor da íris, se não acompanha objetos e não reage à luz, ou mesmo se sofre de convulsões, deve procurar imediatamente um neuroftalmologista”, indica a doutora Marisa Kattah. Antes mesmo de completar o primeiro mês de vida, é indispensável que o bebê faça exames de prevenção e de investigação, dentre os quais o exame oftalmológico completo, teste do olhinho e neuroftalmológico. “Esses testes incluem movimentação ocular, reflexos fotomotores da pupila e de convergência e mapeamento da retina, que ajudam a detectar qualquer anomalia”, explica. A neuroftalmologista, que atende no IOR, também chama a atenção para o fato de que, seja adulto ou criança, testes de prevenção e a indicação de exames eletrofisiológicos são indispensáveis para a eficácia do diagnóstico precoce e tratamento. “Os neurologistas, pediatras e, principalmente, os oftalmologistas devem encaminhar seus pacientes ao neuroftalmologista, em qualquer suspeita de alteração visual, para que ele possa ajudar a diagnosticar o quanto antes a patologia e saber lidar com ela”. Outro alerta feito pela médica é que todo paciente, após os 15 ou 20 anos de idade, deveria realizar um exame de campo visual, como parâmetro, e não somente após a suspeita de algo importante. “Isso preveniria muitas patologias neurológicas que porventura irão produzir alterações visuais”, complementa.

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Barreto Júnior, agora climatizado, apresenta "Angelicus"

Teatro Barreto Junior, no Pina, um dos mais tradicionais espaços do Recife, recebe em seu palco o espetáculo "Angelicus", da Cia. Matraca de Teatro, para apresentações de sexta (15) a domingo (17), no horário das 20h. No primeiro dia a entrada é franca, podendo o público retirar o ingresso uma hora antes do espetáculo. O Teatro Barreto Junior é um equipamento cultural da Prefeitura do Recife. O espetáculo "Angelicus" tem texto de Hamilton Saraiva e apresenta como tema central a prostituição. A proposta é fazer o público refletir que há várias maneiras de prostituir-se, seja através do território sexual - o mais convencional - ou outras maneiras impostas pelos aparelhos ideológicos, como: igreja, família, estado, escola ou polícia. A montagem flerta com várias propostas: metateatro, dramaturgia, farsa, comédia del'art, máscara, circo, música, e comédia buffo. Na sexta-feira (15) a entrada para 'Angelicus" será gratuita, já no sábado (16) e domingo (17) os ingressos custarão R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Ao longo do mês de julho, o Teatro Barreto Junior oferecerá ao público espetáculos de dança e teatro infantil, sempre aos finais de semana. Enquanto isso, a Fundação de Cultura Cidade do Recife está preparando o edital de utilização da pauta do teatro para os meses de agosto e setembro. Com novo sistema de climatização, junto com o Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, o Recife agora conta com dois espaços públicos culturais em pleno funcionamento na zona sul da cidade. Climatização – O Teatro Barreto Junior ganhou um novo sistema de climatização. Toda a sala de máquinas foi trocada, bem como, foi realizada a limpeza dos dutos. Uma novidade foi a instalação de um atenuador de ruídos nos dutos do ar, visando a melhoria da acústica do espaço. O serviço de requalificação contempla também a automação do sistema, o que possibilitará melhor controle da climatização do ambiente. O serviço teve custo total de R$ 235 mil com recursos da Prefeitura do Recife. Serviço: Espetáculo Angelicus, da Cia. Matraca de Teatro Quando: sexta-feira, 15 de julho Horário: 20h Local: Teatro Barreto Júnior, Rua Estudante Jeremias Bastos, 121, Pina, Recife Entrada Franca - Ingressos disponíveis na bilheteria do teatro uma hora antes da apresentação Dias: 16 e 17 de julho (Sábado e domingo) Horário: 20h Preço: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) Informações: 3355.6398 contra proposta do Ministro da Saúde

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