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Fontes limpas de energia: PE no TOP 10

O Grupo Federal, empresa de geração, comercialização e gestão de eletricidade, acaba de lançar o Índice de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia. O levantamento dos primeiros seis meses do ano revela que o estado de Pernambuco está na oitava posição entre as unidades da Federação com a maior atratividade para os consumidores eleitos para usar megawatts de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), usinas solares, eólicas e de biomassa. Pernambuco obteve a nota “0,863” como média no primeiro semestre deste ano. O índice, tal qual o modelo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pela Organizações das Nações Unidas (ONU), é calculado em um intervalo de “0,000” (para a menor atratividade) e “1,000” para a maior atratividade. O valor médio do índice do Grupo Federal para todo o Brasil ficou em “0,853” no primeiro semestre de 2016. “Os consumidores pernambucanos têm vantagens espetaculares na migração para o ambiente livre”, afirma Erick Azevedo, sócio-diretor da Federal Energia. “Em poucos momentos dos 20 anos desse mercado no Brasil, pudemos assistir uma atratividade tão forte”, complementa. O índice foi calculado com base no preço médio comercializado no mercado livre entre as fontes incentivadas 50 (energia proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas eólicas, solares e de biomassa) comparadas com as tarifas de distribuidoras que representam 98% do mercado cativo brasileiro. Por meio do índice, verifica-se que os meses de fevereiro e março registraram os picos de atratividade para as matrizes limpas de energia.

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A paisagem de Facchinetti no Instituto Ricardo Brennand

Sucesso de público e controverso na crítica das artes plásticas brasileiras no Século XIX, o artista Nicolau Facchinetti será a estrela da exposição Fiel ao Natural: A paisagem de Facchinetti, que acontecerá nas dependências do Instituto Ricardo Brennand entre os dias 17 de agosto e 16 de outubro. Composta de 49 telas, a mostra é inédita no Norte e Nordeste. A produção da expo é da Hólus Consultores Associados e a abertura acontece no dia 16 (terça), às 19h30, para convidados. A escolha das obras ficou a cargo de Valéria Piccoli, curadora chefe da Pinacoteca de São Paulo e de Carlos Martins, artista plástico museólogo e curador independente. Os dois - que assinam pela primeira vez curadoria no IRB - também foram curadores da histórica exposição de Facchinetti que aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de janeiro, em 2004. Em terras pernambucanas, as telas da exposição versam sobre paisagens imortalizadas em terras cariocas e mineiras. Poeta visual entre dois mundos (Itália e Brasil), Facchinetti teve sua obra marcada pelo vedutismo (gênero pictórico surgido no século XVII cujos principais assuntos são cidades e paisagens pintadas do natural, de maneira quase científica). Em suas paisagens, entretanto, a orbe era posta de lado e a natureza sempre assumiu papel principal no quadro, com impressionantes realismo e beleza. Com suas qualidades de artesão virtuoso, conseguia obter efeitos surpreendentes de semelhança com a paisagem real. Rejeitado pelo academicismo da época - em que ainda predomina o romântico com reminiscências do neoclassicismo - transitava muito bem entre a classe burguesa e veio a se tornar um dos pintores preferidos da aristocracia e da alta burguesia fluminense, tendo inclusive pintado a serviço da Imperatriz Thereza Cristina em mais de uma ocasião.  

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Pré-estreia de Aquarius acontece neste sábado (20), no São Luiz

A esperada pré-estreia do filme Aquarius, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Sonia Braga, será realizada neste sábado (20), às 19h30, no Cinema São Luiz. Parte do elenco e da equipe de produção do filme estará presente na ocasião. A partir desta terça-feira (16), 500 entradas estão disponíveis na bilheteria do local para o grande público. A venda dos ingressos acontecerá todos os dias, das 16h às 20h. De acordo com a página do longa nas redes sociais, estão limitados dois por pessoas. A estreia nacional da produção filmada na Zona Sul do Recife está prevista para acontecer no dia 1º de setembro. Aquarius conta a história de Clara, uma jornalista aposentada e moradora do último prédio de modelo antigo da orla de Boa Viagem, que enfrenta as investidas de uma construtora com outros planos para o terreno. O filme esteve em competição na seleção oficial do Festival de Cannes e recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Sydney. Assista ao trailer:    

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Desarquivando Alice Gonzaga é exibido na Caixa Cultural

O Teste de Audiência, projeto que apresenta obras cinematográficas inéditas para apreciação do público, chega à quinta exibição na Caixa Cultural, no Bairro do Recife, nesta terça (16), às 19h. O espaço vai exibir o documentário Desarquivando Alice Gonzaga, dirigido e assinado por Betse de Paula, que levou 12 prêmios de uma só vez em 2013, no Cine PE. Ela estará presente no evento e participará do debate após a sessão. Os ingressos serão vendidos no dia da exibição, a partir das 10h. A classificação indicativa é 16 anos. O teste de audiência segue até janeiro de 2017, com apresentação de filme mais debate, na terceira terça-feira de cada mês. Desarquivando Alice Gonzaga coloca em pauta a história do cinema brasileiro. O documentário revisita uma parte importante da década de 1930 através da vida e da obra de Alice Gonzaga, filha única de do cineasta sonhador Adhemar Gonzaga, que na mesma época fundou a Cinédia, primeiro estúdio de cinema no Brasil. O filme abre o precioso arquivo da Cinédia, junto com Alice, e revela as histórias de Gonzaga e suas apostas cinematográficas. Durante as sessões, a plateia é monitorada em suas reações, responde a um questionário e participa de debates, podendo ativamente interferir no resultado final do filme. O projeto passou nove anos em cartaz em Brasília e também foi apresentado em Curitiba e São Paulo, somando mais de 90 filmes brasileiros exibidos. O monitoramento é coordenado por Michelle Stephanou e Eladio Oduber. A realização é da Gaya Filmes e da Asacine Produções, com curadoria assinada por Marcio Curi e Renato Barbieri.  

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Compositor Onildo Almeida ganha filme inspirado em sua obra

O lançamento do longa pernambucano Onildo Almeida: Groove Man acontece no dia 24 de agosto, às 19h, no Sesc Caruaru. A produção teve sua primeira apresentação - para convidados e imprensa - no último sábado (13), dia do aniversário de 88 anos do cantor e compositor caruaruense. O filme fala sobre as músicas de Almeida, autor de clássicos como “A feira de Caruaru”, que em 1957 rendeu a Luiz Gonzaga seu primeiro disco de ouro; e “Sai do sereno”, executada por Gilberto Gil, ainda no exílio em Londres e que marca seu primeiro disco no retorno ao Brasil. A obra é um musical, onde se cria um universo cinematográfico dentro das próprias composições de Onildo. O artista é um nome de peso e uma personalidade de extrema relevância para música popular brasileira. Chico Buarque, Caetano Veloso, Marinês, Jackson do Pandeiro e Maysa são alguns dos que têm ou tiveram em seus repertórios composições de Onildo Almeida, que no alto dos seus 87 anos mantém-se compondo e contando histórias de uma vida inteiramente dedicada à música e à cultura popular. “Groove Man” foi idealizado pelos jornalistas Helder Lopes e Claudio Bezerra e produzido pela Viu Cine. O filme tem a duração média de 80 minutos e foi feito através de um processo de metalinguística, ou seja, onde a obra dialoga com ela mesma. “Groove Man” tem a participação de grandes nomes junto a Onildo Almeida, como Junio Barreto, Maciel Melo, Gilberto Gil, João do Pife e o grupo Cara de Doido. A locação do filme aconteceu pelas ruas de Caruaru, Alto do Moura e Olinda. Para os diretores de “Groove Man” coube o compromisso de reconhecer Onildo Almeida e retribuir os momentos que foram proporcionados por ele através de suas canções. “Desde o começo do ano, estamos dedicados a mapear, ouvir e analisar as mais de 600 músicas de Onildo, pesquisar sobre a história do forró e a importância de Caruaru na sua obra. Agora, chegou o momento de apresentar tudo que foi transformado em cinema e mostrar para o mundo a importância do nosso Onildo Almeida”, comentou Helder Lopes.  

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Papa fala de violência contra mulheres

O papa Francisco lembrou hoje (15), durante o Angelus da Assunção de Maria, as mulheres oprimidas "pelo peso da vida e o drama da violência", pedindo justiça e paz para elas. "Pensemos, em particular, nas mulheres cansadas do fardo da vida e do drama da violência, nas mulheres escravas da arrogância dos poderosos, nas meninas obrigadas a realizar trabalhos desumanos, nas mulheres obrigadas a se render no corpo e no espírito à cobiça dos homens", acrescentou. O papa disse "que elas possam ter o quanto antes uma vida de paz, de justiça, de amor, à espera do dia em que finalmente se sentirão seguradas por mãos que não as humilham, mas que, com ternura, as reerguem e as conduzem pela estrada da vida até o céu", conclui Francisco. As declarações foram feitas dias após o papa visitar, na última sexta-feira (12), de surpresa, 20 jovens ex-prostitutas da Comunidade Papa João XXII, um grupo que trabalha com pessoas carentes e marginalizadas pela sociedade em Roma. Desde que assumiu o Pontificado, Jorge Mario Bergoglio tem uma "política" de valorização das mulheres, falando sobre elas em vários de seus discursos. Importância das mulheres O papa é conhecido por defender o papel das mulheres dentro da igreja, sua importância para a sociedade e, em mais de uma ocasião, já quebrou o protocolo para abrir seu caminho dentro da religião, como quando incluiu as mulheres no rito do lava-pés. Em outros momentos, o papa criticou a disparidade salarial entre gêneros e o machismo. Ainda no âmbito do Angelus, o pontífice lamentou a situação das "vítimas inocentes de persistentes conflitos" ao redor do mundo. "O meu pensamento vai aos habitantes do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, que recentemente foram vítimas de novos massacres, que há muito são perpetrados no silêncio vergonhoso sem sequer chamar a nossa atenção", declarou.

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Prazo para candidaturas termina hoje

Termina hoje (15), às 19h, o prazo para que partidos e coligações apresentem o pedido de registro de candidatura dos escolhidos para concorrer às eleições deste ano. O pleito será realizado em outubro e a população vai eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Até a manhã de hoje 4.998 candidatos estavam registrados para o cargo de prefeito, 4.966 para o de vice-prefeito e 135.706 para o de vereador em todo o país. Os números estão no Sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCandContas), que pode ser acessado no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Justiça Eleitoral estima que o número de candidatos nas eleições municipais de 2016 fique entre 530 mil e 580 mil.  

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Educação: 922 projetos no Congresso

O setor de educação tem pelo menos 922 projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, apenas para mudanças referentes a escolas, do ensino infantil ao ensino médio. O levantamento foi feito pelo movimento Todos pela Educação e incluiu os projetos propostos nos últimos dez anos, desde 2006. Mudanças no currículo e financiamento lideram os temas abordados. "Nos últimos anos, houve uma movimentação muito intensa, uma demanda da sociedade por políticas melhores e leis melhores relativas à educação. O Parlamento enxergou que se envolver em educação tem um apelo eleitoral", analisa a presidenta executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz. "Viram que educação facilita ou cria e melhora a imagem para a eleição". As propostas de mudanças curriculares lideram os projetos analisados, que são 138. A intenção é a inclusão de disciplinas e conteúdos. Entre os assuntos que os parlamentares acreditam que devem ser abordados em sala de aula estão: envelhecimento; educação no trânsito; cidadania; ética e moral, ciência política; noções de direito; prevenção de drogas; esperanto (idioma universal); educação alimentar; educação ambiental; empreendedorismo e educação financeira; Língua Brasileira de Sinais (Libras); cultura de paz; pedagogia e segurança. "Não é competência do Congresso Nacional legislar sobre isso. Demandaria um pensamento mais estruturado", diz Priscila Cruz, que explica que a inclusão de disciplinas no currículo não é competência do Legislativo, mas do Conselho Nacional de Educação (CNE). Atualmente, está em dicussão a Base Nacional Comum Curricular, que definirá o que deve ser ensinado em cada etapa de ensino. Após consulta pública, a segunda versão do documento está sendo discutida em seminários estaduais e municipais. Além dos projetos ligados ao currículo, há 113 propostas de financiamento. De acordo com o levantamento, o destaque é o grande número de projetos que tentam ampliar o financiamento para a educação nos municípios ou normatizar estratégias que, em última análise, permitem que as prefeituras driblem as atuais imposições orçamentárias. Há ainda 98 projetos voltados aos professores, que tratam tanto da formação quanto do piso salarial - que aparece em 20 matérias. Os demais tratam de isenção fiscal e impostos com serviços de educação (52), infraestrutura (49), saúde (48), transporte escolar (42), acesso, escolarização e matrícula (38), educação inclusiva e educação especial (37) e outros temas, como diversidade, gênero, liberdade religiosa e cultura de paz (20). Para o presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Alex Canziani (PTB-PR), a grande quantidade de matérias que tratam de educação mostra o interesse dos parlamentares no assunto. "Cada deputado tem a possibilidade de apresentar as mais variadas ideias que acredita necessárias à educação. Existe, no entanto, um filtro nas comissões de Educação, como existe em outras, há o veto do presidente, então não necessariamente os projetos viram leis", diz. Em relação às matérias que tratam do currículo, o deputado explica que nas comissões de Educação, tanto na Câmara quanto no Senado, é praxe arquivar as matérias que tratam da inclusão de novas disciplinas. "Não há como colocar mais matérias [no currículo], ainda mais do ensino médio". Atualmente, a etapa que vai do 1º ao 3º ano do ensino médio conta com 13 disciplinas obrigatórias. O levantamento considerou os projetos de lei (PL), projetos de lei complementar (PLC), as propostas de emenda à Constituição (PEC) e os projetos de decreto legislativo (PDC). As matérias legislativas foram consultadas nos sites da Câmara dos Deputados e no Senado, por meio dos mecanismos de busca neles oferecidos. Foram consultados os 2.552 resultados de busca pela palavra “educação" e separados os que têm relevância para a educação básica. (Agência Brasil)

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Setores que estão longe da crise

Na crise enquanto uns choram, outros vendem lenço. O ditado popular cabe como uma luva na realidade de setores que crescem em meio à difícil conjuntura econômica. Eles acabaram se beneficiando de aspectos típicos dos períodos de retração, quando o dinheiro é curto. É o caso da área de energia renovável. “Se o petróleo e gás passam por dificuldades, esse setor tende a crescer muito”, estima Valdeci Monteiro, sócio da Ceplan (Consultoria Econômica e Planejamento) e professor da Unicap. “São empresas com investimentos maciços”. É fácil entender o porquê. O aumento do preço da tarifas energéticas, aliado à crise de abastecimento de eletricidade vivida nos últimos anos, levaram empresas e governo e apostar nas fontes renováveis. De quebra ainda ajudam a não poluir o meio ambiente. Bons ventos têm soprado no setor de energia eólica. Em 2015, quando a crise já se fazia presente, foram instalados no Brasil 2.754 MW dessa matriz energética, o que gerou 41.310 vagas de emprego para a construção das centrais eólicas, fabricação das turbinas, componentes e operação. “Desse total gerado, 80% está no Nordeste”, destaca Everaldo Alencar Feitosa, vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA). Hoje no Nordeste existe uma capacidade instalada eólica de 8 mil MW. Para se ter uma ideia do que representam esses números, isso significa que nada menos que 50% de toda a energia gerada na região provém dos ventos. Em terras pernambucanas há 27 centrais eólicas, uma capacidade instalada total de 594 MW. “Elas geram aproximadamente 2 milhões de MWh por ano, equivalente ao consumo residencial de Recife, Olinda e Jaboatão. Uma população de 2,5 milhões de pessoas”, compara Feitosa, que também é presidente do Grupo Eólica Tecnologia. Embora Pernambuco não tenha grandes parques eólicos como outros locais do Nordeste, o Estado possui três condições que o colocam em situação privilegiada: aqui estão instaladas as fábricas dos componentes das turbinas, o setor de consultoria que implementa os parques e a UFPE. “A universidade é o maior centro de formação de energia renovável no Brasil”, assegura Feitosa. O vice-presidente da WWEA salienta que o grande propulsor do setor eólico no País foi governo federal. Parece até um contrassenso, já que houve tantos erros na política energética. Mas tudo indica que os acertos ocorreram na área de energia renovável. A grande virada aconteceu após a crise de abastecimento de 2001, quando o Brasil decidiu fazer um leilão de energia com todas as fontes. Esses leilões são uma espécie de licitação, em que o governo compra energia e a revende para concessionárias como a Celpe, que, por sua vez revendem aos consumidores. Ganha quem oferecer os melhores preços. “O Brasil foi o primeiro país do planeta que fez leilão para compra de energia. E a eólica se mostrou o menor preço do mercado”, recorda Feitosa. Houve uma quebra de paradigma, pois sempre se falou que a energia renovável era cara e necessitava de subsídios. Hoje são empresas privadas que estão à frente do setor por meio dos leições. E por que ela é barata? “Temos no Nordeste o melhor regime de ventos do mundo: bem comportados, constantes, sem altos e baixos. Isso permite às turbinas eólicas terem o melhor rendimento e dão menos problemas de manutenção” explica Feitosa. E as perspectivas vão de vento em popa. “Devemos manter o nível de emprego até 2020, quando serão concluídos os contratos feitos há 5 anos que estão sendo implantados”, prevê Feitosa. Ressalte-se, ainda, que os parques são instalados em regiões onde não havia muita possibilidade de investimento, muitos deles no Sertão e Agreste. “Estudos apontam que nos próximos 5 anos, 100% da energia consumida no Nordeste será eólica”, anuncia o empresário. SOLAR. Quem também contou com um “empurrãozinho” do governo foi o setor de energia solar. Neste ano o Banco do Nordeste lançou a linha de financiamento FNE Sol para micro e mini geração distribuída. O prazo de pagamento é de até 12 anos, com um ano de carência, tempo necessário para a instalação dos sistemas fotovoltaicos. Outra vantagem é que o valor economizado na conta de energia pode ser abatido das parcelas. “Essa economia pode chegar a 50%”, calcula Paulo Medeiros, gerente comercial da ATP Solar, empresa que instala sistemas de energia solar. Até 2015, a maior parte de seus contratos era de clientes residenciais. Hoje são pequenas e médias empresas, atraídas pelo financiamento do BNB. Medeiros comemora o bom momento. “Fecharemos o ano com faturamento 150% maior que o do ano anterior. O mercado no Brasil cresceu mais de 300% nos últimos 12 meses”. Há setores, porém, que crescem em patamar menos robusto, mas não pararam de crescer. É o caso das empresas de TI. Segundo dados da Assespro PE-PB (Associação de Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação) o segmento em Pernambuco e Paraíba crescerá em torno de 5% este ano, um pouco abaixo dos 6% a 7% verificado nos anos anteriores, mas acima dos 2,6% previstos para o setor como um todo no País. “Essa é uma área com demanda em época de crise, porque auxilia empresas a aumentar a produtividade e a eficiência e a diminuir custos”, analisa Monteiro. O presidente da Assespro PB-PE Ítalo Nogueira faz coro: “Empresários de outros setores estão entendendo que através da TI e inovação vão reinventar seus negócios e resolver seus problemas”, resume o empresário. São soluções que abrangem desde terceirização dos departamentos de TI, armazenamento de dados em nuvem, internet das coisas (que visa melhorar a vida do cidadão) e big data (análise de uma grande quantidade de informação, que existe numa organização, trabalhada de maneira a ajudar o negócio). A empresa de ítalo Nogueira, a CMTech, terceiriza a área de TI alugando hardware (computadores, impressoras etc), software e pessoal especializado. Com clientes no Norte e Nordeste, este ano expandiu sua atuação para São Paulo e Brasília. Há 15 anos no mercado e com 70 empregados, a empresa cresceu 15% no último ano em locação para médias e grandes organizações. Com essa performance, a CMTech espera faturar este ano R$ 30 milhões,

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A Lei Maria da Penha: experiências e tendências nestes 10 anos

Dois casos dramáticos de violência doméstica tiveram grande repercussão nos meios de comunicação nacional e internacional. O primeiro caso teve como vítima a atriz Luiza Brunet, que segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo, contra seu ex-marido Lírio Parisotto, este teria praticado crimes de lesão corporal leve e grave. O autor teria fraturado a costela da vítima e quebrado seu dedo em episódios ocorridos nos EUA e no Brasil, contra a atriz. O segundo caso ocorreu no interior de Goiás, onde a vítima, de apenas 17 anos, nascida na cidade de Votorantim, teria sido mantida em cárcere privado e torturada por mais de um ano por seu ex-namorado Gustavo Vinicius de Oliveira Bernardino, inclusive igualmente quebrando o dedo da vítima, com facadas, mordidas, socos, chineladas, atingindo a vítima com pedaço de ferro e vassouradas. Segundo a jovem vítima, o agressor costumava “bater nela” e “rir”. A jovem disse o seguinte: “Pedi a Deus para morrer”. O caso apenas foi descoberto após um acidente de trânsito, quando o corpo de bombeiros notou que os ferimentos da vítima não tinham relação com o acidente e a levaram ao hospital, onde ela pode contar o que estava sofrendo. Em ambos os casos as vítimas conseguiram romper com o silêncio. O Brasil nasceu sobre a colonização escravocrata e tradição cultural machista. Por esta razão, durante muitos anos, os atos criminosos praticados na esfera privada ficavam impunes. Note-se que é no espaço privado que as mulheres sofriam e ainda sofrem mais atos de violência. Aplicava-se a conhecida expressão de que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. Neste contexto, a lei Maria da Penha foi um divisor de águas, pois há 10 anos rompeu com este paradigma de violência doméstica e da impunidade total em atos criminosos praticados na esfera doméstica. Com efeito, esta lei tornou-se muito conhecida entre a população brasileira. Foi reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações a respeito do tema violência doméstica. Entende-se por violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, sexual ou patrimonial. Ocorre que a cultura da violência doméstica contra as mulheres ainda existe, assim também as mulheres continuam, a despeito da legislação, silenciadas, e com medo de denunciar, o que gera, consequentemente, a impunidade. As estatísticas confirmam estas assertivas. Dados recentes da Organização Mundial de Saúde apontam que 30% das mulheres brasileiras afirmam terem sido agredidas por parceiro ou por alguém de seu convívio próximo. Relevante também outro estudo da OMS que indica que pelo menos 20% das mulheres agredidas pelos maridos permanece em silêncio. Um balanço do disque 180 aponta que 80% dos casos de violência doméstica reportados não chegam a ser denunciados. Com efeito, embora a lei não tenha sido suficiente para eliminar a violência doméstica contra as mulheres, sem sombra de dúvidas foi responsável por dar visibilidade ao problema e para apontar, as tendências e os caminhos longos e árduos para as suas soluções. As políticas públicas para as mulheres aumentaram muito, como ampliação do número de abrigos, do número de CREAS, dos Centros de Referência para a Mulher, com o incremento de discussões a respeito da desigualdade de gênero que atualmente é tema recorrente nas universidades, na formação de coletivos feministas, nos órgãos públicos como o Ministério Público, no sistema de justiça, na sociedade civil e na imprensa. O Ministério Público colaborou para efetivação destas políticas. Em Votorantim, por exemplo, firmou-se termo de ajustamento de conduta (acordo) inovador com o Poder Público Municipal que garante transporte para as vítimas de violência doméstica, oferece acesso à equipe multidisciplinar (atendimento psicossocial) e abrigo emergencial, tudo isto sob pena de multa em caso de descumprimento. Este é apenas um dos exemplos de como a lei pode e precisa ser efetivada, espontaneamente pelos poderes executivos Municipais e Estaduais, ou em colaboração com o Ministério Público. Neste contexto, verificam-se duas etapas nesta evolução, a primeira etapa dos direitos humanos das mulheres, em especial de não serem vítimas de violência doméstica, iniciou-se com o reconhecimento formal destes direitos pela Convenção CEDAW (1979) e pela Convenção de Belém do Pará (1994), no âmbito internacional. Foi a própria Convenção do Belém do Pará que serviu de fundamento jurídico para que Maria da Penha buscasse amparo na esfera internacional ao seu direito, que estava sendo violando pelo sistema jurídico brasileiro, muitas vezes lento e ineficiente. E também no âmbito local, posteriormente ao caso, com a edição da Lei Maria da Penha. A segunda etapa encontra-se em andamento, e consiste na efetivação destes direitos, por meio da execução de políticas públicas voltadas à mulher. O exercício desses direitos não virá de graça, estes terão que ser conquistados por todas as mulheres e homens que almejam viver numa sociedade mais justa, com mais equidade e menos violenta. É chegada a hora de rompermos com o silêncio, como fizeram a jovem e a atriz. Precisamos trabalhar no sentido da prevenção e repressão da violência doméstica. Uma mudança cultural na nossa sociedade é fundamental, pois só assim adotaremos as ideias de que “tapa de amor dói”, “mulher não gosta de apanhar” e “em briga de marido e mulher se mete a colher”. Assim, despidos de preconceito e discriminação, poderemos exigir que a lei Maria da Penha saia totalmente do papel e seja efetivada, possibilitando a todas as vítimas o pleno acesso à justiça e à rede de atendimento à mulher. Por Fabiana Dal’Mas Rocha Paes, integrante do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD).

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