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Autismo ao longo da vida: Da infância à velhice e os desafios na sociedade

*Por Elizete Maria Viana Maciel e Marcos Emmanuel Viana Lima Embora possamos apenas reconstruir ou especular sobre a forma como a criança autista experimenta o mundo, sabemos que elas crescem, se desenvolvem e conseguem se integrar à sociedade. No entanto, ainda são frequentemente vistas como incapazes. Durante todo o mês de abril, abrimos espaço para falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caminhadas, palestras e atividades são algumas das formas de chamar a atenção para o tema, que ainda enfrenta muitas dúvidas, incertezas e dificuldades na obtenção de um diagnóstico. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Sua identificação pode ocorrer de forma precoce, sendo a dificuldade na interação pelo olhar e o atraso na fala alguns dos critérios mais comuns. No entanto, é essencial não generalizar: a falta de estimulação cognitiva pode levar a atrasos no desenvolvimento que não necessariamente indicam TEA. Desde o nascimento, é fundamental orientar os pais sobre como contribuir para o desenvolvimento de seus filhos, compreendendo os marcos do desenvolvimento e as etapas esperadas para cada faixa etária. Isso possibilita a identificação de possíveis atrasos na aprendizagem. As crianças precisam de espaço, contato com a natureza, experimentação e exploração: brincar funcionalmente, imitar, desenvolver a coordenação, tocar e sentir diferentes texturas, explorar os alimentos, as cores, as letras, os números e a música. Embora amplamente estudado na infância, o autismo persiste na adolescência, na vida adulta e na velhice, apresentando desafios e potencialidades em cada fase do desenvolvimento. O Diagnóstico e os Primeiros Desafios Antes do diagnóstico, os pais se deparam com inúmeras preocupações, especialmente em relação a como chegar ao diagnóstico correto. Encontrar profissionais capacitados e que conheçam profundamente o transtorno é essencial, mas é igualmente importante que esses especialistas saibam reconhecer as características individuais do autismo, sem ignorar as habilidades da pessoa. O diagnóstico não deve carregar um estigma de incapacidade, mas sim abrir caminhos para a busca da autonomia e independência. Na infância, fase em que o TEA é mais identificado, os principais sinais incluem dificuldades na interação social, padrões restritos de comportamento e interesses intensos (como o hiperfoco). O diagnóstico precoce é essencial para estimular habilidades de comunicação e interação social, promovendo uma melhor adaptação no ambiente familiar, escolar e social. Além disso, compreender o comportamento autista é crucial para lidar com desafios emocionais, baixa autoestima e dificuldades com mudanças e frustrações. Nessa fase, também se destacam questões como seletividade alimentar, deficiência de vitamina D, excesso de ferro e outros fatores que podem influenciar o comportamento e devem ser analisados por meio de exames e acompanhamento médico. Adolescência: Novas Demandas e Desafios Na adolescência, surgem novas questões e desafios que diferem da infância. As demandas escolares, sociais e familiares aumentam, e a adaptação a essas mudanças pode ser complexa. No ambiente escolar, o adolescente autista pode ser visto como “estranho”, “chato” ou “difícil”, e sua resistência a contatos físicos pode ser mal interpretada. Entretanto, essas dificuldades frequentemente estão ligadas a questões sensoriais. O excesso de barulho, luzes intensas, mudanças hormonais e a necessidade de compreender o próprio comportamento podem gerar uma sensação de inadequação. No entanto, o problema não está na pessoa autista, mas na falta de compreensão do mundo ao seu redor. O diálogo precisa ser claro, objetivo e adaptado às necessidades individuais. Com o aumento do número de adolescentes autistas nas instituições de ensino, é essencial que os profissionais estejam preparados para oferecer um atendimento humanizado e acolhedor. Autismo na Vida Adulta: Reconhecimento e Desafios Profissionais Atualmente, há um crescimento significativo na busca pelo diagnóstico de TEA em adultos. Muitas pessoas procuram compreender seu próprio comportamento e encontrar uma explicação científica para características como a aversão ao toque, a preferência pelo isolamento social e a dificuldade de interação em ambientes convencionais. Muitos adultos são diagnosticados tardiamente e se perguntam se um diagnóstico precoce na infância poderia ter feito a diferença. O avanço das pesquisas e a capacitação de profissionais permitiram um maior conhecimento sobre o TEA, possibilitando diagnósticos mais precisos e reduzindo a marginalização de comportamentos autistas, que antes eram rotulados como “inconvenientes”, “mal-educados” ou “sem noção”. No contexto profissional, a rotina laboral e as cobranças sociais são frequentemente os gatilhos para a busca de um diagnóstico. Isso não significa que a pessoa autista está em busca de uma justificativa para suas dificuldades, mas sim de uma melhor compreensão de si mesma e do seu relacionamento com o mundo. Quando suas habilidades são reconhecidas e valorizadas, autistas podem se destacar em diversas áreas, como tecnologia, artes e ciências. Em muitos casos, indivíduos autistas apresentam altas habilidades e superdotação, mas esse é um tema que merece ser tratado separadamente. A inclusão no mercado de trabalho exige o reconhecimento das particularidades do TEA, garantindo oportunidades equitativas e promovendo um ambiente profissional mais diverso e acessível. Autismo na Velhice: Um Campo Ainda em Exploração O autismo na velhice ainda é um tema pouco explorado, mas estudos recentes começam a investigar seus impactos. O processo de envelhecimento traz desafios que podem se sobrepor ao TEA, como a relação com transtornos neurodegenerativos, incluindo a doença de Alzheimer. É fundamental diferenciar os sinais do declínio cognitivo natural daqueles relacionados ao autismo, e para isso, uma avaliação multidisciplinar se faz necessária. Além disso, garantir a qualidade de vida, reconhecer habilidades e oferecer suporte em todas as fases do desenvolvimento são elementos essenciais para promover um envelhecimento saudável e digno para a pessoa autista. *Por Elizete Maria Viana Maciel é psicóloga e mestranda em Psicologia (UFPE), especialista em gerontologia (UNICAP), em neuropsicologia (FPS) e neuropsicologia pelo Conselho Regional de Psicologia. *Marcos Emmanuel Viana Lima é pedagogo, com pós-graduação em psicanálise, psicopedagogia, em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), em educação especial e neuropsicopedagogia.

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Autismo Credito

RioMar Recife promove ação de conscientização sobre autismo com especialistas e entrega de cordão de identificação

Iniciativa da Clínica Mundos oferece informações e suporte para inclusão de pessoas com TEA No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, o RioMar Recife recebe a ação Abril do Autista, promovida pela Clínica Mundos. Das 9h às 22h, um estande no Piso Térreo, próximo à escada rolante da entrada principal, oferecerá materiais educativos, orientações especializadas e a entrega gratuita do cordão de identificação para autistas, um item essencial para mais segurança e acolhimento em espaços públicos. Profissionais da Clínica Mundos estarão disponíveis para esclarecer dúvidas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e reforçar a importância da inclusão. “Nossa intenção com o Abril do Autista é promover empatia, respeito e inclusão. O autismo ainda é rodeado de mitos e desinformação e conscientizar a sociedade é fundamental para podermos construir um mundo mais acolhedor para essas pessoas e suas famílias”, destaca Paula Chaves, psicóloga e coordenadora técnica da clínica. O RioMar Recife reforça seu compromisso com a acessibilidade ao oferecer, ao longo de todo o ano, iniciativas como o empréstimo de abafadores de ruído, vagas exclusivas de estacionamento e áreas prioritárias na Praça de Alimentação. "Reconhecemos a importância desta iniciativa para ampliar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), um tema que merece atenção e cuidado", afirma Henrique Medeiros, superintendente do shopping. Serviço Abril do Autista📅 Data: 2 de abril📍 Local: RioMar Recife, próximo à escada rolante da entrada principal⏰ Horário: 9h às 22h

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Uninassau promove mutirão para autistas e inaugura novo espaço de atendimento especializado

Ação gratuita oferece suporte multidisciplinar para pessoas com TEA e serviços de bem-estar para cuidadores No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, o Uninassau– Centro Universitário Maurício de Nassau Recife realiza o mutirão TEAmo, voltado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus cuidadores. A iniciativa acontece das 13h às 17h, na unidade Graças, oferecendo atendimento multidisciplinar gratuito, incluindo suporte psicológico, nutricional, fisioterapêutico e de terapia ocupacional. Além do acompanhamento especializado para os autistas, os cuidadores também receberão serviços voltados ao bem-estar, como atendimentos nas áreas de estética e odontologia. No mesmo dia, a UNINASSAU inaugura um novo espaço de atendimento ao TEA na Clínica-Escola de Psicologia, ampliando o suporte às famílias. “Criar um ambiente preparado para acolher pessoas atípicas e seus cuidadores é um passo importante para garantir uma assistência humanizada e eficaz”, destaca a reitora da Uninassau Recife, Nilzete Santiago. A participação no mutirão TEAmo é gratuita e não requer inscrição prévia. Os interessados devem comparecer à Clínica-Escola de Psicologia da Uninassau, na Rua Ana Angélica, 25, Derby – Recife. Além da unidade Graças, os campi Boa Viagem e Caxangá também oferecerão atendimentos especializados no dia 2 de abril. Em Boa Viagem, o atendimento acontece das 14h às 17h, na Rua Jonathas de Vasconcelos, 316. Já na unidade Caxangá, os serviços serão prestados das 9h às 12h, na Av. Joaquim Ribeiro, 1080.

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Por que minha filha vai continuar usando o símbolo do quebra-cabeça para se identificar como autista

*Por Robson Menezes Em 1999, especialistas se reuniram para criar um símbolo que pudesse representar o autismo e servir como uma forma de identificação para os autistas. Assim nasceu a fita com o quebra-cabeça colorido. Porém, com o tempo, diversas críticas surgiram sobre esse símbolo, questionando sua adequação e origem. Entre as mais comuns estão: "Autista não tem peça faltando", "Autista não é mistério a ser desvendado" e "A fita foi criada sem a participação de autistas". Esses argumentos, por mais relevantes que sejam para um debate saudável, ignoram alguns pontos importantes sobre o significado do quebra-cabeça. É necessário esclarecer o que ele realmente simboliza. O quebra-cabeça não representa o autista como uma pessoa incompleta ou enigmática, mas, sim, as incógnitas que ainda cercam o autismo como condição. Questões como "Qual é a sua causa?", "Qual a sua origem?" e "Qual o melhor tratamento?" continuam sem respostas claras. O símbolo reflete os desafios que a ciência ainda enfrenta para entender plenamente o autismo. Já as cores presentes no símbolo do quebra-cabeça representam a diversidade do espectro autista. Sabemos que cada autista é único, com características e necessidades específicas. A pluralidade de cores traduz essa singularidade que faz parte da comunidade. Além disso, há um ponto histórico importante: Thomas A. McKean, diagnosticado com autismo aos 14 anos, participou das discussões que levaram à criação do símbolo, como relatou em uma publicação na plataforma medium.com Medium: Read and write stories.On Medium, anyone can share insightful perspectives, useful knowledge, and life wisdom with the world.medium.com . Isso demonstra que, ao contrário do que muitos acreditam, o símbolo não foi elaborado de forma unilateral ou sem a contribuição de quem vivencia o autismo. Ainda assim, muitas famílias e autistas passaram a adotar outros símbolos, como o infinito nas cores do arco-íris, que representa a neurodiversidade, abrangendo não apenas o autismo, mas todas as condições neurodivergentes, como TDAH, síndrome de Down e deficiências intelectuais. Em 2023, a Lei Federal 14.624/2023 oficializou o girassol como símbolo das deficiências invisíveis, incluindo o autismo, mas também outras condições, como a surdez, por exemplo. Apesar dessas alternativas, minha filha, Izabela Menezes, autista de 10 anos, continuará utilizando o símbolo do quebra-cabeça como forma de identificação. Para nós, ele representa não apenas sua história, mas também o reconhecimento global de que o quebra-cabeça é o símbolo principal da comunidade autista.  A mudança para outros símbolos, embora bem-intencionada, pode dividir esforços e enfraquecer a representatividade conquistada ao longo dos anos. O quebra-cabeça já é amplamente reconhecido e facilita a identificação imediata, o que pode ser crucial em situações práticas do dia a dia. A luta pela inclusão e pelos direitos dos autistas deve ser coletiva, com foco na união. Investir no fortalecimento de um símbolo que já possui alcance global é uma estratégia que beneficia toda a comunidade. Por isso, enquanto for possível, continuaremos levantando a bandeira do quebra-cabeça, não por falta de consideração aos outros símbolos, mas por acreditar que ele ainda é o mais eficiente em representar e dar visibilidade aos autistas. Robson Menezes, advogado especialista em Direito dos Autistas e pai atípico

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GastroConecta 2025 debate inovações na saúde digestiva e lança Endogastro HUB

Evento reúne especialistas e marca a criação de um ecossistema integrado de diagnóstico, tratamento e educação médica Nos dias 3 e 4 de abril, o Novotel Recife Marina será palco do GastroConecta 2025, evento promovido pela Endogastro Medicina Diagnóstica que reunirá especialistas para discutir avanços e desafios na saúde digestiva. O simpósio abordará temas como câncer colorretal, obesidade, medicina de precisão e nutrição, além de marcar o lançamento do Endogastro HUB, um novo ecossistema de saúde que amplia a atuação da clínica para além dos exames e tratamentos tradicionais. O Endogastro HUB integrará diferentes especialidades médicas, incluindo Nutrição, Nutrologia, Ginecologia e Endocrinologia, proporcionando um atendimento multidisciplinar e focado na longevidade e qualidade de vida dos pacientes. Dentro desse conceito inovador, será inaugurado o Instituto Endogastro Academy, um centro de educação continuada para atualização científica e troca de conhecimento entre profissionais da área. "O Endogastro Hub nasce como um ecossistema de saúde que integra diagnóstico, tratamento, educação e promoção de bem-estar e longevidade", destaca Juliana Vieira, sócia-diretora do grupo Evipar. Outro destaque do evento é a apresentação da Nutrigen Clinic, que atuará na interface entre medicina diagnóstica e nutrição funcional. A iniciativa reforça a importância da alimentação na prevenção de doenças metabólicas e digestivas. "Os estudos mais recentes demonstram como a saúde gastrointestinal, a alimentação de qualidade e o equilíbrio metabólico estão diretamente ligados à prevenção de doenças crônicas e ao aumento da longevidade", explica Maria Pimentel, nutricionista responsável pela Nutrigen. O GastroConecta 2025 contará com a presença de renomados especialistas, como José Câmara Neto, Leliane Alencar, Justiniano Luna e João Paulo Pontual, entre outros, promovendo um espaço de debate e construção coletiva. "Eventos como o GastroConecta fortalecem a comunidade médica e científica ao proporcionar um espaço de debate e construção coletiva", enfatiza o Dr. José Câmara, presidente da comissão científica do Instituto Endogastro Academy. Serviço 📅 Data: 3 e 4 de abril de 2025📍 Local: Novotel Recife Marina, Recife – PE🎟 Inscrições e programação: gastroconecta.com.br

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Receita Federal libera declaração pré-preenchida do Imposto de Renda

Especialista alerta para a importância da conferência dos dados e cumprimento do prazo para evitar penalidades A Receita Federal disponibiliza, a partir desta terça-feira (1º), a declaração pré-preenchida do Imposto de Renda 2025. Esse modelo facilita o preenchimento ao importar automaticamente os dados já conhecidos pelo Fisco, reduzindo erros e agilizando o envio. "É a forma mais prática de declarar o Imposto de Renda. A estimativa é de que neste ano 57% dos contribuintes optem pela declaração pré-preenchida", destaca o advogado tributarista Ivo Lima, sócio do escritório Ivo Barboza & Advogados Associados. Apesar da praticidade, a conferência dos dados é essencial para evitar problemas com a Receita Federal. “Mesmo utilizando a declaração pré-preenchida, é responsabilidade do contribuinte verificar se todas as informações estão corretas e completas, evitando possíveis penalidades", alerta o especialista. O prazo para envio segue até 30 de maio, e declarações enviadas após essa data estão sujeitas a multa mínima de R$ 165,74 ou até 20% do imposto devido. Uma das novidades deste ano é a prioridade na restituição para quem utilizar simultaneamente a declaração pré-preenchida e optar pelo recebimento via Pix. Além disso, a Receita Federal ampliou as regras de obrigatoriedade da declaração, incluindo contribuintes com investimentos no exterior, mesmo em valores baixos, e aqueles que atualizaram bens imóveis com ganho de capital diferenciado. O contribuinte também pode destinar até 6% do imposto devido para projetos sociais, divididos entre fundos da criança, do adolescente e do idoso, sem custos adicionais. Para isso, é necessário optar pelo modelo completo e selecionar a opção "Doações Diretamente na Declaração". Confira o calendário de restituição:

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Adriana Figueira

"Podemos produzir alimento na cidade, reduzindo a emissão de gás de efeito estufa"

Na sede da Prefeitura do Recife há um terreno com mais de 70 espécies de plantas, onde é produzido adubo orgânico para cultivar alimentos em locais como escolas e unidades de saúde. A secretária executiva de Agricultura Urbana, Adriana Figueira, fala dessa e outras ações que visam à segurança alimentar, à preservação ambiental e à geração de renda aos produtores urbanos. Foto: Helia Scheppa Em várias regiões do Brasil é comum semear milho no Dia de São José, 19 de março, para que possa ser colhido no São João. E foi seguindo a tradição que, na semana passada, foram realizados mutirões para o plantio do cereal em diversas regiões do Recife. Os mutirões seguem até 1º de abril e incluem ainda a implantação do Primeiro Corredor Agroecológico da cidade, com o cultivo de sementes de arroz, crotalária, feijão, feijão-de-porco, gergelim, girassol e guandu. A iniciativa despertou o interesse de muita gente que tem participado da plantação coletiva. Essa foi uma das várias ações criativas da Seau (Secretaria Executiva de Agricultura Urbana do Recife), com o objetivo de disseminar o cultivo de alimentos na cidade. A atuação é bem diversificada e inclui parcerias com os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) para utilizar o trabalho com a terra como recurso terapêutico; com crianças em escolas e creches; com reeducandos do sistema prisional (alguns já cumpriram pena e geram renda comercializando adubo orgânico que aprenderam a produzir), e com terreiros de religiões de matriz africana para cultivar suas plantas sagradas. Nesta entrevista a Cláudia Santos, a secretária da Seau, Adriana Figueira, explica como tem promovido essas ações, fala dos desafios de encontrar áreas na cidade para plantar e para obter financiamentos que são voltados, exclusivamente, para a agricultura rural. Apesar das dificuldades, ela afirma que a agricultura urbana de base agroecológica (sem uso de agrotóxicos) é uma espécie de filosofia de vida e acredita no seu propósito de alimentar as pessoas, contribuir para o Recife se tornar mais resiliente às mudanças climáticas e gerar renda para os que mais necessitam. Secretária, muita gente desconhece o que seja agricultura urbana, então a senhora poderia explicar? A agricultura urbana é uma agricultura – como o próprio nome sugere – que não vai ser realizada na área rural, mas na área urbana. Na secretaria optamos pela agricultura de base agroecológica, ou seja, não usamos agrotóxicos. É uma filosofia de vida, que considera o mundo de uma forma mais holística. Não é só cultivar, mas cultivar sem afetar a natureza, sem destruir. Também visa ao benefício humano, ou seja, à segurança alimentar e nutricional, e ainda estabelece que a produção cultivada possa ofertar um retorno financeiro às pessoas que produzem. Então, é um conjunto equilibrado, em que a pessoa planta, produz, consume, tem a possibilidade de renda, e os resíduos dessa atividade são reutilizados para a compostagem, que vai produzir adubo orgânico e alimentar novas plantas. E, aí, completa o ciclo, sempre pensando nessa questão da economia circular. Quais os benefícios em relação às mudanças climáticas? A filosofia da agroecologia tem tudo a ver com a questão climática. Quando se está compostando, evita-se a necessidade de veículos transportarem resíduos orgânicos para o aterro sanitário e, portanto, evita-se o consumo de combustível fóssil que contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Vale lembrar que o próprio aterro sanitário produz esses gases. Desde que iniciamos nosso trabalho, já evitamos que toneladas de resíduos fossem para aterros. O Plano Local de Ação Climática do Recife, lançado em 2020 por Geraldo Julio, já prevê a questão da agricultura urbana que é uma forma de plantio para reverter ou para minimizar a emissão dos gases de efeito estufa.  Quais são os desafios da agricultura urbana?  Um dos desafios é a falta de terrenos para plantar. Para resolver esse problema, colocamos hortas em muitas escolas e fomos ampliando com hortas comunitárias, no CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e há muitas parceiras surgindo, inclusive, com os terreiros (de religiões de matriz africana). Algumas pessoas que trabalham com a gente são de terreiros e sugeriram esse trabalho que está sendo bem interessante também.  A nossa secretaria criou o Sistema Agroflorestal Urbano e Compostagem, situado num terreno dentro da sede da prefeitura, no térreo, que conta com mais de 70 espécies, combinando árvores com plantas de interesse agrícola, como frutíferas, leguminosas, hortaliças e PANCs (plantas alimentícias não convencionais) e medicinais. O espaço recebe visitas de alunos e servidores públicos. Em 2024, cerca de 300 pessoas, entre adultos, jovens e crianças, já visitaram o espaço, participando de vivências e oficinas voltadas para a conscientização ambiental. Quando terminou a pandemia, começamos a recolher, nas salas dos 15 andares do prédio da Prefeitura, pó de café para colocar na compostagem juntamente com outros resíduos orgânicos e as folhas da varrição do prédio. Além disso, criamos o projeto chamado Recolheita, em que coletamos resíduos orgânicos dos mercados da Encruzilhada e do Cais de Santa Rita. A perspectiva é fazer parcerias com mais outros mercados. Essa ação de recolhimento de alimentos orgânicos conta com a parceria da Secretaria de Saúde do Recife (Vigilância Sanitária, por exemplo), da Emlurb (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife) e da Conviva Mercados e Feiras – Autarquia Municipal. O programa ainda não foi oficialmente lançado, mas já estamos realizando testes nesses dois mercados públicos para avaliar e aprimorar a iniciativa. Também planejamos colocar pontos de coleta de alimentos não perecíveis, como feijão e arroz, para destinar à doação.  O sonho da gente é colocar em cada Região Político-Administrativa da cidade um sistema agroflorestal junto com a compostagem, porque ele é perfeito:  existe a plantação e o aproveitamento desses resíduos para evitar a emissão de gás para o meio ambiente. No ano passado, o Sistema Agroflorestal Urbano e Compostagem converteu 138 toneladas de resíduos orgânicos em 76 toneladas de adubo, que são distribuídos para as unidades produtivas da secretaria, que engloba 30 hortas de escolas e creches, 15 Unidades de Saúde, 6 Terreiros, 8 hortas institucionais e 11 hortas comunitárias. Esses resíduos,

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impasse aldeia Escola sargentos

Como resolver o impasse da Escola de Sargentos em Aldeia?

Empreendimento do Exército vai investir em Pernambuco R$ 1,7 bilhão e gerar empregos, mas ambientalistas advertem que a obra vai desmatar mais de 90 hectares de Mata Atlântica e pode prejudicar o abastecimento de água na Região Metropolitana do Recife. *Por Rafael Dantas Pernambuco é o destino de um investimento bilionário a ser executado pelo Exército Brasileiro na próxima década: a ESA (Escola de Sargentos das Armas). A estimativa é de um aporte na ordem de R$ 1,8 bilhão para construção do complexo educacional que deve reunir 6,2 mil pessoas, entre alunos e profissionais. Mesmo com a parceria do Governo do Estado no empreendimento e de boas expectativas de dinamismo econômico, há um impasse relevante acerca do impacto ambiental, visto que o projeto prevê o desmatamento de 94 hectares de Mata Atlântica, dentro da Área de Proteção Ambiental Beberibe-Aldeia. Alternativas ainda estão em discussão, propostas pela sociedade civil. O anúncio do projeto da ESA foi feito ainda em 2021, quando o Alto Comando do Exército Brasileiro decidiu reunir as 16 escolas de formação espalhadas pelo País em um único estabelecimento. Entre as condicionantes, estava a necessidade de espaço para a construção do complexo educacional e um campo de instrução associado para utilizar nas atividades de formação. O curso a ser oferecido é uma formação superior tecnológica, com duração de dois anos. O general Joarez Alves Pereira explica que os recursos desse empreendimento são garantidos pelo próprio Exército, a partir da alienação de um terreno que a instituição possui em Brasília, no Distrito Federal. “Como é uma área urbana de valor elevado, isso permitiu ao Exército patrocinar o investimento a ser feito na Escola, que será um grande indutor de desenvolvimento nessa região”, afirmou. Além do aporte do Exército (R$ 1,7 bilhão), houve um acordo de contrapartida do Governo do Estado de promover melhorias demandadas pelo empreendimento. Obras de mobilidade para o acesso à escola, para abastecimento de água e eletricidade e conexão de esgoto, entre outros investimentos urbanos que totalizaram cerca de R$ 110 milhões de recursos públicos de Pernambuco. EFEITOS ECONÔMICOS ESTIMADOS A opção foi por Pernambuco, onde a instituição tem as operações do CIMNC (Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti). Nas justificativas técnicas para a escolha do local, apresentadas em 2023, estão listados aspectos, como o fato de o Exército Brasileiro já possuir o terreno no Recife e ter o referido campo de instrução contíguo à área de instalação da escola. No entanto, foram listados fatores que deixaram os ambientalistas em alerta, como a estimativa de que a construção da escola “tenderá a desenvolver uma nova região urbana próximo ao bairro de Aldeia” e que a “futura construção do Arco Metropolitano poderá favorecer o acesso à nova Escola”. A passagem do Arco Metropolitano pela APA Aldeia-Beberibe já é um dos debates mais tensos no Estado devido aos impactos ambientais previstos pelos especialistas no restante de Mata Atlântica que ainda não foi derrubada em Pernambuco. O próprio desenvolvimento da região urbana em Aldeia, que já vive uma dinâmica social complexa, levanta alguns alertas. A estimativa do general Joarez acerca dos efeitos positivos de desenvolvimento para a região está sob a injeção de uma massa salarial de R$ 250 milhões por ano com a folha de pagamento dos militares. É um efeito renda importante para o crescimento econômico de qualquer município brasileiro. “Além disso, a previsão é de que as obras durem efetivamente 10 anos. Por ocasião da construção, devemos gerar 12 mil empregos diretos e 17 mil indiretos”, afirmou. EMBATES AMBIENTAIS E NOVAS ALTERNATIVAS Além do prédio da escola, o complexo inclui ainda um Batalhão de Comando e Serviço e o estabelecimento de Vilas Militares para a moradia dos estudantes, dos profissionais e das suas famílias nas proximidades. O projeto inicial previa a supressão de 188 hectares da Mata Atlântica. Após os debates técnicos e os questionamentos legais das legislações ambientais na região, a área do empreendimento prevista para desmatamento reduziu para 94 hectares, para se conformar à Lei 9860/86, instituída pelo ex-governador Gustavo Krause, que delimitou as áreas de proteção dos mananciais de interesse da Região Metropolitana do Recife. Além da redução de terreno, houve uma primeira realocação de onde seriam instalados os prédios. Os questionamentos ambientais do projeto, levantados principalmente pelo Fórum Socioambiental de Aldeia e por pesquisadores das universidades pernambucanas, baseiam-se no fato de que a APA Aldeia Beberibe preserva um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica em Pernambuco e abriga a Bacia do Rio Catucá, principal afluente do Reservatório de Botafogo. O comprometimento do equilíbrio hídrico na região colocaria em risco o abastecimento de quatro municípios da Região Metropolitana do Recife que dependem dessa reserva hídrica. Além disso, o local integra o chamado Centro de Endemismo Pernambuco (CEP). É uma das áreas do Nordeste que apresenta altíssimo valor para a conservação da biodiversidade, com espécies de fauna e flora que ocorrem exclusivamente na região, alvo de teses e artigos científicos. “Praticamente a Mata Atlântica de Pernambuco sumiu. Sobrou muito pouco, apenas um conjunto de fragmentos. Nossa luta é tentar manter essa região preservada. E, dentro dessa área, existe o maior bloco de Mata Atlântica ao norte do São Francisco, que é exatamente a área do Exército”, afirmou Hebert Tejo, presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia e mestre em gestão ambiental. A organização tem apresentado alternativas ao projeto, com objetivo de reduzir ao máximo o impacto ambiental do empreendimento. Hebert relembra que o projeto inicial previa construções em cima do Rio Catucá, em áreas de nascentes, além de algumas regiões de fortes depressões da reserva. A partir dos debates sobre os impactos ambientais, o projeto inicial começou a ser modificado. A versão apresentada em março de 2023 (com 188 hectares de área) já passou por várias atualizações, que resultaram em projetos que foram reduzindo sua área construtiva e, até, retirando parte dos prédios da área de mata. O Fórum Socioambiental de Aldeia realizou um estudo amplo para identificar novas locações e sugerir outras possibilidades de instalação da escola, considerando um menor impacto do empreendimento. Ao

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Pesquisa revela os hábitos culturais dos moradores do Recife

Carnaval e São João são as festas mais valorizadas na capital pernambucana, enquanto teatro e museus apresentam potencial de crescimento A pesquisa Cultura nas Capitais, maior levantamento sobre o tema já realizado no Brasil, analisou o comportamento cultural dos moradores das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal, evidenciando padrões de acesso, preferências e exclusão cultural. No Recife, os dados mostram que o Carnaval e o São João seguem como as manifestações mais valorizadas pela população, mas outras atividades, como teatro e museus, apresentam grande potencial de crescimento. O estudo foi realizado pela JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) do Ministério da Cultura, e contou com a participação de 19.500 pessoas em todo o país. No Recife, foram entrevistados 600 moradores entre fevereiro e maio de 2024. Carnaval e São João dominam o cenário cultural Entre os entrevistados no Recife, 36% destacaram o Carnaval como a festa mais importante da cidade, seguido pelos festejos juninos, com 32% das preferências. O levantamento também apontou que 31% dos recifenses participaram do Carnaval em 2024, percentual quase o dobro da média nacional (17%). A cidade também se destaca como a capital brasileira onde mais se ouve brega (33%), muito acima da média nacional de 5%. O frevo, embora seja um dos principais símbolos do Recife, aparece como o estilo preferido de apenas 3% dos moradores. Queda no acesso a atividades culturais tradicionais Na comparação com os dados de 2017, o Recife apresentou redução no acesso a bibliotecas (-15%), cinemas (-8%) e teatros (-7%). Outros espaços culturais também tiveram queda de público, como os museus, que passaram a ser frequentados por apenas 19% da população, contra 35% da média das capitais. Apesar da redução em algumas atividades, a capital pernambucana ainda se destaca em outras frentes. Recife é a cidade do Nordeste onde mais se joga games (53%) e mais se vai ao cinema (46%), além de estar entre as que mais frequentam locais históricos (45%) e festas populares (43%). Potencial de crescimento para teatro, museus e espetáculos de dança A pesquisa também revelou que há um grande público potencial para atividades culturais menos acessadas, como teatro, museus e espetáculos de dança. Entre aqueles que não frequentaram essas atividades nos 12 meses anteriores à pesquisa, 34% manifestaram interesse em assistir a peças teatrais, 26% gostariam de visitar museus e 25% desejam ir a apresentações de dança. No Recife, apenas 17% dos moradores afirmaram ter ido ao teatro, um dos percentuais mais baixos entre as capitais nordestinas. Para 38% dos entrevistados, a principal barreira para frequentar peças teatrais é a falta de tempo. Oportunidades para políticas públicas e investimentos culturais Os dados revelam que a população recifense valoriza a cultura e defende mais investimentos no setor. Cerca de 87% dos entrevistados acreditam que o poder público deve aumentar os recursos para atividades culturais, com foco na acessibilidade e descentralização dos eventos. Além disso, 80% dos recifenses consideram a cultura essencial para o bem-estar e qualidade de vida, enquanto 78% defendem que os eventos devem levar em consideração as particularidades do local onde são realizados. A acessibilidade também foi apontada como fator crucial para o acesso à cultura por 82% dos entrevistados. De acordo com João Leiva, diretor da JLeiva e responsável pelo estudo, os dados confirmam a vocação cultural da capital pernambucana e apontam caminhos para o fortalecimento do setor. "Recife é uma cidade com vocação cultural pulsante, e os dados da pesquisa confirmam isso. Ao mesmo tempo em que o Carnaval e o São João seguem fortemente valorizados pela população, há um enorme potencial de crescimento em outras áreas, como teatro, museus e espetáculos de dança. Isso evidencia não apenas o interesse da população, mas também uma grande oportunidade para políticas públicas e investimentos privados que democratizem ainda mais o acesso à cultura na capital pernambucana." Metodologia da pesquisa A pesquisa Cultura nas Capitais ouviu 19.500 pessoas em todas as capitais do Brasil entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024. No Recife, foram entrevistados 600 moradores de diferentes faixas etárias, classes sociais e regiões da cidade. Os questionários foram aplicados presencialmente em 1.930 pontos de fluxo populacional, abrangendo perfis diversos da população. Os dados completos, infográficos e relatórios estão disponíveis em: www.culturanascapitais.com.br.

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Mal-estar no trabalho: 51% dos profissionais não recebem suporte das empresas

Pesquisa revela que dores físicas afetam 68% dos trabalhadores e afastamentos por doenças ocupacionais aumentam no Brasil A rotina de trabalho tem impactado a saúde física dos brasileiros, e muitas empresas ainda não oferecem suporte adequado para minimizar esses efeitos. Um estudo da plataforma Onlinecurrículo revelou que 68% dos profissionais sentem dores corporais frequentemente devido ao trabalho, enquanto 51% não recebem qualquer benefício ou assistência para lidar com o problema. O cenário reflete o aumento das licenças médicas por doenças ocupacionais, que, em 2024, deixaram mais de 1 milhão de brasileiros incapacitados. A dor na coluna lidera as causas de afastamento desde 2023, segundo o Ministério da Previdência Social. O levantamento analisou os principais desconfortos físicos relacionados ao trabalho. A postura inadequada lidera a lista de causas (63%), seguida da exposição prolongada a telas (43%), movimentos repetitivos e esforço físico excessivo (35%) e ambiente de trabalho estressante (31%). A região mais afetada é a coluna, com 50% dos entrevistados relatando alterações posturais e dores dorsais. Além disso, 48% sentem dor de cabeça frequentemente, e 46% relatam vista cansada, problemas muitas vezes interligados pelo uso intenso de telas. As consequências vão além do desconforto físico. 26% dos participantes afirmaram que a qualidade do sono também é prejudicada pelo ambiente profissional, o que afeta diretamente a produtividade e o bem-estar. Para Amanda Augustine, especialista em carreiras da Onlinecurrículo, investir na saúde dos trabalhadores é essencial para reduzir custos e fortalecer o engajamento. “Priorizar o bem-estar emocional no ambiente de trabalho não é apenas uma boa prática — é também uma decisão estratégica. Isso pode resultar em menos ausências, relacionamentos profissionais mais fortes e um desempenho geral superior”, destaca. Diante desse cenário, 52% dos entrevistados apontaram que pausas regulares para alongamento e descanso seriam essenciais para reduzir as dores. A ergonomia também se mostrou uma preocupação, com 41% pedindo melhores condições no mobiliário, como cadeiras ajustáveis e mesas ergonômicas. Além disso, 36% acreditam que espaços de relaxamento dentro do ambiente de trabalho poderiam trazer mais conforto, enquanto 33% apontaram que benefícios para a prática de atividades físicas ajudariam na prevenção de problemas musculares. Augustine ressalta a importância de um ambiente que promova saúde e produtividade. “Independentemente do tipo de trabalho ou de onde ele é realizado, um ambiente produtivo começa com a base certa. Quando você cria condições que favorecem o conforto, o bem-estar e a conexão genuína, está cultivando uma cultura onde as pessoas podem realmente prosperar”, afirma. A pesquisa da Onlinecurrículo foi realizada entre os dias 1º e 2 de março de 2025, ouvindo 500 trabalhadores de diversos setores e regiões do Brasil. O estudo contou com um índice de confiabilidade de 95% e margem de erro de 3,3 pontos percentuais.

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