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Emenda destina R$ 300 milhões para revitalizar São Francisco

Uma emenda ao Projeto de Lei Orçamentária para 2017 no valor de R$ 300 milhões foi aprovada pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado Federal. O recurso, direcionado à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), é voltado a ações de recuperação e preservação da bacia do rio São Francisco. A proposta segue para deliberação na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) antes ir ao plenário na sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados que aprova o conjunto global de emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União para o próximo ano. A emenda destinada à Codevasf foi uma das quatro aprovadas pelo colegiado de senadores, e a de maior valor. No total, a CMA aprovou R$ 414 milhões; além da Codevasf, há destinações de recursos indicadas para o Ministério Público Federal (MPF), o Comando da Marinha e o Tribunal de Contas da União (TCU). O prazo para os deputados e senadores apresentarem emendas à proposta orçamentária de 2017 começou no dia 3 de outubro e prossegue até as 20 horas do dia 20. “Só se produz água plantando árvores nas nascentes e matas ciliares”, ressalta o senador baiano Otto Alencar, propositor da emenda e autor de diversas outras propostas de revitalização do São Francisco. “Lembro que a revitalização não é apenas desassorear o rio e nem seus afluentes, mas também preservar, plantar árvores nas nascentes e cercá-las para evitar que a atividade econômica, por meio da retirada das árvores e plantio da braquiária (capim), leve ao assoreamento dos rios”, acrescenta. A presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, participou, nestas terça (18) e quarta (19), de reuniões no Congresso Nacional com o objetivo de assegurar mais recursos de emendas parlamentares no Orçamento Geral da União para que a Companhia possa reforçar as ações em benefício da população ribeirinha das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim. Juntamente com a presidente, estiveram no Congresso os diretores de Revitalização das Bacias Hidrográficas, Inaldo Guerra; de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação, Luís Napoleão Casado; de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura, Marco Aurélio Ayres Diniz; e os superintendentes da Codevasf Rodrigo Rodrigues (Minas Gerais); Aurivalter Cordeiro (Pernambuco); César Mandarino (Sergipe), e João Francisco Jones Fortes (Maranhão). Parlamentares e bancadas dos estados da área de atuação da Codevasf estiveram com a presidente. Nesta quarta, após reunião com o líder do governo na Câmara dos Deputados André Moura, na qual esteve presente também o superintendente regional da Codevasf em Sergipe, César Mandarino, a presidente da Companhia conversou no Congresso com prefeitos dos estados de Alagoas e Sergipe. Na ocasião, os gestores municipais puderam saber mais sobre a atuação da empresa em seus estados. “Acho uma iniciativa de grande importância [a Codevasf buscar recursos de emendas para realizar suas ações]. Nós, da bancada de Sergipe, elegemos duas prioridades para o orçamento impositivo deste ano. Uma foi para a Prefeitura de Aracaju e outra para a Codevasf – prova de que nós temos certeza da importâncias das ações que a Codevasf vai realizar”, avaliou o deputado André Moura. Kênia Marcelino apresentou aos parlamentares os principais programas e ações da Companhia para alocação de recursos de emendas, tanto individuais como de bancadas ou de comissões – entre eles o apoio a projetos de desenvolvimento sustentável local integrado, a reabilitação de projetos de irrigação, a implantação de obras de infraestrutura hídrica e a revitalização das bacias hidrográficas. “São diversas as ações que a Codevasf desenvolve, desde revitalização, passando por desenvolvimento regional com atividades como apicultura, ovinocaprinocultura e piscicultura, até obras estruturantes. Em Alagoas e Sergipe, por exemplo, nós temos centros integrados de recursos pesqueiros e aquicultura, que desenvolvem pesquisa, melhoramento das espécies, peixamentos e projetos de produção. O impacto disso na região é muito importante. Com nosso trabalho, precisamos realmente dar mais qualidade de vida a essas famílias da zona rural”, pontuou a presidente. Emendas ao orçamento Cada parlamentar pode apresentar até 25 emendas de execução obrigatória (impositivas), no valor global de R$ 15,3 milhões. As emendas contemplam demandas que chegam das bases eleitorais dos parlamentares e de grupos organizados que procuram interferir no projeto orçamentário. O valor das emendas por congressista equivale a 1,2% da receita corrente líquida (RCL) prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo. O percentual é determinado pela Constituição. Além dos 594 congressistas (513 deputados e 81 senadores), as comissões permanentes da Câmara dos Deputados, do Senado, do Congresso Nacional e as 27 bancadas parlamentares podem propor emenda ao orçamento do próximo ano, estas últimas direcionadas para projetos de interesses dos estados. Revitalização do São Francisco A Codevasf vem executando ações de revitalização na bacia do São Francisco para melhorar a oferta de água em qualidade e em quantidade do manancial. Desde 2007, diversas iniciativas são desenvolvidas para a preservação dessa bacia nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. As estratégias são realizadas em quatro eixos – sistemas de esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos, controle de processos erosivos e sistemas de abastecimento de água – e já beneficiaram a população de 319 localidades nos cinco estados. Desenvolvimento A Codevasf, empresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional, tem por missão promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social. As ações da Companhia beneficiam uma população de 26,7 milhões de pessoas, em 894 municípios, nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Sergipe e no Distrito Federal. A atuação da empresa abrange uma área de 1,09 milhão km² (13% do território nacional); desse total, 48% estão no semiárido. Na área da agricultura irrigada são 34 projetos públicos de irrigação no Vale do São Francisco sob responsabilidade da Codevasf, alguns deles implantados na década de 70. Em 2015, esses projetos alcançaram 3,5 milhões de toneladas de alimentos produzidas – frutas, em sua maior parte –,

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Senador cobra inclusão de Pernambuco no PPI

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) subiu à tribuna ontem (19) para protestar contra a exclusão de projetos de Pernambuco no Programa de Parceria de Investimentos (PPI), lançado em setembro pelo governo federal. Como explicou, os 34 projetos previstos no programa, que tratam de concessões em áreas como transporte, energia, saneamento e mineração, não incluem as demandas de seu estado. Como exemplo, o senador citou obras como o arco metropolitano, que visa integrar os polos industriais de Suape, do litoral norte e a oeste da capital, de forma a evitar que o tráfego de cargas passe por Recife. O parlamentar criticou ainda a redução de 22% dos recursos orçamentários previstos para investimentos em infraestrutura de transporte em seu estado, no próximo ano. — Como explicar a ausência de Pernambuco no programa de concessões do governo federal e uma queda tão significativa na dotação de recursos orçamentários, quando o governo de estado e a sua base parlamentar federal atuaram ativamente no processo de impeachment? — questionou. Para ele, houve deficit de articulação política do governo do estado e falta de um projeto estratégico para Pernambuco. No pronunciamento, o senador também alertou para as consequências da seca enfrentada por 70% dos municípios do estado e pediu a liberação de recursos para obras que ajudem a minimizar os problemas enfrentados pelos pernambucanos. (Agência Senado)

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Artista franco-brasileira Dulce Araujo realiza exposição no Recife

A artista digital franco-brasileira Dulce Araujo volta a expor no Recife com a mostra Regard Urbain, no Bogart Café, em Santo Amaro, na região central do Recife, com abertura nesta terça-feira (25). Na exposição, a artista, considerada uma das pioneiras na arte digital em Pernambuco, apresenta seus trabalhos que integram a série Autour de la Ville, em que suas graphiephotos revelam aspectos diferentes das paisagens urbanas. Desta vez, os personagens e as paisagens do metrô de Paris, cidade onde a artista mora há mais de 40 anos, são a principal matéria-prima das obras. No primeiro dia da exposição, a partir das 18h, serão exibidos quatro títulos de videoarte da artista. A mostra ficará em cartaz até o próximo dia 25 de novembro e a entrada é gratuita. A artista, que também é fotógrafa, intitula o formato de trabalho que estará na exposição de graphiephotos. “O resultado é uma união de artes visuais e digitais (graphie) à fotografia (photo). Há vários anos venho fazendo um trabalho sobre o lado urbano, não como fotojornalismo, mas com uma visão mais gráfica da cidade. Pictórica. O elemento banal transforma-se em arte”, explica Dulce. “As pessoas presentes numa graphiephoto nunca se encontraram e não estavam na mesma hora, no mesmo dia, nem na mesma estação de metrô. São parcelas íntimas e de solidão”, revela. O público poderá conferir na mostra as diversas visões de Dulce através de portas e janelas envidraçadas, de quando os vagões chegam e saem das estações do metrô parisiense. “Nas obras, utilizo entre mim e a personagem e a paisagem fotografadas um elemento integrante do meio de transporte utilizado. As janelas com suas sujeiras, riscos e reflexos que a urbanidade nos deixa como herança do cotidiano estão presentes. Procuro captar também a nitidez e a não nitidez. Como dizemos em francês, o ‘Le net et le flou’”, conta a artista. A exposição Regard Urbain, de Dulce Araujo, tem produção da produtora cultural Dulce Reis e montagem do designer Walton Ribeiro. A mostra ainda conta com o apoio do Grão Coletivo e do Bogart Café. Sobre a artista - Dulce Araujo nasceu no Recife, onde se formou na então Escola de Belas Artes. Após vários anos morando em Paris, tornou-se cidadã francesa. Na capital da França e também no Canadá, atuou como fotógrafa free lancer para a imprensa. Desde 1990, trabalha com arte digital, tendo o computador como suporte. As obras e fotografias de Dulce já foram expostas em mais de 10 países, como França, Estados Unidos, China e Portugal, entre exposições individuais e coletivas. No Brasil, suas obras já foram expostas nas feiras especializadas em arte contemporânea SP-Arte e Artigo Rio, entre outros locais. Durante um período de 10 anos, Dulce Araujo integrou o quadro de artistas da Dumaresq Galeria de Arte, onde realizou varias exposições individuais e coletivas. Ainda no Recife, a artista também expôs na galeria Massangana – da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Como fotógrafa, a artista participou diversas exposições, com destaque para a mostra coletiva Brésil des brésiliens, no Centre Georges Pompidou, em Paris.

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Financiamento de veículos volta a crescer em PE

Pernambuco fechou o terceiro trimestre do ano com 33.686 veículos financiados, queda de 16% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, o estado manteve a terceira posição no ranking de financiamentos de veículos no Nordeste. O levantamento é da Unidade de Financiamentos da Cetip, que opera o maior banco de dados privado de informações sobre financiamentos de veículos do país, o Sistema Nacional de Gravames (SNG). O estado manteve o segundo maior volume de financiamentos de automóveis leves, entre novos e usados, no Nordeste, com 25.137 unidades negociadas no terceiro trimestre, ficando atrás da Bahia. O resultado apontou uma queda de 11,4%, em relação ao mesmo período do ano passado. No terceiro trimestre também foram financiadas 7.199 motos, baixa de 28% na mesma base de comparação. Em setembro, o volume de financiamentos de veículos em Pernambuco somou 10.374 unidades, entre automóveis leves, motos e pesados. O resultado apresentou queda de 20,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. O Nordeste atingiu 199.034 veículos financiados no terceiro trimestre do ano, queda de 18,3% em relação ao mesmo período de 2015. A região manteve a liderança nos financiamentos de motos em todo o Brasil, ao somar 59.641 unidades negociadas entre julho e setembro. O total de veículos financiados no Brasil no terceiro trimestre de 2016 somaram 1.167.070 unidades, entre automóveis leves, motocicletas, pesados e outros, queda de 11,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Desse total, veículos novos somaram 431.698 unidades vendidas a crédito, enquanto os usados chegaram a 735.372.

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10 anos do Balanço Empresarial em Pernambuco

Há uma década, Pernambuco vivia o último ano do Governo Jarbas Vasconcelos e elegia Eduardo Campos para o primeiro mandato. Um momento de transição econômica, quando o Estado começava a receber grandes investimentos industriais. Desde 2006, o consultor José Emílio Calado (JBG & Calado Gestão e Negócios) realiza o Balanço Empresarial, mapeando ativos, receitas e lucros das organizações com atuação local, que publicam suas demonstrações financeiras no Diário Oficial de Pernambuco. O resultado tem sido divulgado na Algomais e hoje (17/10) foi apresentado pelo pesquisador em evento no Mercure Recife Mar Hotel. Comemorando a marca, trazemos uma análise do que mudou neste período, quais segmentos surgiram na economia pernambucana e quais companhias se mantiveram no ranking das melhores. Duas empresas se sobressaíram na década, permanecendo nas três listas de 2006 para 2015. “Nesse período destaca-se o desempenho de Baterias Moura e Grupo Raymundo da Fonte pois ultrapassaram e muito os seus indicadores em todos esses três ranqueamentos”, constata Calado. No ranking que mapeia os 35 maiores ativos do Estado, a pesquisa indicou 10 empresas que melhoraram em relação ao ano de 2006 (já corrigidos o Índice Geral de Preços – Mercado), com destaque para Baterias Moura, que saltou de um ativo de R$ 358 milhões para R$ 1,59 bilhão da demonstração de 2015. Um crescimento de 344% na década. “O ativo representa as contas da organização, o imobilizado, os seus investimentos, estoques e contas a receber. É tudo aquilo que ela tem. É um indicador que reflete bem o que aconteceu na empresa”, aponta o consultor. PERFIL ECONÔMICO. Ao analisar os setores das 35 empresas que apareceram no ranking da década, é perceptível a mudança no perfil econômico do Estado. Há 10 anos, cinco empresas do ramo sucroalcooleiro despontavam na lista. Permaneceram apenas duas na lista atual, o que sinaliza a perda de competitividade no segmento. Por outro lado, o setor de energia dobrou o número de empresas no ranking, passando de quatro para oito representações. Entre os maiores ativos de Pernambuco, surgiram companhias dos segmentos de óleo e gás , cimento, naval, entretenimento, financeira, veículo, varejo, shopping, vidros, hotelaria, saúde, loteamento e infraestrutura. Na comparação entre as receitas, o estudo identificou que somando-se o volume das 35 empresas listadas no ranking, houve um crescimento de 81,8% acima do IGP-M. A Celpe, Via Sul, Baterias Moura, Raymundo da Fonte, Usina Central Olho D'água, Eurovia Veículos e a EBBA foram as únicas empresas que permaneceram na lista 10 anos depois do primeiro balanço. A análise do lucro líquido mostra que enquanto em 2006, o acumulado das 35 empresas resultou em um montante de R$ 1,52 bilhão, em 2015 o balanço alcançou a marca de R$ 2,47 bilhões. Um crescimento de 62%. Sete organizações permaneceram na lista dos maiores lucros do ano: Baterias Moura, Celpe, Raymundo da Fonte, Tecon Suape, Mercofricon, Usina Central Olho D’Água e Tramontina Delta. SEGMENTOS. Entre os setores que despontaram no ranking dos lucros, Calado identificou o surgimento de novos segmentos, conectados com as mudanças na matriz econômica pernambucana, como óleo e gás, naval, vidros e infraestrutura. Ancorado com o crescimento do consumo da década e com o avanço do varejo moderno em Pernambuco, o segmento de shoppings entrou também nessa lista, representado pelo RioMar e pelo Plaza Casa Forte. Empresas das áreas de saúde, loteamentos e cimento, que também passaram a ter representação nessa lista. Já na comparação entre os anos de 2014 e 2015, quando as empresas sofreram com a recessão econômica, alguns segmentos surpreenderam e aumentaram seus ativos, receitas e lucros. Das 35 empresas do ranking dos maiores ativos no ano passado, 26 delas apresentaram desempenho superior ao do ano de 2014. O Hipercard manteve a liderança e cresceu de R$ 8,4 bilhões para R$ 9,5 bilhões, em apenas um ano. “A Odebrecht Ambiental, o Vard Promar, a Petrogal e o Grupo Ser Educacional foram as empresas que mais investiram no ano da crise”, diz Calado. Mesmo num ano em que o PIB caiu 3,5%, o volume acumulado de ativo das 35 maiores empresas teve crescimento real de 0,8%. Após um período de vasto investimento no segundo setor do Estado, as indústrias são maioria na lista, ocupando 21 lugares. Os setores de energia (8 representantes) e óleo e gás (3) são outros destaques nesse ranking. CRESCIMENTO. Já a soma das 35 maiores receitas fecharam o balanço com um crescimento negativo de 6,5% em 2015. O volume caiu de R$ 33,9 bilhões para R$ 31,9 bilhões. “A maioria das empresas ranqueadas nos ativos (77%) também está na lista das maiores receitas líquidas, o que demonstra que os investimentos realizados estão também gerando grandes receitas”, avalia Calado. Apesar disso, algumas empresas exibiram boa performance no ano da crise. Citepe superou o desempenho anterior em 160%, Energética Suape em 126%, o Grupo Ser Educacional em 43% e Hospital Esperança, 35,5%. A representante do setor sucroalcooleiro, a Usina Olho D’água, apresentou avanço de 38% no indicador. Em volume, a Companhia Energética de Pernambuco foi a que liderou esse ranking, com receita na casa dos R$ 4,6 bilhão. Por outro lado, o Estaleiro Atlântico Sul foi a empresa que mais retraiu suas receitas em 2015, caindo de um faturamento de R$ 1,9 bilhão para R$ 599 milhões, o que resulta numa redução de 72%. Como um sintoma da queda da receita, o lucro líquido também foi menor em 2015. O montante das 35 maiores empresas de Pernambuco nesse indicador apresentaram um rendimento 6% inferior ao de 2014. A retração desse total foi de R$ 2,63 bilhões para R$ 2,47 bilhões. “Nesse recorte, 21 empresas estão ranqueadas no lucro líquido e receita líquida, o que demonstra consistência na gestão dessas organizações”, afirma o consultor. CARTÃO DE CRÉDITO. A liderança na lista dos maiores lucros em Pernambuco foi do Hipercard. No ano da crise, a empresa do setor de crédito registrou um rendimento de R$ 460 milhões. Mais que duas vezes em relação ao ano anterior, quando fechou com R$ 182,7 milhões (elevação de 154%). Em segundo lugar ficou a empresa

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Janela Internacional e festa Sem Loção armam mais uma edição de cinema

A festa recifense Sem Loção já tem nova data e local marcados para acontecer e será mais uma edição cinematográfica, desta vez, a convite da produção do Janela Internacional de Cinema. A balada abrirá o festival no dia 28 de outubro, às 23h, no Dokas, localizado no Recife Antigo. Os DJs residentes, Lala K, Felipe Machado e Rebel K, estão preparando um set list especial. Com direito a mashups de trilhas de filmes, antigos e novos clássicos musicais e, como de costume, muito pop, funk, rock e eletrônico. "O Janela é um festival que preza muito pelo diálogo entre os realizadores e o público. Por isso, fazemos questão de armar esses encontros para receber convidados de quase todos os filmes. É uma chance para o público, convidados e pessoas de fora interagirem com a cidade", pontuou a produção do festival.

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Finissage da exposição A Cidade, as ruínas e depois acontece nesta terça

O finissage da exposição A Cidade, as ruínas e depois, que está em cartaz na Torre Malakoff, acontece nesta terça-feira (18), com obras deAndrei Thomaz, Daniel Escober e Marina Camargo. Os trabalhos dos jovens artistas estão expostos desde o início de setembro. Ainda como parte do projeto, realizado através do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2015 – Espaços Norte/Nordeste, serão realizados dois encontros, nos quais Andrei Thomaz e o curador Márcio Harum vão conversar com o público e com artistas pernambucanos. O primeiro ocorre nesta quinta (20), na Torre Malakoff, às 19h. O outro acontece em Olinda, nesta sexta (21), às 19h, no Atelier Mutirão de Cultura. A entrada é franca. A transformação das urbes e o momento particular vivido pelas cidades brasileiras após anos de crescimento econômico e décadas de processamento do legado modernista são as linhas gerais da exposição. O trio lança seu olhar sobre esses espaços que sofreram diversas transformações nos últimos anos (especulação imobiliária, caos na mobilidade, disputas de território...) e que, agora, sentem os efeitos da crise econômica.  Essas questões não são novas para os artistas, os quais já vêm se debruçando, anteriormente, sobre guias de viagem, mapas urbanos diversos, arquivos de fotografias documentando as mudanças da paisagem urbana ao longo do tempo, mitos urbanísticos, instrumentos de orientação, publicidade no espaço urbano, a especulação imobiliária, as escolhas sobre o que revelar e o que ocultar na urbe. “São artistas que pensam e dialogam com o substrato urbano nas suas produções. Todos estão atentos a esse metabolismo das grandes cidades”, pontua Márcio Harum. Os três abordam o espaço, a paisagem ou a cidade a partir de um ponto onde não é muito possível distinguir realidade e ficção. “Penso que este seja um ponto comum muito eficiente e capaz de unir obras produzidas por processos totalmente artesanais a obras geradas por softwares de última geração, por exemplo”, destaca Daniel Escobar. Andrei Thomaz, Daniel Escobar e Marina Camargo também formaram-se na mesma escola – o Instituto de Artes da UFRGS. Eles têm Porto Alegre como referência, ainda que tenham vivido em outras cidades e tenham percursos artísticos marcadamente distintos. Atualmente, Andrei Thomaz vive em São Paulo, Daniel Escobar em Porto Alegre, e Marina Camargo entre Porto Alegre e Berlim. Segundo o curador, o pensamento que norteia a exposição é a metabolização dos espaços urbanos nas grandes metrópoles brasileiras. “É interessante notar como eles estão trabalhando essa questão da descaracterização da paisagem urbana que tem acontecido em São Paulo, no Recife, em Porto Alegre... É um pensamento sobre o urbano”, comenta Márcio Harum. Ao idealizarem esse novo projeto, o segundo do trio – que desenvolveu em 2010 um outro, intitulado _Lugares e Representações_ –, eles buscaram um espaço urbano novo, onde ainda não tivessem atuado e que estivesse fora do eixo habitual das mostras no país. “Nenhum de nós tinha muito contato com o Recife. Há muito tempo tive uma obra exposta numa coletiva no Museu Murillo La Greca, mas nossa produção pode ser considerada inédita na cidade”, diz Andrei Thomaz. “Para mim, há várias razões nessa escolha. Uma delas é por ser uma cidade que me parece ter um paralelo com Porto Alegre, não por semelhança, mas por serem duas cidades com uma vida cultural ativa e fora de um eixo da região sudeste”, complementa Marina Camargo. A exposição vai apresentar tanto obras individuais, como outras realizadas em parceria especialmente para o projeto. O trio, que prefere não ser visto como um coletivo, criou o aplicativo As ruínas e depois, uma espécie de guia sonoro da exposição e documentação visual da mesma, que estende sua abrangência para além do espaço expositivo. Os artistas Marina Camargo: sua formação se divide entre Porto Alegre (onde realizou graduação e mestrado em Artes Visuais), Barcelona e Munique, onde estudou como artista bolsista do DAAD. Em seu trabalho investiga as relações de representação das coisas ou fenômenos do mundo, seja através da relação direta com os lugares ou a partir referências encontradas. Entre os diversos prêmios e bolsas que recebeu, está a bolsa da Fundação Iberê Camargo para residência no Gasworks (Londres). Suas exposições individuais mais recentes foram Ensaio sobre uma ordem das coisas (2015), Goethe-Institut, Porto Alegre; Reflexo Distante (2013), Galeria Bolsa de Arte, Porto Alegre; O ar entre as coisas (2013). Andrei Thomaz: é artista visual e professor. Mestre em Artes Visuais pela ECA/USP e formado em Artes Plásticas pela UFRGS. Sua produção artística abrange diversas mídias, digitais e analógicas, envolvendo também várias colaborações com outros artistas, entre as quais encontram-se performances sonoras e instalações interativas. Entre os prêmios e editais pelos quais foi contemplado, encontram-se a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2014; #1 C.LAB - Blau Projects, com curadoria de Douglas Negrisoli, 2014; Edital de Estímulo à Produção Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG 2012; Prêmio de Ocupação dos Espaços da Funarte 2010, junto com Daniel Escobar e Marina Camargo e outros. É sócio da produtora Mandelbrot, onde atua como programador e coordenador no desenvolvimento de projetos interativos. Vive e trabalha em São Paulo. Daniel Escobar: graduado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS, a sua pesquisa aborda as paisagens do desejo criadas pelo consumo e pelo entretenimento, a partir da apropriação de objetos ou símbolo ordinários e cotidianos, próprios ao mundo urbano. Entre as mostras individuais recentes destacam-se A História Mais Curta, Celma Albuquerque Galeria de Arte (Belo Horizonte, 2015), A Nova Promessa, Zipper Galeria (São Paulo, 2014) e Seu Lugar é Aqui, seu Momento é Agora, Santander Cultural (Porto Alegre, 2014). Participou de exposições como: Depois do Futuro, Parque Lage (2016), Cidade Gráfica, Itaú Cultural (2014); Jenseits der Bibliothek, Frankfurt Book Fair (Frankfurt, 2013) e outras. Em 2012, realizou sua primeira exposição individual internacional na RH Gallery, em Nova York. Possui obras em acervos públicos e privados no Brasil e no exterior, incluindo Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte da Pampulha, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Casa de Velázquez/Madrid, entre outros.

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Isadora Melo lança primeiro álbum e faz show no Teatro Santa Isabel

Revelação da música brasileira contemporânea, a cantora Isadora Melo lança seu disco de estreia, Vestuário, no dia 20 de outubro. O álbum estará disponível nas principais lojas do Brasil e em todas as plataformas de streaming. No Recife, ela faz show no Teatro de Santa Isabel, com entrada gratuita. O disco conta com participação de músicos conceituados, como Jaques Morelenbaum, e expoentes da música nacional, como Zé Manoel e Juliano Holanda Uma das apostas máximas da nova safra de cantoras brasileiras, a pernambucana Isadora Melo lança no dia 20 de outubro o primeiro álbum da carreira: Vestuário. Aos 27 anos, sua voz é referência pela precisão e personalidade. Está presente em diversos discos da cena recifense contemporânea, cruzando fronteiras em participações na televisão, como na série Amorteamo (TV Globo) e no teatro, escalada por João Falcão para compor o elenco do musical Gabriela. Após dois anos do lançamento de seu primeiro EP (Isadora Melo, 2014), a artista já tem também na trajetória o convite para compor o time do projeto Cantoras do Brasil. Desatando nós para uma nova roupagem da canção brasileira, com a refinada formação de bandolim, acordeon, baixo acústico e violão, a voz de Isadora é reforçada pelo acompanhamento de respeitados músicos da cena pernambucana: Rafael Marques (Arabiando e Saracotia), Julio Cesar (Arabiando), Walter Areia (ex-Mundo Livre S/A e Areia e Grupo de Música Aberta) e Juliano Holanda (Orquestra Contemporânea de Olinda) - que assina a produção do disco -, respectivamente. No álbum, as canções Partilha e A joia do EP de estreia, lançado em 2014, ganham novos arranjos para se juntar à outras dez faixas de seu repertório. Interpretando canções de Juliano Holanda, Júlio Holanda, Glauco César, Zé Manoel, Kassin, Mavi Pugliesi, Hugo Linns, Clara Simas, Paulo Paes, Hugo Coutinho, Walter Areia e Caio Lima, Isadora nos presenteia com uma das mais belas vozes da música contemporânea. Vestuário conta ainda com as participações dos músicos e parceiros Karlson Correia, Clara Torres, Zé Manoel e o renomado violoncelista Jaques Morelenbaum (arranjador de trabalhos emblemáticos de Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa e Ivan Lins), em canções como Pequena, Ave d’alma e O de mais valia. À convite do parceiro Juliano Holanda, que assinou a produção musical do EP e do disco Vestuário, Isadora Melo participou, em 2015, da trilha sonora da minissérie global Amorteamo. A colaboração, que inicialmente seria na interpretação de algumas músicas, culminou com a artista sendo integrada ao elenco da série. A cantora e atriz recebeu, na sequência, o convite do diretor João Falcão para integrar o musical Gabriela, baseado na obra de Jorge Amado, que ficou em cartaz entre junho e agosto de 2016 no Teatro Cetip, em São Paulo. TRAJETÓRIA Foi no hall de entrada do Centro de Artes e Comunicação da UFPE que Isadora se deparou com sua primeira oportunidade como cantora e atriz, aos dezoito anos: um cartaz anunciava inscrições para o coro Baile do Menino Deus, tradicional espetáculo que celebra anualmente o ciclo natalino em um dos mais importantes palcos da cultura pernambucana, o Marco Zero do Recife. "Era um espetáculo que eu sempre ia e amava. Já conhecia o coro antigo por conta do meu pai e vivi a minha infância toda cantando as músicas do espetáculo", releva. Na audição, Isadora chamou a atenção do diretor Ronaldo Correia de Brito com sua voz firme e suave a ponto de ser escolhida como uma dos três solistas principais e integrando o elenco da montagem de 2008 a 2010, retornando em 2012 para continuar atuando e cantando até agora. Paralelamente a isso, ao lado do grupo Arabiando, do qual foi vocalista entre 2009 e 2012, entrou nas rodas de samba e chorinho do Recife, angariando elogios de público e crítica como revelação da nova canção pernambucana. Após o pontapé inicial, a identificação como cantora e atriz veio de forma muito natural, através da consolidação de seus trabalhos. Apesar da curta idade, não faltam experiências. Aos 27 anos, a cantora acumula no currículo importantes apresentações nos palcos do ExcentriCidades, Museu do Estado de Pernambuco, Festival Contemporâneos, do histórico Teatro de Santa Isabel, além de passagens pelas cidades de Bordeaux e Orleans (França), e Lisboa (Portugal). Somam-se à estas, participações em shows do grupo Arabiando (do qual foi vocalista entre 2009 e 2012) e Zoca Madureira; e nos discos de artistas como Trio Pouca Chinfra, Orquestra Contemporânea de Olinda, Zé Manoel e Juliano Holanda. Ao lado dos compositores Juliano Holanda e Zé Manoel, já passou por festivais de renome como o Festival MIMO, Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), Festival Rec-Beat, A Noite do Desbunde Elétrico e Prata da Casa do Sesc Pompeia, sempre despertando interesse do público e crítica especializada. Em 2016, Isadora integrou ainda coletânea Música a retalho - Gravações avulsas, da Phono Produções, que lançou em formato digital cinco promessas da música pernambucana.

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Tecnologia de geração solar flutuante aumenta em 14% a produção dos painéis fotovoltaicos

Estudos feitos em usinas solares flutuantes da Europa e Ásia, locais onde o nível de irradiação é bem menor do que no território brasileiro, mostram que a tecnologia de geração solar no espelho d’água gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado. De acordo com os estudos realizados pela fabricante francesa Ciel & Terre International, detentora do Hidrélio®, tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes e utilizada em mais 40 usinas no mundo, o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d’água. “Os painéis fotovoltaicos funcionam a partir da irradiação solar, mas a incidência de calor em um terreno ou em um telhado pode comprometer a eficiência energética. Quando instalado em um reservatório ou em um curso d’água, o sistema tem um ganho significativo de geração de energia”, afirma Orestes Gonçalves, diretor da Ciel & Terre Brasil. “Outra vantagem de gerar energia solar na água é possibilitar um uso mais nobre da terra, seja para a agricultura ou outras atividades primordiais do ser humano”, acrescenta Gonçalves. O diretor da Ciel & Terre Brasil informa que a tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes será produzida ainda este ano no Brasil. A própria Cesp, de forma inovadora, fez estudos na usina solar flutuante instalada no reservatório de Porto Primavera e os resultados de eficiências dos painéis ficou acima dos 14% verificados na Europa e na Ásia.

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Temudo fala por si

Dia após dia, milhares de pessoas dos mais variados estratos sociais transitam pelo viaduto Joana Bezerra, a maioria esmagadora sem se dar conta de que o viaduto Joana Bezerra, é na realidade o viaduto Capitão Temudo. Você, possivelmente, é uma dessas pessoas. Capitão o quê? você tem razão de achar a afirmação muito estranha. Não só pelo fato de o nome correto não ser Joana Bezerra, mas por ser Capitão Temudo. Pois saiba que muito se tem a falar dele. Quem, afinal, foi o capitão Temudo? Foi um militar português que deixou o seu nome insculpido não só no viaduto Joana Bezerra, mas na história do Brasil e de maneira mais marcante na de Pernambuco. Você, de novo, se põe a cismar: Quer dizer que um militar português deu nome a um monumento brasileiro, genuinamente pernambucano! Quer saber por quê? André Pereira Temudo, o nome completo do capitão, acompanhou, em 1615, a expedição destinada a auxiliar Jerônimo de Albuquerque na expulsão dos franceses do Maranhão e do Pará. Missão cumprida, em janeiro de 1616, o capitão-mor Francisco Caldeirar Castelo Branco e o capitão de infantaria André Temudo navegaram por um afluente do Rio Guajará e em determinado ponto construíram um fortim, dando por fundada sob a proteção de Nossa Senhora de Belém a povoação Feliz Lusitânia. Logo ela passou a chamar-se Nossa Senhora de Belém do Grão-Pará, em seguida Santa Maria de Belém e, finalmente, Belém. Foi assim que nasceram o Estado paraense e a sua capital, Belém. Tamanha foi a sua importância na conquista do Maranhão e do Pará que, como recompensa, pouco depois ele foi nomeado capitão-mor da capitania do Rio Grande do Norte. De que têmpera deveria ser o homem a assumir os destinos de terras tão inóspitas, de vida tão insípida e, sobretudo, de alto risco? Deveria ser suficientemente forte, física e mentalmente, para desempenhar tão difícil missão, e o capitão Temudo o era. Os capitães-mores tinham formação militar e larga experiência em combates. Eram oficiais de milícias, soldados de carreira construída em Portugal ou, quando não, plasmados em forças organizadas. Ex-participantes das lutas pela conquista de terra, eram frequentes entre eles gestos de coragem e desprendimento. Eram homens rústicos, decididos, desprovidos de eufemismos, absolutamente resolutos em qualquer situação enfrentada, quase nada sensíveis à justeza das suas decisões. Simplificando, não vacilavam, administrando a capitania com mão de ferro. Disciplina era a palavra-chave, não importava a circunstância. E quando se impunha a mediação do capitão-mor em alguma contenda, a sentença era, com frequência, rápida, contundente e irrecorrível. Eram esses os traços levados em conta na escolha dos capitães-mores, já que eles detinham poder incontrastável sobre a milícia, sobre a população circunvizinha, podendo eventualmente surrar as pessoas, pô-las a ferro, condená-las ao degredo ou, até, em situações extremas, à morte, desde que os motivos fossem plenamente justificáveis. Pensando bem, ele era o representante do rei luso. Fazia mais: concedia sesmarias, mas para obtê-la o postulante tinha que ser seguidor do catolicismo, a religião oficial. Não havia concessão se não houvesse plena satisfação de tal requisito. Em síntese, o capitão-mor era plenipotenciário, a suprema lei. Naqueles tempos, o Estado não era laico... A Igreja, pregavam, purificava as almas.A conduta austera, inteligente e briosa do capitão André Temudo lhe rendeu reconhecimento, empossado que foi na capitania-mor do Rio Grande do Norte. Ao fim de sua administração, todavia, fixou residência em Olinda, onde passou a comandar uma companhia de infantaria e mostrou de forma cabal a razão de ser nome do maior viaduto recifense. É óbvio que você, com muita razão, insiste no questionamento do que leva um homem nascido há 400 anos, em Portugal, o homem que fundou Belém, capital do Pará, a ter seu nome imortalizado em uma obra tão importante quanto o Viaduto Joana Bezerra, aliás Capitão Temudo? Vieram as invasões holandesas. O Recife, então com escassos 150 moradores, estava armado e pronto para resistir. De um lado, o Forte de São Jorge, de outro o Diogo Paes, ambos prontos para nos defender. Para nós, brasileiros, tratava-se da nossa jovem nação. Para os portugueses a defesa de mais uma colônia entre as tantas que possuía em todo o mundo, esta riquíssima e extensa. Para os invasores holandeses, a exploração da cana-de-açúcar, de que, naquela época, Pernambuco era o maior produtor mundial. O rio Tapado, defesa natural do porto do Recife e das praias de Pau Amarelo, ficara sob os cuidados do capitão André Pereira Temudo, à frente de 130 homens, número que logo cresceu quando a ele se juntaram três companhias dos distritos mais próximos, os índios com suas flechas, e até mesmo cidadãos ciosos do imperativo de defende a pátria, o lar, a honra. Ocorre que, mesmo assim, era um número insuficiente de pessoas para fazer o que precisava ser feito, e o porto do Recife e as praias de Pau Amarelo deveriam ser defendidas a qualquer preço. Ademais, no Recife se encontravam dois fortes da Coroa e o tesouro representado pelo açúcar, pelo pau-brasil, pelo algodão, pelo fumo, pelo gengibre e tantas outras riquezas. Recife precisava de auxílio e o pedia insistentemente. Como vencer a distância e o tempo que separavam aqueles pontos vitais? Se não havia combatentes bastantes para defender sequer um posto, como defender quatro léguas de praias? Ainda que precariamente, as praias do Pau Amarelo estavam, de qualquer forma, com a defesa pronta, e o capitão André Temudo, por sua vez, mantinha a posição do rio Tapado. Ocorre que os holandeses eram numericamente superiores: 2 mil soldados bem armados e bem treinados, embora os luso-brasileiros fossem, do ponto de vista do amor à causa, muito superiores. Não havia, no entanto, como deter a escalada neerlandesa. Os invasores desembarcaram na praia de Pau Amarelo, passaram a progredir no terreno e foram recebidos a tiros nas margens do Rio Doce. Não detiveram a marcha, contudo. Prosseguiram para o sul, para conquistar Olinda. Ali, o combate foi encarniçado. A superioridade numérica dos holandeses era flagrante e em determinado estágio da batalha, o capitão Temudo foi

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