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O centro como sala de visitas da capital

O Observatório do Recife fechou o ciclo de debates do projeto O Recife que Precisamos - Edição 2016 apresentando propostas para revitalização do Centro Histórico. O conceito de organizar os bairros centrais para se tornarem uma espécie de sala de visitas da capital pernambucana foi discutido por especialistas e representantes de movimentos presentes no evento. O secretário de Desenvolvimento Urbano da prefeitura, Antônio Alexandre, fez um balanço do que foi realizado nessa temática na atual gestão. A riqueza patrimonial do Centro do Recife e o acelerado processo de deterioração da cidade foram ressaltados nas discussões do movimento em 2012. Desse diagnóstico saíram diversas propostas, como a de expansão do sítio histórico de Olinda para a área mais antiga da capital pernambucana, a se considerar o nascimento das duas cidades, que ocorreu praticamente no mesmo momento. “A ideia era a recuperação do Centro Histórico do Recife como sala de visitas da cidade. Como proposição do professor José Luiz da Mota Menezes, incorporamos o entendimento de que o Recife, que é a capital mais antiga do Brasil, era tão patrimônio da humanidade como Olinda”, afirmou o consultor Francisco Cunha, responsável por fazer a memória das orientações do movimento no ciclo passado. A ausência de controle e planejamento para toda a cidade, incluindo o Centro, colocava em risco a integridade desse patrimônio de séculos de história. “O Recife não tinha estratégia própria, portanto fica refém da estratégia de inúmeros atores. O entendimento é o de que é possível transformar o local onde vivemos no lugar onde sonhamos viver”, diz Francisco Cunha. Tratando sobre o que avançou desde 2013, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Antônio Alexandre, destacou o “Recife - Cidade das Pessoas”. “Esse projeto veio da percepção de que precisávamos de um conjunto de iniciativas que propusesse o resgate da relação do cidadão com a cidade. E, a partir daí, avançar num conjunto de outras agendas centradas principalmente na valorização do espaço público”, explicou. “A partir dessa discussão fizemos uma releitura do Bairro do Recife”. Ele lembrou da importância dos intensos debates sobre o projeto Novo Recife, no Cais José Estelita. “Foi uma oportunidade para levantar uma série de discussões para pensarmos no Centro do Recife, na sua forma de ocupação e do modelo de produção de cidade e de produção imobiliária. Esse fórum provocou um olhar mais amplo da Ilha de Antônio Vaz. E mais recentemente houve uma tentativa do CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) para consolidar esses elementos através do projeto Viver Recife Centro”. O terceiro movimento destacado pelo secretário foi o plano Centro Cidadão, realizado a partir de um convênio feito com a Unicap, em que a universidade demanda um pensamento mais amplo do Centro, onde o próprio campus e seu entorno estão inseridos. “A percepção que temos após abrir essas fontes de debates é de que precisamos expandir a visão do Centro Histórico além de uma sala de visitas. Na verdade, para estabelecer a dinâmica, vitalidade e função que a região pode voltar a ter no conjunto da cidade, precisamos avançar nessa visão. É preciso fazer esse território ser vivo, de permanência, para ser referência para toda a cidade”, declara. Junto a esse repensar o Centro da Cidade, o secretário afirmou estar fazendo uma revisão da legislação urbanística e do Plano Diretor. Outra ação no balanço do secretário é a revisão dos fluxos de mobilidade do Bairro do Recife, incluindo o projeto do VLT e no avanço da pedestrianização. RECOMENDAÇÕES A necessidade de se desenvolver uma cultura urbana através da educação cidadã e de se pensar a humanização na mobilidade foram alguns dos temas que emergiram no encontro. Entre as principais recomendações para o Centro da Cidade estão a ampliação da Zona 30 na região, associada a um esforço radical de pedestrianização no bairro do Recife; a preservação da paisagem urbana, removendo, quando necessário, intervenções indevidas, como a estação de BRT da Av. Guararapes; transformar a Av. Dantas Barreto num boulevard; iniciar a discussão sobre o futuro do Porto do Recife; qualificar a gestão dos resíduos sólidos no território do Centro; entre outros. Você pode ver a lista completa das 17 recomendações feitas para o Centro do Recife. Recomendações do Recife Que Precisamos 2016 para o tema Centro do Recife: Tomar como referência os manuais de pedestrianização e adotar um urbanismo tático emergencial sobre a Av. Rio Branco; Ampliação da Zona 30 em todo o Centro do Recife; Promover a pedestrianização radical do bairro do Recife, expandindo a Zona 30 a toda a extensão do bairro, coibindo o estacionamento nas vias públicas dos bairros do Recife, São José e Santo Antônio e ampliar a utilização e atualizar o preço da Zona Azul (que é R$ 1 desde 1998); Resignificar a Avenida Dantas Barreto utilizando-se, inclusive, de recursos de mitigação dos projetos imobiliários que se abatem sobre o centro da Cidade, repensando o equipamento e território do Camelódromo; Preservar a paisagem urbana, removendo, quando necessário, intervenções indevidas, como a estação de BRT da Avenida Guararapes; Reformar a Praça Adolfo Cirne da Faculdade de Direito, retirando o gradil e as vagas de estacionamento realizadas sem debate urbanístico pela UFPE; Iniciar a discussão sobre o futuro do Porto do Recife, colocando-o como um fio condutor da oportunidade de resignificação radical do bairro do Recife; Revisar as legislações de preservação urbana, incluindo o conceito de Paisagem Cultural como vetor da reabilitação, tendo o espaço público (e não somente o edificado) como objeto da legislação; Garantir celeridade e integração plena dos planejamentos urbanos da área do Centro; Revisar a legislação urbanística de toda a área do centro, garantindo o adensamento residencial através do fomento à ocupação e ao uso misto das edificações, preservando a paisagem histórica do território; Disciplinar a realização de grandes eventos no bairro do Recife, garantindo o funcionamento dos serviços regulares instalados no território durante o dia e/ou período; Garantir a assistência e segurança da população imigrante que está desempenhando atividades no comércio popular do centro da cidade; Qualificar a gestão dos resíduos sólidos no território do centro, com soluções

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Exposição “Mundo Jurássico” chega ao Recife

Extintos há mais de 65 milhões de anos, os dinossauros ainda despertam fascínio e curiosidade em adultos e crianças. Não à toa, estão presentes em filmes, desenhos, seriados e até em museus expressivos, como o de História Natural, em Nova York. No Recife, o público terá a oportunidade de conhecer esses seres pré-históricos através da exposição “Mundo Jurássico”, que aporta no RioMar Shopping, dia 25 de setembro, para curta temporada. Ingressos já estão à venda no piso L2 do mall – a partir de três pessoas todas pagam meia: R$ 20 (serviço abaixo). São 12 réplicas robotizadas, produzidas na China, expostas em tamanho natural dos animais e com movimentos variados de cabeça, cauda, boca e olhos. O famoso e temido Tiranossauro Rex, por exemplo, mede 5m de altura por 13 de comprimento. Os bonecos-robôs ficam expostos em galerias ambientadas adequadamente por especialistas em montagens de cenários cinematográficos, cenógrafos, museólogos, arquitetos e paisagistas, que criaram o visual e funcionamento de todo o aparato dessa exposição, para que o público vivencie a era jurássica de forma realista. As visitas são guiadas por monitores aptos, porém a exposição é autoexplicativa, já que totens ilustrativos com textos sobre a história dos dinossauros e muitas curiosidades estão espalhados pelo espaço. Figuras animadas também foram montadas em cenários que recriam a vida dos gigantes e sua trajetória na Terra. Projeto escola – As escolas interessadas em oferecer aos seus alunos esse passeio, que é uma verdadeira extensão de uma aula de história, poderão agendar suas visitas, com horário e valor diferenciado, pelos telefones (81) 4042-9959, (81) 4141-1476 ou e-mail: gruposescola@lojadoshow.com.br. Serviço: Exposição Mundo Jurássico Diariamente, a partir de 25 de setembro RioMar Shopping - Av. República do Líbano, 251, Pina, Recife – Piso L3 Classificação: Livre Informações: www.mundojurassico.com.br e www.facebook.com/mundojurassico Telefone: (81) 4141-1476 De segunda a sábado, das 14h às 21h | Domingos e feriados, das 12h às 19h Ingressos: à A partir de três pessoas, todas pagam meia-entrada De segunda a sexta: R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira) Sábado, domingo e feriado: R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira) *Crianças até 3 anos acompanhadas de adulto pagante não pagam Venda antecipada de ingressos na bilheteria no piso L2 Projeto Escola: R$ 15 Venda de ingressos especiais para grupos de no mínimo 30 pessoas. Visitas em horários diferenciados. Vendas pelos telefones (81) 4042-9959, (81) 4141-1476 ou e-mail: gruposescola@lojadoshow.com.br

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Teatro Apolo recebe o espetáculo A Mandrágora

O espetáculo A Mandrágora, uma adaptação de Guilherme Vasconcelos para o clássico do escritor italiano Nicolau Maquiavel, fica em cartaz nos dias 17 e 24 de setembro no Teatro Apolo, no Bairro do Recife. Na peça, o público assiste a uma sátira de costumes, que contextualiza a clássica história escrita originalmente em 1508, para o Sertão nordestino. Nas duas ocasiões o espetáculo tem início às 20h. Na peça, Calímaco é um rico paraibano radicado no Recife apaixonado por Lucrécia, esposa de moral ilibada do poderoso Coronel Nício Calfucio. O rico casal, apesar das tentativas, não consegue ter filhos. Calímaco, então, finge-se de médico e receita um infalível e mortal remédio à base de mandrágora - uma suposta planta afrodisíaca - conseguindo ludibriar o Coronel e tendo sua paixão finalmente correspondida. Com cenários e figurinos concebidos pelo próprio diretor, a peça mostra ao público uma mescla de regionalidade com originalidade ímpar, além de uma trilha sonora que faz paródias com clássicos do brega Produzida pela Galharufas Produções, a peça foi contemplada já por duas vezes pelo Funcultura, em Montagem, no ano de 2014 e agora, cumpre sua Circulação de Espetáculo, em 2016, passando principalmente por cidades polos em todas as regiões do nosso Estado. Dirigida pelo diretor Marcondes Lima, que atualmente assina o espetáculo Nossos Ossos, em cartaz no Recife. O espetáculo é composto de oito atores e no ano passado, cumpriu temporadas nos Teatros Apolo e Luiz Mendonça, e foi um dos espetáculos de maior repercussão no 22º Janeiro de Grandes Espetáculos, em 2015, tendo 10 indicações ao Prêmio, inclusive de Melhor Espetáculo, Direção e Figurinos.

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A obscura lei do uso dos faróis

A obrigatoriedade do uso de farol baixo durante o dia nas rodovias federais e estaduais brasileiras é fruto de uma das leis mais controversas aprovadas em 2016, a 13.290/2016. A discordância foi tamanha que a sua adoção foi suspensa em Pernambuco pelo Departamento de Estradas de Rodagens (DER) cinco dias após entrar em vigor, por falta de sinalização e de ações educativas junto aos condutores.  Recentemente, liminar da Justiça Federal de Brasília proibiu a cobrança de multa em todo território nacional pelos mesmos motivos. A justificativa apresentada pelo autor da lei, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), é de que ela aumenta a segurança no trânsito. Porém seu argumento é questionado por um grupo de pesquisa da UFPE, coordenado pelo professor do Departamento de Engenharia Civil Maurício Pina. No Estado, no curto prazo de vigência da legislação, 229 condutores foram autuados, mas as multas foram suspensas pela Justiça. O uso dos faróis acesos durante o dia é tema de vários estudos acadêmicos. Muitos apresentam conclusões que se contradizem, de acordo com Maurício Pina, que há cinco anos coordena uma linha de pesquisa na UFPE sobre acidentes nas estradas. “O entendimento é controvertido. Alguns trabalhos defendem o uso de faróis acesos durante o dia nas rodovias, justificando que numa distância de 3 km é possível visualizar o veículo. Outros estudos, no entanto, indicam que essa medida altera os elementos naturais de percepção e pode desencadear situações de estresse ao condutor e ainda causa uma poluição luminosa que pode até confundir os motoristas, sendo prejudicial principalmente para os motoqueiros”, afirma. No caso das motocicletas, por exemplo, a nova lei tende a contribuir para “desprotegê-las”, alerta Pina. “Antes dessa legislação, apenas as motocicletas eram obrigadas a trafegar com faróis acesos, o que os destacavam no tráfego”, explica o professor. “Se no caso das rodovias há opiniões conflitantes, em áreas urbanas é inaceitável. Não há a menor justificativa para implementar essa obrigatoriedade”, adverte Pina. “Quem a defende baseia-se na justificativa da visibilidade do veículo num o raio de visão de 3 km, mas em área urbana você não alcança essa distância devido aos obstáculos na paisagem”. Na Região Metropolitana do Recife a aplicação da lei confundia os motoristas sobre os locais onde deveriam acender os faróis. Isto porque várias rodovias estaduais cortam os centros  urbanos, como a Estrada da Batalha, a Estrada de Aldeia, a PE-15 (Olinda e Paulista) e o Complexo do Salgadinho. Essa confusão fez com que fossem aplicadas em média 45 multas por dia só na RMR. No País, segundo a Polícia Rodoviária Federal, foram geradas 3 mil multas diárias. Na dúvida, a tendência dos motoristas foi permanecer durante o dia inteiro com o farol aceso, para não correr o risco de ser multado em R$ 85,13 e ainda perder quatro pontos na CNH. Em novembro deste ano, o valor passará a ser R$ 130,16, conforme a nova tabela que entrará em vigor no País. Nos estudos realizados pela UFPE em diferentes quilômetros da BR-101, a redução do número de acidentes de trânsito passa por outros fatores. “As pesquisas demonstram claramente que muitos dos acidentes são causados por condições físicas da via, tais como o estado do pavimento, a sinalização horizontal e vertical e a geometria da rodovia”. Houve casos na BR-101, por exemplo, que a execução de um tapa-buracos, embora de curta vida útil, contribuiu para reduzir os acidentes nos quilômetros em que o serviço foi executado em 10% no ano. No entanto, para o professor é necessário que os pavimentos tenham uma restauração definitiva, já que os serviços de tapa-buracos são apenas paliativos, por apresentarem vida útil efêmera. O professor ainda chama a atenção para o fato de que a obrigatoriedade do uso de faróis durante o dia nas rodovias teve início nos países da Escandinávia (Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia), onde as condições de iluminação natural são muito críticas, já que lá os raios solares não aparecem durante a maior parte do ano. Outros países que passaram a adotar a medida, como Chile, Argentina, Uruguai, Hungria, Canadá e alguns Estados norte-americanos não estão situados nas regiões tropicais, nas quais as condições de luminosidade são muito diferentes. Para tentar entender a justificativa técnica para implementação da lei, o professor da UFPE enviou uma correspondência ao diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Elmer Coelho Vicenzi. Pina solicitou informações da pesquisa que embasou a medida. Ele quer saber  quem foi o autor, a instituição em que trabalhava, o referencial teórico, a metodologia utilizada, os resultados obtidos e a data da publicação. A resposta, que veio através da coordenadora geral de infraestrutura de trânsito, Juliana Lopes Nunes,  foi a de que não havia nenhum estudo sobre o assunto naquele departamento. Ela sugeriu que ele recorresse ao Congresso Nacional, responsável pela aprovação. Pina fez o mesmo procedimento, enviando uma correspondência para o deputado Rubens Bueno, autor do projeto de lei, mas ainda não obteve resposta satisfatória. Como se não bastassem os argumentos técnicos para o professor questionar a medida, ele destaca ainda a ilegalidade da sua aplicação para as áreas urbanas. Pina explica que a Lei nº 13.290 alterou os artigos 40 e 250 do Código de Trânsito Brasileiro, passando a obrigar o uso de faróis acesos durante o dia em túneis providos de iluminação pública e rodovias. No entanto, o próprio Código, em seu Anexo I, define rodovia como sendo uma via rural pavimentada, não incluindo, portanto, aquelas que atravessam as áreas urbanas. CONTRADIÇÃO Em 2006, um projeto de lei da deputada Selma Schons (PT/PR) pretendia justamente proibir o uso de faróis durante o dia. A motivação, curiosamente, era para aumentar a segurança no trânsito. “O uso do farol indiscriminadamente aceso durante o dia é nocivo, pois interfere no mecanismo cerebral de processamento da luz, e ao alterar os elementos naturais da percepção, produz incômodo e é capaz de desencadear perigosas situações de estresse no condutor. Isto será tanto mais evidente nas grandes cidades sujeitas a congestionamentos de tráfego e nos eixos com grandes fluxos de veículos em circulação”, justificava a parlamentar.

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Patrícia na luta pela obra de Naná Vasconcelos

“Eu sou um Brasil que o Brasil não conhece”. Patrícia, viúva de Naná Vasconcelos, lembra que o músico se apresentava com essas palavras, traduzidas em diferentes línguas, para as multidões que o acompanharam pelo mundo. Naná faleceu aos 71 anos em março, sete meses após ser diagnosticado com câncer de pulmão, e transpirou a música dos seus ancestrais até o último segundo. No período em que lutava contra a doença, o percussionista pernambucano trabalhou no álbum que fecharia sua viagem sonora através do sagrado: O Budista Afrobudista. No projeto inspirado em cânticos e mantras sacros, Naná transforma a dor em música. “O processo de produção de todo o disco foi marcado pela grandeza de Naná em superar o momento difícil que enfrentava”, revela Patrícia Vasconcelos. Ela, que nos últimos oito anos trabalhou ao lado do marido como produtora, lamenta a falta de conhecimento da maioria dos brasileiros diante da imensa obra do músico. “O trabalho de Naná é muito mais valorizado em outros países do que no Brasil. Aqui, as pessoas ainda não despertaram para a sua genialidade”, desabafa. O percussionista gravou a maioria das músicas de O Budista Afrobudista em um reprodutor de som portátil e outra parte compôs já internado, ao lado do compositor e multi-instrumentista Egberto Gismonti e do maestro Gil Jardim, antigos parceiros musicais. “O trabalho está praticamente completo. Falta gravarmos apenas três faixas. O mais importante, agora, é captar recursos”, explica Patrícia, que está produzindo o álbum. Seu desejo é lançá-lo ainda este ano, em dezembro. O nome da obra é inspirado no título de uma reportagem publicada pelo jornal argentino La Nación no ano passado: “El budista afro de la percusión” (O budista afro da percussão, em tradução livre). “Quando leu a matéria, Naná me disse: 'Que bonito! Meu próximo disco terá essas palavras'”, lembra Patrícia. A música homônima está sendo finalizada por Egberto Gismontti que recebeu, no hospital, instruções precisas do percussionista através de gestos e até batuques no lençol da cama ou em embalagens de comida. Gil Jardim ficou encarregado de produzir outra importante canção-mantra do álbum, Amém e amem, dizeres grafados na lápide de Naná. A música Respire Fundo e Diga 33, trilha do espetáculo de balé do projeto Dança Vida, de São Paulo, também surgiu como uma espécie de cura. “Todo dia, um médico da equipe que tratava Naná o examinava e pedia que respirasse fundo e dissesse '33'. Já exausto de todo o tratamento, ele acabou se irritando”, relembra Patrícia. “Após algumas conversas”, conta, “Naná se refez e disse que faria uma música em homenagem à orientação. Para mim, é uma lição de superação. Durante todo o tempo, ele esteve consciente e se curando por meio da sonoridade do que sentia. Eu vejo esse trabalho como uma mensagem de paz”. Outros planos Dentre as prioridades de Patrícia na missão de preservar a história de Naná Vasconcelos, está a parceria com os diretores pernambucanos André Brasileiro e Tuca Siqueira, na produção do documentário Caminhos. Previsto para ser lançado no final de 2017, o filme apresentará imagens atuais e de acervo pessoal, narrando momentos notáveis da vida do músico. Para além dos primeiros projetos, a ideia de Patrícia é reunir toda a obra de Naná e abrir um museu. A proposta também é criar exposições itinerantes e uma retrospectiva dos 16 anos em que o músico comandou a abertura do Carnaval do Recife, focando no trabalho social desenvolvido por ele durante as festas de Momo. “Desejo inaugurar um espaço físico para que as pessoas possam ter acesso à obra dele. Quero que o local seja um referencial para o mundo”, revela. Por Maria Regina Jardim

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Prefeituráveis opinam sobre mobilidade urbana

Mais carros nas ruas e menos mobilidade para as pessoas. Essa experiência desgastante nos deslocamentos diários da população colocaram esse tema com um dos mais relevantes no processo eleitoral. Nos últimos anos houve um movimento pela humanização das cidades em todo o mundo. Uma tendência que já impactou as propostas dos candidatos. A precariedade dos serviços de transporte coletivo, o incentivo aos veículos individuais e a má qualidade da infraestrutura urbana são os principais entraves da mobilidade na opinião do ex-prefeito João Paulo. Ele critica o sistema de integração do Recife, que segundo o candidato aumentou o tempo das viagens. Ele propõe ainda mais cuidados com as calçadas e ciclovias. "É preciso levar em consideração os pedestres e os ciclistas, incluindo as calçadas e as ciclovias como equipamentos de mobilidade. É preciso um plano efetivo de recuperação de calçadas nos principais corredores viários da cidade e ampliação da malha de ciclovias do Recife, encarando a bicicleta mais como meio de transporte do que como equipamento de lazer". Os investimentos em navegabilidade do Capibaribe foram criticados pelo candidato Carlos Augusto. "Os projetos que previam o uso do rio para transporte de passageiros nunca deram certo porque tentaram enveredar por soluções megalomaníacas. Vamos retomar essa ideia, mas sua implementação será gradativa, usando inicialmente apenas alguns trechos do rio. Achamos que a utilização do Capibaribe, como meio para o transporte de carga seria uma boa saída para desobstruir as ruas e reduzir o uso de caminhões." Ele afirma que para discutir mobilidade é preciso tratar também de questões como paisagismo, iluminação e segurança. A priorização dos automóveis na cidade é criticada por Edilson Silva. "É preciso implantar faixas exclusivas para bicicletas e transporte coletivo. Uma mobilidade urbana socialmente justa precisa reservar a maior parte das vias para o transporte de maior capacidade, incentivar meios mais econômicos e sustentáveis, como a bicicleta, e ser acessível e segura para pessoas idosas, crianças e pessoas com deficiência". Ele cobra também que os órgãos de planejamento urbano elaborem estudos e propostas para o fortalecimento de centralidades urbanas que funcionem em rede, diminuindo a necessidade de longas viagens. Priscila Krause alerta para a urgência em combater os problemas de mobilidade com planejamento a partir da metrópole, com uma articulação com os demais prefeitos da RMR. Ela também fala em promover a integração efetiva dos modais, evitando o paralelismo entre eles e adotando a integração temporal. A candidata aponta três frentes de atuação: o projeto Trânsito Livre (para desobstrução dos corredores de transporte de massa), o uso de tecnologias a serviço do trânsito e no avanço da mobilidade dos ciclistas. O prefeito Geraldo Julio fez um balanço das ações na área de mobilidade, citando a implantação de  32 km de Faixas Azuis, a aquisição de 77 equipamentos de fiscalização, que ajudam a controlar a velocidade no trânsito, a construção de cerca de 80 km de calçadas e o ordenamento do comércio informal. Ele comemora também a conclusão da Via Mangue. "Há anos e anos ela vivia apenas no imaginário da população do Recife e hoje é responsável pelo alívio no fluxo da Zona Sul da cidade, recebendo 64 mil veículos por dia". Outra novidade elencada pelo socialista é a experiência da Zona 30 no Bairro do Recife. A acessibilidade foi a preocupação destacada pelo candidato Daniel Coelho. "Uma mobilidade inclusiva precisa ser pensada primeiramente no pedestre e também na pessoa com deficiência. Se a calçada não existe ou está degradada, destruída, temos então o primeiro grande problema de mobilidade da cidade. Há uma frase que resume bem: uma cidade boa para o cadeirante é uma cidade boa para todos", afirmou. LEIA TAMBÉM: Candidatos discutem o Rio Capibaribe   Confira a íntegra o posicionamento que cada candidato nos enviou por email sobre o tema Mobilidade para todos: DANIEL COELHO Mobilidade é sempre um tema muito debatido e, se está sempre em pauta, é porque se trata ainda de um problema grande do Recife. E não se pode falar em mobilidade sem levar em consideração a situação das calçadas na cidade. Uma mobilidade inclusiva precisa ser pensada primeiramente no pedestre e também na pessoa com deficiência, no cadeirante. A primeira coisa que qualquer pessoa faz ao sair de casa, seja para caminhar, seja para pegar o ônibus, é andar pela calçada. E se ela não existe ou está degradada, destruída, como a maioria das calçadas no Recife, temos então o primeiro grande problema de mobilidade da cidade. Há uma frase que resume bem nosso pensamento: “uma cidade boa para o cadeirante é uma cidade boa para todos”. Este é o ponto: se o cadeirante tem qualquer dificuldade de mobilidade na cidade por culpa do poder público, então esta não é a cidade que queremos. JOÃO PAULO A mobilidade tem sido um tema presente em minha vida política, especialmente como gestor. Na Prefeitura do Recife, além da retirada dos transportes clandestinos, feitos por vans, e de uma série de outras ações que até hoje beneficiam os recifenses, lembro que, quando exerci mandato de deputado federal, integrei a Comissão de Desenvolvimento Urbano e articulei, no Congresso, a Política Nacional de Mobilidade Urbana, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. Fui também relator da Comissão Especial de Mobilidade Urbana para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016; e relator da proposta de Emenda à Constituição (PEC), que destina 10% dos recursos arrecadados com a venda de combustíveis para programas de transporte coletivo urbano. Em minha opinião, os maiores entraves da mobilidade hoje nas grandes cidades brasileiras são a precariedade dos serviços de transporte coletivo, o incentivo ao transporte individual, a má qualidade da infraestrutura urbana e a inexistência de planejamento eficiente voltado para as demandas da população. Hoje, 61% dos brasileiros utilizam o transporte coletivo e, desse percentual, 42% o tem como principal meio de transporte da casa para o trabalho ou escola. É importantíssimo, portanto, discutir a questão do transporte público de qualidade, pois atualmente o recifense tem muitas queixas. O trânsito e as condições do transporte público ocupam o

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Conheça o Índice de Desenvolvimento Cicloviário do Recife

A Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), em parceria com o Grupo de Trabalho de Mobilidade do Observatório do Recife (ODR), lançam, hoje (14), a partir das 17h30, na sede do INCITI (Rua do Bom Jesus, 191), o Índice de Desenvolvimento Cicloviário (IDECiclo). O indicador é resultado da análise da estrutura cicloviária, podendo ser utilizado para comparar a situação da ciclomobilidade do Recife a cada dois anos e também para comparar cidades diferentes no caráter quantitativo e qualitativo. Levando em consideração critérios relativos a segurança e conforto, a metodologia de cálculo inclui diversos parâmetros avaliados para Ciclovias, Ciclofaixas e Ciclorrotas. Tem-se como objetivo a divulgação do Ideciclo a cada dois anos, no início e no meio de cada gestão municipal. Na mesma ocasião, o movimento Transporte Ativo lança o Perfil Nacional do Ciclista Recorte Recife. De acordo com Cezar Martins, associado da Ameciclo, hoje em dia, quando se vai considerar o desempenho da pasta de mobilidade na construção das obras cicloviárias de um município, o caráter quantitativo sempre domina as conversas. “Com o IDECiclo, será possível não apenas cobrar do poder público a construção de rotas para ciclistas em termos de extensão de via, mas também a adequação dessas construções às dimensões de conforto e segurança”, informa. A nota do IDECiclo varia entre 0 e 1 e leva em conta parâmetros como controle de velocidade, largura da estrutura, sinalização, adequação ao tipo de via, entre outros (na dimensão de segurança). No item conforto, o estudo leva em conta sobreamento, qualidade do pavimento, existência de obstáculos, e outras variáveis. “O IDECiclo é uma metodologia para avaliar a malha cicloviária de uma cidade de forma objetiva e replicável, que permite acompanhar a evolução dos parâmetros de qualidade ao longo de uma gestão para uma comparação temporal e intermunicipal”, explica Martins. Toda a infraestrutura de uma cidade é avaliada a cada dois anos, no início, meio e final de cada gestão municipal, construindo assim uma série histórica do indicador. O índice desenvolvido pela AMECICLO assemelha-se ao Copenhagenize Index, iniciativa do escritório dinamarquês Copenheganize, que tenta avaliar e monitorar ao longo do tempo várias cidades do mundo quanto à promoção do uso da bicicleta nestas cidades. “Recife é a primeira cidade brasileira a ter esse tipo de avaliação, mas estamos trabalhando com a União de Ciclistas do Brasil (UCB) para reproduzir o monitoramento nas cidades que possuem movimentos ativos de ciclistas já a partir do ano que vem”, anuncia Martins. Na média, a infraestrutura cicloviária do Recife possui boas condições, principalmente no que diz respeito ao tipo do pavimento e na existência de infraestrutura próxima para realização do retorno da viagem. “No geral, as ciclovias e ciclofaixas estão bem adequadas às velocidades máximas das vias, são de um pavimento confortável, pouco sinuosas, oferecem relativa infraestrutura de proteção e poucos obstáculos no caminho. Por outro lado, não oferecem controle de velocidade nas vias, não há continuidade nos cruzamentos, o sombreamento é inadequado e insuficiente, a sinalização é insuficiente e com estado apenas razoável de conservação”, destaca Martins. Perfil do Ciclista Recifense Além do lançamento do IDECiclo, o movimento Transporte Ativo vai também apresentar o perfil sociográfico do ciclista recifense. Publicada em fevereiro de 2016, a pesquisa traçou um raio-x do usuário de bicicleta, entrevistando 5012 ciclistas em dez cidades das diferentes regiões brasileiras: Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Manaus, Niterói, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Agora o estudo revela em primeira mão o resultado sociográfico desse levantamento feito em Recife. Os dados locais mostram que a maior parte dos ciclistas são de baixa renda, baixa escolaridade, utilizam a bicicleta para trabalhar e percorrem pequenas distâncias. SERVIÇO: O QUE: Apresentação do IDECiclo, da Ameciclo e do Perfil Nacional do Ciclista Recorte Recifense, pela Transporte Ativo e Ameciclo. QUANDO: Hoje (14), das 19 às 21h 30 ONDE: INCITI - Rua do Bom Jesus, 191. COMO: Confirmar presença através dos contatos: (81) 3418.1180 e comunica@observatoriodorecife.org.br

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Dois livros do escritor vão virar séries de Tv

Comissão da Verdade, consultor da Unesco, José Paulo Cavalcanti Filho conta sempre boas histórias dos lugares onde passou. O talento para perceber o inusitado no cotidiano talvez tenha sido um dos motivos que o levou a ser escritor. Nesta conversa, ele conta sobre sua trajetória e a experiência de transpor seus livros para a telinha, um deles é a biografia de Fernando Pessoa. Qual a lembrança que senhor tem da infância no Recife? A vida não é estrada reta, onde você anda sempre em frente sabendo aonde vai chegar. É um cordão sem ponta, em que você, em algum momento, volta para a raiz. No começo você quer conhecer lugares, depois quer só voltar aos lugares que mais gostou. No começo você quer conhecer sons, no fim quer só ouvir a música que gosta. Por exemplo, uma vez por ano faço com minha mulher uma viagem culinária com pelo interior da França. Mas, num determinado momento da vida começo a gostar de tanajura, de bode guisado. Isso não é comida da minha infância, porque sou urbano, mas da infância de meu pai e do meu avó, que são de Ipojuca. Para falar do começo você tem que falar da raiz que está antes, que você herda. Mas passei uma infância como a de qualquer pessoa que nasceu no Recife. Sempre morei em Boa Viagem. Tenho uma irmã que foi campeã sul-americana de natação. Nadávamos mar adentro, até não vermos a praia, só os cocurutos dos edifícios. Hoje apenas doidos fariam isso. Você vai e volta sem uma perna por causa dos tubarões. Sempre quis ser advogado? Queria ser maestro na infância, depois decidi ser diplomata. Aí aprendi várias línguas. Aos 15 anos – idade em que você é um idiota absoluto - queria ser filósofo. Mas com 15 anos você quer ser o maior filósofo do Ocidente de todos os tempos. Eu só lia filosofia. Aí começaram a aparecer textos em grego antigo, aí eu me danei a estudar grego antigo. Fiz vestibular para filosofia, passei, assisti a uma aula. Em seguida, levantei-me, me despedi da classe, avisei que não ia voltar. Fiz vestibular para Direito na Católica, porque meu pai havia ensinado lá. Depois fui proibido de estudar pelo regime militar, porque eu era presidente do diretório acadêmico. Em seguida ganhei uma bolsa para Harvard, mas não passei muito tempo lá porque, no ano seguinte, me deixaram estudar e voltei para cá. Quando o senhor voltou? Em 1970. Fui para a Universidade Federal, me formei e queria ensinar. Foram abertos oito concursos para a Federal, eu me inscrevi em todos. Mas aí o SNI (Serviço Nacional de Informação) cancelou os concursos. Virei advogado por acaso, porque queria ser acadêmico. Trinta anos depois, em 1985, Fernando Lyra (ministro da Justiça do governo Sarney), que eu não conhecia, me convidou para ser seu secretário geral. Ele disse: “não entendo nada de direito, vou fazer política. Meu secretário geral tem que entender de direito e me prometer não se meter em política. E vai ser você”. Aí eu disse: Fernando, eu não quero. Ele respondeu: “se quisesse, eu não lhe convidava”. Insisti: eu não tenho tempo. Ele retrucou: “se você fosse um desocupado, eu não lhe convidava”. Em seguida falei: rapaz, vou perder muito dinheiro. E ele devolveu: “o problema são os que entram aqui querendo ganhar muito dinheiro”. Então coloquei: você fala muito grosso e eu não levo carão nem de meu pai. Se você falar grosso comigo eu lhe dou uma bolacha e vou-me embora. Ele respondeu: “Não. Você me dá uma banana e diz que me dá uma semana para escolher seu sucessor”. Achei engraçado e pensei: não vou brigar com esse homem nunca! (risos) E como foi? Fui ministro da Justiça por uns meses, entre 1985 e 1986. Prometi nunca me meter em política. Não me meti. Ele prometeu não se meter no meu trabalho, não se meteu. O que tenhamos feito de bom e ruim é obra coletiva. Foi um momento único participar do desabrochar da democracia. Liberamos livros, filmes e músicas censurados. Uma vez entrou uma baixinha com cara de japonesa na minha sala. Sem pedir licença. E disse: “o que o senhor tem contra o meu filho da puta?” Assustado, eu disse que não tinha nada. Ela continuou: “o senhor sabe a diferença entre o meu filme passar às 21h30 e às 23h30 na Globo?” Não, respondi. E aí ela explicou: “às 21h30 eu ganho dinheiro, às 23h30 vou à falência. Eu preciso mutilar a obra para tirar esse palavrão para passar o filme às 21h30. Não quero mutilar, mas não quero ir à falência”. Era Tizuka Yamasaki e o filme era Gaijin. Liguei para a censura e pedi liberar o “filho da puta” da Tizuka. (risos). Como foi participar da Comissão da Verdade? Não deveria ter participado. Estava em Gravatá e me liga um cidadão da Casa Civil e pergunta se eu gostaria de participar da Comissão da Verdade. Eu disse não. Ele insistiu: “Mas tem tanta gente que quer”. Eu disse: ótimo. Tem 500 petistas querendo entrar, coloque qualquer um. Ele respondeu: “O que é que eu digo para a senhora presidente?” Respondi: Diga que eu não quero. No outro dia ele ligou: “Ela mandou trocar a pergunta: se ela lhe nomear você renuncia?” Eu disse que não renunciaria. Por que não quis participar? Houve 41 países que fizeram comissão. Nenhum deles fez um relatório além de um ano e meio da transição. Nós fizemos 30 anos depois. E bem ou mal, a transição estava feita, negociada por Tancredo Neves. Há especialistas defensores de que crimes de tortura são imprescritíveis. A critica mais recorrente é que a Lei de Anistia foi feita por um Congresso garroteado, que atendeu a pressão dos militares. Só que existem duas Leis de Anistia, uma de 1979 e outra de 1985, quando já estávamos no governo de Tancredo, que acabou sendo de Sarney. Quem votou foi o Congresso que derrotou Maluf e elegeu Tancredo. Não tinha nenhum

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Vício em seriados de TV pode causar depressão e solidão

Sentar-se à frente da TV para assistir por horas e horas a série ‘da vez’ tem sido uma prática comum entre pessoas de todas as idades e, especialmente, entre jovens entre 18 e 29 anos. Com a facilidade de serviços de streaming - transmissão de som e imagem sem necessidade de download – o impulso em acompanhar episódios em sequência ininterrupta pode se transformar em vício, indicando sinais de depressão e solidão. É o que aponta pesquisa feita por cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, aponta que o hábito pode. "Quando não tenho nada para fazer ou quando vejo que saiu nova temporada de alguma série que eu gosto, eu sento e assisto durante horas. Já fiz, inclusive, maratona de um seriado que já assisti e gostaria de rever", contou a estudante Gabriella Ramos, de 19 anos. Quando questionada sobre uma possível indicação de sinais de depressão, ela relatou que essa mesma prática de maratonas de séries é, também, comum entre os seus amigos e tratou a indagação como algo ‘normal da idade’. "A grande maioria dos meus amigos faz o mesmo. Não acho que tenha algum problema”, finalizou. De acordo com a psicóloga Lívia Vieira, do Hapvida Saúde, maratonas desse tipo se tornam preocupantes quando o indivíduo demonstra alteração no comportamento, recusa a socialização com familiares e amigos e resume sua vida e seus assuntos ao mundo das séries. "Quando a fissura por assisti-las começa a alterar o sono, provocar insônia e mudar o humor, por exemplo, passam a ser necessárias as investigações", alerta a especialista. Além da indicação de sinais de depressão e solidão, as maratonas podem também estimular a obesidade, uma vez que alguns indivíduos têm a prática de assistir televisão comendo. O sedentarismo é outra possível decorrência de pessoas que passam muito tempo sentadas ou deitadas em frente à TV. "O primeiro passo é o diálogo, conversar sobre suas alterações, tentar ocupá-lo, distraí-lo, fazê-lo recordar outros prazeres da vida. Se não der resultado, se faz necessário um encaminhamento a um profissional competente, como psicólogo e psiquiatra", conclui a especialista.

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Fábio Menezes ministra palestra gratuita sobre novos negócios

O Workhall Coworking, em parceria com o Shopping ETC, promove, nesta quarta-feira (14), a partir das 18h30, a palestra "Os primeiros passos para a abertura de um negócio", ministrada pelo consultor e sócio da TGI Consultoria em Gestão, Fábio Menezes, especialista em gestão empresarial nas áreas de mercado, planejamento estratégico, desenvolvimento de equipes e governança corporativa. Na apresentação, o consultor dará orientações sobre como transformar uma ideia empreendedora em um modelo de negócio que traga bons resultados, focando em questões como análise de mercado, formatação de projeto empresarial, elaboração de plano estratégico e organização de orçamento. A palestra é gratuita e acontece no auditório do Empresarial ETC, na Av. Rosa e Silva, nº 1460, Aflitos. Para participar, o interessado pode se inscrever previamente através do site www.workhall.com.br/palestra ou diretamente no dia e local do evento. Dúvidas e mais informações pelo telefone (81) 3038.5121.

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