Arquivos Cultura e história - Página 2 de 355 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Cultura e história

Confira a Agenda Cultural para a semana em Pernambuco

Parque Brincar de Música, do Mundo Bita, chega ao Shopping Recife com atrações interativas O Parque Brincar de Música, do Mundo Bita, estreia no Recife de 11 de janeiro a 17 de fevereiro, trazendo cenários musicais e atividades interativas para encantar crianças e famílias. Instalado na Praça de Eventos do Shopping Recife, o parque oferece atrações como a Fazendinha, o Fundo do Mar e a famosa cartola do Bita, com mais de 30 atividades sensoriais e educativas. Além de um espaço para bebês de até 2 anos, o parque conta com a “Hora do Bita”, com encontros ao vivo. Os ingressos variam de R$ 40 a R$ 80, oferecendo diferentes opções de diversão. 31º Janeiro de Grandes Espetáculos traz shows e peças imperdíveis no Recife O 31º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE) já começou e segue vibrante com mais de cem apresentações até 2 de fevereiro. O festival oferece uma mistura de música, teatro, circo e dança, com destaque para shows de artistas pernambucanos como Silvério Pessoa, Tibério Azul, e PC Silva, além de peças como Vivencial, Revivenciando e Yerma Atemporal. O público poderá conferir espetáculos em nove teatros e na Sinagoga Kahal Zur Israel, com ingressos disponíveis online. Na primeira semana, 13 espetáculos estarão em cartaz, incluindo apresentações para adultos e para a infância e juventude. Destaque também para as homenagens aos ícones culturais de Pernambuco, como Paula de Renor e Guilherme Coelho, e aos 30 anos de xaxado do Cabras de Lampião. Com a participação de artistas locais, nacionais e internacionais, o JGE é um dos maiores festivais de arte de Pernambuco, celebrado com apoio da Prefeitura do Recife, Governo do Estado e diversos patrocinadores. Temporada de férias do RioMar Recife oferece diversão para a criançada com shows gratuitos e exposições imersivas O RioMar Recife preparou uma programação imperdível para as férias de janeiro, com atrações para toda a família. Durante o mês, a criançada poderá se divertir com shows gratuitos na Praça de Alimentação, no Piso L3, sempre às 16h. A programação inclui um show de mágica com Rodrigo Lima (12/01), números circenses com o Circo da Trup (19/01) e o show de Ilana Ventura (26/01). Além disso, a exposição imersiva "Oceano Vivo" oferece uma viagem subaquática de 200 metros quadrados, enquanto "O Auto de Ariano", uma exposição de Ariano Suassuna, revisita o legado do autor com cenografia e tecnologia de ponta. As atrações são uma ótima opção para quem quer aproveitar o período de férias com muita diversão e cultura. Armando Fuentes traz show ao Recife com clássicos das Américas O cantor venezuelano Armando Fuentes apresenta o show internacional "Uma Viagem Pelas Américas" nesta sexta-feira (10), às 20h, no O Pátio Cafe & Cozinha, no bairro das Graças, Recife. O repertório inclui sucessos premiados como Forever And Never, de Demis Rousseau, It's Now Or Never, de Elvis Presley, e Manhã de Carnaval de Luiz Bonfá e Antônio Maria, passando por gêneros como pop internacional, salsa, bolero e tango. Ingressos custam R$ 35 e reservas podem ser feitas pelo telefone (81) 99843-6978. Mostra vivencial do espetáculo 'Querida Gina' chega ao Teatro Apolo em 15 de janeiro A Cia. Artística Avani Lopes apresenta o espetáculo 'Querida Gina' no Teatro Apolo, em Recife, no dia 15 de janeiro, às 20h30. A peça narra a experiência de Regina, que, em uma sessão de terapia, mergulha em seu subconsciente e encontra Gina, sua genitália psicóloga. 'Querida Gina' aborda temas como gravidez, menstruação, menopausa, violência doméstica e a objetificação do corpo feminino, trazendo uma reflexão sobre os impactos do patriarcalismo na sociedade. A produção provoca o público a repensar os papéis atribuídos às mulheres, com diálogos pedagógicos, resistência poética e música reflexiva. O espetáculo busca desconstruir visões misóginas e promover um empoderamento feminino, desafiando a visão falocêntrica dominante. Espetáculo "Ariel, A Pequena Sereia" chega ao Teatro Barreto Júnior no dia 12 de janeiro O clássico "Ariel, A Pequena Sereia" estreia no Teatro Barreto Júnior neste domingo, 12 de janeiro, a partir das 16h. A adaptação da famosa história de Christian Andersen promete encantar a criançada com muita música, efeitos especiais em 4D e cenários do fundo do mar, como bolhas de sabão e chuva de bolinhas e confetes. O espetáculo tem 50 minutos de duração e ingressos promocionais a R$ 50, com meia-entrada para todos. Após a apresentação, haverá sessão de fotos com o elenco. Os ingressos estão disponíveis no Sympla ou na bilheteira, sujeito a lotação. Tirulipa, Zé Lezin e Cinderela no Ginásio Geraldão em Recife No dia 17 de janeiro, o Ginásio Geraldão, no Recife, recebe o espetáculo "Dose Dupla de Humor", com Tirulipa, Zé Lezin e a participação especial de Cinderela. O evento, que começa às 20h, traz humor e diversão para o público com ingresso a partir de R$ 80. Além das apresentações de stand-up e piadas de Zé Lezin e Tirulipa, Cinderela promete encantar com esquetes de humor, combinando tradição e inovação. A programação também tem um caráter social, com a arrecadação de alimentos para o Abrigo Cristo Redentor. A moranga sagrada: lançamento do livro de J.C. Marçal aborda a pós-modernidade O pernambucano J. C. Marçal lança seu mais recente livro, A moranga sagrada, no dia 14 de janeiro, às 19h, no Orora Bar de Esquina, no Recife. Com onze contos que exploram temas como empoderamento feminino, superação, tecnociência, o impacto da ditadura e os efeitos da pandemia de covid-19, o autor provoca reflexões sobre a pós-modernidade. O livro também dialoga com mitologia, filosofia e artes, com destaque para contos como Obá, inspirado na escritora Lélia Gonzalez, e Medusa, inspirado em uma escultura de Luciano Garbati. A obra é publicada pela Cepe Editora, reforçando seu compromisso com autores pernambucanos contemporâneos. Masha e o Urso encantam as férias no Shopping Boa Vista O Shopping Boa Vista recebe, até o dia 30 de janeiro, uma atração especial para a criançada: um circuito de obstáculos sensorial e interativo inspirado na dupla Masha e o Urso. Com atividades como piscina de bolinhas, cama elástica, tapete interativo e espaço gamer, o

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Método Canavial: oficina gratuita na Caixa Cultural Recife promove capacitação em produção cultural

Atividade com Afonso Oliveira oferece ferramentas para gestores e brincantes de grupos culturais em Pernambuco. Na imagem, o produtor Afonso Oliveira. Foto: Pedro Raiz A Caixa Cultural Recife sediará, de 21 a 23 de janeiro, a oficina “Método Canavial – Introdução à Produção Cultural Coletiva e Comunitária”, ministrada por Afonso Oliveira, produtor e diretor artístico com mais de 30 anos de experiência. Com 30 vagas gratuitas, a atividade é destinada a gestores, produtores culturais, brincantes, voluntários e diretores ligados a grupos de cultura popular. As inscrições podem ser realizadas até o dia 10 de janeiro pelo formulário online. Criado em 2008, o Método Canavial alcançou destaque nacional ao capacitar jovens, mulheres e idosos da Zona da Mata Norte de Pernambuco, promovendo a valorização da cultura popular e a profissionalização local. "Essa metodologia nasceu como uma ferramenta de ensino e fortalecimento da produção cultural comunitária", explica Afonso Oliveira. O trabalho, que recebeu prêmios e resultou na publicação de um livro em 2010, ensina desde a captação de recursos até a organização de eventos. A oficina integra o Projeto PEBA, iniciativa que fomenta o diálogo entre artistas e discute a influência afrodescendente em Pernambuco e na Bahia. Com patrocínio do Ministério da Cultura e apoio de diversas entidades, o projeto também reforça a luta contra o racismo. Serviço:Oficina Método Canavial de Produção Cultural e Comunitária, com Afonso OliveiraLocal: CAIXA Cultural Recife – Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do RecifeDatas: 21 a 23 de janeiroHorário: 14h às 17hInscrições: Até 10 de janeiro, clique aquiInformações: (81) 3425-1915 / @caixaculturalrecife

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Obras restauradas reforçam compromisso com a democracia e a cultura

Presidência celebra a reintegração de 21 peças históricas ao Palácio do Planalto após trabalho minucioso de restauração Dois anos após os atos de vandalismo que danificaram importantes obras do acervo da Presidência, 21 peças restauradas foram oficialmente reintegradas em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro. Entre as obras devolvidas ao público estão o icônico quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, uma ânfora italiana e o relógio histórico do século XVII, restaurado na Suíça. "A democracia é uma coisa muito grande. Para quem ama a cultura, somente num processo democrático a gente pode conquistar isso", declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao celebrar a entrega. O processo de restauração envolveu cerca de 50 profissionais, incluindo restauradores, professores e estudantes de instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Universidade de Brasília (UnB). Mais de 1.760 horas de trabalho foram realizadas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, enquanto o relógio histórico foi restaurado em parceria com a Embaixada da Suíça e a renomada Audemars Piguet. Para Leandro Grass, presidente do Iphan, o projeto foi uma vitória coletiva: "Hoje o Governo Federal devolve à população obras que foram restauradas por 50 restauradores... além do laboratório de conservação, esses recursos viabilizaram o acesso de 500 estudantes da rede pública a uma extraordinária experiência de educação patrimonial". A primeira-dama, Janja Lula da Silva, destacou a resiliência dos servidores que preservam a memória nacional. "Aquelas lágrimas, hoje, se transformam em sorrisos pela certeza de que mantivemos a democracia firme. A arte, em suas diferentes formas, é uma ferramenta necessária para manter viva nossa memória", afirmou. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também reforçou o papel das ações educativas realizadas no processo de restauração, que alcançaram mais de 500 alunos no Distrito Federal. "Ninguém pode domar nem amordaçar as expressões culturais e artísticas. A cultura resistiu", destacou.

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Museu da Cidade do Recife promove oficina de pintura com café para crianças

Atividade gratuita acontece no sábado (11) e integra programação de férias escolares Neste sábado (11), às 14h, o Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, será palco de uma oficina de pintura com café, voltada para crianças a partir de 5 anos. A ação, ministrada pelo artista plástico Abraão Figueiredo, é gratuita e oferece uma experiência única para os pequenos explorarem sua criatividade durante o período de férias escolares. Durante a oficina, os participantes aprenderão técnicas de carimbo, utilizando café para criar diferentes tonalidades e texturas em suas obras. Além de estimular a imaginação, a atividade também promove o desenvolvimento da coordenação motora fina e da percepção sensorial. Para participar, é necessário que as crianças estejam acompanhadas por um responsável, e a duração estimada da oficina é de duas horas. A iniciativa faz parte da programação da exposição O Café que Nos Une: de Pernambuco para o Mundo, que segue em cartaz no museu até 2 de fevereiro. O Museu da Cidade do Recife, localizado na Praça das Cinco Pontas, bairro de São José, funciona de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e domingos, das 14h às 16h. Serviço:O que: Oficina de pintura com caféQuando: Sábado, 11 de janeiro, às 14hOnde: Museu da Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas, Praça das Cinco Pontas, São JoséEntrada: GratuitaMais informações: www.museudacidadedorecife.org.br

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Frei Caneca: um herói esquecido pelo Brasil

Aos 200 anos de sua morte, o mártir permanece pouco lembrado no País e mesmo em Pernambuco, apesar da sua importância para a independência do Brasil *Por Rafael Dantas Há 200 anos, o Frei Caneca vivia seus últimos dias. Preso na capital pernambucana, o religioso e líder revolucionário, que participou dos dois maiores movimentos políticos da história de Pernambuco, seria executado pelos seus feitos e por suas ideias no dia 13 de janeiro de 1825. O grande pensador da Confederação do Equador e sobrevivente da Revolução Pernambucana de 1817 foi fuzilado, mas sua mensagem permaneceria viva. Ainda que até hoje não tenha o reconhecimento merecido, nem em Pernambuco, nem no Brasil. Mais que uma liderança política local, Frei Caneca é um dos grandes revolucionários do País. As repetidas amputações do território Pernambucano, que perdeu muito da sua extensão para a Bahia e para Alagoas, foram represálias aos movimentos da então província que balançaram o Reinado de Dom João VI em 1817 e o Império de Dom Pedro I em 1824. As rupturas com o poder central e a conclamação de outras províncias para a construção de um País com um sistema de governo mais sofisticado indicam a força desses movimentos. Mesmo com poucos meses de resistência, ambas as revoluções vividas por Frei Caneca foram marcadas por batalhas, com muitos mortos, articulações políticas intensas e mensagens em prol de uma ordem política muito avançada para a época. É por esses e outros motivos que muitos historiadores comparam a dimensão dada no País a Frei Caneca e a Tiradentes. Ambos terminaram mortos com as revoluções com as quais se envolveram. Mas enquanto o mineiro Joaquim José da Silva Xavier virou um mito nacional, com uma praça monumental em sua homenagem em Ouro Preto e registros fartos nos livros didáticos, as reverências ao pernambucano Joaquim da Silva Rabelo são muito mais tímidas, mesmo no Estado de Pernambuco. UM LÍDER POLÍTICO INTELECTUAL Frei Caneca não foi o presidente da Confederação do Equador, mas de longe é o mais reconhecido. Vindo de uma família humilde, que morava num local considerado periférico do Recife na época, ele era um intelectual. Com os ideais que aprendeu nos livros que teve acesso em seus estudos, com especial atenção ao período do Seminário de Olinda, o religioso contestou Dom Pedro I. “Mesmo jamais tendo saído da sua província natal, exceto pela temporada na Bahia, ele se tornou um dos homens mais cultos e um dos maiores pensadores políticos do País, além de notável poeta. Juntando-se a isso muita coragem, energia, carisma e capacidade de comunicação, afora um grande amor pelo povo brasileiro, reuniram-se nele os ingredientes para formar um líder político como jamais se vira antes por aqui”, escreveu sobre Frei Caneca em seu livro Pernambuco - Histórias e Personagens do jornalista Paulo Santos de Oliveira. Os principais embates que levaram a Confederação do Equador em 1824 eram relacionados ao autoritarismo de Pedro I. A centralização do poder nacional, ainda hoje questionada, estava no foco do problema naquele ano. Dom Pedro I havia indicado para governar Pernambuco Francisco Paes Barreto. Porém, os pernambucanos escolheram Manoel de Carvalho. Um ano antes, o monarca havia ainda dissolvido a Assembleia Constituinte e criado ele mesmo um projeto de constituição, também rejeitado por suas ideias centralistas e autoritárias. “A gente pode considerar o Caneca como um ideólogo. Parte das questões relacionadas com a ideologia do movimento de 1824 era sobre os enfrentamentos de entendimento do que seria pátria, cidadão e república. Ele fala muito sobre a federação. Ação política em direção à concentração de poderes na mão do Executivo – no caso, o imperador – fez com que o Frei Caneca rechaçasse todo esse modelo que considerava já ultrapassado diante dos novos momentos que se viviam, já depois da Revolução Francesa e de muitas revoluções liberais”, afirmou o historiador e professor da Unicap Flávio Cabral. ENFRENTAMENTO AO AUTORITARISMO Havia um conjunto de pensamentos defendidos por Frei Caneca que representava um verdadeiro terremoto no sistema escravista, centralizador e com forte influência lusitana do Brasil da época. E diante de um líder autoritário, como Dom Pedro I, ter um habilidoso intelectual em Pernambuco era um problema. Embora seja lembrado principalmente por 1824, Caneca já estava presente em 1817. O professor Flávio Cabral rejeita a ideia de que ele era apenas um mero estagiário nesse primeiro movimento, mas destaca uma atuação forte do jovem no primeiro levante contra a Coroa Portuguesa. “Eu encontrei uma documentação que afirmava que Frei Caneca distribuiu panfletos na hora da bênção da bandeira de Pernambuco, onde hoje é a Praça da República. Ele saiu pelo meio do povo entregando panfletos, falando sobre a nação, glorificando a pátria naquele momento histórico. Por sua atuação, ele foi preso após a revolução na Bahia e só foi sair em 1821 da cadeia”, afirmou o pesquisador, que lembrou ainda que o líder escreveu um Plano de Educação para Pernambuco durante o Governo de Gervásio Pires. “Era fabuloso! Na época, a educação no País não existia, mas ele chega a apresentar à Junta de Governo um plano interessantíssimo”. O próprio fato de ser um religioso enfrentando a maior autoridade do País por si já era um fato político revolucionário para o pesquisador Carlos André Silva de Moura, que é historiador e professor da Universidade de Pernambuco. “Todos os ideais do Frei Caneca foram revolucionários. Desde ser um padre que questionou o status quo daquele período à possibilidade de rompimento com o governo central. Imagine um padre, que tem toda uma tradição, uma necessidade de uma hierarquia, questionar o governo central! Isso no Século 19 era algo muito difícil”, salientou. Unir carisma, força política e intelectualidade não é uma tarefa fácil sequer no Século 21. Mas Frei Caneca conseguiu unir essas habilidades em pleno Século 19 – sendo religioso e político – com outra característica muito valorizada atualmente: a capacidade de comunicação. UM COMUNICADOR ACIMA DA MÉDIA Como religioso, Frei Caneca era um orador, que mesmo muito jovem foi professor de uma disciplina de retórica. Ele

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Restauração de Pinturas Murais do Século 19 na Academia Pernambucana de Letras

Obra de Eugène Lassailly é restaurada para preservar o patrimônio histórico do Recife A Academia Pernambucana de Letras (APL), localizada no bairro das Graças, no Recife, está realizando um minucioso processo de restauração de suas pinturas murais do século 19. As obras, de autoria do pintor francês Eugène Lassailly, decoravam a antiga sala de jantar do casarão e retratam cenas de paisagens, naturezas mortas e atividades cotidianas da época, como caça e pesca. Encomendadas pelo comerciante português João José Rodrigues Mendes, as pinturas datam da década de 1860 e fazem parte da história cultural da cidade. As intervenções no local ao longo dos anos, incluindo uma na década de 1970, resultaram em danos significativos nas obras. Entre os problemas estavam infiltrações, rachaduras, abrasão e descolamento da camada pictórica. "Houve uma intervenção na década de 1970, mas infiltrações provocaram a degradação das pinturas. As paredes que não sofreram tanto com infiltrações nos deram a referência para restaurar todas as pinturas da sala, como elas eram originalmente", explica a restauradora Suzana Omena, fiscal do projeto. O trabalho de restauração, coordenado pela produtora Arkhé Cultural com o apoio do Funcultura, exige uma atenção detalhada na remoção das camadas de tinta que cobriam as pinturas originais. "É um trabalho minucioso, praticamente um processo cirúrgico. Você tem que remover camada por camada das tintas colocadas por cima das pinturas, mas preservar o que está por trás, que nem sempre a gente sabe como está", conta Walas Fidélis, coordenador da equipe de restauro. O projeto visa não apenas a preservação das obras, mas também o resgate da história do casarão e sua importância cultural para o Recife. A primeira fase da restauração está prevista para ser concluída até o fim de janeiro, quando a Sala dos Acadêmicos será reaberta ao público, permitindo que todos possam apreciar a riqueza histórica e artística do imóvel.

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Mãos dadas com a natureza

*Por Paulo Caldas É tempo de vivenciar os encantos da Mata Atlântica. Para estas férias, que tal abraçar um manifesto lírico de amor à natureza protagonizado por Lelê? A guardiã encantada surgida da verve de Carmem do Prado e Sandra Moraes ganha status de literatura infanto-juvenil com as ilustrações concebidas pelos traços, cores e formas de Vico Soares. Neste "Guardiões da Mata" nascido entre mistérios e maravilhas da Mata Atlântica, a magia da natureza se impõe soberana diante do vento que rege as folhas em um cenário regado por riachos e corredeiras, ao sussurro dos bambus se amando onde habitam milhares de vidas: espécies animais, vegetais, fungos... E seres fantásticos, prontos para defender a harmonia e o equilíbrio da natureza: o Saci Pererê brincalhão, o Curupira dos pés virados para trás, a Comadre Florzinha, bonita e cheirosa com um bicho- preguiça grudado às costas. Da publicação constam fotos do acervo de Carmem do Prado, Kim Parra, Carol Mayer, Getty Images. O livro tem elogiável projeto visual, impresso em papel couchê e policromia. Os exemplares podem ser adquiridos na Livraria Impresso, localizada na biblioteca da EIA Unidade Kids, km 07 ou através do fone/Whatsapp 98289-3131, ou @eiaescolainternacionaldeal5894 *Paulo Caldas é Escritor

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Megamurais no Recife: Galeria de arte a céu aberto

Além de embelezar o centro, o edital Megamurais favorece a revitalização da região e também contribui para a valorizar e dar oportunidades aos artistas urbanos *Por Rafael Dantas Que o Recife é um berço da arte, não é novidade para ninguém. O que surgiu como uma inovação em meio aos edifícios dos seus bairros centrais são os megamurais em homenagem às manifestações musicais locais, que começam a embelezar a cidade e a impulsionar a visibilidade do grafite recifense. A partir de um edital público, foram selecionados 24 projetos para dar mais cores ao cinza urbano da Boa Vista. A capital pernambucana foi escolhida há três anos pela Unesco como um dos destinos globais da música, unindo-se à Rede de Cidades Criativas. A iniciativa já ganhou as fachadas de nove prédios e até o final do ano outras construções receberão a criatividade e a assinatura dos artistas urbanos. O projeto dos megamurais no Recife, idealizado em 2021, tem como objetivo transformar a paisagem urbana da cidade por meio da arte. A iniciativa, coordenada pelo Gabinete de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife, em parceira com o Recentro, busca revitalizar espaços públicos e criar uma verdadeira galeria de arte a céu aberto. A previsão é que, até o final do ano, o circuito tenha até três novas obras de grande escala. Além de embelezar o Centro da cidade, a secretária-executiva, Flaviana Gomes, ressalta o impacto positivo do projeto. “A arte tem esse poder de transformação, de atrair o turista e impactar a economia criativa, a cultura e o conhecimento.” Ela ressalta que a iniciativa também promove a inclusão social, pois muitos artistas envolvidos vêm de periferias e trazem suas histórias e forças para as criações que vão marcando a paisagem urbana dos recifenses. O esforço do Recife de investir nesses megamurais faz parte de uma tendência crescente de utilizar murais gigantes como uma forma de revitalização urbana em cidades ao redor do mundo, segundo o professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Thiago Soares. Essa prática visa a transformar áreas urbanas cinzentas e sem vida, marcadas pela predominância de concreto, em espaços vibrantes e visualmente atraentes. “A elaboração dos murais na cidade coloca o Recife dentro de um circuito um pouco mais global, que eu acho que no Brasil teve início em 2016, na ocasião dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, quando o grande muralista Eduardo Kobra pintou uma série de murais numa área que era muito árida no Rio de Janeiro.” O pesquisador avalia que a presença dessa arte em grande escala nas fachadas de prédios e em espaços públicos promove uma conexão mais profunda entre os cidadãos e a cidade. RECONHECIMENTO PARA A ARTE URBANA As telas gigantes estão mudando a concepção da cidade acerca do trabalho desses artistas urbanos. Essa é a percepção que eles relatam após executar os painéis. Uma maior compreensão da manifestação artística do grafite e, mesmo, mais oportunidades de trabalho são mencionados por todos. “Cada megamural entregue repercute na cena artística como um todo, não só dos coletivos artísticos. Reverbera para a classe”, ressalta Flaviana. Essa abordagem valoriza a arte urbana e fortalece os vínculos entre a cultura local e a população. Um dos nomes que teve a oportunidade de assinar um megamural na cidade foi Marquinhos ATG, nome artístico de José Marcos Santos. O projeto Recife Meu Amor, no Edifício Santa Apolônia, proporcionou um reconhecimento maior do seu trabalho no cenário artístico, abrindo portas para novas oportunidades. Ele consolidou parcerias importantes com empresas, como a Iquine, e ampliou seu portfólio com projetos de grande escala. “Meu maior projeto é levar minha arte para cada vez mais lugares, para mais longe”, diz Marquinhos, expondo o desejo de ampliar o alcance da sua arte. O trabalho de Marquinhos ATG, marcado por temas como o ser feminino e a religiosidade, já tem atravessado fronteiras. Seu talento e dedicação o levaram a realizar murais em diversas cidades do Brasil, como Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Fortaleza. A participação no projeto dos Megamurais trouxe ainda mais legitimidade para a trajetória de Micaela Almeida. Ela tem observado um aumento no respeito pela arte urbana no Recife, que antes enfrentava preconceito. Ela é a autora do painel Naná Vasconcelos, Sinfonia e Batuques. A obra de Micaela Almeida preenche nada menos que 200 metros quadrados do Edifício Guiomar, que fica em frente ao Parque 13 de Maio e bem próximo da Faculdade de Direito do Recife. “Profissionalmente falando, é um trabalho que fica mais exposto, isso traz um reconhecimento da mídia e da população, legitimando minha trajetória. Além dessa legitimação profissional, vemos pessoas respeitando mais a arte em si, vendo a importância do impacto da arte na cidade.” A seleção para participar de um festival internacional com mulheres no Peru é uma das novidades na sua carreira após expor sua obra a um público tão amplo na capital pernambucana. Ela foi uma das poucas grafiteiras do Brasil selecionadas e a única do Nordeste. BOLHAS “FURADAS” E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL A participação de Nathê Ferreira no projeto dos Megamurais representou uma nova fase em sua carreira, trazendo uma maior dimensão ao seu trabalho. O painel Nossa Rainha já se Coroou, assinado por ela e por Fany Lima no Edifício Almirante Barroso, não apenas expandiu seu alcance artístico, mas também quebra barreiras, atingindo novos públicos. "O megamural furou bolhas, alcançando pessoas que nem sequer pensavam em grafite. Ele consegue atingir muito mais gente". Ela lembra que já teve prédios pintados em São Paulo, mas esse foi seu primeiro no Recife. Ela avalia que a experiência também contribuiu para o desenvolvimento de um mercado local para esse tipo de arte e de produção, um fenômeno que ainda estava em formação. O projeto está estimulando uma cadeia de prestadores de serviços para esse segmento, segundo Nathê. Além de seu impacto artístico, a grafiteira vê essa arte como uma ferramenta de transformação social e econômica. Ela, que nasceu e foi criada no subúrbio de Jaboatão

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5 fotos da Rua do Sol antigamente

Rua do Sol. O nome é pelo fato de ser iluminada na maior parte do dia. Hoje ela é apenas uma via com pouca vida, mais um lugar de passagem. Mas no passado não era assim. Passeios públicos privilegiados e aa proximidade do Teatro Santa Isabel, do Palácio do Campo das Princesas e da Antiga Casa de Detenção faziam dela uma rua bastante movimentada. Os jardins e o vasto espaço para os pedestres representam um Recife mais bucólico e, aparentemente, mais agradável e humano. Na primeira foto temos ainda o registro de veículos de tração animal na cidade. Mas é nesta rua que em 1867 é construído um ponto de embarque para a Maxambomba - um serviço de transporte da companhia Brazilian Street Railway Companny Limited. Todas as fotos foram retiradas do acervo da Villa Digital, da Fundação Joaquim Nabuco. (Clique nas imagens para aumentar) 1900 (foto do Acervo Benício Dias) 1900 (Foto Studio Recife, no Acervo Josebias Bandeira) 1915 (foto de Eugenio Nascimento, do Acervo Josebias Bandeira) 1920 (Acervo Benício Dias) Rua do Sol (sem data - Acervo Josebias Bandeira) Se você tem imagens antigas do Recife, nos envie pelo e-mail: rafael@algomais.com

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100 anos de Abelardo da Hora: o artista da beleza e da denúncia social

Com obras espalhadas pelas ruas e praças do Recife, Abelardo da Hora é lembrado no seu centenário por suas criações, que revelam flagelos como a fome, mas também a beleza feminina. No seu legado, está ainda a generosidade em formar novos talentos e levar a arte para o povo. *Por Rafael Dantas Esculturas, gravuras, cerâmicas, tapeçarias e até brinquedos são algumas das tipologias da arte por onde as mãos do artista Abelardo da Hora deixou sua marca. A obra imensa está distribuída por muitas praças, ruas e galerias – não apenas da capital pernambucana. Peças que, neste ano do centenário do seu criador, merecem um novo olhar dos recifenses e de quem visita a cidade. A criatividade e a habilidade desenvolvida como autodidata – embora tenha estudado na Escola de Belas Artes do Recife – estiveram a serviço de muitas missões, mas as principais foram a denúncia contra a desigualdade social e as suas paixões pelas mulheres e pela cultura local. Um dos grandes diferenciais das obras de Abelardo da Hora é o fato de muitas delas estarem nas ruas. Os Monumentos ao Frevo, na Rua da Aurora, o Maracatu, ao lado do Forte das Cinco Pontas, e os Retirantes, no Parque Dona Lindu, são apenas algumas das tantas que embelezam a cidade. Além das esculturas, o artista deixou muitos painéis em cerâmica espalhados pelo Estado. Eles estão, por exemplo, nas fachadas dos centros de saúde construídos durante o Governo de Eduardo Campos, como nos hospitais Miguel Arraes, Dom Helder Câmara e Pelópidas da Silveira. Mesmo aos estudiosos e apreciadores da sua arte, não é fácil escolher as principais obras, muitas delas doadas para a cidade. Todas elas com mensagens que respondiam às questões da humanidade nunca resolvidas ou às necessidades do seu tempo. Pouco conhecidos por sua assinatura, por exemplo, são os brinquedos do Parque Treze de Maio. Em uma época que os escorregos eram de madeira e que se registrou a colocação de giletes para machucar as crianças, Abelardo desenhou brinquedos de concretos para garantir a segurança dos pequeninos. “Ele foi um dos precursores do Modernismo no Brasil com sua escultura. Foi responsável por movimentos culturais de maior destaque do nosso Estado e participante dos mais relevantes do nosso País, como a Sociedade de Arte Moderna, o Ateliê Coletivo e o Movimento de Cultura Popular. Há quem diga que também é um precursor do Manguebeat, com sua Coleção Meninos do Recife, que ilustrou a edição Europeia de Geografia da Fome, de Josué de Castro”, destacou Lenora da Hora, filha do artista e presidente do Instituto Abelardo da Hora. A inovação, uma das marcas de sua vasta trajetória, foi mencionada em uma declaração que Abelardo fez ao Diario de Pernambuco em março de 1948, pouco antes da sua primeira exposição. “Sou o primeiro escultor pernambucano a fazer, ultimamente, uma exposição no Recife. Além dessa nota inédita, creio revestir-se a exposição de um cunho renovador para a escultura no Brasil. (…) É bastante atual. Os temas das minhas esculturas são na sua maioria o retrato deste após-Guerra.” Uma das obras icônicas dessa exposição inaugural é A Fome e o Brado. INFLUÊNCIA NA CIDADE E NA CLASSE ARTÍSTICA Uma das grandes contribuições do artista para a cultura pernambucana foi nas políticas públicas. Além de ter ocupado cargos do alto escalão da gestão municipal em diferentes momentos, Abelardo foi idealizador da lei municipal que estabelece a obrigatoriedade das obras de arte nas edificações. O marco legal previa que as construções na capital pernambucana, a partir de mil metros quadrados, deveriam destinar 1% do valor bruto da construção para instalação de uma obra de arte. A peça deveria estar em sua fachada. Nos últimos anos de sua vida, Abelardo reclamou que a lei não funcionava a contento pois muitos arquitetos estavam a simplesmente reproduzir formas geométricas e chamar de escultura. Ele defendeu em entrevista ao Diario de Pernambuco, em 2013, que deveriam ser criados critérios para aprovar as obras. Independentemente das críticas à aplicação mais recente dessa legislação, a sua instituição, há mais de 80 anos, tornou o Recife uma galeria de esculturas a céu aberto. Essa obrigatoriedade abriu mercado para muitos artistas na cidade. “Tinha um sentimento de democratizar a cultura e a arte, como o fez ao criar nos anos 1960 as Praças de Cultura. Seu interesse era levá-las para a rua, para que não ficassem elitizadas, apenas, nos recintos fechados das galerias e dos museus, para que todos tivessem acesso. A lei serviu de inspiração para outras cidades brasileiras e até para fora do Brasil”, disse Lenora. Sua preocupação de levar a arte para a cidade – e também de garantir trabalho para a classe artística local – está apontada desde o início da sua carreira. Em 1948, ele apresentou na sua exposição inicial, além das esculturas, maquetes para túmulos e mausoléus. Na ocasião recomendou aos pernambucanos que procurassem artistas locais para fazer essas obras fúnebres. “Gostaria que todos os pernambucanos que mandam fazer túmulos e mausoléus no Rio e em São Paulo soubessem que essas obras são executadas quase sempre por nortistas que residem no sul. E toda essa gente bem que podia mandar fazer estas obras por artistas de sua província. Assim ajudariam os pobres escultores a viver na sua terra, trabalhando e estudando. E garanto que ninguém seria explorado ou roubado.” No campo educacional, alguns dos mais destacados nomes das artes plásticas de Pernambuco foram alunos de Abelardo da Hora. Gilvan Samico, Aluísio Magalhães, José Cláudio e Francisco Brenannd foram alguns dos integrantes desse time. “Ele foi mestre de uma geração de artistas pernambucanos que se destacou em todo o Brasil. Tinha interesse em fundar uma faculdade de arte, para ensinar muitos jovens, nos mesmos moldes da que já tinha sido criada anteriormente e desmontada pela ditadura”, contou Lenora da Hora. Além dos nomes mais conhecidos que passaram por seus ensinamentos, o artista foi um promotor de muitas oportunidades de formação artística na cidade, como docente, em vários lugares até como voluntário. Apesar de ter vivido

100 anos de Abelardo da Hora: o artista da beleza e da denúncia social Read More »